Capítulo 4
“Está acabado, não posso maisescapar!”

Aquela voz que costumava fasciná-la agora parece um sussurro demoníaco, deixando-a com medo.

Ela não queria voltar com ele, não queria vê-lo se envolver com a Mariana amorosamente.

Ela estava cansada.

Isabela se levantou do chão e recuou, balançando a cabeça. Apesar de seu rosto pálido, ela disse com determinação:

- Não, não vou voltar com você, Gabriel. Eu quero o divórcio!

Divórcio?

Ela ainda estava pensando em se divorciar?

Gabriel deu um passo largo e segurou firmemente a mão de Isabela, puxando-a com força para perto de si. Com a outra mão, ele segurou firmemente o pescoço dela, sibilando:

- Isabela, eu já disse, divórcio, nem pense nisso! Você ainda não pagou suas dívidas!

Isabela foi enforcada até que mal conseguia respirar. Ela já sofria de câncer de pulmão, o que dificultava sua respiração, e agora sentia como se seus pulmões estivessem prestes a explodir.

Ela franziu a testa e reprimiu o sangue em sua garganta, perguntando com dificuldade:

- O que... Eu te devo afinal?

Era por causa do aborto de Mariana?

Ou por causa da facada de Mariana?

Mas, independentemente do que fosse, ela nunca fez nada disso, só que ele não acreditava nela.

- Você sabe muito bem! – Gritou Gabriel. Sem dar a ela a chance de respirar, ele a pressionou contra o carro, seus olhos sombrios a encarando com firmeza. - Isabela, não teste minha paciência!

Sua paciência?

Quando ele já teve paciência com ela?

Isabela engoliu o sangue em sua boca, seus olhos se arregalaram como se estivesse prestes a sufocar, e finalmente Gabriel soltou sua mão.

Antes que ela pudesse reagir, Gabriel a empurrou diretamente para dentro do carro e entrou também.

Isabela cobriu a boca e tossiu algumas vezes, sentindo dor nos pulmões. Ela franziu o rosto e se encolheu perto da janela do carro.

- Ainda está fingindo? Você deveria ser atriz, está desperdiçando seu talento!

Ouvindo o sarcasmo frio de Gabriel, ela soltou um riso amargo, esse era o homem que ela amou por tantos anos?

Depois de um tempo, Isabela finalmente se recuperou e virou a cabeça para olhar para Gabriel, perguntando com um tom de desespero indescritível:

- Você estava tentando me matar agora?

Gabriel sorriu com desdém nos cantos da boca:

- Matar você? Você não merece morrer!

De volta à mansão, Gabriel puxou Isabela para fora do carro e a arrastou até o quarto, jogando-a com força no chão.

Ele olhou para baixo, dizendo com indiferença e repugnância nos olhos:

- Isabela, reflita bem aqui. Se você tentar fugir novamente, eu farei você perder tudo!

Isabela sentiu como se seu corpo estivesse desmoronando. Ela suportou a dor e ergueu a cabeça para encontrar aqueles olhos sombrios, mas não mostrou nenhum sinal de fraqueza.

- Gabriel, eu já perdi tudo há muito tempo.

Ela perdeu o homem à sua frente, perdeu a família Pereira, perdeu os pais e perdeu o irmão. O que mais ela poderia perder?

Tudo o que lhe resta era um corpo físico que estava prestes a desaparecer.

Gabriel olhou para ela, riu friamente e disse:

- Você não quer ver seu irmãozinho?

Irmãozinho?

Os olhos de Isabela se iluminaram de repente. Ela mordeu os lábios e se levantou do chão:

- Você sabe onde está o meu irmão? Diga-me logo!

Gabriel fechou a porta com força, sem dar nenhuma resposta a Isabela.

A família Pereira já se foi, mas Isabela ainda tinha o seu orgulho como Srta. Pereira, seu amado irmãozinho e a liberdade que ela ansiava.

Ele ainda tinha muitas coisas para tirar dela!

Isabela correu para abrir a porta, mas descobriu que estava trancada do lado de fora e não conseguia abri-la de jeito nenhum.

Ela bateu na porta desesperadamente, gritando com todo o seu coração:

- Gabriel, me diga onde está o meu irmãozinho!

No entanto, ninguém respondeu do lado de fora.

Até quando ele a manteria trancada?

Gabriel desceu as escadas e viu Rodrigo com uma expressão sombria e aterrorizante.

- Você nem consegue ficar de olho em uma mulher, para que você serve?

