Devido à sua posição, Gabriel se viu incapaz de expressar sua raiva em palavras. Ele sabia que se discutisse com ela agora, se fosse rude, talvez nunca mais a visse em sua vida.Após um longo silêncio, ele finalmente cedeu e sorriu levemente: - Entendi.Isabela não estava mais disposta a lidar com ele, virou o rosto preguiçosamente sem encará-lo: - Bem, então vou indo. Voltarei para te ver amanhã.- Você vai embora?- Sim, senão não faria sentido ficar aqui.- Fique um pouco comigo, por favor?A voz profunda de Gabriel continha um toque de súplica. Não sabia se era porque Isabela nunca tinha visto esse lado dele, mas seu coração amoleceu um pouco.- Só converse comigo.Isabela estava um pouco sem opções, pegou uma cadeira próxima e sentou-se à beira da cama: - Sobre o que você quer conversar?Para ser honesta, ela não sabia sobre o que poderiam conversar. Falar sobre a "esposa falecida" dele? Ou sobre por que ele não se casou com a Mariana? Enquanto pensava nisso, Gabriel de re
Depois de chamar o enfermeiro do sexo masculino, Isabela permitiu que ele entrasse no quarto sozinho, enquanto ela aguardava do lado de fora. Afinal, ela não queria mais ouvir aqueles sons estranhos. No entanto, sua mente não conseguia deixar de se lembrar do passado. Quando estavam juntos antes, ela sentia como se Gabriel fosse uma pessoa que não pertencia a este mundo. Ele sempre se apresentava como perfeito, impecável, sem um único defeito, e parecia estar distante da humanidade. Ele nunca permanecia na cama, nunca o via usando o banheiro, e até mesmo suas refeições eram rápidas, porém elegantemente silenciosas. Resumidamente, ele simplesmente não parecia humano. E agora, o homem diante dela era tão diferente. Ele teria mudado tanto em quatro anos? Ou desde o início, ele estava apenas se disfarçando? Embora ela não quisesse pensar nisso, ela se lembrou das palavras de Cláudio. Será que ele realmente ficou tão triste ao saber de sua morte? Ou estava apenas fingindo? Assi
Gabriel estreitou os olhos, fixando intensamente nela, mas ainda não pronunciou uma palavra.Isabela não se importou com a reação dele e prosseguiu: - Você já parou para pensar que, mesmo que sua esposa ainda estivesse viva, talvez não desejasse vê-lo? Você confessou que a magoou profundamente, e ela nunca o perdoou até sua morte.Ela o encarou com frieza, perguntando palavra por palavra: - Então, por que você acha que ela, ressuscitando dos mortos, o perdoaria?Ao terminar de falar, ela percebeu claramente um leve sobressalto no corpo de Gabriel, e sua expressão ficou um pouco rígida.No entanto, de alguma forma, vendo-o assim, ela se sentiu um pouco aliviada.- As dores vividas, as feridas sofridas, não podem ser desfeitas. Tentar agir como se nada tivesse acontecido, isso é impossível. Se ela realmente estiver viva, certamente fará de tudo para evitar você, nunca mais o verá, porque somente com o distanciamento é possível recomeçar.Neste ponto, ela mordeu o lábio e riu ironicamen
Após retornar ao hotel, Isabela se encolheu na banheira, abraçando os joelhos e olhando fixamente para o chão, com um olhar vazio.O que ela deveria fazer?“Levar Dulce e sair da Cidade M? E quanto ao estúdio?”O estúdio era o resultado do trabalho árduo dela e de Jéssica, conquistando cada cliente, projetando meticulosamente cada estilo, e até mesmo criando a mobília do estúdio...Além disso, Dulce era tão pequena, primeiro foi sequestrada e agora teria que se adaptar a uma nova cidade. Como ela iria lidar com isso?Se fosse apenas ela, não hesitaria em partir, mas agora, não podia simplesmente fugir.Ela não sabia o que estava passando pela cabeça de Gabriel, nem se ele a reconhecesse. Mas ela sabia que quanto mais perto ficasse, mais perigoso seria.Então, talvez fosse melhor sair.Ela pegou o celular, querendo reservar uma passagem de avião, mas suas mãos tremiam tanto que o celular caiu na banheira.Ela se apressou em pegá-lo, mas acabou acionando a alavanca ao lado.A água fria
