Gabriel estreitou os olhos, fixando intensamente nela, mas ainda não pronunciou uma palavra.Isabela não se importou com a reação dele e prosseguiu: - Você já parou para pensar que, mesmo que sua esposa ainda estivesse viva, talvez não desejasse vê-lo? Você confessou que a magoou profundamente, e ela nunca o perdoou até sua morte.Ela o encarou com frieza, perguntando palavra por palavra: - Então, por que você acha que ela, ressuscitando dos mortos, o perdoaria?Ao terminar de falar, ela percebeu claramente um leve sobressalto no corpo de Gabriel, e sua expressão ficou um pouco rígida.No entanto, de alguma forma, vendo-o assim, ela se sentiu um pouco aliviada.- As dores vividas, as feridas sofridas, não podem ser desfeitas. Tentar agir como se nada tivesse acontecido, isso é impossível. Se ela realmente estiver viva, certamente fará de tudo para evitar você, nunca mais o verá, porque somente com o distanciamento é possível recomeçar.Neste ponto, ela mordeu o lábio e riu ironicamen
Após retornar ao hotel, Isabela se encolheu na banheira, abraçando os joelhos e olhando fixamente para o chão, com um olhar vazio.O que ela deveria fazer?“Levar Dulce e sair da Cidade M? E quanto ao estúdio?”O estúdio era o resultado do trabalho árduo dela e de Jéssica, conquistando cada cliente, projetando meticulosamente cada estilo, e até mesmo criando a mobília do estúdio...Além disso, Dulce era tão pequena, primeiro foi sequestrada e agora teria que se adaptar a uma nova cidade. Como ela iria lidar com isso?Se fosse apenas ela, não hesitaria em partir, mas agora, não podia simplesmente fugir.Ela não sabia o que estava passando pela cabeça de Gabriel, nem se ele a reconhecesse. Mas ela sabia que quanto mais perto ficasse, mais perigoso seria.Então, talvez fosse melhor sair.Ela pegou o celular, querendo reservar uma passagem de avião, mas suas mãos tremiam tanto que o celular caiu na banheira.Ela se apressou em pegá-lo, mas acabou acionando a alavanca ao lado.A água fria
Antes, ela costumava achar que Gabriel não estava suficientemente apegado, mas agora ela percebeu que esse homem era grudento demais, não conseguia se livrar dele de jeito nenhum. Não sabia quando o homem que costumava ocupar seus pensamentos se tornou tão irritante.- Eu não vou, você pode esperar o quanto quiser.- Você vai vir, eu sei.Isabela sentiu seu coração apertado e, com raiva, desligou o telefone e o jogou longe. Ela sabia que esse homem estava apenas fazendo drama, mas não conseguia dormir de jeito nenhum.Depois de se virar na cama inúmeras vezes, ela finalmente não aguentou mais e se sentou de repente. Olhando para o céu noturno lá fora, ela xingou: - Maldito!Ela se vestiu rapidamente e correu para o hospital. Esse homem realmente não dava sossego. Se algo acontecesse durante sua internação, ela teria que lidar com a confusão depois, não era?Para evitar que isso levasse muito tempo, era melhor acalmá-lo o mais rápido possível.Na verdade, Isabela sabia que estava
O coração de Gabriel deu um salto, ergueu os olhos para ela, com emoções indescritíveis em seu olhar.Ele sabia que ela estava falando a verdade.Mas ele não queria dar a ela a liberdade.Ambos permaneceram em silêncio por um longo período, e quando Isabela estava prestes a sair, ele de repente abriu a boca.- Fique e passe a noite comigo, tudo bem?Com medo de que Isabela não concordasse, ele acrescentou: - Apenas uma noite, não farei nada.Ele não queria que ela fosse embora, muito menos queria que ela fosse com outra pessoa.Especialmente aquele tal de Bernardo!Ele estava ansioso para perguntar sobre esse Bernardo, mas não ousava, só podia implorar para que ela ficasse.Ao ouvir isso, Isabela virou-se para olhá-lo e o analisou dos pés à cabeça: - Você está fingindo estar bêbado?Gabriel sorriu impotentemente e afundou no sofá ao lado: - Se você acha que sim, então é isso mesmo.Ele nem sabia o quão embriagado estava.Da última vez, estava completamente alcoolizado, mas desta vez
