A cama de repente ficou muito quente para Marina com Gavin em cima dela. Ele deslizou a perna entre as dela, fazendo cócegas em suas coxas. As mãos de Gavin foram para os pulsos dela e os levantaram acima da cabeça. Então Marina não tinha certeza se aquilo era apropriado. —Hum... Bem, Gavin, acho que estou muito cansado, afinal. Gavin passou o nariz pelo pescoço dela e respirou o perfume dela. Marina havia colocado perfume no pescoço e em outras partes sensíveis para esperar o marido na cama. —Mais que cansada, você estava entediada, o que posso fazer para entretê-la, senhora? Marina mordeu o lábio inferior, isso parecia muito bom. Ele havia dito “senhora” como se ela fosse uma rainha, mas então se lembrou por que estava chateado. —Aparentemente eu sou o chato, porque você tem um amante. Gavin sorriu. Desde quando uma garota não agia assim com ele, ele não se lembrava mais, principalmente uma tão linda como Marina. —Certamente não nos entendem
—Droga... Sofi, o que estou fazendo? —Gavin se repreende internamente. Gavin coloca Marina no colchão rapidamente e embora não a tenha machucado, ele foi rude, ele se levanta, vira as costas para ela porque não ousa olhar para o corpo dela agora ou voltará para ela como um animal selvagem em busca de alívio. Ele vê a pintura novamente e tira o olhar culpado, ele prometeu homenagear sua esposa pelo que restou de sua vida, ele, pelo menos no plano espiritual, era só dela e este era o quarto dele, o único lugar no mundo onde eles haviam sido felizes até que a doença mental de Sofi arruinou a vida de ambos. Ele simplesmente não conseguia manchar a lembrança dela de brincar com outra pessoa em sua cama. —Eu… me desculpe, não podemos fazer isso aqui. Gavin corre para o banheiro, se olha no espelho e praguejou em voz alta. Agora ele entende por que a parte malévola dele o leva até Marina. —Ela é o fogo, meu inferno pessoal —lamenta ele por permitir que as coisas chegasse
Marina acordou antes do sol nascer sobre os morros, viu pela janela na poltrona que descobriu ser muito confortável e aconchegante, uma escrivaninha sem graça e antiga que contrasta com o resto do mobiliário moderno, entre livros de poesia ela se sentiu muito confortável. Ele observou enquanto o céu ganhava tons dourados. Embora sua memória ainda fosse um enigma, ela não conseguia tirar os olhos de Gavin da cabeça, sentia um arrepio involuntário só de pensar nele. A sensação não é desagradável, apenas o conhecimento de que o sentimento não é correspondido. Marina se levantou com uma determinação férrea, ela lutaria por seu casamento, para pelo menos conhecer Gavin, para entender por que era tão impossível para eles terem um casamento normal. Assim que ela saiu do quarto para ir com Cris ver como a manhã amanheceu, ela se deparou com Elsbeth, ela estava conversando com Fiona e eles sorriram ao vê-la. —Bom dia —Marina cumprimentou em português e Fiona respondeu, não Els
—Bom, comida não vai ser desperdiçada, prepare o peixe —decidiu Camila. —Se o desperdício te faz tanto mal, deixa que façam o peixe, mas aposto que só você vai querer comê-lo —confirmou Marina. Camila observou a atitude desafiadora de Marina e sorriu, balançando a cabeça. —Ok, vamos ver o que Gavin pensa sobre isso. Camila virou de costas e Marina procurou o avental do dia anterior e amarrou na cintura. —Agora vou te ensinar como preparar esse prato, é muito simples. A cozinha se encheu de risadas infantis, Cris sempre gostou da tarefa de escolher os feijões já que podiam ter pedrinhas, galhos ou grãos em mau estado, e o restante das crianças achou mais interessante, principalmente porque começaram a jogá-los umas nas outras. Marina entrou na travessura infantil, fazendo os pequenos rirem. As mulheres do serviço sabiam que Marina havia se metido em problemas, mas gostaram de sua coragem ao enfrentar Camila, especialmente Elsbeth, que ficou contente por isso. —Fi
