Isabela não era alguém que gostava de expressar suas emoções. Na maioria das vezes, ela guardava tudo para si, tentando suportar tudo sozinha.Mas dessa vez, ela simplesmente explodiu. André sabia que Mariana havia tocado em sua ferida mais profunda, trazendo à tona sua raiva.- Cláudio, como estão Dulce e Rivaldo? - Perguntou André.- Ainda estão desacordados. Se levarmos eles mais tarde, pode ser tarde demais para salvar eles. - Respondeu Cláudio.- E o Pedro? - Perguntou ele, suspirando.- Também não acordou. Parece que terá que ficar no hospital por um mês. - Explicou Cláudio, se virando para ele, e continuou. - Eu não sei o que aconteceu entre você e a Isa, mas neste período ela está realmente exausta. Tente cuidar bem dela e não cause mais problemas. - Ela concordou com o divórcio. - Revelou André.- O quê? Você realmente traiu ela? - Questionou Cláudio.- Não, é por causa do que aconteceu com Mônica há quatro anos. - Respondeu André, balançando com desânimo a cabeça.Cláudio
Após o alvoroço causado por Mariana, Virgínia foi direto ao encontro de Cláudio com um advogado.- Dr. Cláudio, minha filha teve complicações durante a cirurgia. Vocês precisam me dar uma explicação. - Disse Virgínia.Cláudio já estava preparado e apresentou todos os documentos.- Estes são todos os detalhes do tratamento de Mariana. Sra. Silva, dê uma olhada. O restante, discutiremos quando meu advogado estiver presente. - Respondeu Cláudio.Virgínia pegou os papéis e bateu na mesa. - Cláudio, o que você quer dizer com isso? Vocês têm um hospital tão grande e falta sangue no banco? - Questionou Virgínia. - Sra. Silva, você deve saber que sua filha tem sangue tipo raro? - Retrucou Cláudio.- E daí? - Disse Virgínia, perplexa.- Sangue raro, como o nome sugere, é extremamente raro. Nossa reserva de sangue é variada, mas sangue raro é sempre insuficiente. Seguimos o procedimento padrão, solicitando bolsas de sangue do hospital mais próximo. Este é o nosso procedimento e é a maneira mai
- Isa... Felícia? - Chamou Virgínia, com voz trêmula. - Tudo isso... - Tudo isso foi enviado pela Mariana. Minha filha e meu filho foram pegos por ela, colocados em um barril de ferro e enterrados em uma fazenda nos arredores. Eu... - Revelou Isabela, ao relembrar aqueles eventos, Isabela sentiu um aperto no peito, franzindo a testa e segurando as lágrimas, continuou. - Eu quase perdi meus dois filhos. Sra. Silva, eu ouvi dizer que você já experimentou a dor de perder uma criança, você deveria entender, não é mesmo? Um tremor passou pelos cantos da boca de Virgínia. Ela queria pedir para Isabela poupar Mariana, mas as palavras não saíam.Como ela poderia ousar exigir justiça para sua filha? Isso era a retribuição!Se ela não tivesse trancado as duas crianças em um barril, como poderia enfrentar tal retaliação?Mas... Era a única filha dela. Como ela poderia não se sentir angustiada?Isabela fungou e limpou as lágrimas.- No entanto, pode ficar tranquila, eu não vou chamar a polícia p
Isabela parou por um momento, sem se virar. - Vamos falar sobre isso depois. - Disse ela.- Isa. - Chamou André.André segurou com firmeza os apoios da cadeira de rodas, com as palmas das mãos suando frio. Ele ansiava que ela detivesse ele, que ela fosse como antes.No entanto...- André, você disse agora pouco que Sílvio queria se divorciar da Mariana, né? - Isabela se virou para olhar ele, continuando. - Se vocês dois se divorciarem neste momento, as ações do Grupo Almeida certamente despencarão. Quando você assumir como CEO, será um grande problema, sem nenhuma credibilidade. Espere até que você consolide a posição, então podemos conversar sobre isso. Não há pressa. - Isa, aquilo não aconteceu como você pensa. Eu não forcei a Mônica a se matar. - Explicou André.Isabela apertou os lábios, sorriu com um toque de resignação. - André, mesmo que Mônica tenha se matado por minha causa, eu não conseguiria aceitar. - Disse ela.Ela sabia que tudo o que André fazia era por ela. Contudo,
