Isabela pensou em pegar o celular para tirar uma foto, mas enquanto procurava na bolsa, os carros atrás dela começaram a buzinar sem paciência, pois o sinal ficou verde.Era um grande cruzamento e para evitar congestionamentos, ela teve que desistir de tirar a foto e dirigir para longe.De volta à Vila da Nuvem, ela ligou para Pedro.- Tudo certo?- Felícia, está tudo pronto. Você pode ligar o computador? Podemos testar agora.- Está bem, espere um momento.Isabela voltou para o quarto e ligou o computador. - Está ligado.- Ótimo, vou começar a operação remota.Em pouco tempo, uma imagem apareceu na área de trabalho, mostrando o Botequim Maluco, quarto 216.- Felícia, está feito. Às oito da noite, prepare-se para assistir ao espetáculo.Isabela disse com um sorriso: - Você acha que estou planejando assistir ao vivo?Pedro parecia ter pensado em algo e disse:- É melhor não assistir ao vivo, mas fique tranquila. Todas as câmeras estão conectadas à nuvem, com criptografia. Ninguém pode
Misterioso? Gabriel? Ou outra pessoa?Após o reencontro, Isabela percebia que Gabriel não mencionou Juliana. O que ele realmente sabia?- Felícia?Pedro não recebeu resposta e insistiu. - Felícia, fique tranquila. Eu continuarei investigando. A questão de Sofia não pode ser deixada de lado. Eu garanto que Juliana esconde um grande segredo.Isabela, recobrando a compostura, concordou: - Certo, não se preocupe com o vídeo. Deixe-o como está e veremos à noite.- Sim, sem problemas.Após desligar, Isabela suspirou de alívio. Quem conseguiria manter Juliana escondida por quatro anos?E o mais estranho, se ela podia ser tão bem ocultada, por que sempre deixava pistas para ser encontrada?De propósito?Quem poderia ser?Após refletir, ela decidiu ligar para Gabriel.Quando ela chamou, Gabriel estava em uma reunião, planejando desligar o celular, mas ao ver a ligação de Isabela, seu semblante mudou.- Continuem sem mim, vou atender a ligação.Ele pegou o celular, controlando sua expressão
Às oito da noite, Dalila chegou a tempo ao Botequim Maluco e entrou no quarto 216. Cinco minutos depois, Sílvio entrou também. No início, os dois apenas conversavam no sofá, mas à medida que as bebidas aumentavam, eles se aproximavam mais, acabando abraçados.Isabela, não querendo ver mais, fechou o laptop, dirigiu-se ao terraço. A noite de outono era mais fresca que o dia, mas a fragrância das flores de louro no vento ainda era encantadora.Olhando para o céu noturno, Isabela fechou os olhos, rezando em silêncio para que tudo acabasse logo e Dulce voltasse para ela....Dois dias depois, ao entregar comida para André, Isabela viu Mariana saindo do elevador e esbarrando com Dalila. Seja pelo novo cargo ou pela intimidade crescente com Sílvio, Dalila não mostrou medo pela primeira vez diante de Mariana, encarando-a desafiadoramente.Era natural Mariana não suportar aquele olhar intenso e as duas ficaram em um impasse.Vendo as duas discutindo, Isabela sentiu uma estranha satisfação.
