Capítulo 7
Isabela sentiu como se tivesse tido um sonho muito, muito longo.

No sonho, Gabriel se ajoelhou no chão e, segurando a mão direita dela com seus dedos longos, olhou para ela com olhos cheios de ternura.

- Isabela, case-se comigo, farei de você a pessoa mais feliz deste mundo.

Ela abaixou a cabeça, corando as bochechas, e assentiu timidamente:

- Gabriel, eu quero ser sua noiva.

Antes que as palavras terminassem, Gabriel se levantou e a beijou, sorrindo.

De repente, a cena mudou para o dia em que descobriram que ela estava grávida.

Ela segurou o teste de gravidez na frente de Gabriel:

- Gabi, estou grávida, vou ser mãe.

Gabriel ficou surpreso por um momento, mas logo sorriu como uma criança, cheio de alegria:

- Eu vou ser pai?

Ela assentiu, sorrindo radiante.

Este era o primeiro filho deles, e talvez não fosse o único no futuro.

Gabriel jogou na mesa os documentos que estava segurando e a abraçou firmemente, colando-se ao seu ouvido, usando sua voz profunda e magnética para repetir várias vezes:

- Isabela, muito obrigada! Vou fazer de nossa família a mais feliz de todas.

Chegando aqui, de repente tudo ficou escuro diante dos meus olhos.

Gabriel desapareceu, os sons alegres e risadas desapareceram, apenas a escuridão infinita aos poucos se engoliu.

Foi então que de repente ouvi aquela voz familiar:

- O que aconteceu?

Era a voz zangada de Gabriel.

O que aconteceu com ele? Quem o deixou com raiva?

Logo em seguida, ouvi a voz da enfermeira, um pouco preocupada:

- Sr. Gabriel, a Srta. Mariana teve um momento de instabilidade emocional e tentou se cortar, agora está perdendo muito sangue e precisa de resgate. A Srta. Mariana possui o tipo sanguíneo raro, e agora só há uma bolsa de sangue no banco de sangue.

Gabriel franzia a testa, olhando para Isabela na maca.

Seu rosto estava pálido como papel, os lábios cheios e avermelhados agora estavam secos e sem cor, contrastando nitidamente com o vermelho vivo em sua barriga.

O branco ficou ainda mais branco, o vermelho ainda mais vermelho.

Ao ouvir as palavras da enfermeira, Rodrigo também sentiu um arrepio no coração e, arriscando ser repreendido, falou:

- Senhor, a senhora também é...

Antes que ele pudesse terminar, Gabriel já havia interrompido:

- Façam transfusão de sangue para Mariana agora mesmo. Se ela morrer, enterrarei todos vocês junto com ela!

Uma aura maligna emanava dele, seus olhos sombrios emitindo uma ameaça assustadora.

A enfermeira ficou assustada, concordou repetidamente e então se virou correndo de volta.

Ao correr, devido ao pânico, ela tropeçou e quase caiu.

Rodrigo deu uma olhada na maca, onde Isabela estava como se estivesse morta, e perguntou:

- Senhor, e a senhora...

Gabriel se virou para olhar Rodrigo, seus olhos gelados até o extremo.

Rodrigo estremeceu e corajosamente disse:

- Senhor, a senhora possui sangue raro também. Se não for salva, ela morrerá.

Gabriel abaixou a cabeça e olhou para Isabela com um sorriso irônico:

- Morrer? Ela tem o direito de morrer? A Isabela, que é tão forte como o aço, pode morrer?

Ao ouvir isso, Isabela subitamente se lembrou de tudo.

Gabriel escolheu Mariana entre ela e Isabela, fosse em amor ou destino.

Tudo aquilo foi apenas um sonho, desfeito como uma bolha.

Seu Gabriel não voltará mais. O Gabriel de agora, apenas desejava sua morte.

No final, tudo foi um sonho ilusório. Quanto mais ela pensava, mais triste ficava.

Em seguida, sua consciência desapareceu novamente, caindo em um abismo profundo e escuro.

O médico estava ao lado, observando o aumento do fluxo de sangue no abdômen de Isabela, o lençol branco sobre a maca já estava manchado de vermelho. Porém, sem a permissão de Gabriel, ele não se atrevia a agir.

- Sr. Gabriel, ela ainda pode ser salva?

- Faça o que quiser. – Dito isso, Gabriel se virou e saiu, ele precisava ir ver Mariana.

