Bernardo ajudou Isabela a se sentar no sofá e pegou a caixa de remédios para limpar o arranhão em seu cotovelo.- Felícia, ele é realmente seu irmão? - Perguntou Bernardo e olhou para ela.- É complicado. - Respondeu Isabela com um olhar.- Não importa o quão complicado seja, se ele é seu irmão, ele não deveria tratá-la assim, sem nenhum respeito. - Disse Bernardo com raiva. - Da próxima vez que eu o encontrar, vou dar uma surra nele!- Não! - Isabela pegou os curativos das mãos de Bernardo. - Eu mesma faço isso.- Você está zangada? - Bernardo franziu a testa. - Felícia, você sempre faz isso, guarda tudo para si mesma. Nem tudo pode ser resolvido sozinha, às vezes você pode considerar confiar nas pessoas ao seu redor.- Confiar em você? - Gabriel se aproximou e empurrou Bernardo sem cerimônia. - Você está semeando discórdia ou está realmente preocupado com Felícia?Gabriel então olhou para Isabela com ternura e disse suavemente: - Vou te ajudar a voltar para o quarto, trocar de roupa
Gabriel ficou tenso, sabia que algo havia acontecido. Caso contrário, ela não usaria esse tom de questionamento.- O que aconteceu? - Perguntou Gabriel.- Me responda, foi você? - Continuou Isabela.Vendo Isabela pressionando, Gabriel só pôde assentir com a cabeça: - Foi.- Você sabia que o Bernardo estava vindo junto e mesmo assim o chamou? Foi de propósito? - Perguntou Isabela.Gabriel franziu a testa: - Isa, você acha que eu seria esse tipo de pessoa para você?- Me responda.Gabriel a encarou e, no olhar mútuo entre os dois, acabou cedendo: - João me perguntou quando você teria alta, e eu disse a ele a data. Eu não esperava que ele viesse aqui, nem imaginava que o Bernardo viria também.Após falar, Gabriel levou a mão à testa e suspirou: - Eu já disse antes, não confio no Bernardo, então por que eu arriscaria deixar o João ser visto por ele?Ouvindo isso, Isabela relaxou um pouco e perguntou: - Cláudio está de plantão hoje?- Está.Isabela abaixou apressadamente a cabeça e com
Durante a refeição, Gabriel observava atentamente Bernardo, que continuava a servir Isabela e as duas crianças com um sorriso e gestos de agrado estampados em seu rosto.No entanto, era exatamente essa atitude de agrado e sorriso que deixava Gabriel inquieto. Esse Bernardo certamente tinha algum plano obscuro, definitivamente não era tão simples apenas estar interessado em conquistar Isa.Mas Gabriel também sabia que, por mais que dissesse algo agora, Isabela provavelmente não acreditaria nele. Era necessário encontrar provas.Percebendo o olhar de Gabriel, Bernardo lhe serviu uma porção de legumes: - Gabriel, por que você está me encarando? Tem algo no meu rosto ou você está se interessando por homens?Gabriel desviou o olhar e empurrou os vegetais para o lado do prato: - Eu não gosto de comer legumes.Bernardo novamente lhe ofereceu uma garfada: - Legumes são bons, é importante ter uma dieta equilibrada. Não fique pensando apenas em carne, isso pode levar a hipertensão, colesterol
Isabela falou muito, e João passou da resistência inicial para ouvir atentamente.Claro, apenas ouvir.- Irmã, você disse tudo isso para provar a importância do Pedro para você? - João lambeu os lábios ressecados e se virou para ela. - E eu? Minha sobrinha Dulce chama o outro de tio, mas para mim sou um estranho, Isabela, isso não é justo. Eu sei, você vai dizer que está me protegendo, mas e agora? Enquanto você não voltar a ser Isabela, nunca poderei chamá-lo de irmã legitimamente.Dizendo isso, os olhos de João ficaram avermelhados: - Isabela, sinto que novamente fui abandonado por você.- João, não consigo mais ser a Isabela novamente. - Isabela franziu a testa, segurando as lágrimas. - Você não se esqueça de que Isabela é uma assassina, não posso permitir que falem mal de você e Dulce, você entende?João olhou para ela por um tempo, se levantou, se virou e enxugou as lágrimas, então disse friamente: - Eu entendo tudo o que você disse, mas você não entende o que estou dizendo.Dit
