Isabela falou muito, e João passou da resistência inicial para ouvir atentamente.Claro, apenas ouvir.- Irmã, você disse tudo isso para provar a importância do Pedro para você? - João lambeu os lábios ressecados e se virou para ela. - E eu? Minha sobrinha Dulce chama o outro de tio, mas para mim sou um estranho, Isabela, isso não é justo. Eu sei, você vai dizer que está me protegendo, mas e agora? Enquanto você não voltar a ser Isabela, nunca poderei chamá-lo de irmã legitimamente.Dizendo isso, os olhos de João ficaram avermelhados: - Isabela, sinto que novamente fui abandonado por você.- João, não consigo mais ser a Isabela novamente. - Isabela franziu a testa, segurando as lágrimas. - Você não se esqueça de que Isabela é uma assassina, não posso permitir que falem mal de você e Dulce, você entende?João olhou para ela por um tempo, se levantou, se virou e enxugou as lágrimas, então disse friamente: - Eu entendo tudo o que você disse, mas você não entende o que estou dizendo.Dit
Depois disso, Isabela descansou em casa por dois dias e decidiu aproveitar o bom tempo para levar as duas crianças para comprar roupas e brinquedos.Para sua surpresa, ao abrir a porta, viu Bernardo e Gabriel parados como dois seguranças na entrada.- Vocês... O que estão fazendo aqui? - Perguntou Isabela.Antes que os dois pudessem responder, Dulce agarrou animadamente as mãos deles e disse: - Mamãe, eu chamei eles. Eu também chamei o tio André, mas ele disse que não podia vir.Isabela ficou sem palavras.Rivaldo percebeu que algo estava errado e rapidamente foi até Dulce, segurando a mão dela:- Dulce, você tem sujeira na boca, vamos entrar e lavar o rosto.Dulce continuou andando e tocando o rosto:- Não tem nada, mamãe acabou de me lavar.- Eu estou dizendo que tem. - Afirmou Rivaldo.Quando as crianças saíram, Isabela cruzou os braços e olhou de cima a baixo para os dois e perguntou:- Foi realmente a Dulce que chamou vocês? Vocês não influenciaram ela?Gabriel pegou o celular e
Por coincidência, depois de comprar roupas, Isabela planejava levar as duas crianças para tomar sorvete, quando encontrou Caio na porta de uma cafeteria.- Sr. M? Que coincidência. - Disse Isabela.Caio ficou um pouco surpreso ao ver ela.- Esses são seus filhos? - Perguntou ele, olhando para as duas crianças.- Rivaldo, Dulce, cumprimentem o tio. - Disse Isabela.- Olá, tio. - Cumprimentaram os dois pequenos, em uníssono.- Bons meninos. - Disse Caio, afagando a cabeça de ambos. - Que tal irmos tomar sorvete? Eu pago. - Podemos? - Perguntou Dulce, olhando para Isabela, quando ela recebeu um aceno afirmativo, sorriu e agradeceu. - Obrigada, tio.- Essa criança parece pequena, mas é bem-educada. - Elogiou Caio, não podia deixar de rir. Dizendo isso, ele entregou um cartão para Tomás, instruindo. - Tomás, leve as crianças para comprar sorvete. Tenho algo para discutir com a Srta. Felícia.- Sim, senhor. - Depois de aceitar, Tomás segurou as mãos das duas crianças, falando. - Vamos, pode
Gabriel não sabia como chegou de volta à empresa. Durante todo o trajeto, a imagem daquele homem ainda ocupava sua mente. Onde ele tinha visto ele antes? Gabriel não conseguia se lembrar. Quando Rodrigo trouxe Isabela e as crianças de volta para o Jardim Azul, após ele voltar para a empresa, já eram oito da noite. O topo do prédio estava completamente escuro, exceto pelo escritório da presidência, que ainda estava iluminado.Rodrigo percebeu que algo estava errado quando entrou.- Sr. Gabriel. - Chamou Rodrigo.Gabriel se virou para a tela do computador. - Você conhece esse homem? - Perguntou ele, com uma voz rouca e gélida.Rodrigo deu uma olhada e seus olhos se arregalaram.- Sr. Gabriel, quem é esse? - Perguntou Rodrigo, surpreso.- O homem com quem Isabela se encontrou secretamente no shopping hoje. - Respondeu Gabriel.- Ele se parece com... - Rodrigo hesitou, sem mencionar o nome do homem, continuando. - Mas é mais jovem e os traços faciais são um pouco diferentes.- Você tam
