- Vai por favor, está tudo combinado. Seria tão ruim da sua parte fazer isso com eles Kallie
Olho por cima do meu pote de sorvete para uma Tori triste e reviro os olhos quando ela faz um beicinho.
- A culpa não é minha se você não perguntou primeiro se eu queria ir
- Se eu perguntasse você diria não
- Exatamente
- Viu? Você é muito confusa sabia?
- Confusa? Desde quando eu disse queria ir em um encontro as escuras?
- Não estou falando disso – Tori se aproxima com uma colher e enche a colher antes de colocar na boca e mastigar contente. Eu deveria ter fingindo que não estava em casa.... Hunf, até parece que isso ia impedir ela de entrar – Você disse que eu deveria encontrar alguém para ir comigo ao jantar. Então é isso que estou tentando fazer, mas você não ajuda.
- Você deveria ir encontrar sozinha, eu ajudaria rastreando os seus passos e qualquer coisa acionaria a polícia, isso é o que eu considero ajudar.
Coloco mais uma colher de sorvete na boca e mastigo feliz quando encontro um pedaço enorme de chocolate no meio.
- E que tal assim – ela pega um pedaço de chocolate e eu bato em sua mão afastando – Se você não for comigo hoje, eu falo para os meus pais que você odeia os jantares e por isso não vai
Arregalo os olhos e afasto o pote de sorvete dela.
- Você não faria isso
- Você sabe que sim – ela levanta um ombro com descaso. Tudo bem, ela realmente faria isso
- Víbora
- É isso aí, vou arrumar o meu vestido na sua cama. E vou procurar alguma coisa para você, não pode ir de calça
Ela sai fazendo os próprios planos enquanto eu enfio mais sorvete na boca, olho tristemente para a televisão com o filme Diário de uma Paixão pela metade (bem na hora que ela ia lembrar dele). Olho para o relógio na parede e vejo que se não for tomar banho agora Tori irá me matar.
Uma hora depois e muita maquiagem espalhada na minha cama estamos prontas, Tori optou por um vestido tubinho verde, com um salto ponta fina de cor preta e decidiu fazer um coque bem elaborado – ela disse que isso fazia parecer seu pescoço mais alongado -. Eu escolhi um vestido rodado, acima dos joelhos, de cor vermelha, as alças caiam com o tecido fino e finalizei colocando uma pequena corrente dourada.
Passo um batom nude e prendo meus cabelos de lado, deixando que as ondulações caiam livremente pelo meu ombro. Já estou fechando a bota de cano curto e com um salto extremamente alto quando Tori traz um par de brincos.
- Coloque, vai combinar com o vestido – o par é delicado e lindo, com mínimas pedrinhas douradas caindo como se fossem pequenas lágrimas.
- Isso é muito chique, não quero, obrigada
- Coloca logo Kallie, trouxe um para você e esses para mim
O par dela são argolas finas e grandes, muito mais simples que o meu
- Prefiro o seu
- Se você não colocar eu vou....
Ela para quando o interfone toca e praticamente corre até a sala, suspiro e enfio rapidamente os brincos nas orelhas, pesco minha bolsa no caminho e a sigo até o saguão. Ofereço um sorriso para os dois homens e vejo quando Tori segue animada para um, então o outro deve ser o meu acompanhante.
- Olá, sou Kallie – estendo a mão para ele que a pega sem jeito
- Oi, eu sou Henry e esse é Adam
Aperto sua mão também e vejo Tori os observando de longe, eu não a julgo, fiz o mesmo, e não posso discordar da sua colega, eles são muito bonitos. O Henry é alto, os cabelos negros são curtos, os olhos claros me observam de longe e um sorriso brinca em seus lábios, Adam também não fica atrás, cabelos cacheados e um tom mais claro que o de Henry, a pele escura fica linda em contraste com os olhos claros.
- E então, vamos? – Tori pergunta animada e eu confirmo seguindo-os até o carro.
..........................
A galeria Dayneo ficava bem no meio da cidade, a estrutura toda feita de pedras antigas me fazia lembrar das aulas de história, época vitoriana talvez. Somos recebidos por uma assistente e logo depois entramos no local.
Quadros e esculturas preenchem meu campo de visão e eu inspiro o ar criativo, cheiro de tinta fresca, Tori segue na frente com Adam em uma conversa animada e eu sorrio quando vejo ela apontando para alguns quadros.
- Gosta de pinturas? – Henry pergunta ao meu lado e eu aceno confirmando.
- Na verdade eu gosto sim, e você?