Depois disso, Isabela descansou em casa por dois dias e decidiu aproveitar o bom tempo para levar as duas crianças para comprar roupas e brinquedos.Para sua surpresa, ao abrir a porta, viu Bernardo e Gabriel parados como dois seguranças na entrada.- Vocês... O que estão fazendo aqui? - Perguntou Isabela.Antes que os dois pudessem responder, Dulce agarrou animadamente as mãos deles e disse: - Mamãe, eu chamei eles. Eu também chamei o tio André, mas ele disse que não podia vir.Isabela ficou sem palavras.Rivaldo percebeu que algo estava errado e rapidamente foi até Dulce, segurando a mão dela:- Dulce, você tem sujeira na boca, vamos entrar e lavar o rosto.Dulce continuou andando e tocando o rosto:- Não tem nada, mamãe acabou de me lavar.- Eu estou dizendo que tem. - Afirmou Rivaldo.Quando as crianças saíram, Isabela cruzou os braços e olhou de cima a baixo para os dois e perguntou:- Foi realmente a Dulce que chamou vocês? Vocês não influenciaram ela?Gabriel pegou o celular e
Por coincidência, depois de comprar roupas, Isabela planejava levar as duas crianças para tomar sorvete, quando encontrou Caio na porta de uma cafeteria.- Sr. M? Que coincidência. - Disse Isabela.Caio ficou um pouco surpreso ao ver ela.- Esses são seus filhos? - Perguntou ele, olhando para as duas crianças.- Rivaldo, Dulce, cumprimentem o tio. - Disse Isabela.- Olá, tio. - Cumprimentaram os dois pequenos, em uníssono.- Bons meninos. - Disse Caio, afagando a cabeça de ambos. - Que tal irmos tomar sorvete? Eu pago. - Podemos? - Perguntou Dulce, olhando para Isabela, quando ela recebeu um aceno afirmativo, sorriu e agradeceu. - Obrigada, tio.- Essa criança parece pequena, mas é bem-educada. - Elogiou Caio, não podia deixar de rir. Dizendo isso, ele entregou um cartão para Tomás, instruindo. - Tomás, leve as crianças para comprar sorvete. Tenho algo para discutir com a Srta. Felícia.- Sim, senhor. - Depois de aceitar, Tomás segurou as mãos das duas crianças, falando. - Vamos, pode
Gabriel não sabia como chegou de volta à empresa. Durante todo o trajeto, a imagem daquele homem ainda ocupava sua mente. Onde ele tinha visto ele antes? Gabriel não conseguia se lembrar. Quando Rodrigo trouxe Isabela e as crianças de volta para o Jardim Azul, após ele voltar para a empresa, já eram oito da noite. O topo do prédio estava completamente escuro, exceto pelo escritório da presidência, que ainda estava iluminado.Rodrigo percebeu que algo estava errado quando entrou.- Sr. Gabriel. - Chamou Rodrigo.Gabriel se virou para a tela do computador. - Você conhece esse homem? - Perguntou ele, com uma voz rouca e gélida.Rodrigo deu uma olhada e seus olhos se arregalaram.- Sr. Gabriel, quem é esse? - Perguntou Rodrigo, surpreso.- O homem com quem Isabela se encontrou secretamente no shopping hoje. - Respondeu Gabriel.- Ele se parece com... - Rodrigo hesitou, sem mencionar o nome do homem, continuando. - Mas é mais jovem e os traços faciais são um pouco diferentes.- Você tam
- Sra. Silva, ou você entra e fala, ou eu fecho a porta. - Disse Isabela, com a testa franzida, tornando sua voz um pouco mais fria. Ao ouvir isso, Virgínia teve que entrar depois dela. Isabela se sentou no sofá, servindo a ela um copo de água. - Sente-se.Se não fosse pelo encontro que tiveram no hospital quatro anos atrás e o fato de ambas serem mães, Isabela poderia simplesmente ignorar ela. Virgínia parecia desconfortável, seus olhos fixos nela. - Srta. Felícia, eu sei que Mariana cometeu muitos erros. Não espero que você me perdoe, só estou... - Falou Virgínia.- Já que você sabe que não pode esperar meu perdão, por que está aqui pedindo alguma coisa? - Isabela olhou para ela, rindo com frieza e continuando. - Você está esperando que eu deixe ela sair impune? - Mariana está sendo terrivelmente torturada na clínica psiquiátrica, fui visitar ela ontem... - Virgínia fungou antes de continuar. - Está magra, parece exaurida, como se estivesse à beira da morte. Não consigo suportar v