- Sra. Silva, ou você entra e fala, ou eu fecho a porta. - Disse Isabela, com a testa franzida, tornando sua voz um pouco mais fria. Ao ouvir isso, Virgínia teve que entrar depois dela. Isabela se sentou no sofá, servindo a ela um copo de água. - Sente-se.Se não fosse pelo encontro que tiveram no hospital quatro anos atrás e o fato de ambas serem mães, Isabela poderia simplesmente ignorar ela. Virgínia parecia desconfortável, seus olhos fixos nela. - Srta. Felícia, eu sei que Mariana cometeu muitos erros. Não espero que você me perdoe, só estou... - Falou Virgínia.- Já que você sabe que não pode esperar meu perdão, por que está aqui pedindo alguma coisa? - Isabela olhou para ela, rindo com frieza e continuando. - Você está esperando que eu deixe ela sair impune? - Mariana está sendo terrivelmente torturada na clínica psiquiátrica, fui visitar ela ontem... - Virgínia fungou antes de continuar. - Está magra, parece exaurida, como se estivesse à beira da morte. Não consigo suportar v
Virgínia era uma mãe sem escrúpulos, algo que Isabela percebeu quatro anos atrás. No entanto, ela não esperava que Virgínia fosse tão implacável por Mariana. Parecia que qualquer coisa que sua filha fizesse, mesmo que fosse um crime grave, era digna de perdão. Por quê? Apenas porque Isabela não tinha mais uma mãe?O barulho na sala atraiu as crianças, e Dulce, vendo Isabela chorar, correu até ela com um pedaço de papel.- Mamãe, por que você está chorando? Alguém te machucou? - Perguntou Dulce. Ela ficou nas pontas dos pés, tentando alcançar para secar as lágrimas de Isabela. - Mamãe, vou te ajudar. Vendo a filha tão compreensiva, Isabela abraçou ela.- Estou bem, Dulce, não se preocupe. - Disse Isabela. Então, ela olhou para Rivaldo, acrescentando. - Rivaldo, leve Dulce para brincar lá fora. Estou um pouco cansada e quero descansar um pouco lá em cima.Rivaldo acenou obedientemente, indo até Dulce e segurando sua mão.- Vamos, acabei de ver borboletas no jardim. Vamos perseguir
- Senhorita, siga o seu coração, vá se quiser, não vá se não quiser. - Disse Iara, apenas acariciando a cabeça dela.Após uma noite de reflexão, Isabela decidiu ir ao hospital psiquiátrico no dia seguinte. Considerava isso como colocar um ponto final naquela situação. Chegando lá, Isabela explicou o motivo de sua visita e uma enfermeira levou ela até o andar de Mariana.Mariana estava presa no sexto andar, pois ainda era uma suspeita em um caso criminal, praticamente sem liberdade, confinada em um pequeno quarto.- Srta. Felícia, estarei do lado de fora. Se precisar de algo, me chame, eu virei de imediato. - Avisou a enfermeira, abrindo a porta.Isabela assentiu com a cabeça e entrou.Quando entrou, Mariana não percebeu sua presença. Ela permaneceu imóvel no canto da cama, encolhida, o cabelo desarrumado, parecendo mais magra.- Mariana, ouvi dizer que você queria me ver. - Disse Isabela.Ao ouvir a voz, Mariana levantou a cabeça abruptamente para olhar ela. Talvez devido aos medicam
Mariana, temendo, cobriu os ouvidos e balançou a cabeça sem parar. - Não quero ouvir, pare de falar! - Gritou ela.- Está com medo? - Zombou Isabela, sorrindo com desdém. - Pensei que você não tinha medo de fantasmas, afinal, você matou tantas pessoas com tanta convicção. Como é que agora começou a ter medo? Mariana, você já contou quantas pessoas você matou? Cuidado... - Ah! Saia daqui! - Exclamou Mariana, assustada, afastando Isabela, se levantou abruptamente e gritou. - Eu não tenho medo, eu não tenho medo, eu posso matar eles, eu não tenho medo dos espíritos deles! - Se você não tem medo, por que está tão nervosa? - Questionou Isabela.- Eu... - Mariana apertou a coxa, se forçando a acalmar, mas o medo já tinha invadido seu cérebro, fazendo com que tremesse involuntariamente. De repente, ela olhou para Isabela com os olhos vermelho. - Você não está curiosa para saber se Gabriel já transou comigo? Isabela ficou atordoada por um momento, por instinto, apertando os punhos.Vendo q