Já se passaram alguns dias desde que Luca voltou para casa. Sofia estava dormindo no quarto de Bella. Na primeira noite, tentou dormir no quarto do casal, mas Luca não conseguiu pregar os olhos. No meio da noite, ele a olhou e disse, com a frieza que partiu seu coração: — Não estou acostumado a dormir com estranhas. Diante disso, Sofia preferiu sair de lá. Desde então, evitava ficar no mesmo ambiente que ele por muito tempo. Para tentar se distrair, pediu a Dwayne que acelerasse a reforma da nova casa. O local era maior e mais seguro, o que se tornava essencial, já que agora havia mais crianças na família. Ela sentia falta do seu quarto de lá, do conforto e da privacidade que aquele espaço lhe proporcionava. A reforma já durava um mês e, ao que tudo indicava, levaria mais algum tempo até que estivesse pronta. Sofia tem uma reunião importante com Tommaso, ela ainda está ajudando na máfia e nos shoppings enquanto Luca se recupera em casa. Marco o havia colocado como responsável pe
Luca olhava para o relógio mais uma vez. Sofia saiu há horas para mostrar a cidade a Tommaso e ainda não havia voltado. As horas se arrastavam, e a paciência dele desaparecia a cada minuto. O relógio em seu pulso marcava nove e meia da noite. Ele serviu-se de mais uma dose dupla de uísque, tentando conter a irritação crescente. Foi então que ouviu o barulho de um carro estacionando do lado de fora. Poucos minutos depois, Sofia entrou pela porta da frente, agindo como se nada tivesse acontecido. Sem conseguir se segurar, Luca foi até ela, a raiva transbordando em sua voz. — Você só pode estar brincando comigo, Sofia. — Ele cruzou os braços. — Olha a hora que volta para casa? Você tem marido e filhos. Não pode ficar andando por aí com outro homem. Se ele queria conhecer a cidade, que contratasse um guia turístico. Sofia revirou os olhos, impaciente. — Sim, Luca, eu tenho um marido. — Ela se aproximou. — Mas ele não se lembra de mim. Então, me diga, qual é o sentido de ter um marido
Sofia e sua família haviam voltado para a antiga casa no dia anterior. O espaço era maior, com mais quartos disponíveis, e, no momento, ela precisava de um para si mesma. As coisas entre ela e Luca não estavam bem, especialmente depois daquela noite. Ela realmente acreditou que, depois de fazerem amor, ele finalmente cederia, mas se enganou. Desde então, os dois sequer trocaram palavras. Quando cruzava com ele pela casa, evitava qualquer contato, ainda magoada com a forma como tudo aconteceu. Naquela noite, esperou que ele viesse atrás dela, mas isso nunca aconteceu. Agora, na nova casa, Bella, Théo, Dylan e Donna tinham seus próprios quartos, o que Sofia achava importante para que não fossem tão dependentes uns dos outros. Ela, por sua vez, escolheu um quarto no andar de baixo, próximo ao escritório. Pelo menos ali, tinha um banheiro privativo, um espaço amplo e um pequeno closet. Era perfeito. Nos últimos dias, se afundou no trabalho, ficando até tarde no escritório. Tommaso a
Sofia havia bebido demais no jantar com Tommaso e, ao chegar em casa, continuou bebendo no escritório antes de ir para o quarto. No entanto, ao deitar, teve uma alucinação erótica com Luca. Tudo parecia estranho e confuso, e, por um momento, teve quase certeza de que haviam feito amor. Mas, ao acordar, estava sozinha e nua na cama. Provavelmente, tinha tirado a roupa para tomar banho e simplesmente adormecido. Suspirando, levantou-se e seguiu para o banheiro. Na noite anterior, Luca esperou Sofia no quarto dela. Ela chegou tarde e completamente bêbada. Ele tentou ajudá-la a trocar de roupa, mas, inesperadamente, ela começou a tirar a dele. Beijou-o com fervor, sussurrando que o amava, que ele era seu único amor. Luca tentou se controlar, sabendo que ela não estava em seu estado normal. Mas Sofia não aceitou bem a recusa. E então, o beijou na boca de um jeito que fez seu corpo reagir como se sentisse falta daquele contato. Ele tentou resistir, mas falhou. Foi fraco. Acabou se entr
