Khaled
Desde o começo, eu não confiei totalmente em Alberto. Um homem que vende a própria filha sem hesitar não merece confiança. Então, fiz o que sempre faço: garanti que teria o controle da situação. Coloquei um dos meus homens para vigiar aquela família. E foi uma decisão sábia. Ela tentou fugir. Lara, tão ingênua, acreditou que poderia simplesmente sair pelas ruas de Dubai sem ser notada, sem ser pega. Se não fosse por mim, ela estaria morta ou pior. Não importa o quanto ela me odeie agora—eu a salvei. Enquanto a observava, sentada no sofá da minha sala, os olhos vermelhos de chorar, eu não conseguia evitar o pensamento que me veio à mente. Ela era linda. Mesmo no meio da sua raiva, do seu desespero, sua beleza era quase hipnotizante. Os cabelos bagunçados caíam sobre o rosto delicado, os lábios trêmulos, o peito subindo e descendo rápido por conta da respiração acelerada. Ela era minha.Alberto Estava sentado na poltrona do hotel, apreciando um copo de uísque quando a porta do quarto foi aberta com brutalidade. Meu coração disparou por um momento, mas logo percebi que se tratava de um dos homens de Khaled. O olhar dele estava sério, e eu soube que não eram boas notícias. — O que houve? — perguntei, pousando o copo na mesa de vidro ao meu lado. O homem me olhou sem nenhuma pressa, como se estivesse se deliciando com o que ia dizer. — Lara tentou fugir. Minha expressão se fechou no mesmo instante. — O quê? — Mas não se preocupe, Sr. Alberto. Meu chefe já cuidou da situação. Levantei-me bruscamente, meu sangue ferveu de raiva. — Onde ela está? — Na residência de Khaled, onde permanecerá até o casamento. Minhas mãos se fecharam em punhos. Lara sempre foi um estorvo, mas dessa vez, ela passou dos limites. Eu lhe dei uma chance de ser útil para a família, e ela a desperdiçou como a ingrata que sempre foi. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, minhas outras
AlbertoDesde que recebi a notícia de que Lara estava na casa de Khaled, não consegui dormir direito. Parte de mim ainda não acreditava que minha própria filha teve a audácia de tentar fugir. Eu sempre soube que ela era ingrata, sempre soube que ela carregava um ressentimento infantil dentro dela, mas tentar arruinar um casamento como esse? Tentar prejudicar a própria família? Isso ultrapassava qualquer limite.Eu não podia permitir que ela continuasse com essa rebeldia. Se Khaled perdesse a paciência, tudo o que construíria desmoronaria.Na manhã seguinte, me arrumei e fui pessoalmente até a residência de Khaled. O caminho foi longo, e quanto mais me aproximava da propriedade luxuosa, mais a raiva se acumulava dentro de mim.Ao chegar, fui recebido por empregados educados, mas distantes. Não demorou para que uma mulher vestida de forma tradicional se aproximasse, com um olhar respeitoso, mas sem pressa alguma.— Senhor Alberto, em que posso ajudá-lo?— Vim falar com minha filha — re
Khaled O dia foi longo. Negociações exaustivas, reuniões sem fim e decisões que exigiam precisão. Quando finalmente pisei em casa, esperava encontrar um pouco de tranquilidade, mas, assim que vi um dos empregados se aproximando com expressão hesitante, soube que algo havia acontecido. — Senhor, o pai da senhorita Lara esteve aqui hoje — disse ele, mantendo a postura respeitosa. Parei de tirar o casaco e olhei para ele com interesse. — E ela o recebeu? O homem desviou o olhar por um breve instante. — Não, senhor. Isso me pegou de surpresa. — E por quê? Antes que ele pudesse responder, uma das empregadas se adiantou e, com a voz baixa, disse: — Ela afirmou que o pai dela morreu no dia em que a vendeu. Fiquei em silêncio por um momento. N
Lara A manhã começou como qualquer outra desde que fui forçada a essa prisão de luxo. Eu não tinha saído do quarto desde a noite anterior, quando Khaled tentou me convencer a aceitar meu destino. Como se fosse simples. Como se eu pudesse aceitar ser vendida como um objeto e enjaulada em uma gaiola de ouro. O barulho de saltos no mármore ecoou no corredor, e segundos depois, uma batida na porta anunciou a chegada de alguém. — Entre — disse, sem muito entusiasmo. A porta se abriu, e uma mulher alta, de aparência impecável, entrou. Ela era deslumbrante. Cabelos negros presos em um coque elegante, maquiagem discreta que ressaltava seus traços refinados, e um vestido ajustado que exalava sofisticação. Ela parecia pertencer a esse mundo de riqueza e poder sem esforço algum. — Senhorita Lara, é um prazer conhecê-la. Meu nome é Amira, e fui designada para ser sua assistente pessoal. Assistente pessoal? Eu soltei um riso baixo e sarcástico. — Então agora eu também tenho uma assistente?
