- O portador deste anel personalizado.Jéssica ponderou por um momento, mas ainda não conseguia compreender qual era a ligação entre este tal Smith e o processo judicial.- Felícia, afinal, o que você está dizendo?- No começo, foi porque o Sr. Smith me pediu em casamento que eu projetei este anel. Se conseguirmos encontrá-lo e fazê-lo testemunhar no tribunal, nossas chances de vitória serão maiores.- É isso mesmo!Jéssica deu um pulo e aplaudiu: - Nossa, como eu não pensei nisso antes.No entanto, após um segundo de reflexão, ela ficou desanimada: - Felícia, já se passaram mais de dois anos. Será que podemos encontrá-lo? E, além disso, e se ele não quiser comparecer ao tribunal?- Eu não pensei muito nisso ainda. Vamos encontrá-lo primeiro e depois decidimos.Na verdade, Isabela não estava totalmente confiante sobre essa questão, mas ela tinha que tentar. Ela tinha certeza de que Unique Joias estava a perseguindo. Portanto, não importava o que acontecesse, ela não iria desistir e
Após desabafar, Isabela não conseguiu evitar cobrir o rosto e balançar a cabeça: - Desculpe, desculpe...Jéssica se recompôs e a abraçou: - Felícia, a culpa é minha. Fiquei constantemente dependendo dos outros. Sinto muito, não deveria ter te questionado daquela maneira.Na verdade, Isabela entendia muito bem as dúvidas de Jéssica.Apenas... Havia coisas que ela não poderia contar a ela.Alguns fardos eram difíceis de compartilhar.Mas, no final das contas, ela deveria pagar um preço por tudo isso, porque foi por causa dela que tudo isso aconteceu.No entanto, ela não queria ser o tipo de pessoa que...Se não fosse pela situação extrema, ela nunca teria procurado Bernardo.Quanto ao dinheiro...Ela tinha exatamente 30 milhões, mas não podia usá-los.Esses 30 milhões pertenciam ao Cláudio, não a ela. Mesmo se ela realmente precisasse, ela queria que esse dinheiro fosse usado para o benefício de Dulce.No futuro, talvez ela não pudesse estar ao lado de Dulce. Se nem um único centavo
Em questão de instantes, a chamada foi atendida.- Senhorita Felícia?Ao ouvir aquela voz familiar e profunda, Isabela ficou tão nervosa que não conseguia articular uma única palavra e acabou desligando o telefone apressadamente.Após um breve intervalo, Gabriel ligou novamente.Isabela encarou o nome que lhe era ao mesmo tempo tão conhecido e estranho, sentindo-se novamente trêmula, antes de desligar o telefone mais uma vez.Então, ela se apoiou na janela, respirando fundo algumas vezes até que conseguisse acalmar os nervos e enviar uma mensagem."Liguei errado."Logo em seguida, bloqueou imediatamente o número de Gabriel.Lembrando-se de sua impulsividade anterior, uma preocupação ainda maior se apoderou dela.Ela tinha agido de forma tão impulsiva ao cogitar confrontá-lo. E se, por acaso, revelasse algo que ele desconhecia? Como lidaria com isso?E se, na verdade, ele nem sequer soubesse que ela era Isabela?Ou, e se... E se ele não fosse realmente o responsável? Teria ela ido at
Após desligar o telefone, Isabela encarou o céu cinzento, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto. Ela as enxugou rapidamente e tentou conter as emoções. No entanto, não importava o quanto tentasse, as lágrimas continuavam a fluir. Neste momento, um trovão ecoou no céu e uma chuva torrencial desabou, castigando impiedosamente seu corpo.Finalmente, ela não conseguiu mais se segurar e começou a chorar, escondendo o rosto nas mãos. Por que tinha que ser ela? Por que, mais uma vez, era ela? Quatro anos de tormento não tinham sido suficientes? O destino tinha que puni-la dessa maneira?Passo a passo, estava sendo empurrada para um beco sem saída, com inimigos à sua frente e um abismo atrás. O que mais poderia fazer? Quatro anos se passaram, e ela achou que estava escondida o suficiente, tinha se sacrificado o suficiente, tinha sido discreta o suficiente. Mas o destino parecia brincar com ela, destruindo o império que ela e Jéssica haviam construído com tanto esforço com
