Avah Telles SchmidtNos chamou para uma reunião e começou a brigar conosco dizendo que o nosso site e as nossas revistas estão abaixo das outras revistas, segundo ela precisamos de notícias exclusivas e não replicar uma matéria que todos já sabem. — Irei tentar mais uma vez na casa de Fabrício de Lucca e dessa vez levarei Claudia, já que da outra vez Avah não foi de grande ajuda, pois ela não sabe seguir regras. – Minha chefe me encarou com o olhar de que eu não fiz tudo que deveria fazer. Todos se entreolharam e Claudia me encarou balançando a cabeça, pois sabíamos que ela não teria sucesso. Depois que a reunião terminou, Claudia me puxou para a cozinha. — Dá pra acreditar que Luiza quer ir na casa do escritor, importunar ele novamente? Sabemos que não vai dar em nada. — Ela deveria tentar uma nova abordagem, mas quem somos nós para dizer. Somos apenas as “lacaias.” – Claudia concorda comigo. — Se ela te mandar pular o muro, não faça, pois poderá ser processada por invasão a d
Estava em casa fazendo umas pesquisas a respeito do poema de Fabrício; todo o poema dele me chamou atenção, mas algumas palavras ainda martelavam a minha cabeça. Como prometido, dei o contato de Mali para minha colega de trabalho, que prometeu enviar uma mensagem para ela. Esquentei as sobras e antes de comer, liguei para Noah para saber onde ele estava, mas não tive sucesso. Após comer e lavar a louça suja, resolvi ligar a televisão para distrair um pouco a mente, até que meu celular começa a tocar insistentemente. Vi o número de Noah piscando na tela e, quando atendi, era o barman de um bar do outro lado da cidade me avisando que Noah estava tão bêbado que não tinha condições de dirigir. Pedi ao barman para segurá-lo, que eu já estaria chegando. Troquei de roupa e chamei um carro de aplicativo. Chegando ao bar, encontrei Noah completamente bêbado, sem falar coisa com coisa. O barman me ajudou a colocá-lo no carro, e fomos para casa, onde o auxiliei a tomar um banho e o levei para c
No dia seguinte, retomei minha rotina de trabalho. Ao chegar à redação, encontrei Claudia, que parecia ansiosa para compartilhar alguma fofoca. — Você não vai acreditar no que aconteceu, Avah! – Ela disse, com os olhos brilhando. — Bom dia, pra você também. O que foi? Conta logo. — Adivinha quem vai com Lucas Santos entrevistar a atriz Gabriella Garcia? – Claudia falava animada pulando de um lado ao outro. — Não acredito, Claudia! Isso é incrível. Quando é a entrevista? — Amanhã à tarde. Prepare-se para testemunhar a ascensão da sua amiga Claudia Linhares. – Estava feliz pela chance da minha amiga, nós somos estagiárias e às vezes passamos anos até sermos efetivadas. O senhor Ismael chegou e nos reuniu na sala de reuniões, avisou que Luiza ficará fora por algumas semanas, e me perguntei o que realmente está acontecendo. — Por enquanto estarei comandando a todos, então façam o que já estão fazendo e quando terminar, levem para minha sala. Por enquanto é só, tenham um bom dia de
Noah Schmidt Cumprimentei alguns amigos de negócios do meu pai, todos curiosos sobre sua ausência. Respondi casualmente que meus pais estavam viajando, sem entrar em detalhes. A maioria expressou surpresa ao me ver comparecendo a um evento social, algo que raramente faço. — Nunca achei que veria o Noah Schmidt em um jantar como este. – Disse um deles, levantando a sobrancelha. — Decidi variar um pouco. – Respondi, sorrindo. Ao lado, Avah me observava com um olhar curioso. Apresentei-a como minha esposa, o que resultou em uma série de cumprimentos e sorrisos. Ela se saiu bem, parecia à vontade naquele ambiente, o que era reconfortante para mim, pois estava com medo dela se sentir “um peixe fora d’água.” O jantar transcorreu com uma sequência de pratos deliciosos e conversas animadas. Avah se entrosou com as pessoas ao nosso redor, todos diziam que eu tirei a sorte grande, enquanto eu tentava manter o ar de tranquilidade do outro lado da minha mesa estavam Aaron e Florência, meu ir
