Mia Miller."Eu já falei para você repousar Mia." Ethan falou sério enquanto eu carregava algumas caixas para o sótão."Amor... Estou grávida, não morta.""Mas você está gerando duas crianças. Precisa descansar.""Está bem." fiz beicinho, me entregando ao olhar dele.Deixei as caixas de lado e me recostei no sofá, suspirando. Mesmo com toda a carga física da gravidez, o que mais me pesava era a mente, sempre agitada, com novos planos e projetos. Ethan me olhou, esperando que eu começasse a falar, e então resolvi compartilhar um dos meus maiores sonhos,mais recentes, o que me dava força, mesmo quando o cansaço parecia me derrotar."Eu... eu tenho pensado muito sobre a escola de lobos." Comecei, ainda com a voz baixa, como se as palavras pudessem perder o peso que elas realmente tinham. "Quero que ela seja mais do que apenas um lugar para treinar lobos. Quero que ela seja um espaço de acolhimento, onde a força e a sabedoria dos lobos sejam respeitadas, onde se ensine sobre lealdade, pro
Ethan Greenwood.Eu nunca fui muito fã do natal. Talvez porque meus pais nunca quisessem comemorar, ou estavam sempre muito ocupados me ensinando como matar uma presa, ou como farejar um inimigo.Não tive infância. A vida inteira fui ensinado como ser um Alfa. Esse era meu destino. E por mais que Lorenzo seja meu sucessor, quero que ele tenha uma vida além de ser Alfa."Me ajuda a pôr a estrela de natal filho."Mia sorriu tentando carregar Lorenzo."Rapidamente fiz um sinal de negação com a cabeça e fui até ela."Você é doida." tirei nosso filho dos seus braços." Sua barriga está enorme, não pode se esforçar.""Você é muito chato Ethan." disse séria.""Eu me preocupo com você princesa." segurei em seu queixo.""Odeio ficar parada. Eu não consigo nem me depilar mais.""Sei o quanto deve ser estressante Mia. Mas vai passar e estou ao seu lado minha loba." sorri.""Tá bem."Carreguei Lorenzo o erguendo até que ele pudesse pendurar a estrela no topo da árvore-de-natal. Ele sorriu com a br
Mia Miller Minha barriga estava tão grande agora, maior do que eu conseguia lembrar nos últimos dias. Com esforço, peguei as roupinhas que havia comprado para os gêmeos. Ainda não sabia se seriam meninos, meninas, ou uma combinação de ambos, mas fiz o enxoval com todo o carinho possível, imaginando como seria a nossa vida com eles.Foi quando Ethan entrou na sala, acompanhado de uma mulher. Ela parecia ter seus cinquenta anos, com um sorriso gentil e acolhedor. Eu a observei com curiosidade, sem entender muito bem o que estava acontecendo."Ethan..." comecei, sentindo uma pontada de confusão."Essa é a Mariah, amor", disse ele, com um tom suave. "Ela vai te ajudar com as tarefas de casa e com os gêmeos quando nascerem."Mariah sorriu calorosamente, e eu, ainda atônita, respondi:"É um prazer servi-los, Luna.""Ah, obrigada, Mariah", respondi, ainda tentando processar a situação. Enquanto ela começava a guardar suas coisas, puxei Ethan para um canto, com o coração batendo mais rápido.