- Bastante, é por isso que sou professor de artes
- Você é professor? – pergunto admirada e ele sorri sem jeito
- Sou, dou aulas na faculdade
- Foi você quem teve a ideia de vim aqui hoje?
- Não – ele ri e aponta para a minha amiga – Vitória disse que seria uma boa ideia
- Não me surpreendo.
Ele ri mais um pouco e paramos para observar um quadro, era uma cópia autentica de um dos quadros de Frida Khalo, eu sabia disso, mas deixei que ele contasse a história, vendo que ele se sentia melhor nessa posição.
Conversamos por mais alguns minutos e fico surpresa com o quanto eu gostei dele, talvez ele não seja tão ruim assim. Paro em um dos maiores quadros e observo, Henry começa a citar algumas coisas, mas é interrompido quando uma voz feminina chama ele, olho para o lado e vejo uma senhora mais velha o chamando até ela, ele pede licença e se afasta rapidamente.
Fico olhando para o quadro por algum tempo e só paro quando sinto um arrepio percorrer o meu corpo, coloco a mão no pescoço massageando e estanco quando não sinto o brinco bater em minha mão. Passo os dedos pelo lóbulo da orelha e gemo baixinho quando não o encontro.
Olho desenfreadamente para o chão e me abaixo procurando, um dos passantes franze a testa para mim, mas eu os ignoro, porcaria de tapete cinza, ponho as mãos no chão e tateio em busca de algo brilhante e caro......Puta merda será que seria caro mesmo?
- O que está fazendo?
Olho de supetão para cima ouvindo a voz grossa e linear de Declan. Abro a boca quando o vejo na minha frente tentando não rir da minha posição.
Deus tenha misericórdia de mim.
- O que está fazendo aqui? – eu sussurro me levantando. Oscilo de lado e ele me apoia segurando minha mão.
- Perguntei primeiro
- Eu perdi um brinco – respondo simplesmente e olho de novo para o chão
- E achou que seria uma boa ideia ficar de quatro no meio do corredor?
- Eu não achei nada – digo raivosa e pigarreio quando vejo uma senhorinha me olhar de cara feia – O que está fazendo aqui?
- Gosto de pinturas
- Uhum – chuto de leve o tapete ao meu lado e não vejo nada – Você está vendo algum brinco?
- Aquele em baixo do quadro com pontinhos?
Olho para onde ele aponta e corro até lá pescando o brinco aliviada, tiro o outro e os coloco na bolsa, é mais seguro assim. Volto para onde Declan está e acerto um soco em seu braço.
- Hey! – ele foge das minhas mãos e eu o encaro irritada
- Você sabia onde estava e ficou me observando procurar, seu cretino
- Talvez eu tenha...
- Kallie?
Me viro para ver um Henry confuso se aproximar, dou um sorriso tranquilo e ele vem para o meu lado.
- Henry esse é Declan o meu....
- Ex-namorado
Ofego e olho desnorteada para Declan que cumprimenta Henry e vejo quando ele faz uma mínima careta de dor, soltando sua mão com um puxão.
- Não, ele não é....
- Por favor querida, não minta. O rapaz não vai gostar
- Seu idiota
- Não vamos conversar sobre isso aqui amor, seu amiguinho está querendo falar algo, não é?
Ele olha para Henry e fico furiosa quando vejo ele se afastando
- Sabe o que é? Me ligaram e eu preciso ir, coisa da universidade sabe?
E rapidinho ele some dali, olho para Declan e cruzo os braços esperando que ele pare de rir. O que não acontece rapidamente, então piso em seu sapato e ele arqueja se afastando.
- Aí, cacete Kallie isso doí
- Verdade? Porque se você não me contar o que diabos está querendo eu vou fazer bem pior
- Kallie? Onde Henry está? – Tori se aproxima com Adam a tiracolo e os dois estão nos observando surpresos.
- Ele foi embora, disse que precisava fazer algo importante
Não digo que ele saiu correndo porque o idiota do meu chefe o espantou, isso só traria mais perguntas.
- Não entendi – Tori questiona e arregala os olhos quando vê com quem estou falando – Sr. Campbell
- Boa noite, é Vitória certo?
- Sim – ela olha para mim fazendo uma pergunta silenciosa e só o que eu faço é balançar a cabeça negando.
Negando tudo
Negando até aquela cena ridícula
- Estou vendo que acabamos atrapalhando o seu encontro – olho desconfiada para o tom sem emoção de Declan – Eu e Kallie vamos os deixar a sós.
Peço ajuda com os olhos para Tori mas ela olha de mim para Declan e o que vê faz ela tomar a decisão sozinha.
