Noah e eu ríamos como idiotas, sem nos importar com os olhares curiosos à nossa volta. A música alta nos envolvia, e a sensação de liberdade nos fazia esquecer temporariamente das preocupações do mundo real.Um tempo depois dei um cutucão no braço de Noah, sugerindo que talvez já fosse hora de voltarmos para casa. — Vamos ficar um pouco mais. – Noah insistiu e acabei aceitando, preciso aprender a dizer não para ele. Sua perna começou a doer e então decidi que era hora de encerrarmos a noite. Na saída, encontramos Maciel, que já esperava por nós com a porta aberta. Ele nos lançou um olhar de desaprovação misturado com diversão, sabendo que estávamos mais alegres do que o normal.— Meninos, vocês beberam além da conta, seus pais ficaram desapontados. – Maciel disse, tentando segurar o riso.— Ora, Maciel, a vida é curta demais para não sermos ridículos de vez em quando. – Noah respondeu, balançando os braços enquanto entramos no carro.No trajeto de volta, ríamos sem parar, relembra
Após sairmos da loja de vestidos, fomos para casa, me despedi de tia Sophie e fui para o quarto, liguei o computador e comecei a trabalhar. Minha mãe entrou, entregou-me uma xícara de chá e se sentou na cama. Sentia que ela estava me observando, então, levantei, tirei os olhos do computador e perguntei o motivo de estar me encarando.— Filha, você realmente está feliz? – Minha mãe perguntou, e afirmei. — Olhando para você, não me parece verdade.— Estou com um problema no trabalho, só isso, não tem nada a ver com o casamento.— Se você diz, eu acredito. Tome o chá antes que esfrie. – Agradeci, e ela se retirou.Finalizei todo o meu trabalho pendente e tomei um banho para dormir. Estava quase adormecendo quando meu celular apitou."Oi, meu potinho de pimenta, tudo bem?""Oi, meu idiota favorito, estou mega cansada. Acabei o trabalho agora, sem contar que fui torturada à tarde toda." O idiota enviou vários emojis de carinhas gargalhando.“Estou na porta do seu quarto." Me levantei, abri
Estou me sentindo uma boneca de pano; cabeleireiro, maquiador, minha mãe, tia Sophie, Flor e Mali, todos em cima de mim, sem contar a organizadora de casamento que está enchendo o saco. Meu subconsciente me lembra a cada dez minutos que eu preciso sorrir. Sinceramente, estou no meu limite, não vejo a hora disso terminar.— Minha filha, você está perfeita! Uma verdadeira princesa. – Minha mãe olhava para mim com lágrimas nos olhos. Tia Sophie e Flor me deram o broche da família, segundo elas, deve ser usado no dia do casamento para que ele seja longo, próspero e feliz.Tia Sophie, Flor e minha mãe são três superstiçosas; já perdi as contas de quantos “rituais" eu precisei participar. Florência acendeu incenso, senti esse mesmo cheiro no dia de seu casamento.— Vamos limpar as nossas auras. – Flor diz, e encaro Mali, que prendia a risada. — Mira, precisamos de todos os possíveis para que Avah não queira se divorciar de Noah no primeiro ano de casados. – Olhei para as duas e desisti do q
No dia seguinte, pegamos a estrada rumo a Búzios, animados como sempre. Pelo menos lá, não precisaríamos fingir para ninguém. Paramos no trânsito, e Noah começou a jogar amendoins em mim, o que me irritou. Abri o outro saco e comecei a jogar nele também, rapidamente as gargalhadas preencheram o carro.— Se nossas mães nos vissem agora, elas reclamariam conosco.— Acho que ao mesmo tempo que estão felizes, estão preocupadas conosco. Somos um casal de idiotas. – Balancei a cabeça, concordando com Noah.Finalmente, voltamos a seguir com o carro e em algumas horas estávamos em nosso destino. Fizemos o check-in e subimos para descansar.— Que droga, né? Só tem uma cama. – Noah estava rindo.— Vamos dividir, mas sem gracinhas.— Você quem manda, patroa. Vamos descansar para poder dar um passeio. Quero ir a uma destilaria.— Quer dizer: Avah, vamos descansar e depois entornaremos todas. – Ele gargalhou. — Você é ridículo, mas gostei da ideia. Vamos tirar mais algumas fotos e encher as nossas