Avah Telles Schmidt O dia na redação estava agitado, como sempre. Fones de ouvido nos ouvidos, teclado sendo martelado, telefones tocando em uma cacofonia frenética. Eu, imersa em meu trabalho, tentava focar em tudo que tinha para fazer. Meu celular vibrou e ao atender, a voz de Fabricio de Lucca soou do outro lado da linha, convidando-me para jantar. Hesitei por um momento, surpresa pelo convite. — Avah, o que acha de um jantar hoje à noite? Pode trazer a sua amiga ou o seu marido. Antes de dar a resposta disse que perguntaria a disponibilidade de Noah ou de Mali. Ele disse que iria esperar o meu retorno e desligou. Decidi ligar para Mali, mas fui surpreendida por uma resposta inesperada. — Desculpe, Avah, estou ocupada esta noite. — O que vai fazer? – Perguntei intrigada. — Vou sair com a Raquel, acho que você acertou em cheio amiga. — Depois me conta tudo o que aconteceu – digo a ela e desligo em seguida. Tomara que as coisas dêem realmente certo para Maria Alice,
Ao chegar em casa, encontrei Noah que parecia impaciente.— Demorou, Avah. Pensei que tinha acontecido algo.— Acabei demorando mais do que pretendia. – Sentei para tirar os saltos e Noah me encarou. — E não podia pegar o celular e me ligar? Fiquei preocupado com você.— Não sabia que tinha que dar satisfação da minha vida? – Perguntei o olhando severamente. — Você deve me dizer onde está parainha paz de espirito. — Você não é meu pai, Noah. Não precisa se preocupar tanto. – Sorri para ele, mas seu olhar sério não se dissipou.— Você parece estar fazendo mais do que apenas investigar Fabricio. O que está acontecendo, Avah?— Não está acontecendo nada, aliás, eu te pergunto quando você sai para beber e acaba transando com alguma vadia? Do mesmo jeito que você tem liberdade para fazer o que quiser, eu também tenho. Mantenha isso em mente quando começar a me questionar. – Deixei-o na sala e fui para o quarto me preparar para dormir.A noite avançou silenciosa, mas o sono me escapava.
Noah Schmidt Estava alheio a tudo o que falavam na reunião, meu pai chamou minha atenção e perguntou porque eu estava disperso e disse que não era nada. — Se não é nada porque não me respondeu quando te fiz uma pergunta. — Desculpe pessoal, por favor, continue, estou todo ouvidos. A verdade é que estava pensando em Avah com aquele escritor, tem alguma coisa errada e eu posso sentir, mas Avah prefere ignorar os avisos em prol da sua investigação. Ao término da reunião meu pai me chamou e ralhou comigo por conta da minha distração. — Pai, o senhor sabe que Noah sempre foi assim, não sei porque o senhor ainda lhe dá chances. – Aaron não perdia a chance de me fuder. — O que você quer, Aaron? Você nunca perde a chance de me fuder. — Não estou te ferrando, desculpe se não aguenta a realidade. — Meninos! Por favor. Noah seu irmão está certo – meu pai olha para nós. — Estarei em minha sala, qualquer coisa me contatem. Andei em direção a minha sala, durante o trajeto peguei um
Avah Telles Schmidt Acordei com sede e desci para pegar um pouco de água; quando voltei, Noah tentava respirar, e eu sabia que era um pesadelo. Logo me lembrei que hoje era o aniversário do sequestro dele. Na manhã seguinte, preparei seu café favorito, liguei para a redação e avisei que não estava bem. Noah desceu com uma cara péssima e sentou ao meu lado. — Bom dia. – Ele disse apenas. — Bom dia. Sem piadinhas ou apelidos, não reconheço meu melhor amigo. — Só estou um pouco cansado, mas creio que depois do café ficarei melhor. Ele tentou sorrir, mas seu sorriso estava estranho. Troquei seu ombro, dando apoio, e comemos em silêncio. Chamei Noah para sairmos, e ele demorou um pouquinho para topar. Saímos para um parque próximo, buscando um refúgio temporário da tensão que pairava sobre Noah. Caminhamos em silêncio, absorvendo a serenidade do ambiente, até encontrarmos um banco afastado. Noah olhou para o horizonte por um momento antes de quebrar o silêncio. — Você está melhor?