Jack olha para o delegado, que solta uma gargalhada, sem entender o que há de engraçado na situação. Jack, que está extremamente preocupado com o que possa acontecer com a Lis, sente que o delegado parece não se importar e está se divertindo às suas custas. Ele se levanta, ansioso e estressado, enquanto observa o delegado, que se levanta em seguida e pede para que Jack se sente novamente.— Calma, cidadão, calma. Me desculpe, sei que me excedi, mas é que, sinceramente, a história que você está me contando é algo totalmente fora do comum. Até mesmo para mim, que tenho uma mente fértil, é um pouco difícil de acreditar. E, pela forma como você me contou, não consegui assimilá-la muito bem. Se você puder me explicar, resuma, acho que seria melhor. Assim, quem sabe eu entenda melhor o que está acontecendo.— Pronto, doutor, vou resumir para que o senhor consiga entender da melhor maneira possível. Acácia é a mulher que dizia gostar de mim e acabou me sequestrando na estrada, levando-me par
Jack segue rapidamente para o hospital, pois não vê a hora de chegar lá e se encontrar com o investigador. Ele sabe que não encontrará Liz de uma hora para outra, mas fará tudo o que for possível para acelerar o processo. Assim que chega ao hospital, estaciona o carro e entra pela entrada destinada apenas a pessoal autorizado. Passa o cartão de ponto e segue até sua sala, onde o investigador já o espera.— Olá, senhor Jack Peterson! Me chamo Maicon de Avalor, sou investigador criminal. Sente-se e me conte um pouco sobre o que está acontecendo. Assim, verei qual a melhor abordagem para encontrarmos uma maneira de localizar sua esposa — diz o homem, cumprimentando Jack.— Tudo bem, doutor. O senhor não imagina o quanto estou ansioso para que isso dê certo. Minha esposa desapareceu há algumas horas e ainda não sabemos o paradeiro dela. Sei o quanto é difícil encontrar pessoas assim, sem nenhuma pista, mas realmente preciso saber de minha esposa. Tenho medo do que possam fazer com ela. Nã
— Beatriz, por favor, assim não dá, né? E aí? Já soube alguma coisa dela? Eu sabia que aquele cara não prestava, a relação dele com ela não me cheirava bem. Eu sabia que ele tinha algum mal para fazer, mas ninguém acreditou em mim! Ele veio com aquela história de que era melhor a Liz ficar com ele do que com um estranho. E olha aí no que deu! Agora estamos todos enrolados nessa situação por conta disso.— E a senhora esqueceu que eu também não concordei com isso? Não concordei e nunca vou concordar! A ideia foi do papai. Mas eu sabia que aquele desgraçado ia fazer alguma coisa, alguma m**** só poderia ser! Nunca confiei nele! Sabia que o Samuel não prestava e dizia ao meu irmão para não dar confiança demais a aquele garoto, que ele só queria crescer em cima do Jack, se aproveitar do status que nossa família poderia dar para ele. Mas o Jack sempre foi coração mole, sempre viu bondade em todo mundo. Então, sempre que podia ajudar, estava lá ajudando. E olha só agora no que deu. Eu queri
O homem desliga o telefone enquanto chacoalha a cabeça em negação. Os outros dois olham para ele, indagando.— Eu te avisei que essa madame era problema, ela me cheira a problema! A cara dela mostra que ela é um problemão e vai acabar nos trazendo vários problemas por conta disso. Um homem tão poderoso quanto esse, em seu local de trabalho, sem levantar nenhuma suspeita, e ela já está ficando louca! Você explicou para ela que tudo precisa de preparação, coordenação, espionagem? Quantos dias faz que estamos espionando a rotina desses fedorentos para acabar com ele, como ela pediu? Ele é um homem, as crianças são indefesas, podemos pegar e fazer o que bem entender, mas um homem vai lutar pela vida, então isso é muito mais difícil de fazer.— Lutar pela vida na frente do meu revólver, não vai mesmo! Ele não está ficando louco, só se quiser levar um tiro no meio da cara, porque é isso que vou fazer se ele tentar me colocar em perigo. Vocês me conhecem muito bem, sabem como nunca cheguei a
