🥀 I N Í C I O!

"Não leve a vida a sério, você não sairá vivo dela!"

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O olhar de Louis caiu sobre a enfermeira que se aproximou cautelosamente, uma aflição o atingiu, pois sabia ter uma possível chance de uma notícia ruim ser entregue a ele.

— Boa noite, senhor LeBlanc, trouxe notícias do seu filho. O pequeno Jav agora se encontra bem e te adianto, ele tem os olhos mais lindo que já vi na vida, os mesmos são de um azul muito encantador.

Louis sorriu para a mulher na sua frente. Admirei a felicidade o preenchendo gradativamente e o mesmo se permitiu ser dominado por esse sentimento, se colocou de pé, inclinando o corpo para frente puxou a enfermeira consigo e a abraçou alegremente — Seu choro é bem forte, meus parabéns ele é muito bonito.

— Que ótima notícia! — agradeceu sincero, por saber que o filho se encontra bem — Meu Jav! Meu Herdeiro.

Soprei um vento frio o trazendo para a realidade de modo que ele se lembre de perguntar por sua amada.

— ... Minha Janaína? — se dando conta que a feição da enfermeira mudou bruscamente, Louis cambaleou para trás até encontrar a cadeira e quando suas pernas encostaram na mesma e seu corpo cedeu de encontro a ela.

Mesmo sem a resposta concreta de que perdeu a mulher da sua vida, a realidade lhe atingiu com força total, visto que tratei de deixar o sentimento da perda lhe dominar. Ainda que eu estivesse distante consegui sentir o coração dele acelerado, nunca tive o prazer de constatar essa sensação, pois não temo a perda, na verdade, não temo nada, visto que sou totalmente imune a esses sentimentos, porém sei exatamente todos os sintomas.

O temor libera adrenalina levando o coração bombear mais sangue que o normal, as pílulas dilatam e uma camada fina de suor lhe sobe a pele tão rápido que quando o vento lhe atinge, traz aquela sensação de pavor. O medo lhe consome e o pressentimento de que o pior acontecerá ou já se sucedeu toma seus sentidos.

Paralisado com a sensação de que o pior já aconteceu, Louis liberou as compotas da alma e seu choro saiu alto seguido de um soluço. — O vazio preencheu seu peito e ele sabia que sua amada o deixou sozinho com um filho para criar.

— Sentimos muito Sr. Louis, a paciente Janaína se encontrava com a pressão extremamente alta e até agora não sabemos explicar como sua mulher resistiu até o último momento, pois o que aconteceu dentro daquela sala de parto não foi coerente com a realidade... — mortificada relatou.

O silêncio caiu sobre eles por um longo tempo. Ela parou para refletir tudo que vivenciou, e Louis deu início ao seu processo de luto. Aquele que muitos não fazem ideia do que é. Bom, tentarei explicar! — É aquele momento de aceitação, quando você sabe que a pessoa morreu, mas não acredita, a pior fase para qualquer ser humano passou ou vai passar é aquele momento em que entra em negação e se recusa a aceitar que a pessoa que ama nunca mais voltará. É a péssima realidade de que não se declarou o suficiente ou que não beijou com a intensidade que deveria, entre outros gestos que nunca serão o bastante para aqueles que se dão conta de que chegou o ponto final para alguém especial.

Admirei entrar naquela negação dolorosa onde a pergunta condicionada lhe atinge. — E se eu não tivesse saindo de perto dela ou tivesse fugido para o México e vivido ao máximo esse amor.

Era o que gritava em sua cabeça! Permiti que as lembranças boas o confortassem. Louis estava tentando acreditar que a mulher da sua vida não voltaria mais para casa e que seu pequeno filho dependeria somente dele. Decidi não manipular, mas os seus sentimentos e vi se fechou em seu mundo paralelo da dor.

— Sei que é doloroso, mas quero que saiba que sua mulher foi forte até o último momento, os longos minutos que passei juntos a ela, tive uma experiência que a ciência não pode explicar Sr. LeBlanc! Digamos que ela aguentou até o último minuto para que o bebê sobrevivesse. — repousou a mão sobre o ombro dele lhe ofertando um acalento que nunca será o suficiente para a tamanha dor emocional que está sentindo.

