Chang revela todo o seu plano ao irmão: ele pretende forjar um atentado durante o show de encerramento de sua carreira para criar a ilusão de sua própria morte e, assim, desaparecer do cenário musical local. No entanto, sua fuga não será simples. Para garantir que ninguém o reconheça, ele se submeterá a um procedimento de alteração de DNA e a uma bioescultura avançada, modificando completamente seus traços faciais e seu corpo.Após a transformação, ele retornará como Levi Lucius, um astro do rock em ascensão. Recomeçar do zero será um desafio, especialmente porque Chang já tinha conquistado certa fama, mas a adrenalina da nova identidade e a empolgação de trilhar um caminho diferente o motivam. Afinal, a vida é feita de riscos e reinvenções, e ele está disposto a apostar tudo nesse novo começo.Seu irmão, Baihu Renjie, achou a ideia simplesmente genial e, sem hesitar, deu total apoio. Afinal, com a saída de Chang Liu de cena, Renjie se tornaria o próximo na linha de sucessão da famíli
O corpo de Chang Liu foi recolhido pela equipe médica da BioCom. A operação foi conduzida com precisão cirúrgica, como se cada movimento fosse parte de uma coreografia cuidadosamente ensaiada. Entre os especialistas presentes, destacava-se Xiaomei, a representante da BioCom. Dona de uma beleza hipnotizante e um olhar frio e calculista, ela caminhava com uma postura impecável, como se cada passo selasse um destino inevitável.Diante da banda e de Teresa, que mal conseguiam conter o desespero, Xiaomei fez uma proposta ousada: trazer Chang de volta à vida. A tecnologia experimental chamada Anastasys ainda não havia sido lançada no mercado, e seus riscos eram desconhecidos, pelo menos ao público. O procedimento era incerto, controverso, e ninguém sabia ao certo quais seriam suas consequências, os poucos registros eram de desenvolvimento de alguns transtornos e psicopatia, claro que isso era algo encoberto e não fora revelado a banda e nem a Teresa. Mas diante da alternativa — a perda defi
Dias se passaram. Kira finalmente se reuniu com sua equipe após o caos dos últimos eventos. Eles haviam sido realocados para um novo hotel, já que o anterior não tinha mais condições de hospedá-los. A estrutura fora severamente comprometida, especialmente nos andares superiores, e como estavam justamente no último andar e na cobertura, a situação se tornara insustentável.Quando Kira entrou no novo alojamento, foi recebida com olhares de espanto. O impacto de sua presença era evidente. O silêncio que tomou conta do ambiente foi tão intenso que se podia ouvir a respiração contida de alguns.G.E.S.S. estava atônito. Seu olhar percorria Kira como se tentasse encontrar uma explicação racional para sua presença, como se sua mente recusasse a aceitar o que via. Ele tentava falar, mas as palavras simplesmente não vinham.Logan, por outro lado, manteve-se mais contido. Ele já havia passado por situações complexas antes, principalmente ao lado de Ivan. Para ele, aquilo ainda era algo extraordi
Meu primeiro teste, em minha nova vida. A única que lembro de ter. Treinamentos, estudos sobre armas, formas de matar, artes marciais… e isso é tudo. Não tenho vislumbre de mais nada. Tudo que sei é o que foi ensinado. O resto é um vazio, um espaço sem passado, sem identidade.Decidi dar uma volta antes de começar a missão. O ar fresco de Manaus tocava meu rosto e, por um breve momento, me senti humano novamente. Quando passei em frente a uma loja de instrumentos musicais, uma sensação estranha me acometeu. Uma guitarra amarela e preta, exposta na vitrine, chamou minha atenção. Ela era linda, parecia marmorizada, com uma textura impecável que me fez parar. As cordas tinham um tom dourado que refletia a luz de maneira quase hipnótica. Por um instante, senti algo em meu peito, uma emoção que eu não sabia mais reconhecer.Suor começou a escorrer pela linha da minha coluna, e um calafrio percorreu meus braços. Algo estranho, algo que parecia perdido, emergiu na minha mente. Lembrei de son
