Gabriel parou, mas não se virou, apenas respondeu com frieza: - Isso não vai acontecer.Ele tinha plena consciência de que ela não desejava vê-lo.Talvez ficar aqui fosse até pior.Vendo as costas dele, Cláudio resmungou entredentes.Esse homem continuava sendo o mesmo de sempre, sempre tão egoísta e arrogante.Se não fosse pelo fato de Gabriel ter dito que Isabela estava doente e precisava de cuidados, ele nunca teria vindo.Ver Gabriel só o fazia lembrar da trágica morte de Sofia.Mesmo que ele afirmasse para Isabela que estava certo de que Gabriel não estava envolvido naquilo.Mas como poderia realmente acreditar que ele não estava envolvido?No entanto, em comparação com Gabriel, ele se detestava ainda mais.Observando Isabela dormindo tranquilamente na cama, ele suspirou.As pessoas sempre eram tão complicadas e, ao mesmo tempo, tão lúcidas, como se entendessem tudo, mas por que continuavam se envolvendo?Mas Cláudio também entendia Isabela, assim como entendia Sofia.A pessoa já
O coração de Gabriel gelou e ele ficou paralisado no lugar. Enquanto segurava a pessoa em seus braços, que chorava copiosamente, ele não sabia como responder. Eles já tinham dois filhos, mas ambos se foram.De repente, Isabela agarrou-o e exclamou: - Gabriel, por quê? Por que você tirou a vida de Sofia? Por que, afinal? Cada palavra atingiu profundamente o coração de Gabriel. Depois de um longo momento, ele estendeu a mão e acariciou suavemente o rosto dela, sua voz suave e trêmula: - Isa, já passou, não pense mais nisso, tudo bem?A pessoa em seus braços ficou em silêncio, e Gabriel pensou que ela tinha adormecido. Ele recuperou o foco e continuou a administrar o medicamento para reduzir a febre. Mas assim que terminou, ele ouviu a pessoa em seus braços murmurar: - Não posso superar isso... Não posso superar...A respiração de Gabriel ficou pesada, ele enxugou o suor do corpo dela, a colocou na cama e a cobriu com o lençol. Depois, olhou profundamente para ela antes de sair
Isabela estava deitada na cama, sentindo-se completamente fraca e exausta, com a cabeça confusa e um desconforto indistinto.Justamente nesse momento, André ligou e disse que viria vê-la.- Já está tarde, continuarei dormindo, posso ligar para você amanhã? – Respondeu ela.Na verdade, ainda não era tão tarde, mas como Gabriel havia fechado todas as cortinas, o quarto parecia escuro como se fosse de madrugada.Do outro lado da linha, André ficou desconfiado ao olhar para o relógio e perguntou: - Por que você não me contou sobre Alex e o terremoto?Isabela ficou surpresa, “como ele poderia saber?”- Pedro te contou? – Perguntou ela.- Não o culpe, eu o forcei a contar. – Respondeu André.Isabela massageou as têmporas com dor. - Estou realmente cansada agora, me deixe dormir, por favor.- Você está realmente bem? Será que sua doença voltou? Se você... – Disse André.- Não, estou bem. – Respondeu ela.André pôde perceber pelo tom de voz dela que algo estava errado, mas ele também conheci
Isabela fez um esforço para pegar a toalha de trás e a jogou de lado, tentando encaixar a nova toalha no lugar, mas a mão parecia não ser sua e ela não conseguia alcançar atrás. No final, ela desistiu.Ela se esforçou para se manter consciente, mas acabou adormecendo sem perceber.Então, quando Gabriel voltou, ele a viu inclinada na cabeceira da cama, dormindo.Ele balançou a cabeça, resignado, aproximou-se cuidadosamente e colocou a nova toalha no lugar. Em seguida, gentilmente a deitou na cama e a cobriu com o lençol.Não importava o que tivesse acontecido no passado, ele não desistiria assim.Pelo resto da vida, ele faria de tudo para tê-la ao seu lado....Quando Isabela acordou, já era manhã do dia seguinte.A febre já havia desaparecido completamente. Embora seu corpo ainda estivesse um pouco fraco, ela conseguia se mover com dificuldade.Ela saiu do quarto e olhou ao redor, mas não viu a presença de Gabriel.Será que tudo o que aconteceu na noite passada foi um sonho?No entanto
