VIOLET Quando acordo, percebo que estou no mesmo lugar e tudo o que houve ontem à noite não era um sonho como pensei. Salvatore e Matteo estavam mortos e eu tinha virado uma prisioneira. Tudo o que tínhamos construído tinha ido por água abaixo. Quando me levanto, vou direto para o banheiro e escuto a porta abrir. Quando retorno, vejo uma empregada com roupas em suas mãos.— O senhor Garcia está lhe esperando para o café da manhã. Vista isso e não demore; ele não gosta de atrasos. — Assento com a cabeça e tomo um banho rapidinho. Visto as roupas que me foram entregues e desço as escadas, logo vendo dois seguranças na ponta. Leandro está sentado em sua mesa como se fosse o rei do mundo, lendo seu jornal matinal.— Bom dia, Violet. Espero que os aposentos tenham sido do seu agrado. — Ele fala enquanto dobra o jornal lentamente, colocando-o sobre a mesa.— Quando eu vou sair daqui? — Pergunto, sentando-me ao seu lado na mesa.— Querida, isso não vai acont
VIOLET Um mês tinha passado e todas as chances que pensei existirem de Salvatore e Matteo estarem vivos foram arrancadas do meu coração. Eu estava completamente sozinha nas mãos de Leandro Garcia. Agora, no momento, estava trancada em uma cela pequena no porão por não ter cedido às suas investidas para dormir com ele. Durante esse mês, já fiquei sem comida, sem água, tive meus cabelos cortados e agora estou trancada. Mas poderia ser bem pior; poderia ter sido abusada durante todo esse tempo. Leandro insiste em querer que eu o ame de todas as maneiras descabidas.Ouço passos no escuro e, para minha surpresa, é a governanta. Foi a primeira vez que a vejo essa semana, já que estou trancada aqui desde domingo.— Olá, Violet, como está? — Ela pergunta, segurando as barras de ferro entre as mãos.— Como você acha que estou? Estou trancada, se não percebeu! — Digo rispidamente. Toda a minha alegria e inocência foram tiradas de mim; não restava mais n
SalvatoreDeixar Violet naquela casa foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Sei que corri um grande risco e não era para ter deixado ela me ver, mas não consegui ir embora sem saber se ela realmente estava bem. Matteo, Mattia e eu estamos há mais de um mês escondidos em um galpão abandonado com a ajuda de Nicolai; ele praticamente está sendo nossos olhos e ouvidos onde não podemos ir e sermos vistos. Estamos há um mês planejando nossa vingança. Era extremamente importante para todos acharem que realmente estávamos mortos. Nunca achei que trabalharia lado a lado com Mattia. Mas agora devo minha vida a ele. Quando Violet e eu fomos emboscados naquela noite enquanto tentávamos sair, um daqueles malditos seguranças de Garcia me deu um tiro. Se Mattia não tivesse aparecido, talvez fosse tarde demais. Tive que fazer uma cirurgia de emergência com um médico clandestino, já que não poderíamos ir a um hospital. Já Matteo era o que estava mais aflito e com raiva. Se dependesse dele, ter
VIOLET Ver Salvatore essa noite fez ressurgir uma chama em meu coração que fazia tempo que não sentia. Só de saber que eles estavam vivos e bem me deixava feliz e aliviada. Eu apenas tinha que manter Leandro longe de mim o máximo possível, como consegui fazer durante todo esse mês. E quando penso no diabo, ele vai lá e simplesmente aparece bem na minha frente, vindo em minha direção. Ele tenta me beijar, mas viro meu rosto, fazendo com que ele encoste em meu pescoço.— Esses seus joguinhos já estão começando a me irritar, Violet. No começo era excitante, mas agora já estou perdendo a paciência! — ele me fala, segurando minha bochecha fortemente com sua mão, para que eu olhe diretamente em seus olhos.— Quando você vai me deixar fazer você virar minha? — ele questiona a poucos centímetros de meus lábios. Isso era a única coisa que não conseguia evitar: seus beijos, já que ele praticamente me obrigava.— Isso não é um jogo, Leandro. Já lhe disse, eu não gosto de v
