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Capítulo 2 (O Estranho)

Capítulo 2 "O estranho"

Eu saí do carro acompanhando aquele estranho, podia ser meu fim, mas eu já estava tão cansada de fugir talvez fosse melhor morrer na mão desse estranho do que voltar para aquele inferno de novo...

-Olhe no fim da rua, carro preto, ele estava te seguindo, aqui é minha casa, pode ficar um tempo aqui, vou chamar a polícia assim que entrarmos.

Ele me tira dos meus pensamentos e olho, realmente tinha um carro preto na esquina será que era o Bryan, ou só uma coincidência...

Continuo em silêncio, entro na casa esperando que o estranho vá me fazer mal, é isso que homens fazem afinal...

Quando entro na casa escuto alguns barulhos, e logo algumas risadas, uma moça se aproxima quando entramos e sorri.

-Boa noite senhor Bruno, as crianças já jantaram estou indo então, tudo bem?

-Claro Vic, obrigada por cuidar deles pra mim!

A moça sai me olhando, e vejo o homem que agora sei chamar Bruno indo até o telefone...

-Sente se moça fique a vontade.

-Vou ligar para meu antigo batalhão eles logo viram até aqui.

Eu sento e logo duas lindas crianças se aproximam de mim com seus olhinhos brilhantes e curiosos.

-Oi, oi, oi.

-Quem é ela papai?

A menina me olha estranha, e o menino sorrindo animado!

-Ei crianças deixem ela, papai só está ajudando a moça, não a incomodem.

-Está tudo bem, eu amo crianças.

Logo eles me trazem alguns brinquedos estou no chão brincando com elas quando alguns policiais chegam, Bruno sobe com as crianças e me deixa com os dois policiais que ficaram e dois saíram em busca do carro preto depois de Bruno passar a placa.

-Então qual seu nome senhorita?

Olho pra eles sem saber o que responder de verdade meu nome real ou meu nome aqui, conto a minha história o que faço?

-Senhorita?

-Mellany Parker.

-Ok Mellany, você imagina quem possa estar atrás de você?

-Eu não faço ideia moro aqui a pouco tempo eu não sei.

Falo nervosa demais pensando em Bryan me encontrando aqui e acabando comigo!

Dou meu depoimento explico que eu não tinha visto nada, quando Bruno desce e pela primeira vez reparo nele de verdade...

Ele era um homem bem alto imagino que 1.90 de altura, ombros largos, uma boca farta, olhos levemente puxados, usava barba, tinha um semblante sério, olhar triste e distante, mas era um homem extremamente bonito e atraente.

-E aí rapazes algo?

-Comandante Maley pegamos o depoimento da Senhorita Mellany mas ela não viu nada em especial o senhor pode nos passar tudo que viu?

-Com certeza, bom eu estava no mercado fazendo as compras da semana, vi um homem observando a senhorita, meu instinto me fez observar, ele seguiu ela pelo mercado de longe o tempo todo, abandonei as compras e sai no instante que eles saíram, o homem entrou no carro e seguiu a senhorita, mas como ele estava seguindo de longe consegui ultrapassar, quando nos aproximamos da minha casa, tive a ideia de parar ela, e aqui estamos, peguei a placa e consegui não parecer um louco total trazendo ela pra minha casa.

Pela primeira vez ele sorriu, o sorriso dele aqueceu minha alma, não sei explicar o que senti, mas era um sentimento que aquecia de dentro pra fora...

Fiquei sem saber o que fazer ou como agir, levantei em um sobressalto que fez todos me olharem.

-Eu posso ir pra minha casa agora?

-Só mais uns instantes senhorita precisamos do endereço que vive e sua assinatura do B.O.

-Claro.

Escrevo tudo que era necessário assino e entrego pra eles Bruno estende a mão e fala em seguida:

-É perto eu te levo e volto caminhando!

Ele nem me deixou falar nada, os policiais continuaram sentados preenchendo as papeladas, e ele abriu a porta e me esperou, sai em seguida andando na frente dele, e sentindo a presença dele me acompanhar.