Ela só tinha um pensamento: “Sair o mais rápido possível.”No caminho, ela continuou pressionando o taxista para ir mais rápido, e assim que desceu do carro, foi direto para o quarto do hotel, ela queria arrumar suas coisas e partir.Talvez, depois de voltar, ela devesse mudar de casa, partir para uma terra distante com Dulce.O estúdio poderia ser entregue a Jéssica, ela poderia trabalhar como designer remota.Assim, ela estaria segura, e Dulce estaria segura.Isabela passou o cartão apressadamente para abrir a porta, sem nem olhar, e entrou correndo.Mas assim que ela entrou, alguém cobriu sua boca e a pressionou contra a parede.Isabela ficou assustada e estava prestes a revidar, quando ouviu uma voz familiar: - Sou eu, Isabela.Ela ficou atordoada por um momento, olhou para cima e percebeu que era André.Vendo o olhar assustado em seu rosto, ele soltou rapidamente sua mão e disse suavemente: - Desculpe, esperei por você à noite toda, estava com medo de que algo acontecesse, pense
- Não atenda! - Isabela se jogou para pegar o telefone de volta. - André, não atenda!Mas como André daria a ela essa chance? Ele se levantou segurando o celular, olhou para ele e depois para ela. - André... - Ao ver a expressão sombria dele, Isabela se deitou na cama, implorando. - Por favor, não atenda...Mas no segundo seguinte, a voz de Gabriel saiu do telefone. - Onde você estava? Por que não estava no apartamento? Sua doença... - Sem esperar a pessoa do outro lado terminar de falar, André desligou o telefone, seus olhos fixos nela. - Ontem à noite, você estava com o Gabriel?Nesse ponto, Isabela sabia que não poderia esconder mais nada, abaixou a cabeça, com medo de olhar para ele. - Sim, ontem eu estava no hospital com febre e desmaiei. Ele me levou embora, eu... Eu não estava escondendo isso de propósito de você, eu...- Isabela! - André chamou seu nome com severidade, aproximou-se da beira da cama e olhou para ela com uma expressão complicada, perguntando. - Por quê?Ele fr
As palavras de André foram tão decisivas que Isabela não tinha como recusar.- Então me coloque no chão, eu vou caminhar sozinha. – Disse Isabela.André assentiu e a colocou no chão, segurou sua mão e seguiram em frente.Assim que entraram no carro, viram um Mercedes preto estacionado do outro lado da rua e, em seguida, uma figura alta saiu do carro.As pupilas de Isabela se dilataram de repente, suas mãos apertadas com força, tremendo de medo.Nesse momento, Gabriel olhou na direção deles.Ela instantaneamente sentiu dificuldade para respirar, rezando em seu coração para não ser descoberta.Uma mão quente pousou em sua mão gelada. - Isa, não tenha medo, estou aqui, tudo ficará bem.Assim que terminou de falar, Gabriel se virou e entrou no saguão do hotel, enquanto eles seguiram seu caminho de carro.Felizmente, foi apenas um susto.Mas se tivessem saído um pouco mais tarde, teriam se encontrado diretamente com Gabriel.Isabela, agora percebendo o perigo, sentiu cada vez mais medo, co
Isabela sentiu sua respiração acelerar involuntariamente enquanto cuidadosamente colocava o celular na mão de André.- André, você está enganado, eu... Eu não evito ficar a sós com você nem desconfio de você.- E por quê? – Perguntou André.Embora nos últimos quatro anos eles não estivessem na mesma cidade, o relacionamento entre os dois não era ruim. Às vezes, André vinha visitá-la, brincava com Dulce e lhes trazia calor e ajuda. Mas agora, parecia haver uma parede entre eles, uma sensação de estranheza.Isabela respirou fundo, reunindo coragem para olhar para ele. - André, eu te devo muito, tenho medo de que eu não possa retribuir.O carro ficou em silêncio por um tempo. Depois de um tempo, André estendeu a mão e tocou suavemente a testa dela, balançando a cabeça com um sorriso. - Sabe de nada, sua boba, o que você está pensando agora?Isabela ficou surpresa e o olhou com uma expressão complicada.- Isabela, há quantos anos nos conhecemos? Quando eu já disse que você precisa me