Isabela não sabia quando a chuva iria parar, então pediu um café e decidiu esperar. No entanto, à medida que tomava seu café, a chuva ficava cada vez mais intensa, sem sinal de trégua. Sentia-se encurralada, incapaz de avançar ou recuar. Se fosse ao hospital, certamente se molharia. Se não fosse agora, talvez nunca mais pudesse ir.Às vezes, a coragem era efêmera, assim como a desilusão.Enquanto hesitava, o telefone tocou.- Isabela, você ainda não voltou? - Isabela reconheceu a voz e respondeu calmamente. - Ainda tenho alguns assuntos para resolver, por isso estou atrasada.- Perguntei à polícia e ouvi dizer que já encontraram o esconderijo do Alex. Não deve demorar muito para prendê-lo, e então você poderá voltar em segurança.- É mesmo? - Por que Pedro não tinha lhe contado sobre isso?- Sim, estou com muitas saudades suas.Ugh... Bernardo estava deixando-a desconfortável. Esse homem realmente falava de uma maneira... Pegajosa demais. Se não fosse pelo rosto e pelos olhos dele
Isabela ficou completamente atordoada. Ela estava mesmo com azar, não era? Será que até o destino estava conspirando contra ela, impedindo-a de encontrar o Gabriel? No entanto, ela havia prometido a si mesma que não seria mais alguém que fugia, e desta vez ela tinha que ir.Logo atrás dela, um carro estava estacionado à beira da rua.- Jovem mestre, que tal enviarmos um carro para buscá-la? - O homem no banco de trás olhou friamente para toda aquela situação.- Hmm, não se preocupe com isso.- Mas... E se a Srta. Felícia pegar um resfriado, isso não seria bom.- As pessoas não são tão frágeis.Depois de ouvir isso, o motorista não ousou dizer mais nada. Afinal, o temperamento do jovem mestre de sua família era realmente peculiar, e ele não queria provocá-lo.Embora a temperatura ali fosse relativamente alta, Isabela ainda era uma paciente com câncer de pulmão, e ficar encharcada assim faria com que seus pulmões ficassem desconfortáveis.Ela cobriu a boca, suprimindo uma tosse, procu
Isabela cobriu a boca e tossiu, depois sorriu levemente e balançou a cabeça: - Sério, não é nada. Talvez seja porque não tenho descansado bem ultimamente, e ficar na chuva não ajudou.Rivaldo franziu a testa e respondeu com um simples "Ah" sem fazer mais perguntas.No entanto, no fundo, ele tinha certeza de que Isabela estava escondendo algo dele.Depois de saírem do elevador, Isabela se afastou de Rivaldo e disse: - Você pode ir agora. Estou muito perto daqui, consigo ir sozinha.- Tem certeza?Rivaldo estava preocupado que Isabela achasse que ele ainda era uma criança, então acrescentou: - Posso chamar uma enfermeira para ajudar você.- Não precisa, é muito perto daqui. Volte logo e não deixe os adultos se preocuparem.- Ok, então, cuide-se, irmã.Isabela assentiu e assistiu enquanto o elevador descia, antes de se virar e seguir em direção ao quarto.Quando chegou à porta, ela se apoiou na parede por um momento, ofegante.Se Sofia a visse agora, com certeza a repreenderia. Ela es
Gabriel não conseguiu mais se conter e voltou-se para observar a figura que se afastava dele. Mas aquela figura frágil estava caída diante de seus olhos, diretamente no chão.- Isabela! - Exclamou.Ele quis levantá-la, mas sua mão ainda não estava curada; sua mão direita estava completamente sem forças. Nesse momento, Rivaldo correu até eles: - Irmã!Em seguida, ele olhou para Gabriel: - Tio, espere aqui, vou chamar a enfermeira.Gabriel não o ouviu; ele abraçou Isabela e percebeu que suas roupas estavam completamente molhadas, e ela tremia de frio. Ele se lembrou de que ela tinha câncer de pulmão, não podia se molhar na chuva...Ele afagou gentilmente o cabelo molhado em sua testa e disse com determinação: - Isabela, você foi muito dura consigo mesma só para se afastar de mim!Mas ele absolutamente não a deixaria ir novamente.Em pouco tempo, Rivaldo trouxe enfermeiros e médicos correndo, e Gabriel deu uma breve explicação. O médico levou Isabela para o quarto e a colocou na cam