Luca me chamou para o escritório naquela noite, seu rosto sério, mais sombrio do que o normal. Seus olhos estavam carregados de uma preocupação que ele fazia questão de esconder, mas eu podia ver. Eu sabia que algo grande, algo que mudaria tudo, estava prestes a acontecer.
— Elena — ele começou, sua voz suave, mas carregada de uma firmeza que não deixava margem para dúvidas. — Nós temos um plano para acabar com isso. Mas... ele envolve você.
Aquelas palavras caíram como pedras pesadas no meu estômago. Eu sabia que ele estava me preparando para algo perigoso, mas ainda assim, ouvir isso de sua boca fez meu coração acelerar. Me sentei à mesa, meus olhos fixos nos mapas e documentos espalhados, tentando absorver o que estava por vir, tentando enten
A preparação para a missão estava chegando ao seu clímax. O plano estava desenhado, as peças se encaixando lentamente, mas o mais difícil estava por vir. Os soldados estavam reunidos na sala, os rostos sérios e focados, prontos para a operação que mudaria tudo para nós. No centro da sala, Pietro estava de pé, olhando para os homens e mulheres que haviam sido escolhidos para esta missão. Eles estavam prontos, mas sabiam que essa não seria uma missão qualquer. O pai de Elena não poderia ser morto. Ele precisava ser mantido vivo, interrogado, desmembrado em suas mentiras até a última gota de verdade ser extraída dele.Pietro ergueu a mão, chamando a atenção de todos.— Escutem, isso não vai ser como qualquer
O quarto estava envolto em uma penumbra suave, a luz do luar entrando pelas cortinas semiabertas. Luca estava sentado na beirada da cama, sua silhueta imponente, mas carregada de uma tensão que eu conseguia sentir no ar. Ele estava quieto, seus olhos fixos nas mãos, como se estivesse lutando contra algo que não queria dizer.Eu me aproximei dele, sentindo o peso daquela noite. Amanhã, tudo mudaria. Amanhã, eu me colocaria em perigo para atrair meu pai, e Luca estaria lá, mas a incerteza de que algo pudesse dar errado nos assombrava.— Luca — chamei, minha voz suave, quase um sussurro.Ele levantou os olhos, e eu vi a tempestade que habitava seu olhar. Medo, raiva, desejo, tudo misturado em uma expressão que me fez tremer por dentro.— Elena — ele respondeu, minha nome saindo como um suspiro carregado de emoção.Eu me sentei ao lado dele, nossas coxas se tocando,
O avião pousou em Paris sob um céu cinzento, carregado de nuvens pesadas que pareciam refletir o peso no meu peito. Eu estava cercada por meus soldados, homens leais a Luca que haviam sido designados para me proteger. Eles eram discretos, mas eu sabia que estavam ali, vigilantes, prontos para agir se algo desse errado.Meus pais me esperavam no aeroporto, como eu sabia que estariam. Minha mãe, com seu vestido elegante e sorriso tenso, me abraçou com uma força que quase me surpreendeu.— Elena, querida — ela disse, sua voz suave, mas carregada de emoção. — Estou tão feliz em te ver.Meu pai, por outro lado, permaneceu distante, seus olhos frios me avaliando como se eu fosse uma peça em um tabuleiro de xadrez.— Você está bem — ele disse, não como uma pergunta, mas como uma afirmação. — O casamento parece ter feito bem a voc&e
O restaurante estava em silêncio, um silêncio mortal, como se o próprio ar estivesse aguardando o momento certo para se romper. O brilho das lâmpadas acima refletia nas superfícies ao redor, criando sombras distorcidas nas paredes. No centro daquela tensão, estava o pai de Elena, de pé, com a arma de Matia pressionada contra sua têmpora. Mas, ao contrário do que eu esperava, ele não parecia amedrontado. Seus olhos não tremiam de medo — eles brilhavam com uma mistura de desafio e desprezo, como se ainda acreditasse que estava no controle da situação. Como se ele tivesse um truque guardado na manga.— Luca — ele disse, sua voz carregada de cinismo, cada palavra uma provocação. — Você acha que ganhou, não é? Que finalmente me pegou. Mas você não faz idei