MATTEOApós um mês, hoje seria o dia em que teria Violet em meus braços novamente. Se eu pudesse, eu mesmo teria vindo e arrancado a cabeça de Leandro Garcia há muito tempo, depois que ele tentou arrancar tudo de nós. Hoje finalmente será o dia em que ele conhecerá o colecionador de ossos e o porquê de eu carregar essa fama comigo.Nossos homens abriram caminho para que eu, Salvatore, Mattia e Nicolai entrássemos na casa. Quando entramos, nos separamos em duplas para achar Violet e Leandro. Em meio à nossa troca de tiros, vejo minha pequena escondida atrás de um móvel, totalmente assustada e desprotegida. Quando ela vem correndo em nossa direção, percebo o momento em que um dos homens de Leandro aponta uma arma em sua direção. Rapidamente, parto para cima dele, imobilizando-o e jogando-o no chão, já atirando duas vezes contra sua cabeça.Puxo Violet para fora, segurando fortemente sua mão para que não me solte enquanto corremos. Logo avisto um carro estacionado em frente à casa, assum
VIOLET Quando acordo, olho ao redor e o alívio toma conta de mim ao saber que não estava mais naquela maldita mansão, à mercê de Leandro. Olho para o lado e vejo a figura de Matteo deitado, dormindo profundamente. Sua aparência, apesar de bruta, era suave. Eu estava morrendo de saudades de tê-los ao meu lado. Viro-me na cama e fico observando seu rosto, fazendo questão de prestar atenção em todos os seus detalhes, desde sua tatuagem na cabeça que desce pelo pescoço até seu piercing na sobrancelha.— Com você me olhando desse jeito, eu não consigo dormir, Docinho! — Ele fala, e vejo Matteo abrindo os olhos rapidamente e saltando sobre mim, abrindo um sorriso. Como eu sentia sua falta.— Amor, você já acordou? Você deveria estar descansando. — Ele me diz, passando as mãos sobre meus cabelos, e eu beijo o dorso do seu braço em forma de carinho. Sento-me na cama e logo Matteo deita em meu colo, fazendo carinho em seus cabelos castanho-claro.— Então, como vocês conseguiram fugir? — Eu pe
VIOLET Uma semana havia passado e eu estava de volta à nossa antiga casa. Por mais que nenhum de nós estivesse morando aqui durante esse tempo, tudo ainda estava no mesmo lugar e tinha um ar aconchegante. A única coisa que tinha mudado enquanto não estávamos aqui foi Helena; ela estava morando com Nicolai em um apartamento não muito longe daqui. Pelo que entendi, Nicolai não achava seguro ter ninguém da nossa família aqui, já que Leandro podia, a qualquer momento, tentar algo contra alguém.No começo, eu fiquei um pouco chateada por não ter mais Helena ao meu lado, mas depois eu entendi que, assim como eu, ela precisava de seu espaço e seguir sua vida. Depois que voltamos, minha rotina era bem mais controlada do que antes. Eu estava evitando sair na rua e tanto Salvatore quanto Matteo não me deixavam sozinha; acho que, assim como eles, também tinham receio de algo nos separar novamente.Estou em nossa cozinha, já preparando nosso jantar. Hoje, eu tinha acordado inspirada e queria ret
Matteo Sei que minha Docinho anda muito chateada por eu e Salvatore não querermos ter um relacionamento com ela, mas quero ter certeza de que Violet está bem fisicamente e psicologicamente. Ainda não conversamos sobre o tempo em que ela ficou com Leandro e também não quero forçá-la a me contar o que houve, mas a cada dia que passa está ficando mais difícil não ter Violet em meus braços. Gostaria de ter o controle de Salvatore quando o assunto é ela, mas não tenho nenhum quando se trata de Violet; ela é como se fosse uma droga que consome todo o meu corpo. Perco todo meu controle e vou atrás dela novamente, subindo as escadas para nosso quarto. Quando Violet entrou no closet, ouvi ela conversando com Salvatore. Só de ouvir que ela pensa que nós não a amamos mais ou que sentimos nojo dela, meu coração se despedaça. Entro no closet, chamando a atenção dos dois, e assim como eles, não deixo de expor tudo o que sinto diretamente a ela. Fui imediatamente em su