Parados no meio daquele cômodo, no meio da noite, os dois homens estavam frente a frente, o desejo de acertar contas antigas estava assombrando o jovem Areu. O homem com feições de falcão e olhos negros enigmáticos estava fixo na mulher que um dia correspondera a seus desejos, mas Ashly estava longe de ter um novo caso com Areu, ela havia se arrependido de ter jogado aquele jogo com ele e deixado tudo para trás por causa de uma decepção da parte dele. — Por que você voltou? Tudo entre nós pertence ao passado — Areu podia ver o medo em seus olhos, o que só aumentava seu favoritismo e a possibilidade de ela ser uma peça —chave na vingança de Asher. Ashly observa enquanto Areu avança lentamente em sua direção.O fato de Areu ver o medo nos olhos de Ashly só aumentou sua confiança, ele já a conhecia perfeitamente, meses em seus braços, conhecia seus desejos mais profundos e sombrios. Ele podia até ter certeza de que, se avançasse em direção a ela, a teria de volta a seus pés. Mas nada d
—Pai, você finalmente chegou... Onde você estava? — Katherine mencionou com uma voz preocupada, Areu, que estava de pé atrás dos outros onde eles estavam sentados, estava olhando pela janela para o grande pátio daquela residência normal. —Vamos lá, o que há de errado com ele? Sabe, eu fui às compras — essas palavras soaram estranhas para seu pai, ela sabia que Omar Crosetti odiava fazer compras. Então, o que o levou a fazer isso?Siena estava olhando atentamente as sacolas de compras quando, de repente, viu roupas e brinquedos de criança. — São brinquedos de criança? — ele pergunta, enquanto Omar sorri como se realmente gostasse de fazer compras. — Sim, eles são de fato brinquedos!.... Olha Dylan, olha o que eu comprei para você — Omar puxa um carrinho de brinquedo, que o menino não hesitou nem por um segundo em tentar pegar, os olhos do pequeno Dylan brilhavam deixando uma evidência de felicidade ao ver que o brinquedo era para ele. —Isso é um absurdo. Colocar sua vida em ris
—Ashly... Você voltou. Ashly, espere. Gostaria que eu preparasse algo para você comer? — Mas o recém —chegado ignorou suas palavras e a viu se afastar.Ela a persegue para tentar conversar, era hora de esclarecer as dúvidas que ambas tinham. Mas, ao chegarem à porta, algo em Siena a impede de seguir em frente. Mais uma vez, a insegurança voltou para assombrá —la. Depois de se repreender por sua covardia, ela precisa de energia suficiente para se anunciar. Sem receber a resposta que queria ouvir, ela se vira para voltar na direção das escadas. O som da porta se fechando toma toda a sua atenção: lá estava Ashly, segurando uma mala. —Aqui, dê isso a Asher... Diga a ele que ficarei bem", Ashly pega a mão dela e coloca um envelope em sua mão. A expressão séria e apática estava clara em seu rosto. O que havia acontecido com a mulher de personalidade forte que a desafiava? — Por que você mesma não entrega a ele, para onde está indo com tanta pressa? Podemos conversar e tentar resolver is
Naquela reunião, o futuro de toda a família estava sendo definido, especialmente o de Asher e Siena. — Você é o herdeiro? Como isso é possível? É um absurdo... deve haver um erro no testamento", exclamou Ashly, enquanto os outros permaneciam em silêncio, relendo o testamento de seu pai. —É a vontade do pai de seu marido", Arthur estava confiante de que a jovem permaneceria calma diante do que acabara de ouvir dos lábios dele. Exausta, esse era o estado em que ela se encontrava. Tentar ser uma boa esposa, trabalhar e lidar com mais complicações desgastou muito Sienna.Katherine ficou totalmente surpresa, mas, apesar de ter achado estranho, ficou muito feliz pelo fato de Omar ter deixado a herança de Siena, ou uma grande parte dela, nas mãos de Siena.A jovem mãe ficou tão chocada quanto os outros, e os olhares de todos os outros sobre ela a deixaram ainda mais tensa. — Isso não pode estar acontecendo comigo... Como isso é possível? — disse ela com uma voz suave e trêmula. De uma fo
