Isabella Souza Saio do restaurante, me controlando para não chorar na frente dele. Mas no momento em que entro no carro, eu desabo, meu choro é tanto que o Luke para o carro no acostamento da avenida e fica em silêncio até que eu chore o suficiente. Então, ele se vira para mim. — Isabella, você está bem? Desculpa minha intromissão, mas senhorita, quer que eu ligue para alguém? Tento me controlar, mas não consigo, como posso ter sido tão idiota, achando que dessa vez seria diferente? Luke me entrega um lenço, eu enxugando o rosto, o agradeço. — Obrigado Luke, mas não precisa ligar para ninguém, só me leva para casa. Eu só peço que não comente com seu chefe sobre o que ocorreu aqui. Ele concorda com a cabeça, recoloca o cinto e volta a dirigir. Ao chegar à frente do meu prédio, me despeço de e agradeço mais uma vez. Ele fica ali na porta até ter a certeza de que estou segura e confirmar que outros seguranças estão aos seus postos. Subo as escadas e entro no apê. As meninas e
Damon Muller Tentei contato com ela, mas não me atendia de maneira alguma. Toda vez que eu ligava, ia direto à caixa postal. As mensagens se acumulam e nem são visualizadas. Fui à casa dela e fui escorraçado pelas irmãs. No estúdio, as meninas não têm autorização para dar informações, os seguranças foram dispensados, eu estou entrando em parafuso sem notícias dela. Ela sumiu da boate, não está em lugar algum, estava pensando o pior, já querendo ir à polícia, a única coisa que Thomas e Max dizem que ela está bem. Tentei até falar com a Electra, mas ela me bloqueou. Há dias a falta dela me consome, meu pai vem reclamando comigo sobre o estado em que chego ao escritório. - Você já se olhou no espelho, Damon? Há quantos dias você não come ou dorme? - Não começa, pai. - Chega Damon. Olha seu estado, por que você não fala com ela? Eu me jogo na cadeira e encho um copo com whisky, e ainda são 9:00 da manhã. Eu nunca bebo nesse horário, sei que estou um caos, só de lembrar dela, m
Isabella Souza. No momento em que Electra trouxe os testes de gravidez, eu tinha a certeza de que ele daria positivo. Como doidinha do jeito que ela é, pediu para a farmácia entregar logo três, aqueles 5 minutinhos eram apenas a confirmação do que eu já vinha desconfiando há dias. Desde a noite do restaurante, eu comecei a prestar a atenção nos sinais, as tonturas, o desconforto no estômago, fazendo as contas batiam bem certinho com o dia da caixa no estúdio. Com os três testes com duas listras, o positivo diz que serei mãe de novo. Levanto a mão em meu ventre, eu choro, penso no Bento e na minha mãe, Electra vem até mim e me abraça. - Amiga, você está grávida! Serei titia? Chorando e rindo ao mesmo tempo, eu confirmo. - Sim, El, você vai ser titia. - E agora o que você vai fazer? Ela passa a mão na minha barriga. - Acho que está na hora de voltar para casa. O Damon me vem na cabeça, como será que ele reagirá ao descobrir que será pai? Com toda certeza, a gente precisa
Damon Muller Me livro da Sarah, mando-a embora, mesmo contrariada com o que acabei de revelar, dizendo ser com a Isabella que quero ficar, bato a porta do meu escritório com força, os funcionários todos olhando, e eu pouco me importo, estou cansado de tudo isso. Pego minha garrafa de whisky e encho o copo e viro de uma vez só. Escuto uma gritaria novamente, puta que pariu, hoje isso aqui está um inferno, a minha porta é escancarada e um Electra muito furiosa entra na minha sala e puxa a arma da cintura. Me assusto e penso em apertar o botão do pânico, que chama os seguranças, mas sei que nada adiantaria, ela é uma assassina treinada, não daria nem tempo deles chegar aqui, eu já estaria morto. — Damon seu filho da puta, o que você fez para a Isabella? Engulo em seco e tento me mexer o menos possível, ela está com a arma apontada para mim. — Calminha aí, El, vamos conversar, eu não estou entendendo o que você está falando. Eu não sei onde ela está, vocês me esconderam ela. — N