Em total silêncio entramos no carro, ele entra no lugar do motorista e segue algumas quadras até minha casa, quando chegamos lá pro meu espanto a porta estava aberta estremeci ali no banco...

-Fique aqui, eu vou entrar!

Ele me deixa ali e entra vejo uma a uma as luzes serem acesas, cômodo por cômodo da casa até que ele volta até o carro.

-Está tudo revirado, mas não tem ninguém ali.

Ele estende a mão pra mim para me ajudar a sair do carro, eu apoio minha mão na dele e desço devagar aquilo parecia um pesadelo, minha mente estava girando com isso tudo que está acontecendo, não, não pode ser apenas coincidência é ele, é o Bryan ele vai me matar...

Sigo passo por passo até a entrada estava realmente tudo revirado, e tinha uma adaga que reconheci na hora e um bilhete escrito:

"SE VOCÊ NÃO FOR MINHA NÃO SERÁ DE NINGUÉM"

Eu cai de joelhos, e em prantos, era real ele estava aqui, ele ia me achar e ia me matar dessa vez...

Bruno se abaixa e me olha nos olhos, me levanta e me acompanha até o sofá.

-Você precisa me falar o que está acontecendo eu posso te ajudar.

Ele para na minha frente e espera que eu fale mais eu não consigo, falar tudo isso relembrar tudo isso dói demais...

-Melany eu só vou poder te proteger se eu souber do que, se não quiser me dar detalhes tudo bem mas me fale do que você tem medo, o porquê?

Repenso e falo em um sussurro...

-Meu ex marido.

-Ele te machucou isso?

Balanço a cabeça e ele me abraça e é tão bom, pela primeira vez me senti segura em um abraço que me parecia tão familiar mesmo sem ser...

-Você precisa ir Bruno, se ele voltar e te ver perto de mim ele vai te machucar.

-Eu preciso fugir novamente, obrigada se não fosse você ele teria me pegado hoje...

-Você não precisa fugir, eu vou te ajudar eu já perdi alguém para um relacionamento abusivo eu não vou permitir que aconteça com você!

Ele segura minhas mãos firmes e me olha dentro dos olhos, era incrível o quanto me sentia segura, mas eu não poderia colocar ele em risco, ele tem filhos que precisam dele eu não poderia fazer isso de novo, já basta minha família...

-Eu preciso ir pra casa, os rapazes já vão voltar pra delegacia preciso ficar com as crianças venha comigo.

-Eu não vou, eu vou ficar bem, pode ir tranquilo cuide dos seus filhos esta tudo bem!

Ele tenta insistir mas eu digo não, ele deixa seu telefone, anotado e sai dali olhando pra trás várias vezes.

E aquilo de certo modo me deixa triste, ver ele ir...

Encosto tudo que posso na porta que Bryan arrombou subo pro meu quarto ligo pro John e aviso o que houve, ele fica de ligar para os nossos pais e ver como estão e promete vir no primeiro voo pra cá pois não estava em Londres.

Assim que desligo o telefone tomo banho e me deito, adormeço rapidamente lembrando do rosto do meu estranho salvador...

Alguns dias passaram e me chamaram até a delegacia o carro preto foi encontrado abandonado em algum vilarejo distante, mas sem vestígios do motorista...

Bruno também estava lá e não tirou os olhos de mim o tempo todo.

-Você quer nos contar mais algo?

-Não mas preciso informar que pedi transferência e vou mudar da cidade.

-Melany eu já te disse posso ou melhor podemos te proteger.

-Eu, eu não posso ficar aqui!

-Vocês precisam de mais algo de mim?

-Não senhorita mais...

-Com licença.

Saio dali correndo pro meu carro sento no banco encosto a cabeça no volante e deixo todas as lágrimas acumuladas rolarem, estava sendo demais pra mim, quem sabe se eu acabar com a minha vida isso se resolva e ninguém mais se machuque...

Ligo o carro e acelero, acelero ultrapassando a ponte e caindo na imensidão da água, agora tudo vai acabar...

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