Eles levaram Luca para a base, e Dwayne deixou Sofia sozinha com ele no quarto enquanto saía para resolver alguns problemas. Ela ficou observando Luca deitado na cama, perdida em pensamentos. Será que fez a coisa certa ao levá-lo até ali? O médico havia dito para não forçá-lo, e agora parecia evidente que sua presença causava reações intensas nele. Para tentar organizar os pensamentos, Sofia foi até a pequena cozinha e começou a cozinhar. Preparou um bife, batata frita, feijão com arroz, fez suco de maracujá para acompanhar. Estava terminando de arrumar a mesa quando sentiu um abraço por trás, o que a pegou de surpresa. Luca afundou o rosto no pescoço dela e sussurrou algo que a fez estremecer. — Eu te amo. Ela se virou rapidamente para encará-lo. — Luca? Ele sorriu. — Oi, pequena. Sentiu minha falta? Em seguida, ele a beijou do mesmo jeito que fazia antes de levar o tiro na cabeça. Naquele instante, Sofia percebeu que a memória dele havia voltado. Assustada, se afastou um pouc
Quando voltaram para casa, Dmitri veio junto, trazendo consigo seu harém particular, já que não sabiam por quanto tempo ele precisaria ficar. Enquanto isso, Draco trouxe Julian, que agora estava na outra casa, satisfeito com o novo contrato. Na semana seguinte, Dmitri acompanharia Luca à Coreia para firmar acordos com as máfias locais. Tudo parecia estar caminhando conforme o planejado. — Grandão, pode vir até o nosso quarto, por favor? — A voz de Sofia soou do corredor. — Posso, pequena! — respondeu ele, saindo do escritório e seguindo até o quarto. — O que foi, amor? Precisa de algo? — Sim, do meu marido! Desde que tudo isso começou, não lembro qual foi a última vez que dormimos juntos. Até mesmo na Rússia, nos três dias que ficamos lá, você não foi para o quarto comigo. Passou as noites no escritório do Dmitri bebendo e, desde que voltamos, tem feito a mesma coisa. Sempre que surgem problemas, nosso relacionamento esfria. Às vezes, acho que isso é um sinal de que não deveríamo
Luca sabia que o que estava fazendo não era certo. Havia mentido para todos que amava apenas para se encontrar com alguém que o abandonou e matou seu pai. Deveria agir com sensatez, mas ainda era humano, e, às vezes, precisava cometer erros bobos para acertar no futuro. Nunca fora de fugir dos próprios problemas e não começaria agora. Marcou o encontro em um local que comprou para transformar em uma boate. O espaço estava quase pronto, faltando apenas a vistoria do órgão de segurança pública para a inauguração. O dia transcorreu tranquilamente, mas sua mente estava fixada no encontro do dia seguinte com Enola. Ela aceitou o convite sem sequer questionar o motivo. Para passar o tempo, convidou Draco e Tony, que trouxeram seus filhos gêmeos de quatro anos, Charlotte e Felipe. Em meio a tanta confusão, eles conseguiram adotar as crianças, e uma noite de cinema parecia uma boa ideia. Levou os pequenos para a sala de cinema enquanto Sofia preparava lanches na cozinha. Emilly, por sua v
Sofia acordou e percebeu que Luca não estava ao seu lado. A preocupação tomou conta dela imediatamente. Nos últimos dias, ele parecia distante e preocupado. Até tentou perguntar o que estava acontecendo, mas ele foi vago e não respondeu. Seguiu para o banheiro, cuidou de sua higiene matinal e tomou um banho rápido. Depois, vestiu uma calça jeans na cor vinho e um top da mesma cor, calçou seu tênis rosa e desceu. Quando chegou à cozinha, todos já estavam à mesa, e as crianças brincavam animadamente. Sentou-se para tomar café, mas algo chamou sua atenção: Draco e Dwayne se levantaram e seguiram em direção ao escritório. Terminou rapidamente seu café e foi atrás deles, determinada a descobrir o que estava acontecendo. Ao se aproximar da porta, ouviu parte da conversa. — Eu acho que ele foi encontrar com ela, sim. Você viu como ele ficou depois daquele encontro com ela — disse Dwayne. — Ele não faria isso sem me informar ou sem falar com você. Dwayne, você sabe que não escondemos nada