Damon Muller Tudo o que eu ouvia dentro da minha cabeça era, sim, Damon ela está grávida, e nós achamos o corpo de alguém que você conhece. O desespero está estampado em minha face, não por favor, eu não posso ter perdido o amor da minha vida, sim, ela é o amor da minha vida, e agora eu talvez não possa gritar o quanto eu te amo. Tudo parece desaparecer em volta. Eu só escuto as batidas do meu coração e aperto os sapatinhos nas minhas mãos, ela está esperando um filho meu, tudo que eu sempre desejei. Escuto os gritos da Electra, desesperada quando Drakko fala o que o policial me disse. Vejo que ele a agarra pela cintura tentando segurá-la, pois ela quer ir onde o policial indica que está o corpo, eu apenas o acompanho, e nem sei como minhas pernas se movem. Atravesso o cordão de isolamento, seguro a respiração com medo de que eu possa encontrar embaixo daquele lençol. Sinto minhas mãos molharem, só então percebo que sou eu que estou chorando, eu me recuso a imaginar minha vida s
Isabella Souza Abro os olhos com dificuldade, minha cabeça está pesada, teto levar minhas mãos a ela, mas percebo que estão amarradas, e aí que me lembro de tudo que aconteceu antes que eu apagasse. E instintivamente, eu me sento ligeiramente e levo minhas mãos ao meu ventre com medo pelo meu bebê. Olho em volta e o cheiro é horrível, parece pútrido, a ânsia sobe à minha boca, e eu me encolho, me encostando na parede. Onde será que estou? Não consigo ouvir nada em volta, o que posso ver é um galpão ou uma fábrica abandonada, por ter algumas máquinas se deteriorando ao longo do espaço. Até tentaria levantar, mas ainda me sinto um pouco letárgica. Vejo a porta lateral abrir e quem mais eu temia está ali. Ele se aproxima de mim e percebo como ele está diferente, com aparência de velho cansado, com uma cicatriz enorme no rosto, o que faz ficar com um aspecto mais amedrontador. A minha vontade de sair correndo, e levanto o mais rápido que consigo e até tento correr dele, mas ele consegu
Damon Muller Meu Deus, todo o pavor que eu estava sentindo até agora se tornou muito pior no momento em que ouvi ela gritar meu nome. Aquilo ficou ecoando dentro da minha cabeça, quando a voz cessou e a chama termina, eu não sei o que fazer, eu quero gritar, a vontade que me é de tacar esse telefone na parede, mas não posso e se ele ligar novamente. — Damon, o que ele disse? Onde ela está? Tento controlar minha raiva, por deixá-la sair daquele restaurante naquela noite. Se eu não fosse tão medroso e tivesse dito antes que amava, nada disso estaria acontecendo, eu caio de joelhos chorando, elas correndo até mim, pensando o pior. — Fala Damon, por favor, o que aconteceu? Por favor, cadê minha irmã? Angel me pergunta com o rosto inchado de tanto chorar. — Ele não falou nada, está me torturando, eu apenas ouvi ela chamar meu nome e ele encerrou a chamada. — Já conseguiram alguma informação, irmão da onde ele possa ter levado ela? Thomas está com semblante preocupado, não somen
Isabella Souza Olho para os lados e tento achar algo que consiga cortar as cordas em que estou amarrada. Vejo a alguns metros uma máquina que está com a lataria torta e possui uma ponta que talvez consiga arrebentar a corda. Sem fazer barulho para não chamar a atenção de João, eu me arrasto lentamente até alcançar a máquina, essa é a chance que preciso para poder fugir. Me agarro a ela e finalmente consigo ficar de pé, começo a esfregar os pulsos, no pedaço afiado, e percebo que está dando certo. Confiro se ele não sai da sala onde está, e quando vejo que as cordas dos pulsos finalmente se soltam, sinto um alívio. Rapidamente, eu comecei a soltar as que estão nos meus pés. Assim que consigo tirá-las, procuro a saída, tento algumas portas e estão trancadas, o nervosismo toma conta. Quero sair logo antes que volte e perceba que consegui escapar, tento a próxima porta e finalmente ela abre. A claridade me deixa a tonta, então forço as minhas pernas a correr, olho para trás para ver se