Capítulo 3

ANDREW CARTER:

Não tive outra escolha a não ser ligar para Isabella pois Liza acordou com febre e chorando demais, não sabia o que fazer com minha filha, dei o remédio, mas, mesmo assim, ela continua a chorar.

Juro que tentei acalmá-la de todos os jeitos possíveis, mas sem sucesso nesse requisito.

Isabella consegue como mágica fazer ela parar, mas eu não consigo, me pergunto se é algum típico de técnica usada na Pediatria.

O que vou dizer a ela sobre como possuo seu número de telefone? 

Merda, estava tão preocupado em fazer Liza se acalmar que nem pensei nesse detalhe.

Talvez seja melhor eu evitar esse assunto quando ela me perguntar, mandei o endereço de minha casa para ela e liberei sua entrada no condomínio antes de sua chegada.

Ordenei aos empregos a pedirem para ela subir assim que chegar pois estou preocupado com Liza, ela nunca ficou assim.

— Calma meu amor...— acaricio o seu rostinho vermelho causado pelo choro.

Agora sei a falta que você faz na vida de nossa filha Catarina….

Saio de meus devaneios quando batem na porta do quarto de Liza e vejo Isabella entrando…

Porra! 

Mas o que vejo me faz paralisar e ficar com o pau duro na mesma hora mesmo estando numa situação como essa...

Isabella está vestindo uma camisola curta transparente de renda, suas pernas lindas e longas descobertas, subo meu olhar para o seu busto e admiro a bela visão de seus seios volumosos sem sutiã.

Percebendo o meu olhar para sua roupa Isabella puxa o jaleco cobrindo seu corpo perfeito de minha visão parece que a doutora esqueceu que está vestida assim pelo seu olhar, ela se aproxima de mim e pega Liza no colo falando coisas para acalmar a pequena ....

— Calma, minha lindinha! — ela toca a testa de Liza verificando sua temperatura.

Ela caminha até sua bolsa tirando  um termômetro o colocando debaixo do bracinho de Liza que deixa ela fazer isso de bom grado. 

Comigo ela não deixaria! 

Balançando como se estivesse dançando com Liza no colo e cantando músicas infantis com sua voz doce e sedutora, abaixo meu olhar para sua bunda enquanto ela balança de um lado a outro.

— A temperatura já voltou ao normal, seria melhor se o senhor lhe dar um banho morno para relaxá-la! 

Me sinto um total inútil agora, nunca dei banho em minha própria filha, passo a maior parte do tempo trabalhando na Empresa, Dona Maria fazia isso todas as vezes.

— Será .... que ... poderia me ajudar a dar banho nela? — me atrapalho com as palavras.

— Me deixe adivinhar…. O senhor nunca deu banho na sua filha pois tem sempre alguém que faz isso? — ela me encara com um sorriso provocador.

— Exatamente.  — ela ri e me segue com Liza no colo ao banheiro de meu quarto. 

Enquanto ela despi minha filha em cima da cama, pego sua banheira e ligo a enchendo com água morna.

Isabella leva minha filha ao banheiro e a coloca com cuidado dentro da água, fazendo a pequena sorri.

Ela se agacha e lava minha filha, me vejo querendo que essa droga de jaleco não estivesse cobrindo a visão que mais desejo ver.

Porra, porque desejo tanto essa garota? 

Quando Dona Maria voltar a primeira coisa que vou fazer é me satisfazer com alguma mulher!

Observo Isabella me auxiliar a como dar banho na pequena, sim, eu tenho medo de fazer algo errado e machucá-la, a Doutora a pega no colo enrolando seu pequeno corpo na toalha a secando, vejo Isabella vestir minha menina com carinho, sorrindo a todo momento para Liza.

Em poucos minutos Liza adormece nos braços de Isabella que balança seu corpinho a ninando lentamente.

A vejo depositar Liza em seu berço com cuidado para não acordar a pequena, suspiro aliviando a preocupação que estava sentindo.

Percebo que o meu desespero e minha preocupação era tão grande que me sinto culpado por acordar Isabella a essa hora.

— Obrigado, não sabia mais o que fazer, desculpe acordá-la! 

    ISABELLA MONTENEGRO:

Depois de entrar nessa mansão eu constato que ele deve ser o CEO das famosas Empresas Carter’s, fico me perguntando se ele não se sente sozinho morando numa enorme casa apenas com a filha pequena.

Um magnata que pode ter o que quiser, a hora quiser e aonde quiser….

Deus, como vim vestida assim? 

Me esqueci por completo, acho que fiquei tão preocupada com a criança que me esqueci desse detalhe vergonhoso. 

Puxo o jaleco aberto o fechando tentando cobrir as partes expostas de meu corpo, o mais vergonhoso foi sentir o olhar de Andrew queimando sobre mim.

Liza estava com febre, mas abaixou assim que seu pai lhe deu os remédios, é comum acontecer isso em sua idade, mas não o culpo, Andrew ficou assustado, perdeu a esposa a alguns meses e tem medo que algo aconteça a sua filha também.

Cuido de Liza e a faço dormir em meus braços, Andrew me leva ao seu quarto decorado de ursinhos e bonecas que acho que ela ainda nem brincou.

Deito ela com cuidado para não acordá-la, viro meu rosto para encarar os belos olhos azuis de seu pai, confesso que tenho que parar de lhe olhar assim.

Tenha ética Isabella, é o pai de sua paciente.

Além do mais porque alguém como ele se interessaria por mim se tem qualquer mulher mais linda aos seus pés?

— Obrigado, não sabia mais o que fazer, desculpe acordá-la! — ele me diz e sorrio simpática.

— Sem problemas, eu viria de qualquer maneira para cuidar dessa princesa! - volto meu olhar para Liza que dorme mais tranquila.

Olho para ele mas seus olhos ainda estão em meu corpo, pigarreio atraindo sua atenção, ele balança a cabeça como se espantasse pensamentos errados e me encara.

— Tenho que ir, amanhã tenho que trabalhar!

— Quanto é? — franzo a testa confusa. 

— O que? 

— Quanto é o serviço de você ter vindo aqui a essa hora e fora do hospital atender minha filha! 

-Não precisa pagar nada, o bem-estar dela já está ótimo para mim! — respondo com um sorriso. 

Pego minha bolsa e saímos do quarto de Liza, ele a todo momento me acompanhando até a saída.

Desço as escadas e me atrapalho, fecho os olhos preparando para o impacto que vou sofrer e sair rolando e parar no hospital, mas sinto mãos fortes me agarrando pelo quadril, ele me puxa para cima e suspiro ainda trêmula.

Desço as escadas com cuidado e me direciono a porta principal.

— Qualquer coisa que acontecer com Liza o senhor tem o meu número, e sabe aonde me procurar! — como ele sabe meu número? 

É melhor deixar esse assunto para outra hora.

—Sim, obrigado! 

Lhe aceno antes de sair pela porta, caminhando até o meu carro.

Assim que chego em meu apartamento me deito em minha cama e espero o sono vim me alcançar.

O que foi aquilo? 

Que intensidade aquele homem transmite, os olhos azuis ainda estão gravados em minha mente, sorrio boba retirando esses pensamentos de minha cabeça, após alguns minutos adormeço.

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