Às oito da noite, Dalila chegou a tempo ao Botequim Maluco e entrou no quarto 216. Cinco minutos depois, Sílvio entrou também. No início, os dois apenas conversavam no sofá, mas à medida que as bebidas aumentavam, eles se aproximavam mais, acabando abraçados.Isabela, não querendo ver mais, fechou o laptop, dirigiu-se ao terraço. A noite de outono era mais fresca que o dia, mas a fragrância das flores de louro no vento ainda era encantadora.Olhando para o céu noturno, Isabela fechou os olhos, rezando em silêncio para que tudo acabasse logo e Dulce voltasse para ela....Dois dias depois, ao entregar comida para André, Isabela viu Mariana saindo do elevador e esbarrando com Dalila. Seja pelo novo cargo ou pela intimidade crescente com Sílvio, Dalila não mostrou medo pela primeira vez diante de Mariana, encarando-a desafiadoramente.Era natural Mariana não suportar aquele olhar intenso e as duas ficaram em um impasse.Vendo as duas discutindo, Isabela sentiu uma estranha satisfação.
Embora Isabela tivesse algumas dúvidas, ela concordou em se encontrar com Sr. M. Quando André voltou, ela compartilhou a notícia com ele, tentando acalmá-lo. André franziu a testa, olhando para ela com preocupação e perguntando:- Isa, mesmo que ele tenha te ajudado várias vezes, sempre se escondendo, não acha que pode ser uma armadilha?Isabela colocou a comida na mesa, dizendo:- Não acredito. Na verdade já o vi antes, só não vi seu rosto. - Estou preocupado com você. - André segurou a mão dela, puxando-a para mais perto: - Isa, estou preocupando com você. Sabemos que ainda temos inimigos e receio que ele esteja apenas se disfarçando.- Entendo sua preocupação, mas acredite em mim, não acontecerá nada. Se você estiver inseguro, pode deixar Reginaldo me acompanhar?André sabia que sem evidências, suas preocupações não seriam ouvidas. Ele apenas balançou a cabeça, impotente.- Está bem, deixe Reginaldo te levar.Ele tirou uma pulseira de uma gaveta. - Esta pulseira tem um rastreado
Isabela estava perplexa diante da incerteza das intenções do Sr. M, olhando para Tomás em busca de respostas.- O que o senhor quer dizer, afinal? - O senhor sabe que Mariana não tem sido gentil com você, então ele te oferece uma oportunidade de descontar isso. Como fazer é decisão sua, mas o senhor garante sua proteção, garantindo que ninguém saberá que está envolvida e que ninguém te prejudicará. - Explicou Tomás.Essas palavras fizeram o coração de Isabela tremer. O Sr. M sempre conseguia transmitir uma sensação reconfortante para ela.Enquanto as imagens e o som no vídeo ficavam mais ambíguos, Isabela, incapaz de continuar assistindo, silenciou o som e foi para a varanda, ponderando sobre o que fazer.Sem saber que tipo de destino ela estava tramando, era difícil expressar em palavras ao assistir a aquelas transmissões todos os dias.Entretanto, Sílvio e Mariana, o casal falso, pareciam se encaixar perfeitamente. Homem infiel e mulher ardilosa...No meio de suas indecisões, o cel
Ao ouvir a voz, Isabela levantou os olhos e viu aquele rosto familiar, exibindo uma expressão de desconfiança.- Gabriel? O que você está fazendo aqui?- Visitando um cliente.- Ok.Após a resposta, Isabela se preparava para ir embora.Gabriel a interceptou. - E você? O que veio fazer aqui?- Encontrar alguém.- Quem? Um homem ou uma mulher?Diante das perguntas de Gabriel, Isabela franziu a testa.- O que é da sua conta? Por que tantas perguntas?- Estou preocupado com você.Observando-o, Isabela não pôde deixar de fazer um sorriso irônico: - O Grupo Amaral não tem negócios agora? Você está tão ocioso.Antes, quando ela queria que ele se importasse e se preocupasse, onde ele estava?Agora, ela não precisava disso, mas ele apareceu aqui falando sobre preocupações?Realmente era hilário.Ao ver Isabela prestes a sair, Gabriel segurou seu pulso e disse: - Está livre? Vamos jantar juntos?Antes que Isabela pudesse responder, ele começou a falar por conta própria: - Que tal comida bra
