Cláudio, impotente, baixou as mãos, encostou-se à parede e deslizou para o chão. Ele sabia muito bem que Isabela estava certa. Mas a sensação de ressentimento que ele estava segurando explodia de tempos em tempos, deixando-o sem fôlego. Isabela sentou ao seu lado, acariciando suavemente suas costas para acalmá-lo. - Acredite em mim, em breve, poderemos vingá-los. Cláudio cobriu o rosto: - Isa, eu não posso... Eu não posso ser tão inútil novamente. Quatro anos atrás, não consegui proteger Sofia, e agora não posso ficar de braços cruzados enquanto Mariana mata Carina.- Eu sei, eu nunca esqueci sobre a vingança de Sofia!Para Isabela, Mariana nunca deveria morrer. Ela queria fazê-la perder tudo o que lhe importava e, em seguida, torturá-la lentamente. Só ferindo o coração dela, fazendo-a desejar estar morta, Isabela sentiria que havia se vingado.Uma hora depois, as luzes da sala de cirurgia finalmente se apagaram, o médico se aproximou e disse: - A paciente está fora de perigo,
Isabela alterou levemente sua expressão, encarando o homem sem proferir uma única palavra.Gabriel perguntou de forma provocativa: - Você não quer saber o que você disse no meu sonho?- E o que eu disse?- Você afirmou que, ao longo desses anos, na verdade, nunca me esqueceu, que ainda me ama. Só não consegue deixar para trás as coisas do passado, então...Antes que Gabriel pudesse concluir, Isabela levantou-se e o encarou friamente: - Parece que você se recuperou bem. Não vou mais fazer companhia a você. Deixe o médico cuidar de você.Dito isso, ela virou as costas e dirigiu-se para fora.Ao se aproximar da porta, Gabriel a chamou subitamente: - Isa, ainda tenho algo para dizer.No entanto, Isabela não parou, continuando a andar sem olhar para trás.- Se eu disser que sou o Sr. M, você ficaria?Ao ouvir essas palavras do lado de fora da porta, o corpo de Isabela ficou rígido, imóvel no lugar.Após um momento, ela virou-se e foi até a porta, encarando o homem na cama: - Você é o Sr
Durante toda a refeição, Isabela comeu distraída, sua mente repetidamente ponderando sobre as semelhanças entre Gabriel e o Sr. M. No entanto, ela ainda se recusava a acreditar que o Sr. M fosse Gabriel. Isso seria um golpe muito grande para ela.Após a refeição, ela levou Rivaldo para dar uma volta no quintal. Agachou-se para ajudar Rivaldo a arrumar suas roupas e disse: - Rivaldo, a madrinha quer se desculpar. Deveria ter te avisado antes de sair ontem à noite, para não te preocupar. Desculpe.- Alguma coisa aconteceu?- A prima do seu tio Cláudio teve alguns problemas, então eu estava ocupada cuidando dela e levando ela para o hospital, atrasando o dia inteiro.- E agora? Tia Carina está bem?Isabela assentiu: - Agora já passou o período crítico, mas precisamos ver como será a recuperação dela. Você também, a madrinha espera que você se recupere logo, não quer ver mais você sofrendo.Enquanto falava, ela acariciou o rosto de Rivaldo e sorriu.Rivaldo assentiu: - Madrinha, você
Nada foi encontrado...Isabela sentia uma dor de cabeça intensa; muitas coisas, que antes pareciam claras, agora estavam se tornando cada vez mais confusas.Ela lançou um olhar para Rivaldo, que dormia profundamente na cama, e abaixou a voz: - Pedro, você se lembra... Se lembra do George?- George?Pedro ficou em silêncio por um momento e, finalmente, um tanto confuso, disse: - George é quem?- O falecido marido da Mônica.Ao ouvir isso, Pedro finalmente se lembrou: - Ah, George, eu me lembro agora. O que aconteceu com ele? Ele não voltou dos mortos, né?Isabela assentiu: - Exatamente.Pedro ficou um pouco sem palavras.- Irmã, não me assuste. Estamos na era moderna, como isso seria possível? Você não está confundindo as coisas, está?- Como eu poderia estar enganada? Ele sequestrou o Rivaldo, feriu o Gabriel e, no final, eu o matei com minhas próprias mãos.Pedro ficou sem palavras.Não sabia o por quê, mas ele achou que o que Isabela estava dizendo era mais assustador do que Geor