Isabela subiu a divisória, selecionou um conjunto de roupas aleatoriamente para vestir e, em seguida, embalou as roupas molhadas em uma sacola antes de abaixar a divisória.- Você sabe quando o senhor vai voltar?- Não tenho certeza, mas assim que ele retornar, com certeza te avisará.Depois de um momento de reflexão, Isabela olhou séria para ele e perguntou: - Posso confiar em você?O homem ficou surpreso por um momento, depois assentiu com a cabeça: - Se você confia no senhor, pode confiar em mim....Assim que chegou ao estúdio, Isabela recebeu uma ligação de André.- Isa, vi as notícias e já depositei 10 milhões na sua conta. Vou providenciar o restante para você nos próximos dois dias.- André, eu não quero o dinheiro.- Hmm? - André respondeu com surpresa.- Eu não quero indenizae eles, quero ganhar este processo.Do outro lado da linha, André ficou em silêncio por um momento. - Você quer processar a Unique Joias e proteger o ArteViva Atelier?- Sim, pensei sobre isso. O estúd
Isabela balançou a cabeça: - Tudo bem, a chuva nos ensopou, então troquei de roupa.- Mesmo? - Jéssica estava desconfiada, mas não insistiu.- Aliás, pedi a alguém que contratasse um advogado para nós. Espero que possamos encontrar um advogado capaz de competir com a Unique Joias.- Também entrei em contato com alguns, mas assim que souberam que era contra a Unique Joias, todos recusaram. - Jéssica disse com um sorriso amargo. - Disseram que enfrentar a Unique Joias é uma batalha que ninguém pode vencer.Isabela não sabia o que responder a isso. Nesse momento, palavras de consolo pareciam vazias, pois ela própria sabia que seria uma luta árdua.- Ainda precisamos encontrar evidências que comprovem que nós estávamos aqui primeiro.- O problema é que a Unique Joias está sendo astuta, eles já lançaram suas peças primeiro e afirmam que as produziram há três anos, com toda a documentação e até o apoio de algumas pessoas influentes.Isabela respirou fundo e ficou paralisada, sem reação. D
Após proferir estas palavras, Isabela virou-se decidida e adentrou a sala de estar. Com um envelope retirado de sua bolsa, dirigiu-se então à varanda, onde entregou-o a Pedro.- Reservei passagens para vocês amanhã. Agora, vá fazer as malas, partiremos cedo pela manhã.Pedro a encarou incrédulo. - Irmã, o que você está planejando? Me obrigar a sair?Percebendo sua relutância, Isabela segurou firme sua mão e forçou o envelope em suas mãos.- Pedro, isto é uma ordem, não uma negociação.- Irmã!Pedro sentiu a fúria percorrendo-o pela primeira vez. Seus olhos faiscaram enquanto segurava o envelope com tanta força que quase o rasgou.- Não estou tentando te expulsar, preciso assegurar a segurança de Dulce. Quanto mais longe ela estiver de mim, mais segura estará.Isabela virou-se para olhar Dulce, que brincava com blocos na sala de estar, e seus olhos se encheram de lágrimas.- Acha que isso é fácil para mim? Mas tenho medo, não quero mais perder ninguém. Posso perder o estúdio, mas não
- Dulce, daqui em diante, quero que você lembre de tudo o que a mamãe vai dizer, está bem?Dulce assentiu, visivelmente confusa. Ela não tinha ideia do que o futuro lhe reservava, mas percebeu que a mãe estava mais séria e solene do que nunca.- Quero que você seja obediente, se alimente bem, não seja seletiva com a comida, durma cedo e acorde cedo, mantenha uma rotina saudável. Se tiver algum problema ou preocupação, conte ao tio, não guarde para si mesma, entendeu?Dulce assentiu novamente, murmurando. - Dulce entende.Isabela mordeu o lábio e continuou: - Minha querida, quando crescer, estude muito para que possa escolher o caminho que mais gosta na vida. - Ela forçou um sorriso e acrescentou. - Dulce, seja uma boa ouvinte do tio, mas se ele fizer algo errado, você deve dizer a ele.Dulce inclinou a cabeça, achando as palavras da mãe profundas demais para sua idade, como se estivesse entendendo, mas ao mesmo tempo, não entendendo.Mas afinal, o que era a vida? Dulce apertou os l