Nos últimos dias, ela sofreu um aborto e perdeu seu filho, e depois foi ferida no abdômen por essa mulher venenosa chamada Isabela, era inevitável que sua sanidade tenha sido afetada.

No futuro, precisavam ter ainda mais cuidado e vigilância.

Ao passar pelo médico, Rodrigo sussurrou baixinho:

- Doutor, por favor, você tem que salvá-la. Ela não pode morrer.

O médico assentiu com a cabeça, ele temia Gabriel, mas como médico, sua responsabilidade era salvar vidas.

- Está bem, farei o meu melhor.

Ao chegar do lado de fora da sala de emergência de Mariana, Gabriel tinha uma expressão séria, fria como gelo, como se estivesse prestes a matar alguém a qualquer momento.

Ele estava ali por Mariana, mas seu coração inexplicavelmente voou para Isabela.

“Será que ela realmente vai morrer?”

Mas quando ele se lembrou que depois de deixa-la trancada sozinha por três dias inteiros, achando que ela iria se arrepender...

No final, o presente de reencontro que ela lhe deu foi uma tentativa de suicídio!

Para escapar dele, aquela Isabela, que tinha medo de dor, não temia mais nada, nem a morte?

Já se passaram dois anos, ele pensava que ela teria aprendido a lição, mas não imaginava que ela se tornaria ainda mais obstinada!

Quanto mais ela queria escapar, mais ele estava determinado a impedi-la de fugir para sempre!

Até que o médico saiu da sala de emergência:

- Sr. Gabriel, a Srta. Mariana se recuperou, mas o estado emocional dela está um pouco instável, precisa de muito cuidado.

- Está bem.

Ainda bem que Mariana estava bem. Afinal, foi ela quem salvou sua vida, ele não podia deixar algo acontecer com ela, isso era uma promessa.

Quando André Almeida chegou, Gabriel estava fumando no corredor.

Na escuridão, só podia ver a chama do cigarro acesa e apagada e o rosto envolto pela fumaça, tornando difícil enxergar.

- Gabriel, você precisa ser tão insensível?

Ao ouvir a voz, Gabriel riu friamente:

- E então, você veio me repreender?

Rodrigo se afastou com cautela, já que ele não conseguia convencer o chefe, só pôde procurar o reforço mais poderoso.

Afinal, a senhora já havia salvado sua vida antes, ele não poderia ficar indiferente.

André era melhor amigo de Gabriel, cresceram juntos desde pequenos.

Só que, ao contrário de Gabriel, André escolheu estudar na faculdade de direito e abriu seu próprio escritório de advocacia, enquanto também trabalhava como consultor jurídico do Grupo Marques.

Podia-se dizer que André era a única pessoa no mundo que ousaria desafiar Gabriel.

- Até quando você pretende intimidá-la?

Nos últimos dois anos, André também tinha observado tudo, mas ele não podia intervir, afinal, era um assunto entre marido e mulher.

Só que agora, a situação chegou ao ponto de custar vidas, ele não podia mais ficar olhando de braços cruzados.

- Do jeito que você age, assistindo a uma pessoa morrer sem ajudá-la, é como assassinato, entende?

Ao ouvir essas palavras, Gabriel apagou o cigarro e seus olhos negros como obsidiana brilharam com uma luz feroz:

- Assassinato? Isso é o que Isabela me deve!

- Dois anos se passaram, ainda não é suficiente?

- Não, não é suficiente!

André não queria discutir mais com ele e simplesmente disse:

- Gabriel, não posso ficar vendo você cometer erros.

Dito isso, ele se virou para sair.

Ele sabia o quanto Gabriel amava Isabela no passado. Se aquela mulher realmente morresse, Gabriel certamente se arrependeria.

Como amigo de Gabriel, ele tinha a obrigação de garantir que ele não cometesse esse erro irreparável.

Então, ele caminhou rapidamente até a porta da sala de emergência de Isabela.

Nesse momento, o médico estava procurando freneticamente por alguém e acabou esbarrando em André.

- Sr. André?

- Você é o médico responsável pelo tratamento da Sra. Isabela?

O médico assentiu:

- A Sra. Isabela perdeu muito sangue, mas ela tem um tipo sanguíneo raro, e os estoques estão extremamente baixos...

- Tire o meu sangue. - André viu o médico hesitar por um momento, estendeu a mão e repetiu. - Tire o meu sangue.

- Além disso, a Sra. Isabela está com câncer de pulmão em estágio avançado.
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