Antes, ela costumava achar que Gabriel não estava suficientemente apegado, mas agora ela percebeu que esse homem era grudento demais, não conseguia se livrar dele de jeito nenhum. Não sabia quando o homem que costumava ocupar seus pensamentos se tornou tão irritante.- Eu não vou, você pode esperar o quanto quiser.- Você vai vir, eu sei.Isabela sentiu seu coração apertado e, com raiva, desligou o telefone e o jogou longe. Ela sabia que esse homem estava apenas fazendo drama, mas não conseguia dormir de jeito nenhum.Depois de se virar na cama inúmeras vezes, ela finalmente não aguentou mais e se sentou de repente. Olhando para o céu noturno lá fora, ela xingou: - Maldito!Ela se vestiu rapidamente e correu para o hospital. Esse homem realmente não dava sossego. Se algo acontecesse durante sua internação, ela teria que lidar com a confusão depois, não era?Para evitar que isso levasse muito tempo, era melhor acalmá-lo o mais rápido possível.Na verdade, Isabela sabia que estava
O coração de Gabriel deu um salto, ergueu os olhos para ela, com emoções indescritíveis em seu olhar.Ele sabia que ela estava falando a verdade.Mas ele não queria dar a ela a liberdade.Ambos permaneceram em silêncio por um longo período, e quando Isabela estava prestes a sair, ele de repente abriu a boca.- Fique e passe a noite comigo, tudo bem?Com medo de que Isabela não concordasse, ele acrescentou: - Apenas uma noite, não farei nada.Ele não queria que ela fosse embora, muito menos queria que ela fosse com outra pessoa.Especialmente aquele tal de Bernardo!Ele estava ansioso para perguntar sobre esse Bernardo, mas não ousava, só podia implorar para que ela ficasse.Ao ouvir isso, Isabela virou-se para olhá-lo e o analisou dos pés à cabeça: - Você está fingindo estar bêbado?Gabriel sorriu impotentemente e afundou no sofá ao lado: - Se você acha que sim, então é isso mesmo.Ele nem sabia o quão embriagado estava.Da última vez, estava completamente alcoolizado, mas desta vez
Isabela não sabia quando a chuva iria parar, então pediu um café e decidiu esperar. No entanto, à medida que tomava seu café, a chuva ficava cada vez mais intensa, sem sinal de trégua. Sentia-se encurralada, incapaz de avançar ou recuar. Se fosse ao hospital, certamente se molharia. Se não fosse agora, talvez nunca mais pudesse ir.Às vezes, a coragem era efêmera, assim como a desilusão.Enquanto hesitava, o telefone tocou.- Isabela, você ainda não voltou? - Isabela reconheceu a voz e respondeu calmamente. - Ainda tenho alguns assuntos para resolver, por isso estou atrasada.- Perguntei à polícia e ouvi dizer que já encontraram o esconderijo do Alex. Não deve demorar muito para prendê-lo, e então você poderá voltar em segurança.- É mesmo? - Por que Pedro não tinha lhe contado sobre isso?- Sim, estou com muitas saudades suas.Ugh... Bernardo estava deixando-a desconfortável. Esse homem realmente falava de uma maneira... Pegajosa demais. Se não fosse pelo rosto e pelos olhos dele
Isabela ficou completamente atordoada. Ela estava mesmo com azar, não era? Será que até o destino estava conspirando contra ela, impedindo-a de encontrar o Gabriel? No entanto, ela havia prometido a si mesma que não seria mais alguém que fugia, e desta vez ela tinha que ir.Logo atrás dela, um carro estava estacionado à beira da rua.- Jovem mestre, que tal enviarmos um carro para buscá-la? - O homem no banco de trás olhou friamente para toda aquela situação.- Hmm, não se preocupe com isso.- Mas... E se a Srta. Felícia pegar um resfriado, isso não seria bom.- As pessoas não são tão frágeis.Depois de ouvir isso, o motorista não ousou dizer mais nada. Afinal, o temperamento do jovem mestre de sua família era realmente peculiar, e ele não queria provocá-lo.Embora a temperatura ali fosse relativamente alta, Isabela ainda era uma paciente com câncer de pulmão, e ficar encharcada assim faria com que seus pulmões ficassem desconfortáveis.Ela cobriu a boca, suprimindo uma tosse, procu