— O que aconteceu? Me conte por favor — exigiu explicações.

— Ela teve eclampsia, e pelo estado que sua esposa chegou aqui, ambos não teria sobrevivido. O menino Jav nasceu...

Ela fez uma longa pausa enquanto negava com a cabeça incessantemente, como se o que tivesse presta a relatar fosse algo impossível até mesmo inimaginável.

— Seu filho nasceu morto senhor, o Jav veio ao mundo sem vinda e ficou assim por quase um minuto... aquela criança nasceu rochinha e se nenhum vestígio de vida em seu corpo. Sua falecida esposa gritava pela santa da morte desesperada, e falava coisas sem sentindo algum.

— Janaína... — murmurou o nome tão baixinho que a enfermeira não ouviu — O que devo fazer meu Deus? Meu amor, como cuidarei do nosso filho sozinho? — murmurou baixinho — O que ela dizia?

— Ela disse que alguém tinha prometido cuidar do filho... — relatou ciente do que Janaina gritava para mim — Sou do México, algo surreal aconteceu naquela sala, mas seu filho está bem e tenho certeza que nada vai lhe acontecer. Hoje é dia 2 de novembro! dia para celebrar a los muertos já vi muitos bebês nasceram desacordados e depois do tapinha tradicional eles chorarem, mas seu filho despertou solzinho e seu choro arrepiou a todos dentro daquela sala... sei que ele será um homem forte. Acredito que você será um bom pai Sr. LeBlanc.

Ela confirmou convicta, e acredito que sim, Louis protegerá muito bem esse menino e vou me manter por perto, afinal sou a protetora dele e mesmo não tendo esses sentimentos carnais, me sinto responsável pelo Jav.

— Deus sabe o que faz, tenho certeza que tudo ficará bem. — finalizou.

— Prometi a ela que cuidaria do meu filho, porém não faço a menor ideia do que vou fazer! Ele terá o nome da mãe, meu filho se chamara Jav Ruiz LeBlanc futuro Magnata de Guadalajara.

Falou com tanta convicção que o pequeno Jav despertou aos berros, estava preste a segui de encontro a ele quando Louis exigiu vê-lo.

— Te levo até o berçário, venha. — me adiantei, os deixando para trás e quando parei diante dele, seus olhos azuis encontraram os meus.

— Seu pai está vindo aí, pequeno Jav — informei segundo antes de a porta ser aberta.

— Veja! Nasceu grande e gordinho. — Louis se aproximou e notou a semelhança consigo mesmo, pois Jav tem os seus olhos e os traços marcante do Louis, porém os cabelos são negros como os da mãe — Oi, pequeno Jav, vem aqui que vou te apresentar ao seu pai.

Pegou o pequeno que chorou forte arrancando um sorriso fraterno do pai e aos berros foi entregue aos braços dele, os olhos de ambos se cruzaram.

— Farei o impossível, pois o possível já é garantido meu filho, para te proteger, será um Ruiz de pulso firme como sua mãe — ronronou baixo — meu único filho.

Abraçou o pequeno e por horas o segurou no colo, durante todo esse tempo contou histórias e falou da sua mãe para ele, que já havia adormecido em seu coloco. Louis dizia que Janaína era a mulher mais linda que ele já conheceu e declarou que seu coração sempre será dela.

— A morte não é o fim meu filho, na hora certo partirei dessa vida e vou reencontrar com sua mãe. — ele alisou os cabelos grandes do Jav e beijou sua cabecinha — Vamos ser grandes amigos! Confia em mim filho nada vai te acontecer.

Resolvi dá-lhes a privacidade necessária e segui para minha rotina, sei que tenho uma ligação muito grande com esse bebê e se ele precisar saberei.

" Pode deixar Janaína, que seu filho será muito bem cuidado e vou dar o meu melhor para que nada de ruim lhe aconteça."

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