Rodrigo baixou a cabeça e respondeu:

- Senhor, eu não sabia que a senhora iria fugir pela janela...

Isso realmente não tinha passado pela sua cabeça, como a jovem senhora que parecia tão frágil normalmente, poderia pensar em pular da janela do segundo andar.

Ao ouvir Rodrigo mencionar que Isabela fugiu pela janela, Gabriel ficou instantaneamente furioso.

Ela chegou a ponto de pular da janela do segundo andar só para se afastar dele?

Gabriel se virou, olhou friamente para as escadas e caminhou para fora, falando rispidamente:

- Vamos embora!

Rodrigo ficou preocupado e perguntou:

- Senhor, não deveríamos deixar alguém aqui? A senhora ainda precisa comer... - Gabriel virou a cabeça e lançou um olhar ameaçador para Rodrigo, fazendo-o imediatamente calar a boca e responder. - Entendido.

Depois de entrarem no carro, Rodrigo perguntou:

- Senhor, para onde vamos?

- Hospital.

Mariana sofreu um aborto e foi apunhalada por Isabela, estava muito fraca e precisava de conforto e cuidado.

Apenas pensar em Mariana sendo apunhalada deixava Gabriel ainda mais furioso.

Quando Isabela se tornou tão invejosa? Tão malvada?

Ela claramente foi quem o magoou, mas sempre continuava agindo como se fosse inocente!

Quanto mais ele pensava, mais irritado se sentia.

Chegando ao hospital, ele foi direto para o quarto de Mariana, que ainda estava iluminado.

Ouvindo o som da porta se abrir, Mariana virou a cabeça e, ao ver que era Gabriel, rapidamente colocou o livro que estava segurando de lado e tentou se levantar, o chamando:

- Gabi.

Gabriel se aproximou e a segurou:

- Não se mexa, seu corpo está muito fraco.

Mariana balançou a cabeça:

- Está tudo bem, os médicos são muito competentes, talvez daqui a dois dias eu possa me mover livremente.

- Não seja tola.

Quanto mais Mariana mostrava maturidade, mais Gabriel detestava Isabela. Por que ela não podia ser um pouco mais sensata?

- Gabriel, e Isabela... Como ela está?

Mariana era muito inteligente, ela sabia do que Gabriel gostava e do que ele não gostava.

Ele gostava de mulheres obedientes e compreensivas, então ela só precisava ficar ao lado dele, sendo dócil.

Quando chegasse a hora certa, a posição da Sra. Marques seria dela, mais cedo ou mais tarde.

Gabriel franziu a testa e disse depois de cobrir Mariana com o cobertor:

- Por que você está perguntando sobre ela?

Mariana agarrou o braço de Gabriel e fungou:

- Gabi, eu não tenho nenhuma intenção ruim, só estou preocupada que você a coloque em uma situação difícil, afinal, ela é minha amiga e... E é sua esposa legalmente casada. - Dito isso, ela suspirou e sorriu amargamente. – E eu sempre serei a amante, sem um título oficial.

Quando Mariana engravidou, ele prometeu dar a ela um status oficial, mas agora, a criança se foi, e o status nunca foi lhe dado.

Ele sentia que devia algo a Mariana.

- Mariana, quando você sair do hospital em alguns dias, mude-se para a mansão, eu lhe darei um status.

Mariana se sentiu feliz e perguntou cautelosamente:

- Você vai se divorciar de Isabela?

- Não vou me divorciar.

Mariana ficou surpresa, se ele não se divorciaria, como ele lhe daria um status?

Até Isabela queria se divorciar, por que Gabriel não concordava?

“Será que ele ainda tem sentimentos por ela?”

Ao pensar nisso, o coração de Mariana se apertou e ela percebeu que precisava se esforçar mais.

- Então, tem certeza de que ficará tudo bem se eu for? E pedir a Isabela para cuidar de mim, não seria um pouco...

Furiosamente, Gabriel disse:

- Ela não tem o direito de recusar.

Ela se importava muito com seu irmão mais novo, e contanto que ela pensasse que o tinha em suas mãos, Isabela certamente obedeceria a ele sem questionar.

Mas ele não sabia que, naquele momento, Isabela já estava tossindo incessantemente devido ao câncer de pulmão, o lavatório estava coberto de sangue vermelho vivo, e até mesmo ficar em pé era extremamente difícil.

Isabela levantou a cabeça e olhou para o reflexo daquela versão exausta de si mesma no espelho, e sorriu amargamente.

“Será que ainda conseguirei viver por meio ano?”
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