- Estou bem. – Respondeu Isabela, soltando a mão dele, se levantou e apontou para a sopa. - Já que você veio, beba a sopa como um lanche. - Isso não é uma boa ideia... – Falou Valentino.- Se eu disser para beber, você bebe. Não enrole tanto, ou vou te demitir, entendeu? – Ameaçou Isabela.- Não, não faça isso. - Valentino rapidamente se rendeu. - Ainda dependo desse emprego para pagar minha faculdade, não posso me dar ao luxo de perder. - Então beba. – Ordenou Isabela.Com a brincadeira de Iara e Valentino, Isabela sabia que, se não fosse embora agora, os dois continuariam tagarelando como se fossem um monge. Ela pegou a Geleia Real, deu um gole e limpou a boca. - Está bem, já que você veio, eu vou indo, mas não faça disso um precedente, entendeu? – Disse Isabela.- Entendi! – Respondeu Valentino.- Tia Iara, venha comigo. – Disse Isabela.- Não, senhorita. – Recusou Iara, balançando a cabeça. – Eles ficam em dois quartos, ambos precisam de alguém. - Tia Iara, você estava me acons
A porta destruída da casa foi subitamente chutada por alguém, e uma silhueta alta se posicionou na entrada, varrendo com um olhar gélido e sombrio o grupo de homens que estavam se despindo.- Procurando a morte?! Como ousam estragar nosso momento!Alguns, sem se preocupar em se vestir, já haviam pegado cacetetes próximos e avançaram para o confronto.O homem que estava sobre Isabela xingou duramente e também se levantou para se juntar à luta.Isabela finalmente pôde respirar, confusa, abriu os olhos para ver quem chegou, e ao ver aquele rosto familiar, seu coração tremeu levemente.Era ele?Gabriel, que já tinha aprendido a lutar, lidou facilmente com alguns arruaceiros e em pouco tempo deixou todos os seis homens no chão.Ele rapidamente tirou o casaco para cobrir Isabela, a abraçou gentilmente, olhando para ela com uma mistura de carinho e culpa, segurando a raiva, dizendo suavemente: - Não tenha medo, eu vim te salvar, está tudo bem.Por algum motivo, ao sentir o aroma familiar e o
Mariana estava dormindo quando, subitamente, em seu sono, alguém a agarrou pelo pescoço, fazendo suas bochechas se avermelharem e dificultando sua respiração.Ela batia nas mãos de Gabriel: - Você... Solte primeiro...- Mariana, eu pergunto novamente, foi você?- Eu... Não sei... O que você... - Mariana, sufocada, revirava os olhos. - Está falando... Do quê...- Mariana, você acha que eu não teria coragem de te matar?- Você... Não pode!Mariana pensava que ainda tinha um trunfo nas mãos, olhando para Gabriel sem nenhuma intenção de admitir.Gabriel, claro, não iria realmente matá-la ali, então finalmente soltou a mão.- Você está pensando demais. Se eu descobrir que foi você quem mandou alguém atacar Felícia, vou fazer você desejar estar morta.Ele sabia que se Mariana morresse, seria fácil demais para ela.Além disso, ele também sabia que Isabela queria que Mariana sofresse mais do que a morte!Portanto, ele definitivamente a ajudaria.Mariana tossiu violentamente por um tempo, obse
A família Silva conseguiu se equiparar ao Grupo Almeida da noite para o dia, graças ao apoio do Sr. Félix nos bastidores.E Mariana devia tudo o que tinha hoje a ele, aquele homem que ela nunca viu, mas que comandava tudo com uma mão.Em outras palavras, sem o Sr. Félix, ela e a família Silva não seriam nada.Por isso, ela não podia desagradar o Sr. Félix e definitivamente não queria se tornar descartável para ele.Mas...Por que o Sr. Félix ligaria especialmente por causa da Felícia?Mariana estava inquieta e não conseguia se acalmar.Ainda assim, ela não estava satisfeita.Ver o rosto de Felícia, idêntico ao de Isabela, já era suficientemente repugnante, e o fato de ela estar sempre atrapalhando seus planos a irritava ainda mais.Não, mesmo que o Sr. Félix tivesse falado, ela teria que fazer algo.O Sr. Félix não queria André e Gabriel em conflito?Se a morte de Felícia fosse atribuída a um deles, isso não resolveria?Mas... E quanto a Sílvio Almeida?Ela não queria abrir mão do títu