Às dez horas acordou assustada com Laís lhe telefonando para avisar do horário do café.
- Oi Laís, bom dia! Pode falar para a dona Maria que não precisa me esperar. Estou sem fome. Depois eu como qualquer coisa antes do almoço.
- Você está bem?
- Fui dormir muito tarde ontem. Tive insônia. Então aproveitei para dormir até mais tarde. Mas está tudo bem sim.
- Você estava dormindo bem aqui. Aconteceu algo?
- Na hora do almoço eu te conto umas coisas.
- Nunca fale isso para uma pessoa ansiosa! – Ordenou. – Não vou conseguir ficar esperando até na hora do almoço para saber. Se eu deixar a recepção sozinha e subir aí, a culpa é sua. – Brincou.
- Cadê a responsabilidade, garota? – Júlia se divertiu. – Prometo que depois te conto tudo.
- Só uma pergunta...posso?
Tomou um banho demorado, escolheu um vestido bem praiano, leve, soltinho e bem curto. Optou por prender o cabelo de lado, amarrou com um laço em formato de flor. Fez uma maquiagem leve, porém que destacasse seus olhos. Caprichou no perfume. – Até que estava bonita. Concluiu ao se olhar pela décima vez no espelho. Às sete horas, como combinado, desceu as escadas para esperar por Laís. Quando Fred a viu, ficou calado. - Oi Fred! Ela disse. - Oi! Está muito bonita!... A Laís disse que te levará no luau. - Sim. Ela quer me mostrar as coisas interessantes daqui. - Não vai pela cabeça dela hein, por favor! - Pode ficar tranquilo. Só quero aproveitar ao máximo está cidade. Conhecer pessoas diferentes. - Tem como eu te proibir de ir? – Fred disse preocupado, fazendo com que ela caísse na gargalhada.
Acordou às nove horas. Fez sua higiene e desceu para o café. Encontrou Fred na recepção.- Bom dia! Cadê a Laís?- Bom dia! Ela está de folga hoje.- Estou me sentindo uma pessoa muito má por ter te deixado esperando até altas horas sendo que você teria que começar a trabalhar bem cedo. Perdoe-me?- Pode ficar tranquila. Não se preocupe. Eu dormi aqui. Sentado, mas dormi.- Vou ficar com a consciência pesada para sempre.- Já sei como compensar isso.- Como? Tenho até medo da resposta. – Disse ela rindo.- O que realmente queria era isso que você pensou mesmo, mas como não podemos, pode ser um café.- Estou me sentindo igual um café
Acordou às oito horas, mas como estava com preguiça ficou na cama até nove e meia. Levantou, se arrumou rapidamente e foi tomar o café. Dessa vez era Laís quem estava na recepção. --Bom dia, Flor! – Disse bem-humorada, tentando provocar Laís. - Vou chamar a Amanda aqui para bater em você, viu! - É assim que você responde meu bom dia carinhoso? - Pelo jeito hoje você acordou de bom humor. Que maravilha! - Você nunca me viu de mau humor. - Nem quero ver. Deus me livre. – Brincou. - Pensei que hoje você não viria também. - Prefere outra pessoa aqui no meu lugar, né? - A outra pessoa eu preferiria em outro lugar, gosto de você aí. - Tá safadinha hoje também? - Estou na seca, minha filha.
Apesar de não ter dormido bem, acordou muito bem-disposta. Gostaria de analisar o contrato que Fred havia firmado com Amanda e também estudar algumas possibilidades para solucionar de vez esse problema.Se levantou, tomou café, pegou o contrato que estava na recepção e foi para o quarto estudar. Deixou avisado para dona Maria que não poderia lhe ajudar na cozinha, pois precisava estudar um caso complexo.No contrato ficou estipulado que Amanda emprestaria o valor de duzentos mil reais para Fred, que pagaria mensalmente o valor de cinco mil reais, por noventa meses. Ele já havia quitado trinta e seis parcelas. Como garantia, Fred colocou a Pousada.O valor que restava era muito alto, e mesmo que ela resgatasse suas economias, não teria dinheiro suficiente. Além disso, não estava mais trabalhando e, se acabasse com seu dinheiro, ter
Enfim o grande dia chegou. Todos estavam ansiosos e mais ocupados do que nunca. Dona Maria comandava cerca de dez cozinheiras que preparavam vários tipos de porções, dentre as quais estava a de peixe frito, especialidade dela. Já Laís cuidava do palco e de tudo que se relacionava a ele. Fred ficou responsável por coordenar os funcionários contratados para o evento. E Júlia coordenava todo o restante. Antes das sete da noite começaram a chegar às primeiras pessoas. Às nove já estava lotado. Júlia estava concentrada trabalhando no evento quando alguém colocou as mãos em seus ombros. Se virou e para sua surpresa era Paula. - Não poderia deixar de vir prestigiar você. E conhecer esse tal de Fred, é claro. Júlia somente abraçou a amiga. - Você não sabe o quanto estava com saudades de você. – Júlia disse. - Eu faço ideia, porque ta
Naquele dia todos descansariam. Optaram por ir em um restaurante no centro da cidade. Todos estavam reunidos almoçando. Júlia optou por sentar longe de Fred, para evitar qualquer situação embaraçosa, quando de repente Amanda entrou no restaurante. Havia ido até a pousada e o recepcionista contratado para cobrir a folga de Laís revelou o local do encontro. - Oi Fred, posso saber por que não fui convidada para esse almoço? Será que sua namorada não merece participar de um almoço com você? Será que não faço parte da sua vida? - Amanda, vamos conversar em um lugar reservado. Ninguém aqui precisa participar dessa discussão. – Respondeu constrangido. - Será que mais ninguém mesmo? - Vamos! – Disse ele se levantando. - Não Fred, eu vou me sentar e almoçar com vocês. Algum problema? – Disse ela em voz alta.
No dia seguinte acordou às sete horas, tomou um café rápido e já foi se juntar à Laís para organizar a retirada dos equipamentos, a limpeza do local e depois enfim fazer a contabilidade do evento, enquanto Fred ficava na recepção. O dia se passou rapidamente e já era sete horas da noite quando terminaram o trabalho. Ficaram eufóricas quando conseguiram descobrir o valor do lucro que tiveram. Daria para pagar grande parte da dívida de Fred. Foram, então, correndo contar a novidade para ele. - Advinha quanto tivemos de lucro. – Disse, Laís. - Não faço ideia. Só sei que foi um sucesso. E pela cara de vocês acho que a notícia é boa. - Não é boa, é ótima! Vamos conseguir recuperar a pousada. Ou melhor, vai dar para quase quitar a dívida. - Júlia continuou eufórica. - Mas vocês já tiraram a parte de vocês? -
- Bom, agora chegou a hora de você falar novamente com a Amanda. E, caso queira, terminar ela. – Júlia brincou.- Caso queira? É tudo que mais quero nessa vida! - Fred retrucou.- Caso ela cobre o valor integral da dívida e sem dar descontos pelo adiantamento, aí acionamos a justiça e demonstramos o que já foi pago e pedimos a redução dos juros pela antecipação das parcelas. Se o juiz não aceitar a redução do valor, fazemos um empréstimo e quitamos o que falta.- Como estou feliz! Vou ligar para ela agora mesmo para marcar de nos encontrar.- Mande mensagem, é melhor deixar essa conversa registrada. E se puder gravar a conversa com ela, pode nos ser útil.- Como sempre, muito esperta.- Não temos provas