Após chegar em seu alojamento na BioCom, Kira nota o relatório sobre sua cama. Uma batida na porta e ela vê o novato em frente à sua porta. Kira se virou para o novato, sua voz firme, cortante, sem espaço para questionamentos:— Vamos partir em duas horas.Sem esperar resposta, fechou a porta para se preparar, sua mente já imersa na missão. Precisava estar em sua melhor forma. Tomou um banho quente para relaxar os músculos e dissipar qualquer tensão desnecessária. Depois, seguiu para o refeitório e fez uma refeição reforçada, ciente de que os próximos dias na Cidade da Sucata não lhe dariam o luxo de um bom descanso ou de uma alimentação decente.Revigorada, retornou ao quarto e sentou-se diante do relatório da missão fracassada. Abriu os documentos e começou a analisar cada detalhe com olhos de predadora.A missão anterior havia sido realizada no porto de Manaus, onde um time de Sicarios foi enviado para interceptar o alvo antes que ele fosse extraído da cidade. O grupo de ataque—li
Assim que a picape passa rente a um beco escuro, Kira aproveita o momento. Com um movimento preciso, ela se solta das ferragens e se impulsiona para fora, jogando o corpo no ar antes de rolar sobre o chão áspero. O impacto levanta poeira e arranha sua jaqueta, mas ela se recupera rapidamente, deslizando para uma posição segura dentro da sombra dos prédios.Killey, mesmo sentindo o ombro latejar, sabe que precisa fazer o mesmo. Com menos elegância e muito mais gemidos de dor, ele se solta e cai pesadamente no chão. O choque do impacto arranca um grunhido de sua garganta enquanto ele rola algumas vezes antes de finalmente parar, ofegante.Kira se aproxima dele com um olhar analítico.— Se você gemer mais alto, vão achar que estou te matando.Killey estreita os olhos, respirando fundo para conter a dor.— Me sinto quase morto… Então, tecnicamente, não estaria errado.Ela ignora a piada e inspeciona o ferimento. O corte no ombro é profundo, mas nada que vá matá-lo. Ainda assim, se não for
Kira não conhecia bem o local. Trouxera dinheiro, mas não muito. Além disso, não tinha tempo para um planejamento elaborado. O leilão de escravos aconteceria em uma feira itinerante, onde também estariam sendo negociados armamentos. Isso lhe dava uma oportunidade.Estava armada apenas com sua monokatana. Dependendo da segurança do evento, poderia não haver outra opção senão "entrar metendo os dois pés na porta".Ela e Killey caminhavam pelas ruas movimentadas da cidade quando Kira avistou uma feira, repleta de mercadores vendendo desde alimentos exóticos até equipamentos militares. Uma banca em particular chamou sua atenção: explosivos.Os olhos dela brilharam. Explosivos eram sua paixão. Sem hesitar, aproximou-se e fez uma compra rápida e discreta: um quilo de C6, um explosivo plástico moldável, além de um temporizador.— O que pretende fazer com isso? — perguntou Killey, desconfiado.Kira deu um sorriso malicioso enquanto verificava a carga.— Criar uma distração. Se quero me aproxi
Kira rolou para o lado, mas sentiu o impacto de mais balas atingindo sua armadura. O colete absorveu a maioria, mas uma perfurou seu flanco esquerdo. Ela sentiu o sangue quente escorrer, mas não parou.Jair O Leão rugiu e se lançou sobre o mercenário, agarrando a arma antes que ele pudesse virar para Killey. A força do impacto foi suficiente para empurrar o mercenário para trás, mas ele não caiu. Com um movimento brutal, o homem ergueu Jair e o arremessou contra um poste metálico.Killey puxou a irmã de Barney para fora da jaula enquanto Kira se levantava, monokatana em mãos.— Sua vez, filha da puta.Ela disparou em velocidade máxima, desviando das balas restantes e deslizando sob o mercenário. A lâmina cortou profundamente a articulação do joelho cibernético. O homem gritou e caiu, e antes que pudesse reagir, Kira cravou a katana em seu pescoço.Silêncio.Então, o corpo tombou.Kira arfou, o sangue pingando de seu ferimento.— Vamos. Antes que mandem reforços. Enquanto corriam para