- Ah tudo bem então, nos vemos depois amiga. Vamos Adam
Se pensamentos pudessem matar, ela estaria morta com os meus pensamentos assassinos. Mas não importa eu a mataria, enforcaria ela e...
- Kallie?
- O que? – eu pergunto cansada
- Tenho algo para lhe mostrar, vamos?
- Tenho escolha?
- Não
Encolho meus ombros e o sigo em direção a saída, meus pensamentos indo de: O que ele quer de mim? Para: Qual é o método mais fácil de matar alguém?
.................................
Ele tem um carrão, do tipo que você só vê passando na rua, e nunca, jamais chegando tão perto, e se eu não estiver errada era um Aston Martin One preto fosco, tão lindo. Ele abre a porta e eu entro tomando o cuidado de não quebrar nada, ele entra pelo lado do motorista e eu coloco o cinto de segurança.
- Para onde estamos indo?
- Vai perder a graça se eu disser
Reviro os olhos e fico calada pelo restante do caminho. Mas volto a falar quando vejo aonde estamos.
- Central Park?
- Não julgue ainda
- Eu não julgo
Saio para o ar frio e olho para o parque, várias pessoas estão passeando descontraídas em direção a lugares nenhum. Declan parece saber para onde vai então eu o sigo olhando ao redor, eu nunca tinha vindo ao parque de noite, o que parece ser meio estranho para alguém que nunca saiu daqui.
Franzo a testa quando o vejo escalando umas poucas rochas e o sigo tentando não virar o pé nos saltos.
- Me dê sua mão
Eu faço isso e ele me puxa, sorrio para agradecer, mas paro quando vejo a paisagem a qual fiquei de frente.
Uau
Me aproximo da beirada e vejo todo o parque se estender a minha frente, luzes pequenas e maiores dão um ar mágico e íntimo, sorrio me sentado e vejo Declan fazer o mesmo ao meu lado.
- Como achou esse lugar?
- Digamos que eu venho muito aqui
- Para pensar?
- Para esquecer – ele fala baixinho e eu o olho me virando para ele. Mas vejo o quão desconfortável ele ficou de repente, então mudo de assunto.
- Se isso for um pedido de desculpas pelo que fez, saiba que ainda está no meio do caminho
- O que eu fiz?
- Colocou medo em Henry
- Ahh, sinto em lhe dizer espertinha, que não vou me desculpar por afastar aquele rapaz medroso de perto de você. Faria tudo de novo
- Ele não é medroso – porque eu o estou defendendo?
- Ele não aguentaria passar mais de meia hora com você
- O que? – pergunto afrontada e um pouco ofendida.... Tudo bem, muito ofendida – Está me chamando de chata?
- Nunca a chamaria de chata, irritante talvez, mas não chata
Bufo deselegante e olho para o parque de novo, depois dessa até as poucas luzes pareceram desaparecer.
- Ele estava bem confortável comigo, antes de você aparecer
- Porque você estava fingindo, estava obvio pela sua expressão que já tinha ouvido a história de cada quadro e só escutou por pena
Pode ter sido a gravata vermelha do seu terno que me deixou com a visão vermelha, mas poderia apostar que foi de raiva. Me levanto sacudindo o vestido e ele ri se levantando também.
- Eu não estava com pena dele
- Ah não? Jura mesmo? De onde eu estava, parecia muito com pena
Abro a boca para lhe responder, mas paro no meio do caminho. Junto as peças e arregalo os olhos surpresa.
- Você sabia – ele me olha confuso, mas eu complemento com raiva – Você me ouviu conversando com Tori, por isso estava lá hoje.
Ele fica em silêncio confirmando minhas suspeitas, rosno e olho para ele com ódio.
- Porque? Porque fez isso?
- Pensei que saberia
- O que? Que você é um idiota? Sim, eu sei.
Ele dá alguns passos se aproximando e eu prendo a respiração o observando, seus olhos descem para a minha boca e eu a sinto secar, passo a língua por elas e engulo em seco quando o vejo acompanhando os meus movimentos.
- Não amor. Pensei que saberia o quão maluco você está me deixando desde o primeiro dia que apareceu na frente do carro – Suas mãos se movem para o meu rosto e ele afasta uma mecha de cabelo do meu rosto – Que saberia que acompanho cada maldito passo que você dá, e isso é tão errado.
- Sim, é errado – caramba, porque tudo parece mais quente aqui? – Então é melhor você se afastar.