Isabela hesitou por um momento ao segurar a sopa, depois a colocou de volta, abriu a tampa e despejou uma tigela para Carina, só então perguntou: - Por quê?Carina pegou a sopa, baixou a cabeça e riu ironicamente: - Porque eu estava com inveja. - Dizendo isso, ela deu um grande gole na sopa. - A sopa está deliciosa, obrigada.Isabela não entendia o que ela queria dizer com “inveja”, mas não podia perguntar diretamente, então só podia olhar para ela, perplexa.Vendo isso, Carina levantou a cabeça, arrumou o cabelo: - A inveja realmente pode mudar completamente uma pessoa, faz esquecer a racionalidade, esquecer a moralidade e até... Esquecer a identidade...Em seguida, ela olhou para Isabela, sorrindo: - Felícia, eu me apaixonei por Cláudio. Comecei a gostar dele quando tinha quinze anos, agora são mais de dez anos, eu acho.- Vocês... Não são primos? - Isabela ficou surpresa, olhando para ela com incredulidade e choque, pensou que tinha ouvido errado.Ela foi verdadeiramente surpree
- Depois que Mariana e o Sr. Sílvio se casaram, eu sabia de muitas coisas, mas não revelei. Afinal, eu também era cúmplice, então recebi minha punição. Realmente, não devemos praticar ações negativas. - Ela concluiu, rindo um pouco amargamente.Isabela olhou para ela como se visse seu próprio passado, também propensa à autocondenação. Então, ela consolou: - Não fale assim. Afinal, não foi você quem fez coisas ruins, e isso é compreensível.Carina ficou surpresa por um momento, depois riu friamente: - Na verdade, conheci Mariana no exterior naquela época... Ela realmente não parecia uma má pessoa, era até amigável. Eu pensava que poderia ficar na Cidade S, ficar perto de Cláudio, e... Eu era ingênua e burra por minha própria conta. Mesmo com tantos escândalos sobre ela, eu simplesmente não acreditava. - Ela passou a língua pelos lábios, expressando autodepreciação.- E agora, você a odeia?Carina balançou a cabeça: - Não a odeio. Na verdade, devo agradecê-la.Isabela franziu levement
Ao sair do elevador, Isabela percebeu uma atmosfera sombria e instintivamente abraçou os próprios braços.- Chegamos. O senhor está esperando por você lá dentro. - Disse Rodrigo.Isabela ergueu casualmente os olhos e, ao vê-lo, congelou instantaneamente.Isso era... Uma sala de necropsia?Por que Gabriel a trouxe para a sala de necropsia?Ele estava morto, ou ele queria que ela morresse?Rodrigo a ajudou a empurrar a porta, revelando Gabriel vestido como um paciente, acenando para ela: - Entre.Isabela ficou sem palavras.Ela respirou fundo e entrou.Ao entrar, Gabriel estendeu a mão, puxou um freezer e abriu casualmente o pano branco.Isabela sentiu sua respiração parar por um momento, todo o seu corpo tremendo. Ela exclamou: - Gabriel, você está doente? Que perversão é essa!- Olhe com atenção.Isabela cobriu o rosto e não ousou olhar, balançando a cabeça: - Você ficou louco, me chamando para a sala de necropsia para ver um cadáver!Vendo-a assim, Gabriel se aproximou lentamente,
Isabela saiu e encontrou Cláudio trazendo Rivaldo consigo.- Madrinha. - Rivaldo correu até ela e segurou sua mão.- Como foi? Você contou tudo para o tio Cláudio? - Perguntou Isabela.Rivaldo assentiu com a cabeça: - O tio Cláudio me perguntou algo, e eu disse a verdade, sem mentiras ou omissões.Era evidente que Rivaldo estava se sentindo melhor depois de conversar com Cláudio.Isabela finalmente se sentiu um pouco mais aliviada e sorriu para Cláudio: - Obrigada.- Traga-o amanhã novamente, eu vou dedicar uma ou duas horas todas as manhãs para orientá-lo. Depois de uma ou duas semanas, podemos reduzir a frequência. - Disse Cláudio.- Certo, vamos jantar na minha casa? - Perguntou ela.Cláudio verificou as horas levantando a mão: - Ótimo, acabei de terminar o trabalho.- A tia Iara fez sopa e preparou muitos pratos de carne, para te dar um reforço. - Disse ela.- E o Gabriel, como está? - Perguntou Cláudio.- Ele está bem. - Respondeu ela.Cláudio sorriu: - Você ainda tem tanta an