- Eu só queria ter um jantar privado com você agora e você me chama de autoritário...Os dedos longos de Gabriel levantaram o queixo dela, sua voz profunda tingida com um sorriso zombeteiro. - Eu realmente sou tão insuportável?- Gabriel, eu não sou sua propriedade. Com quem eu me caso, onde moro, com quem me encontro e com quem durmo não é da sua conta, não é?Isabela não foi convencida por ele, apenas disse com um sorriso frio: - Há quatro anos, eu te dei muitas chances. Se você apenas dissesse que confiava em mim, estaria disposta a deixar o passado para trás. Mas o que você fez? Você acha que foi generoso comigo, que está sendo bom agora, mas na realidade? Eu disse, Gabriel, você nunca aprendeu a respeitar!- Isabela!Gabriel rosnou chamando pelo nome dela: - Você acredita que eu posso acabar com você agora?- Se você fizer isso, eu juro, nunca mais vou dizer uma palavra para você nesta vida! E você não verá Dulce!Isabela apertou os dentes, sem parecer assustada.Vendo isso, Gab
Gabriel não conseguiu contestar aquelas palavras. Afinal, ele acreditava na existência da retribuição. Sorriu amargamente e falou rouco: - Você está certa.Isabela, sem entender o que ele estava planejando, empurrou seu peito e questionou: - Gabriel, é agradável que os outros desconfiem de você? Ele a soltou, recostou-se novamente na cadeira, fechou os olhos e permaneceu em silêncio por um momento antes de dizer: - Isa, se você está buscando vingança contra mim, posso dizer que você conseguiu. - Cobriu o peito com a mão. - Aqui, dói, uma dor ardente.Em seguida, abriu os olhos e encarou-a: - Então, não consigo desistir, nem consigo esquecer.Isabela permaneceu encolhida no canto, observando-o em silêncio, sem mostrar emoção em seu rosto, como se essas palavras não tivessem relação com ela. Essa indiferença fez o coração de Gabriel doer novamente.Isabela riu friamente: - Vingança... Eu realmente queria me vingar de você. Mesmo que tenha te apunhalado há quatro anos, ainda não
- Você já sabia? Trouxe-me aqui de propósito? - Isabela perguntou a Gabriel, virando-se.- Adivinhe?- Gabriel, eu não gosto de adivinhar.Gabriel riu baixo sem dizer nada, voltou para a mesa e serviu um copo de água para ela: - Está com sede, beba um pouco de água.Isabela não pensou muito, pegou o copo e o bebeu de um gole. De repente, franziu a testa, cheirou o copo e disse friamente: - Que gosto é esse?- É uma bebida de frutas pura.Isabela não tinha ânimo para discutir com ele sobre que tipo de água era aquela. Colocou o copo de lado e disse com frieza: - Você realmente me trouxe aqui apenas para jantar?Gabriel ergueu os olhos para ela: - Isa, por que é tão difícil eu querer jantar sozinho com você?- Você sabe o por quê.- Você não está curiosa sobre como eles estão juntos?Isabela recuperou o foco e foi até a janela para olhar para a outra sala: - Eles não podem nos ver daqui? - Não podem.Em pouco tempo, viu Túlio se levantar e sussurrar algo para Enzo, depois acenou
Enzo ainda não havia reagido quando a garota jogou um copo de vinho nele de algum lugar. Parecendo achar que não era suficiente, ela pegou uma garrafa de vinho da mesa, bateu na borda da mesa e depois a virou na direção de Enzo.- Enzo, você realmente está me traindo por causa de uma mulher mais velha? Você acredita se eu disser que vou te matar! Enzo protegeu a Sra. Maia atrás de si, olhando friamente para a garota, falou com voz severa: - Lavínia, largue a garrafa!- Não vou! Por que? A garota chorou e gritou com raiva: - Enzo, eu paguei pelos seus estudos nestes quatro anos. Como você pode me trair? Não peço para você ganhar dinheiro comigo, só peço que seja dedicado. Você não pode fazer isso? Antes, você estava pensando em uma pessoa morta, agora você ainda está protegendo essa mulher mais velha! Enzo, se eu não te matar, não vou me livrar dessa raiva!Dito isso, ela se lançou em direção a Enzo. Enzo estava com medo, tentou se esquivar, mas na frente da Sra.Maia, ele não podi