Como combinado, passamos o dia todo deitados, comendo porcarias e assistindo filmes. À noite, saímos para jantar, e depois voltei para o hotel; na verdade, eu voltei, Noah quis se divertir um pouco, e não vi problema nisso.Já com minhas roupas de dormir, ouvi meu celular apitar, e ao pegar meu aparelho, vi o nome de Fabrício piscando na tela.“Olá! Como está a jovem noiva? Quando puder falar, me envie uma mensagem."– A resposta não demorou a chegar.“Você não está em lua de mel? Onde está o seu marido?"“Dormindo, tadinho do homem está cansado, mas você me enviou uma mensagem por algum motivo."Esperei por alguns segundos e nada. Estava prestes a travar o meu celular quando a mensagem de Fabrício chegou.“Ah, sim! Ia fazer um comentário, mas vou me abster. O motivo de te enviar uma mensagem é para avisá-la que irei participar de um novo sarau; você e a entediada da sua amiga podem aparecer, o que me diz?"Olhei para a mensagem por alguns segundos e combinei com ele. Assim que travei
Noah SchmidtMeu pai estava animado quando voltei para a empresa; ele me exibia para todos os seus sócios, dizendo que eu estava começando a tomar juízo assim como meu irmão.— Então quer dizer que você está fora do mercado? – Ariana perguntou, alisando o meu braço.— Desculpe, Ari. As nossas saidinhas ao almoxarifado estão acabadas.— Uma pena, perdeu uma gostosa em troca de uma songa-monga.— Nunca fale de Avah, ela é muito melhor do que você jamais será, o que tivemos vai ficar na memória.— Se quiser uma gostosa, sabe onde encontrar. – Ariana me deu uma piscadela.Minha nova sala era ampla, um presentinho do meu pai; agora até um secretário eu tenho, pois meu pai diz que eu deveria ter uma secretária para não pôr em risco meu casamento.Como tinha mais responsabilidades agora, não podia me dar ao luxo de ficar passeando pelos corredores.— Senhor Noah, tem uma moça aqui para vê-lo. – Meu secretário me avisou.— Tudo bem, Davi, deixe entrar seja lá quem for.A porta foi aberta, e r
Avah Telles SchmidtNos chamou para uma reunião e começou a brigar conosco dizendo que o nosso site e as nossas revistas estão abaixo das outras revistas, segundo ela precisamos de notícias exclusivas e não replicar uma matéria que todos já sabem. — Irei tentar mais uma vez na casa de Fabrício de Lucca e dessa vez levarei Claudia, já que da outra vez Avah não foi de grande ajuda, pois ela não sabe seguir regras. – Minha chefe me encarou com o olhar de que eu não fiz tudo que deveria fazer. Todos se entreolharam e Claudia me encarou balançando a cabeça, pois sabíamos que ela não teria sucesso. Depois que a reunião terminou, Claudia me puxou para a cozinha. — Dá pra acreditar que Luiza quer ir na casa do escritor, importunar ele novamente? Sabemos que não vai dar em nada. — Ela deveria tentar uma nova abordagem, mas quem somos nós para dizer. Somos apenas as “lacaias.” – Claudia concorda comigo. — Se ela te mandar pular o muro, não faça, pois poderá ser processada por invasão a d
Estava em casa fazendo umas pesquisas a respeito do poema de Fabrício; todo o poema dele me chamou atenção, mas algumas palavras ainda martelavam a minha cabeça. Como prometido, dei o contato de Mali para minha colega de trabalho, que prometeu enviar uma mensagem para ela. Esquentei as sobras e antes de comer, liguei para Noah para saber onde ele estava, mas não tive sucesso. Após comer e lavar a louça suja, resolvi ligar a televisão para distrair um pouco a mente, até que meu celular começa a tocar insistentemente. Vi o número de Noah piscando na tela e, quando atendi, era o barman de um bar do outro lado da cidade me avisando que Noah estava tão bêbado que não tinha condições de dirigir. Pedi ao barman para segurá-lo, que eu já estaria chegando. Troquei de roupa e chamei um carro de aplicativo. Chegando ao bar, encontrei Noah completamente bêbado, sem falar coisa com coisa. O barman me ajudou a colocá-lo no carro, e fomos para casa, onde o auxiliei a tomar um banho e o levei para c