—Elsbeth, depois do almoço quero que você me leve aos armazéns, me apresente ao pessoal, me mostre tudo que preciso saber para administrar esse castelo. —Senhora, agora é diferente, o homem disse que você deveria perguntar tudo a Camila... —Eu não ouvi essa parte Elsbeth, você sabe, eu tenho problemas de memória —Marina piscou e a velha sorriu. —A verdade é que agora não tenho a mesma concentração de antes, os anos estão me afetando. Os dois sorriram e passaram a servir o almoço aos clãs, eram poucos os que escolhiam peixe com medo de experimentar uma comida nova, então a feijoada acabou e sobrou peixe. —Preciso do peixe que sobrou para ser desfiado, amanhã faremos um bolo com batata, então vai ficar muito bom, vou precisar de alguns temperos e alcaparras, espero que tenham e não estraguem o clã por umas alcaparras. Elsbeth olhou para ela com um sorriso. —O patrão nunca foi mesquinho, acho que ele ficou com ciúmes. Marina franziu a testa, mas sorriu. —Você
Fiona estava voltando da capela para o castelo quando encontrou Ewan no caminho. — Você ainda gosta de se molhar na chuva — murmurou Ewan ao vê-la. —Sabe, nem tudo muda na vida. —Talvez você simplesmente não aguente os pecados que traz e precise bater no peito na capela. —Boa tarde, Ewan —disse Fiona, querendo passar por seu lado. —Não me importa o quanto você negue, eu sei que Camila é nossa filha. Fiona se virou e encarou Ewan. —Você está maluco, Camila é filha de Fergus e Prudence, que descansem em paz. —Camila é exatamente igual à minha mãe. —Nossa filha morreu ao nascer. Ewan se aproximou. —Você e Prudence estavam grávidas na mesma época… —E você não tinha uma desculpa plausível para não estar comigo quando eu mais precisei de você, muito menos pode vir agora me acusar de alguma coisa. —Você ficou noivo, pensei que não tinha sido nada para você. —Meu pai me contratou com um tirano e você me abandonou, meu marido era um bárbaro que me deix
Gavin odiou toda a conversa.—Você sabe perfeitamente que é minha esposa, mas não pode ir além da minha autoridade, entendeu? —Perfeito —disse Marina, levantando as palmas das mãos—. Você quer que o armazém continue uma bagunça? Bem, você quer que as aves morram de frio? Sem problemas. —Eu gerencio meu clã de maneira eficiente. —Não é verdade, quem administra é Camila, uma mulher amarga e má. —Não há razão para você se expressar assim, ela conhece suas obrigações e nunca passa por cima de mim. —Ela se enganou, o peixe ficou exposto. —Foi danificado? —Não, mas o cheiro de peixe atrai moscas. —Por favor, está a uns quatro graus Celsius—, Gavin retrucou ironicamente. Qual mosca? Marina cerrou os punhos. —Bom, mesmo que não haja moscas, não há justificativa para os peixes passarem uma noite sem refrigeração. —Foram apenas algumas horas, se o peixe estivesse em mau estado não o teriam preparado. —O cheiro era enjoativo, as caixas estavam cheias de água
Gavin ficou tentado, mas não conseguiu, ele se orgulha de ser um homem leal e sem máscaras, apenas a infeliz situação com Marina era questionável em seu comportamento. Ele sorriu com Camila, também não queria que ela ficasse chateada. —Estamos em aliança com os MacTavish, mas graças à intervenção de Marina, não posso pedir permissão para invadir o território deles para ir com você às terras baixas. — Por que não? Nenhum MacTavish deveria se importar com quem o chefe MacLeod dorme. —Não vale a pena, não farei isso. Camila se aproximou dele. —Então vamos fazer isso agora, aqui, no seu escritório. Gavin ficou irritado com a insistência de Camila. —Você sabe perfeitamente que eu não faço sexo dentro do castelo. Se você acha que insistir nisso vai me tentar, isso me ofende. Somos racionais e não bestas. —Se for por causa da Sofi, você já pisoteou a memória dela ao se casar com Marina, ela está até tirando os móveis do ateliê como se pudesse apagar o seu passado c