- Eu não consigo. Mas você pode conseguir, dê um passo para trás e então eu me afasto, eu juro Kallie
Subo meu olhar para ele e o que vejo, olhos verdes me chamando, implorando, fazem com que eu permaneça onde estou. Então ele tem a sua resposta.
Sua boca encontra a minha no meio do caminho e me arrasta para um lugar quente demais, errado e tão certo. Sua língua traça os meus lábios pedindo permissão e eu a dou, e depois disso tudo vira um emaranhado de sensações, nossas línguas estão se entrelaçando, nossos corpos não poderiam estar mais unidos, mas ainda assim eu o puxo para mais perto. Subo minhas mãos por sobre o seu peito e as entrelaço em volta do seu pescoço, puxando os seus cabelos, com raiva, com ardor. Ele geme dentro da minha boca e seu aperto em minha cintura se aperta.
Sua boca desce por sobre o meu pescoço e eu lhe dou total acesso, uma trilha de beijos suaves começam e eu me arqueio pedindo mais, e é só quando uma gota fria toca em minha boca que eu olho para o céu.
- Isso é um pingo de chuva? – eu falo ofegante. Ele diz um não abafado no meu pescoço e eu já estou pronta para esquecer minha pergunta quando a chuva nos recobre de vez, com força.
- Talvez você esteja certa
Dou risada e ele captura o som com sua boca, me consumindo por inteira, é a minha vez de gemer, aperto seu corpo com o meu e ele morde o meu lábio inferior......Cacete.
- Dec – eu sussurro em sua boca e ele toma minha boca de novo, incansável, as sensações não terminam
- Kallie eu....
Seu celular vibra e eu me afasto com um pulo para longe dele, recuperando minha consciência. Ele olha tão desnorteado para o celular quanto eu o olho.
- É o Jason
- Você deveria ir, eu vou pegar um táxi e....
- Não Kallie, eu vou leva-la – ele dá um passo a frente e eu um passo atrás
- Péssima ideia
Ando o mais rápido que posso e o vejo indo atrás de mim, tiro os sapatos e começo a correr pelo parque.
Começo a correr porque é errado
Começo a correr porque por mais que seja errado, eu senti que fosse a coisa mais certa que fiz.
Com esses pensamentos, apresso ainda mais os passos e a chuva lava todos os pensamentos para longe.
Mais ou menos.
Tudo bem, não era nada demais. Foi só um beijoUm beijo quente e que me deixou de pernas bambas.Merda.Abro a porta do apartamento e finjo não perceber os pingos de água escorrendo dos meus cabelos e do meu vestido enquanto ando até a cozinha.Preciso de álcool, sim álcool seria uma ótima ideia.Abro a portinha do armário e fecho os olhos quando o açúcar refinado cai em minha cabeça como se pequenos respingos de glitter caísse- Droga Jasper, isso é hora para fazer pegadinha?É claro que ele não responde, ele está trabalhando hoje à noite. Tiro metade do açúcar dos meus olhos e tento alcançar a garrafa de vodca, pulo por sobre as pontinhas dos pés e quando já estou pensando em pegar uma cadeira o som de batidas ressoa do outro lado da porta.Franzo a testa e olho para
- Com Celine de volta, você vai poder terminar aquela maldita planilha e enviar para o setor de recursos humanos – Colton digita mais alguma coisa no notebook enquanto fala comigo – Preciso que vá até a sala de arquivos e pegue uma pasta intitulada como funcionários, acho que vai encontrar alguma coisa que ajude na planilha.Colton continua falando enquanto eu continuo anotando no automático, minha cabeça indo em outras direções e eu a puxando para o presente. Termino a lista e saio da sua sala indo em direção a minha mesa. Tori está lá olhando para mim desconfiada.- O que? – eu pergunto me sentando na cadeira- O que aconteceu no sábado?- Como assim? Fui para casa- Uma ova que você foiReviro os olhos e abro a pasta com a planilha, gemendo quando vejo a bagunça que está, e não está nem na metade. P
- Você dormiu com ele sua safada e mentiu na cara limpa – Tori fala um baixo quase gritando do meu lado enquanto pego minhas coisas – Você não presta.- Cala a boca, e porque você acha que eu dormi com ele?- Estava bem obvio na cara de predador dele, parecia que ia te devorar inteirinha – ela estremece ao meu lado e eu reviro os olhos – Tive que ir no banheiro jogar água no rosto.- Larga de ser exagerada- Queria eu que fosse exagero – ela para pegando minha caneta preta e a jogando na sua mesa, pego de volta e dou um tapa na mão dela – Você obviamente não vai poder explicar em detalhes agora, mas eu juro que se você não me contar ainda hoje eu te mato Kalliope Jones.Pego o restante das minhas coisas e as deixo em cima da mesa ignorando de proposito a ameaça de Tori enquanto vou até a sala de Colton.Ah meu deus, como eu vou