Mia MillerAs lobas mais velhas, com mãos firmes e preparadas, começaram a me acalmar, falando palavras tranquilizadoras. Mas a dor não passava, e as contrações estavam cada vez mais intensas. "Vai doer, mas você consegue", uma delas, com a voz serena, me disse.As horas passaram e, apesar de todos os esforços, o parto estava sendo muito mais difícil do que o esperado. Os gêmeos estavam com oito meses, e o risco de complicações era alto. Eu sentia que meu corpo estava no limite, mas não podia parar. Não podia dar errado."Eu sei que está doendo, Mia", Ethan sussurrou, com a voz rouca, o rosto marcado pela preocupação. "Você está fazendo um ótimo trabalho. Estou com você."No meio da dor, me lembrei da primeira vez que o vi, quando tudo era incerto, e como agora ele estava ao meu lado, tão firme, tão forte. Eu tinha a minha matilha, minha família, e agora, mais do que nunca, eu estava vivendo para eles.Eu me lembro exatamente do parto de Lorenzo. Estava sozinha. Meu pai estava no plan
Mia Miller Estar com duas crianças recém-nascidas era um trabalho enorme. Eu me revezava entre trocar fraldas, acalmar o choro de Amara e Gael, e tentar garantir que Lorenzo não se sentisse deixado de lado. Era exaustivo, mas meu coração estava cheio. Mesmo assim, as raras pausas, como o banho quente que eu acabara de tomar, eram momentos que me mantinham sã.Ethan, como sempre, estava ali, me apoiando. Ele tinha os gêmeos em seus braços enquanto eu enxugava o cabelo. “O que você vai fazer com aquela casa?” perguntei, tentando puxar conversa enquanto ajustava a toalha.“Qual casa?” Ele levantou os olhos, sua expressão confusa por um segundo antes de perceber. “Ah, a mansão. Aquela onde nos encontramos pela primeira vez.”“Sim, essa mesma. Fiquei curiosa. Desde que nos mudamos para a reserva, você nunca mais mencionou ela.”“Era dos meus pais,” ele respondeu, seus olhos escurecendo com uma lembrança antiga. “Planejo deixar aquela casa para o nosso primogênito. Lorenzo.”“Lorenzo?” Ol
Mia Miller Queria fazer uma surpresa para o meu noivo. Desci do ônibus com a pequena mala nas mãos, olhando a cidade. Há dois meses eu não via o céu desta cidade. Eu sentia tanta falta do ar puro do Colorado. Segurei as chaves do apartamento de Collin e sorri. Ele não sabia que eu viria, e nesse horário provavelmente ele estava trabalhando. Decidi esperá-lo aqui, já que passei duas longas semanas longe da cidade tentando arrumar um emprego. Tive algumas entrevistas por lá, mas como podem ver, não fui contratada. No auge dos meus vinte e dois anos eu me sentia uma perdedora. Girei a chave na fechadura e abri a porta. Ao entrar na sala, me deparei com tudo bagunçado, típico dele. Nos últimos nove meses, estávamos preparando o nosso casamento. Apesar de ainda estar desempregada, meu quase esposo disse que isso não era um problema para ele. Eu o amava. Joguei a mala no sofá e fui até a geladeira pegar água. Estava exausta, mas hoje eu queria fazer algo especial. Collin era p
Mia Miller Adentrei a porta do bar e meus olhos buscaram freneticamente por Charlotte entre a multidão. Minhas mãos tremiam e meu coração martelava no peito.Não há palavras suficientes no dicionário que possam descrever tudo que estava sentindo.Procurei com os olhos e finalmente avistei Charlotte, em um canto escuro do bar.Lutei contra o aperto no peito enquanto percorria o corredor, tentando me concentrar nas luzes piscando, que pareciam tentar acalmar toda a dor em mim."Mia, você está bem?" Ela se aproximou e me abraçou."Charlotte…" Minha voz mal conseguia sustentar a dor que tomava conta de mim. "Ele… Ele estava com ela."Eu nem me sentei e já comecei a contar cada detalhe.Minhas palavras escapavam entre soluços, a raiva e a mágoa transbordando a cada sílaba. O abraço dela era um porto seguro naquele momento. O peso da traição se instalava em meu peito, transformando cada respiração em um esforço."Tudo que acreditava ser sólido desmoronou, Char. Acreditei tan
Mia Miller Atualmente. Abri a janela do carro, sentindo o vento gelado balançar meus cabelos desarrumados. O clima mais frio sempre me atraiu, mas hoje parecia penetrar em minha pele, arrepiando meu corpo instantaneamente.Olhei para Lorenzo, que dormia confortavelmente no bebê conforto e recordei daquela noite. Dois anos se passaram, e ele era idêntico ao homem com quem perdi a virgindade no estacionamento de um bar.Descobrir a gravidez foi um completo choque. Aquele teste de gravidez me fez desabar no chão, como uma criança.Eu não queria esse filho. Mas no momento em que ele nasceu, e eu vi o seu rosto… a traição de Collin, o desespero de não saber como me virar, tudo sumiu. Somente ele importava."Você acha que isso vai dar certo?" perguntei, minha voz trêmula, enquanto tentava manter a compostura. Vocês devem estar se perguntando como tudo isso aconteceu…E até eu me pergunto."O emprego lá paga bem", ela respondeu, seu olhar firme tentando me convencer."O que voc