Os dias se passaram como se nada estivesse errado na família Crosetti. Asher e Siena, tendo assumido o controle como herdeiros da riqueza da família, começaram a cumprir seus compromissos. Entre reuniões e convites, tudo chegava a Siena. A vida comum a que ela estava acostumada havia desaparecido para dar lugar a uma vida completamente diferente.Como presidente da fundação House Real Home, que Omar havia criado para que centenas de crianças sem —teto e sem família pudessem viver com dignidade, Asher estava empenhado em garantir que essas crianças vivessem como qualquer outra criança em condições normais. —Senhora, estamos chegando", disse o motorista que levaria Siena para onde ela precisasse ir. Siena olhou para a casa sobre a qual ouvira falar muitas vezes com Omar; a descrição que o pai de Asher havia feito era pequena aos olhos da jovem mãe. —É maravilhoso aqui", disse em voz alta Atis, o motorista que Asher havia contratado para cuidar de sua esposa. Chegando ao imponente préd
Na família Crosetti, a preocupação com a saúde de Siena se espalhou como uma sombra, envolvendo todos os membros da família em uma atmosfera de incerteza e ansiedade. A notícia do ataque a Siena gerou um turbilhão de emoções que se refletiu nos rostos preocupados e nas conversas sussurradas entre os membros da família.A sala de espera do hospital ecoou em um silêncio assustador enquanto Asher aguardava notícias sobre a saúde de Siena. A tensão pairava no ar, como uma sombra lançada sobre seus pensamentos. O médico saiu da ala de terapia intensiva e se aproximou de Asher, que se levantou ansioso para ouvir as palavras que determinariam o destino de sua amada esposa. —Sr. Crosetti, eu sou o Dr. Martinez. Antes de tudo, quero que saiba que fizemos tudo o que podíamos para estabilizar sua esposa, Siena", disse ele com uma expressão séria. —Como ela está, doutor? O que aconteceu exatamente? —disse Asher, com a voz trêmula. —A situação é complicada. Siena sofreu danos internos signific
Alheio aos problemas reais que estavam por vir, Asher ficou em frente à enorme janela do quarto de hospital onde Sienna ainda estava deitada. Os dias haviam se passado com uma lentidão agonizante, e a condição da herdeira da família não apresentava a melhora esperada. A incerteza pesava sobre Asher, que observava impotente o sono frágil de sua esposa e as sombras do problema desconhecido que pairava sobre eles.Na escuridão da sala, a luz bruxuleante das máquinas médicas piscava no rosto calmo, porém pálido, de Sienna. O sussurro constante das máquinas contrastava com o silêncio que envolvia a mente de Asher, cujos pensamentos oscilavam entre a preocupação com a condição de sua amada e a fúria latente com a tentativa de acabar com a vida dela.Enquanto isso, os homens de confiança de Asher trabalhavam incansavelmente nas sombras para descobrir a identidade e o paradeiro do indivíduo que havia atirado em Siena. As informações estavam começando a tomar forma, como peças de um quebra —ca
Asher caminhou com passos decididos na direção de Samuel, que estava submerso em um mar de álcool. O ar pesado estava impregnado com o cheiro pungente de uísque, uma tentativa desesperada de Samuel de afogar suas mágoas, como se cada gole pudesse apagar todo o seu passado conturbado. A escuridão do lugar acentuava a desolação que envolvia os dois homens, cujos destinos pareciam se entrelaçar nesse momento de desespero.Samuel, olhando para o fundo de seu copo, parecia alheio à presença de Asher até que Asher colocou a mão em seu ombro. O contato foi como uma sacudida que o trouxe de volta à realidade, mas seus olhos injetados de sangue mostravam a profunda tristeza que o consumia. —O que você está fazendo aqui, Asher? — Samuel murmurou roucamente, como se as palavras fossem um esforço sobre —humano.Asher não respondeu imediatamente, mas sua expressão refletia tamanha raiva que ele não pensou por muito tempo se era sensato falar com ele como uma pessoa civilizada ou bater nele. Seus