Mas que filho da putaComeço a rir quando vejo o carro e nem sei se fico com raiva ou aliviada.... Não espera, eu estou ofendida na verdade. Como assim ele não confia em mim com aquele carrinho todo luxuoso dele?Abro a porta do motorista e entro, esse carro também não ficaria muito atrás. Um Honda civic de cor cinza com bancos de couro é uma visão linda, ligo e dou um sorriso animado quando o motor ganha vida.Vinte minutos depois estou na frente do restaurante de Amanda, entro e uma funcionária me leva até onde ela está, a cozinha está uma verdadeira bagunça e mesmo com o horário vejo a quantidade de pedidos. Aceno para ela e Amanda rapidamente passa as ordens para uma moça vindo até mim.- Desculpe a bagunça- Tudo bem, é animador esse lugar- Todos os dias são assim – ela ri e me leva até a sua
- KALLIECacete o grito deve ter repercutido pelo prédio inteiro, saio de onde estava deitada na cama e vou para o quarto de Jasper. Ele está parado de pé no canto do quarto com um travesseiro na mão em posição de ataque.Dou risada e ele tira os olhos da aranha enorme em cima da cama dele e olha para mim apavorado.- Tira ela, tira ela agora- Larga de ser frouxo Jasper, é só uma aranha- Porra nenhuma, olha o tamanho disso.Ele tinha certa razão, a aranha era enorme, só que o que ele não sabia era que era uma aranha falsa. Então vou até um quartinho onde guardamos as coisas e pego uma vassoura, finjo me aproximar lentamente da cama e empurro a aranha falsa para cima de Jasper que solta um grito e começa a correr em direção a cozinha- Ela está em cima de mim, tira, tira- É falsa Jasper, se acalma &nda
- Onde que ir almoçar? – Declan pergunta me seguindo em direção a saída. E mesmo tendo dito que pediria o prato mais caro, eu sabia que não faria isso, provavelmente não iria gostar de todo jeito.- Ao Ocean- Ocean?- Sim, é bem pertinho daqui, vamosCaminhamos por alguns minutos e fomos recebidos com animação pela dona, Declan escolhe a mesa e eu me sento escolhendo o mesmo prato.... Mas na verdade eu escolheria qualquer coisa, estou morrendo de fome.Marguerite traz os seus famosos pãezinhos quadrados e assados na hora, e eu coloco alguns no meu prato, tirando toda a borda deles e os deixando de lado antes de começar a comer. Faço todo o procedimento e só depois coloco um deles na boca, mastigo com prazer e olho para Declan.Paro de mastigar com o seu olhar curioso- O que? – eu pergunto depois de mastigar. Ele balança a ca
- Espere, Kallie – Paro no meio do saguão e volto quando vejo Oliver acenando para mim. Dou meia volta e passo entre os funcionários que estão chegando desanimados, pois é, segunda feira de novo- Olá Oliver- Olá querida, isso é para você – ele coloca mão embaixo da sua mesa e arregalo os olhos quando vejo balões de gás de cores vermelhas sair de lá chamando atenção a quem passe e os fazendo ficar parados olhando.- Esconde isso Oliver, não é para mim- Mas é sim, me pediram para entregar assim que você chegasse- Quem?......- paro e olho para o que está escrito. “Meu doce” está escrito em letras elegantes e cursivas, o sangue sobe para minhas bochechas e eu olho ao redor – Deixa para lá. Poderia esconder isso aí? Por favor?- Desculpe querida, nã
- Você colocou os pães de mel?- Sim, e você já perguntou isso – digo com ironia e Jasper revira os olhos- Porque você tem mania de esquecer as coisasNão posso responder a isso, então coloco uma garrafa de suco na cesta e averiguo vendo se está faltando mais alguma coisa.- Tori vai encontrar com você lá? Ou vai vim aqui?- Vai me encontrar lá, ela disse que acabou esquecendo os bolinhos de morango.- Jesus, a Mel vai ficar passando mal depois de tanto doceRio baixinho e fecho a cesta procurando minha bolsa.- Queria ir hoje – Jasper fala triste colocando um pão de mel na boca- Eu sei, quem sabe da próxima vez você possa convencer a sua chefe- Pois é, e pode ser que os porcos voem também- ExageradoPego minha bolsa e o celular e checo para ver se alguma mensagem chegou. N&atild