Capítulo 5 (Nina)

Capítulo 5 "Nina"

Marcos vai até a porta e volta logo e atrás dele Bruno com as crianças que correm até mim e eu os abraço apertado.

-Eles te viram chegar e enquanto não os trouxe não sossegaram...

-Você vai ser nossa vizinha tia Mel?

Nella me pergunta e eu sorrio pra ela em resposta.

-Olha Nella, acho que sim, você vai vir me ver?

-Todo dia eu posso papai Todo dia?

-Vamos ver isso dona Antonella, se acalme rsrs.

As crianças começam a correr pela casa John e Marcos estão no quintal vendo onde colocar câmeras e o alarme, e eu e Bruno ficamos na sala.

-Eu queria te pedir desculpas por tudo que falei no hospital...

-Não se preocupe Melany ou Emmy não sei como devo te chamar, eu entendo bem tudo que passou.

- Acho impossível que saiba, só quem viveu na pele mesmo, mas obrigada pela compreensão.

-Está tudo bem.

Sinto que ele queria me falar algo mais não continua.

-Você já viu o andar de cima?

-Ainda não.

-Então vamos eu te mostro...

Subimos as escadas e as crianças estavam entrando porta por porta fazendo a maior festa.

-Ei parem de correria a Mel não vai gostar da casa bagunçada antes de mudar.

Pela primeira vez ele me chama pelo meu apelido e isso de certo modo me causou algo, não sei explicar meu peito parece que ia explodir e tenho certeza que fiquei com as bochechas vermelhas...

-Pode deixar eles, não tem problema crianças tem sempre bastante energia.

Bruno sorri pra mim e abre a primeira porta do corredor era um banheiro de visitas todo branco e com alguns azulejos na parede com flores azuis se destacavam entre os brancos muito lindo e delicado.

-Esse banheiro é lindo.

-É igual o de baixo o que muda são as flores as de baixo são amarelas.

-Não vi o de baixo, mas então é lindo também...

-Sim sem dúvidas a decoradora fez um bom trabalho.

Vejo ele falar isso com um pesar no peito e olhar algo na frente como se estivesse vendo algo que eu não via.

-Aqui é a suíte principal.

Ele abre a porta e dou de cara com o quarto mais lindo que já vi, todo branco com detalhes em roxo que por sinal é minha cor favorita, uma cama gigante com 4 balaustres com os mosquiteiros brancos amarrados em cada balaustre com laços roxos, a roupa de cama recém colocada branca e algumas almofadas roxas tudo combinando perfeitamente na frente na cama um tapete peludo branco bem fofinho e um apoio roxo nos pés da cama, de um lado a porta do closet e do outro do banheiro da suíte, na sacada duas poltronas roxas e uma mesa escura, era inacreditável a beleza daquele lugar.

Entrei na suíte tinha uma banheira no meio, muito linda com torneiras douradas assim como na cozinha, o azulejo branco com flores roxas e um grande espelho com luzes era incrível.

-É lindo não é?

-Muito queria dar os parabéns pra quem fez essa perfeição!

-Infelizmente não será possível.

-Porque?

-Ela morreu!

Engulo a notícia de sobressalto e fico em dúvida se questiono mas opto pelo silêncio se ele quiser contar ele continua sem pressão...

Continuo olhando em silêncio e saio da suíte para ver os outros quartos.

Entro em um quarto de bebê e meu coração não aguenta ficar ali, meus olhos ficam marejados, era um sonho que não realizei e isso me machucava, mas antes de sair li na parede o nome Ben, tem algo a mais acontecendo aqui e não estou sabendo assimilar.

O próximo quarto infantil também é de menina olhei só por fora e o próximo um escritório nessa altura as crianças já tinham descido brincar no jardim de traz eu os vi pela janela então decido que devo perguntar.

-Essa casa é sua?

-Não necessariamente, ela é das crianças.

-Então ela e da sua esposa?

-Sim era dela sim.

-Então ela faleceu? Não precisa falar se não quiser.

-Talvez eu deva tentar...

Ele senta em uma poltrona do escritório que ficava virada pra janela e começa a falar:

-Eu conheci a Nina quando ela veio morar aqui, era um recomeço pra ela, assim como pra você, fui destinado a cuidar da proteção dela me apeguei demais a Antonella nesse tempo, e eu e Nina fomos nós envolvendo emocionalmente ela tinha vindo da Itália e sem notícias do ex marido estávamos felizes e seguros...

Ele fica em silêncio um tempo respira fundo e continua:

-Dois anos passaram e fomos relaxando na segurança, ela morava aqui e eu ali o que podia dar errado?

-Quando ela engravidou do Ben foi minha maior alegria decidimos enfim morar juntos, a Nina e a Nella era a maior alegria da minha vida, sabe aquela sensação de ter por quem viver, de ter por quem levantar toda manhã?

-Era essa sensação que eu tinha desde que as conheci!

Mais uma vez ele respira fundo, engole a emoção que vem em cada palavra que ele conta e continua...

-A Nina cuidou de cada detalhe dessa casa, o quarto do Ben estava quase pronto, pois ela já estava de oito meses, faltava alguns detalhes de nuvens que ela queria pra parede, ela dizia que o Ben era nosso anjinho enviado dos céus, mas eu tive que atender um caso do outro lado da cidade e ela mesma foi buscar as nuvens foi a última vez que falei com ela.

-Não precisa continuar Bruno esta te fazendo mal...

-Eu preciso sim, vou te contar tudo.

-Nina me ligou e disse que estava indo buscar as nuvens pois queria deixar o quarto pronto logo, pois estava muito cansada já, eu concordei que ela fosse sozinha e nunca vou me perdoar por isso, no caminho Yan seu ex marido o qual achamos que não incomodaria nunca mais estava seguindo ela, assim que ela desceu do carro ele foi de encontro a ela a mulher da loja me ligou falando da discussão na frente da loja, eu fui correndo mas só cheguei em tempo de ver ele dando uma facada no peito dela, eu atirei na cabeça dele e o matei na hora, peguei ela nos braços e corri para o hospital, mas eu não a protegi eu não a salvei dele, ela morreu enquanto faziam uma cesarea de emergencia pra tira o Ben que estava morrendo também...

Eu escuto ele terminar e vejo as lágrimas caírem pela sua face, e vou até ele e o abraço ele chora mais um pouco em meus braços até ouvirmos os passinhos das crianças se aproximando, eu me afasto dele e fico olhando pela janela enquanto limpo as lágrimas que eu mesma deixei cair...

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