Lara O dia tinha sido exaustivo. Minhas pernas doíam, minha cabeça latejava, e tudo o que eu queria era um momento de paz. Desde as compras intermináveis até a aula de etiqueta, eu senti como se tivesse sido moldada e esculpida à força para caber em um papel que eu nunca pedi para interpretar. Quando entrei no meu quarto, fechei a porta com um suspiro e comecei a tirar as roupas que me sufocavam. Os vestidos luxuosos, as joias pesadas, tudo aquilo me fazia lembrar da minha nova realidade. Eu só queria me livrar de tudo, esquecer por um momento que estava presa em uma gaiola de ouro. Caminhei até o banheiro e deixei a água quente encher a banheira. O vapor subia, trazendo um pouco de alívio para meus músculos tensos. Assim que a água chegou ao nível certo, entrei e me afundei até os ombros, sentindo o calor envolver minha pele. Fechei os olhos e respirei fundo. Pela primeira vez naquele dia, eu me permiti relaxar. Comecei a cantar baixinho, apenas para mim mesma. "Is it too lat
Khaled A água quente tinha relaxado meus músculos, mas minha mente continuava presa na cena de minutos atrás. Lara naquela banheira, os olhos fechados, cantando suavemente, alheia à minha presença... Ela era irritante, teimosa, mas absolutamente deslumbrante. Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, esfregando o cabelo úmido. O quarto estava silencioso, mas um movimento dentro do closet chamou minha atenção. Caminhei até lá e encontrei Lara de costas para mim, vestindo uma camisola leve, quase translúcida. O tecido se moldava ao corpo dela, revelando mais do que escondendo. Me aproximei sem fazer barulho e, antes que ela pudesse notar minha presença, envolvi sua cintura com meus braços, puxando-a contra mim. O corpo dela ficou tenso de imediato. Senti seu arrepio atravessar a fina barreira de tecido que nos separava. — Me solta — ela exigiu, a vo
Lara Depois que Khaled saiu do meu quarto, continuei parada no mesmo lugar, tentando entender até onde ia a audácia daquele homem. Ele realmente acreditava que eu obedeceria a qualquer ordem que ele desse? Ridículo. Bufei, apaguei as luzes e me deitei na cama. Mas, antes mesmo de conseguir fechar os olhos, ouvi batidas na porta. Ignorei. As batidas vieram de novo, mais firmes. Ignorei de novo. Então, a maçaneta girou e a porta se abriu sem cerimônia. Dois seguranças altos e vestidos de preto pararam ali, me encarando. — O senhor Khaled está esperando você — um deles disse, com a voz firme. Cruzei os braços, irritada. — Eu não vou. — Vai por bem ou por mal? Engoli em seco. Meu coração acelerou. Eles realmente me arrastariam se eu recusasse? Respirei fundo, tentando manter a dignidade. — Eu vou andando. Levantei da cama e caminhei para fora do quarto com a cabeça erguida, ignorando o frio na barriga. Quando cheguei à porta do quarto dele, hesitei por um segundo antes de
Khaled O silêncio se instalou entre nós depois que Lara revelou que era virgem. Eu a encarei, surpreso. — Como assim? Você ainda é virgem? — perguntei, ainda processando a informação. Ela me olhou de lado e cruzou os braços, como se estivesse pronta para se defender. — Eu sou o tipo nerd, sabe? Prefiro ficar em casa lendo livros e vendo filmes do que sair para baladas e conhecer homens. Eu soltei um riso baixo, deixando meu olhar vagar por seu rosto. Ela era linda. Como nenhum homem antes de mim havia se encantado o suficiente para ser o primeiro? — Então, vamos esperar até amanhã. — Falei, me inclinando levemente para perto dela. — Vamos fazer a sua primeira vez ser especial, depois do nosso casamento. Seus olhos se arregalaram levemente antes de ela desviar o olhar. — Você disse que gosta de livros e filmes. — Mudei de assunto, vendo que ela ainda estava um pouco desconfortável. — Sim, gosto muito. — Qual filme você quer ver? Ela sorriu de leve, pensativa. —