Capítulo 1

Talita

– Será que estou no lugar certo? – eu me pergunto olhando para a pequena casa que o GPS me indicou. Não tenho outro lugar a que posso ir, e então eu saí do carro e pego a chave, e respiro fundo. 

Não é um dos melhores lugares para eu estar, mas aqui, é o começo. Quero dizer o meu recomeço, por alguns meses.

É uma casa pequena, com quatros cômodos que são um caos. Eu tenho que dar uma boa limpeza nesse lugar.

Mas isso é bom, vai tirar minha cabeça das memórias dolorosas. Eu consigo tirar o lixo da casa em pouco tempo, o único problema é que eu não tenho produtos de limpeza comigo. Tenho que ir ao mercado.

Eu entro no carro e vou para o centro da cidade. Acho que vai ser bom morar neste lugar.

O mercado é como as outras lojas da cidade. Pequena e velha. Não demorei para encontrar o que preciso e saio com os meus braços cheios, e acabo esbarrando em uma pessoa na calçada.

– Me desculpa! – eu digo olhando para a pessoa que trombei, e fico chocada com a beleza desse homem, que está na minha frente. Ele é alto. Uns 1,90 talvez de altura e musculoso. E seus olhos são de verdes que me deixam sem fôlego.

– Está tudo bem, não foi sua culpa. Nova na cidade? – ele pergunta com um meio sorriso. Que quase me faz suspirar, mas eu me segurei. Ele passa a mão sobre seus cabelos escuros como a noite e me encara.

– Oh. Sim, me desculpe mesmo. – eu falo mudando o peso do meu pé para o outro.

– Eu posso ajudá-la? – ele pergunta olhando para as sacolas nos meus braços. Além de lindo, é gentil.

– Não precisa. Obrigada mesmo. – eu digo corando sem saber o motivo, e vou em direção ao meu carro sem olhar para trás. Porque se eu olhar, tem o perigo de me jogar em seus braços. O que foi isso?


Logan 

Eu não posso conter a minha respiração. Eu quero puxá-la para mim e nunca mais soltá-la. Minha procura acabou e eu não podia estar mais chocado do que estou agora.

– Ei Logan, como vai cara? – perguntou Jack quando entrei na sua loja. Ele é meu melhor amigo é como um irmão. E meu beta, tanto ele como Dylan.

– Vou bem. – eu resmungo pegando um pote de sorvete, é um dos meus vícios.

– O que foi cara? Você está estranho. – ele diz franzindo a testa.

– Eu a encontrei. – eu digo imaginando seus lindos olhos castanhos claros, mas não era só essa cor, não soube diferenciar, já que ela foi embora muito cedo. E seus cabelos escuros que estavam caindo em ondas sobre seus ombros e costas, que tudo que queria era correr meus dedos sobre eles.

– Você está falando sério? – ele pergunta saindo de trás do balcão.

– Quem é?

– A garota que saiu daqui a poucos minutos. – eu respondo passando a mão nos meus cabelos. Eu quero correr a sua procura até encontrá-la, e beijá-la para deixá-la sem ar. Me perder nas curvas do seu corpo, que me deixou duro e cheio de desejo.

– Merda, ela é nova na cidade. Será que ela está de passagem? – ele perguntou sério. Ele sabe que não posso me separar dela por muito tempo ou ficaria louco.

– Se está, vai ter que se conformar em ficar aqui, comigo. – eu digo rosnando.

– Eita, isso já está sério. Cara, eu te desejo sorte. – Falou o Jack rindo da minha cara.

– Sua hora vai chegar, como a de todos nós, Jack. – eu digo sorrindo.

– Eu sei e estou uma pilha cara. Só de pensar. – ele diz suspirando.

– A avó Vitória nos avisou que isso ia acontecer. – eu digo comendo sorvete.

– É mais isso faz anos. – ele resmungou comendo uma colher do meu sorvete.

– Parece que o tempo chegou. – eu digo rosnando.

– Cara, você precisa correr ou vai atrás dela e acaba com isso. – ele avisou.

– Eu vou correr, quero que ela se apaixone por mim para depois poder descobrir o que sou. – eu digo fechando o pote de sorvete.

– É uma boa ideia. – Jack falou mexendo a cabeça

Talita

Eu solto um suspiro que não sabia que estava segurando. Eu ainda estou parada no carro sem saber o que fazer. Não era para ficar assim por causa de um homem que mal conheço. Eu limpo minha mente e ligo o carro e saio para a estrada.

Quando chego ao meu novo lar eu dou um suspiro de alívio. Eu estou segura. Ele não vai me encontrar.

Eu abro as janelas e as portas para entrar ar puro na casa e coloco uma música de Demi Lovato e deixo-me levar pela batida e começo a arrumar tudo.

Já era noite quando terminei e deixei um pouco mais apresentável o lugar.

Eu faço uma lista do que tenho que comprar para deixar tudo confortável, porque eu não tenho nada além de minhas roupas e meu carro.

Agradeço por essa casa ser mobiliada, e ter tudo que preciso no momento.

Não posso gastar tudo, o dinheiro que tenho comigo não é muito, mas dá para viver por um tempo. Enquanto não tenho emprego.

Quando encontrar, vou trabalhar por alguns meses e depois passo para outra cidade. Não posso ficar aqui, mesmo que eu quisesse.

Eu deito no sofá e começo a ler um livro, já que não tenho uma tevê. Eu estava tão envolvida na história que quando escuto um uivo, dou um pulo do sofá.

Ele não para só continua e fica ainda mais perto e alto. Meu coração está batendo muito rápido e o medo está correndo em minhas veias.

Eu pego um pequeno vaso de vidro e caminho devagar para a porta da sala. Quando eu a abro fico em choque com o que vejo.

Um lobo.

Tem um lobo marrom na minha varanda. E ele está me olhando. Eu não sei o que fazer. Ele é um animal selvagem e não tenho nenhuma vantagem contra ele.

– Merda! – eu digo batendo a porta forte e trancando a chave.

Eu vejo se tudo está fechado e vou para o quarto e me deito e tento dormir, mas é em vão, já que o lobo começa a uivar muito alto e fica impossível de fazer qualquer coisa.

Eu me levanto e vou até a porta e olho pelo olho mágico e vejo o lobo no mesmo lugar que eu tinha deixado antes.

– Não tem a menor ideia do que um animal como você está fazendo na porta da minha casa. – eu resmungo abrindo a porta e olhando para o lobo marrom, que é muito grande e está me encarando.

– Você tem que ir embora – eu continuo falando com o lobo como se isso fosse normal. O lobo me olha e mexe a cabeça como se falasse não.

Eu me abraço quando sinto meu corpo arrepiar de frio. O lobo continua me olhando por um tempo até que passa por mim como um vulto e entra na minha casa.

– Ei, você não pode ficar aqui. Você tem que ir para sua casa. – eu digo pegando o vaso novamente.

Não sei quanto tempo eu fiquei encarando o lobo que está deitando no meu sofá como se fosse dele. Eu fecho a porta e vou para o meu quarto e me tranco lá dentro e deixo o lobo na minha sala.

É, está confirmando, eu estou doida de pedra.

Mas acabo dormindo sem ter nenhum pesadelo.

Sinto-me segura. 

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