Jack passa a mão pelos cabelos, bastante nervoso. Ele decide ir para sua casa, já que não tem o que fazer ali. Precisa ver seus filhos e ter a certeza de que estão bem. Além disso, já passou o dia todo fora de casa. Se soubesse que aquilo iria acontecer, com certeza teria ouvido sua mulher e não teria ido trabalhar naquele dia fatídico. Agora Jack se sente culpado, pois pensa que Lis está nessa situação porque ele não a escutou e, por conta de sua teimosia em querer trabalhar, deixou-a desprotegida, facilitando para que pudessem sequestrá-la.Jack entra em seu carro e dirige até sua casa. Assim que chega, entra e vai direto para o bar, colocando uma dose de uísque em seu copo. Logo em seguida, após tomar um gole, ele sobe correndo até o quarto das crianças. Ao entrar no quarto, fazendo barulho, vê Frida sentada na cadeira e duas das crianças no berço, enquanto Frida acalenta Theo, que está com dores de cólica. Frida faz sinal de silêncio com o dedo indicador e Jack se acalma um pouco
Luiza está chocada com o relato de Jack. Ela não imaginava que algo de ruim pudesse acontecer tão rapidamente, pois sempre foi difícil que eventos tão distintos acontecessem tão próximos uns dos outros. Ela leva a mão à boca, chocada, ao ouvir as palavras de Jack.— Meu Deus, gente, como é que isso pode acontecer? Então, será que é a mesma pessoa que sequestrou a Lis que tentou sequestrar você também? Que absurdo! Isso é a coisa mais louca que eu já escutei em toda a minha vida. Isso não pode ficar assim, Jack! Você tem que denunciar as pessoas que estão fazendo isso, não podem ficar impunes. Imagina quantos crimes desse tipo eles não poderão orquestrar por aí.— Eu sei, Luiza, que a situação é um pouco complicada. A polícia já está interrogando um dos homens que conseguiram prender até agora. Os outros dois estão sob custódia no hospital, mas logo, logo, o delegado tomará o depoimento deles. O policial me disse que, se souberem de alguma coisa, com certeza conseguirá tirar essa infor
Samuel vai para o lado de fora da casa, para respirar um pouco de ar puro. Seu coração está totalmente partido por conta da rejeição de Lis. Ele não imaginava que seria tão difícil o que estava fazendo com ela. Não estava em seus planos castigá-la daquela maneira, mas agora acreditava que os fins justificavam os meios. Precisava fazer com que ela se tocasse o mais rápido possível de que ele era o único homem que a amava.Na delegacia, o homem está algemado à mesa enquanto os demais o observam pelo vidro. O investigador entra na sala para tomar o seu depoimento e descobrir quem foi o mandante do sequestro, embora o delegado já desconfiasse que fosse a mesma pessoa que sequestrou Jack da primeira vez. Assim que entra, o investigador senta à frente do homem e coloca uma grande pasta sobre a mesa.— Tudo bem, senhor Josemar, pesquisamos sobre a sua vida e vimos que o senhor tem uma longa lista de crimes cometidos, todos listados aqui nessa pasta. Alguns, o senhor ainda está devendo à polí
— Você sabe onde é a casa dessa tal de Acácia? Porque você precisa levar a gente até lá para que possamos prendê-la de uma vez. Assim que realizarmos a prisão, assinaremos o acordo que fizemos com você e daremos a redução da sua pena.— Sei, sim. Já fomos lá algumas vezes. Só não sei se ela vai estar lá agora, mas, pelo que sei, ela quase nunca sai de casa, a não ser quando estava trabalhando em um hospital próximo. Foi aí que perdeu o controle da situação e o magnata conseguiu fugir. Mas, se o senhor quiser, posso levá-la até lá agora mesmo.O investigador sai da sala de interrogatório, muito satisfeito com o que conseguiu. Embora ainda não tenha solucionado o desaparecimento de Liz, ao menos uma peça do quebra-cabeça já estava encaixada. Agora, seria só uma questão de tempo. Pelo que o detido havia dito, o investigador deduziu que quem estava com Liz seria Samuel, pois tudo começava a fazer sentido. Samuel havia descoberto que Jack estava no hospital novamente e, provavelmente, deu