O cheiro de pólvora ainda impregnava minhas roupas quando saí do restaurante. O silêncio da noite contrastava com o caos que havia se desenrolado ali dentro. Meus passos eram firmes, mas meu sangue ainda fervia. O rosto de Elena assombrava minha mente — seus olhos arregalados, sua respiração entrecortada, a dor misturada com um medo que ela tentava esconder.Eu fiz o que precisava ser feito.Pietro e Matia estavam logo atrás, atentos, mas em silêncio. Eles sabiam que não era o momento para palavras.Meu celular vibrou no bolso. Olhei a tela e meu peito se apertou. Mamma.Por um instante, o mundo ao meu redor parou. Meu coração bateu forte. Eu sabia que algo estava errado. Minha mãe nunca ligava. Nunca.Atendi no segundo toque.— Mamma?O silêncio durou apenas um instante antes de uma risada baixa e carregada de escárnio encher minha orelha. Uma risada que eu nunca tinha ouvido antes, mas que instintivamente reconheci.— Luca, Luca… sempre tão previsível.Aslan Petrov.Meus músculos en
Capítulo: Caçada ao FantasmaO silêncio dentro do carro era ensurdecedor, quebrado apenas pelo barulho do motor e pelos meus pensamentos furiosos martelando contra meu crânio. O celular ainda estava na minha mão, a tela apagada, mas eu podia ouvir a voz dele ecoando na minha mente.Aslan Petrov.Ele tinha minha mãe.Minha respiração estava pesada, controlada apenas pelo fio tênue da minha paciência. Minhas mãos apertavam o volante com força, os nós dos dedos esbranquiçados. Eu sentia o ódio queimando dentro de mim, um fogo que só seria apagado quando aquele desgraçado estivesse morto aos meus pés.— Ele tem certeza de que vai sair vitorioso disso — Matia disse ao meu lado, a voz carregada de tensão.— E nós vamos provar o contrário — Pietro completou do banco de trás, sua mandíbula travada. — Ele quer Elena. Quer humilhar você, Luca. Quer te ver ajoelhado implorando.Meus olhos focaram na estrada à frente, mas minha mente já estava bem longe dali, arquitetando todos os cenários possív
O ar em Marselha estava pesado, carregado com a umidade do mar e o cheiro distante de tabaco barato e gasolina. A cidade parecia outra à noite, sombras se estendendo pelas ruas estreitas, sussurros se perdendo entre os becos. Mas nada disso importava. Nada além do que nos trouxera até ali.Matia, Pietro e eu estávamos reunidos no galpão de um antigo porto abandonado, onde nossos aliados franceses montaram uma base temporária. Mesas cobertas de mapas, armas desmontadas e rádios chiando preenchiam o espaço. O som das ondas quebrando contra os pilares do píer era um lembrete constante do tempo que corria contra nós.— O complexo onde estão mantendo sua mãe fica a três quilômetros daqui — disse Henri, um de nossos contatos locais, arrastando o dedo sobre o mapa. — Um prédio de três andares, fortificado. Segurança pesada, mas já esperávamos isso.— Quantos homens? — perguntei, minha voz saindo mais fria do que eu pretendia.— Pelo menos vinte, talvez mais — respondeu Henri, trocando um olh
O vento cortante da noite chicoteava meu rosto enquanto eu caminhava para o galpão abandonado. Meus passos ecoavam no chão de concreto, cada um me levando para mais perto do meu destino. Do lado de fora, os seguranças da Bratva me observavam, suas expressões impassíveis, mas eu sabia que estavam prontos para agir se eu tentasse fugir.Luca nunca me perdoaria por ter fugido, ouvido para onde eles iriam encontrar Aslan e tramado pelas suas costas. Mas não poderia suportar a ideia de que ele fosse morto diante dos meus olhos, por um pai que nunca conheci. Não conseguiria. Eu amo como nunca aprendi a amar, mas prefiro morrer a ter que viver sem ele. O coração pulsava violentamente no meu peito, mas eu mantinha a cabeça erguida. Eu me entreguei para protegá-los. Para evitar que Luca e os outros sacrificassem suas vidas por mim. Mas, ao cruzar as portas pesadas de metal e ver Aslan Petrov esperando, percebi que talvez tivesse cometido um erro.Ele estava sentado em uma cadeira de couro, ao