Embora Isabela tivesse algumas dúvidas, ela concordou em se encontrar com Sr. M. Quando André voltou, ela compartilhou a notícia com ele, tentando acalmá-lo. André franziu a testa, olhando para ela com preocupação e perguntando:- Isa, mesmo que ele tenha te ajudado várias vezes, sempre se escondendo, não acha que pode ser uma armadilha?Isabela colocou a comida na mesa, dizendo:- Não acredito. Na verdade já o vi antes, só não vi seu rosto. - Estou preocupado com você. - André segurou a mão dela, puxando-a para mais perto: - Isa, estou preocupando com você. Sabemos que ainda temos inimigos e receio que ele esteja apenas se disfarçando.- Entendo sua preocupação, mas acredite em mim, não acontecerá nada. Se você estiver inseguro, pode deixar Reginaldo me acompanhar?André sabia que sem evidências, suas preocupações não seriam ouvidas. Ele apenas balançou a cabeça, impotente.- Está bem, deixe Reginaldo te levar.Ele tirou uma pulseira de uma gaveta. - Esta pulseira tem um rastreado
Isabela estava perplexa diante da incerteza das intenções do Sr. M, olhando para Tomás em busca de respostas.- O que o senhor quer dizer, afinal? - O senhor sabe que Mariana não tem sido gentil com você, então ele te oferece uma oportunidade de descontar isso. Como fazer é decisão sua, mas o senhor garante sua proteção, garantindo que ninguém saberá que está envolvida e que ninguém te prejudicará. - Explicou Tomás.Essas palavras fizeram o coração de Isabela tremer. O Sr. M sempre conseguia transmitir uma sensação reconfortante para ela.Enquanto as imagens e o som no vídeo ficavam mais ambíguos, Isabela, incapaz de continuar assistindo, silenciou o som e foi para a varanda, ponderando sobre o que fazer.Sem saber que tipo de destino ela estava tramando, era difícil expressar em palavras ao assistir a aquelas transmissões todos os dias.Entretanto, Sílvio e Mariana, o casal falso, pareciam se encaixar perfeitamente. Homem infiel e mulher ardilosa...No meio de suas indecisões, o cel
Ao ouvir a voz, Isabela levantou os olhos e viu aquele rosto familiar, exibindo uma expressão de desconfiança.- Gabriel? O que você está fazendo aqui?- Visitando um cliente.- Ok.Após a resposta, Isabela se preparava para ir embora.Gabriel a interceptou. - E você? O que veio fazer aqui?- Encontrar alguém.- Quem? Um homem ou uma mulher?Diante das perguntas de Gabriel, Isabela franziu a testa.- O que é da sua conta? Por que tantas perguntas?- Estou preocupado com você.Observando-o, Isabela não pôde deixar de fazer um sorriso irônico: - O Grupo Amaral não tem negócios agora? Você está tão ocioso.Antes, quando ela queria que ele se importasse e se preocupasse, onde ele estava?Agora, ela não precisava disso, mas ele apareceu aqui falando sobre preocupações?Realmente era hilário.Ao ver Isabela prestes a sair, Gabriel segurou seu pulso e disse: - Está livre? Vamos jantar juntos?Antes que Isabela pudesse responder, ele começou a falar por conta própria: - Que tal comida bra
- Eu só queria ter um jantar privado com você agora e você me chama de autoritário...Os dedos longos de Gabriel levantaram o queixo dela, sua voz profunda tingida com um sorriso zombeteiro. - Eu realmente sou tão insuportável?- Gabriel, eu não sou sua propriedade. Com quem eu me caso, onde moro, com quem me encontro e com quem durmo não é da sua conta, não é?Isabela não foi convencida por ele, apenas disse com um sorriso frio: - Há quatro anos, eu te dei muitas chances. Se você apenas dissesse que confiava em mim, estaria disposta a deixar o passado para trás. Mas o que você fez? Você acha que foi generoso comigo, que está sendo bom agora, mas na realidade? Eu disse, Gabriel, você nunca aprendeu a respeitar!- Isabela!Gabriel rosnou chamando pelo nome dela: - Você acredita que eu posso acabar com você agora?- Se você fizer isso, eu juro, nunca mais vou dizer uma palavra para você nesta vida! E você não verá Dulce!Isabela apertou os dentes, sem parecer assustada.Vendo isso, Gab
Gabriel não conseguiu contestar aquelas palavras. Afinal, ele acreditava na existência da retribuição. Sorriu amargamente e falou rouco: - Você está certa.Isabela, sem entender o que ele estava planejando, empurrou seu peito e questionou: - Gabriel, é agradável que os outros desconfiem de você? Ele a soltou, recostou-se novamente na cadeira, fechou os olhos e permaneceu em silêncio por um momento antes de dizer: - Isa, se você está buscando vingança contra mim, posso dizer que você conseguiu. - Cobriu o peito com a mão. - Aqui, dói, uma dor ardente.Em seguida, abriu os olhos e encarou-a: - Então, não consigo desistir, nem consigo esquecer.Isabela permaneceu encolhida no canto, observando-o em silêncio, sem mostrar emoção em seu rosto, como se essas palavras não tivessem relação com ela. Essa indiferença fez o coração de Gabriel doer novamente.Isabela riu friamente: - Vingança... Eu realmente queria me vingar de você. Mesmo que tenha te apunhalado há quatro anos, ainda não