Mason Blake Minha cabeça estava atordoada ao ler novamente o relatório entregue por Gabriel. Evans. Vinte e dois anos. Filha de uma humana, e de um Alfa. Seu sobrenome vinha do pai, não da mãe como ela acreditava. Ela não era uma humana comum como eu pensava, ela era uma híbrida, uma híbrida poderosa e nem sequer sabia disso. Meu pai sabia muito bem como articular um plano. Como eu bem sabia, ele nunca daria pontos sem nó.Fecho a persiana do escritório aqui no hotel.Agora tudo fazia sentido… O cheiro dela, o jeito com que ela mexia comigo. Será que ela era a minha companheira?Não, isso não fazia sentido. Nada mais fazia sentido. Eu estava evitando encontrar Elena a qualquer custo. Não queria vê-la por enquanto,até que cheguei ontem e vi ela quase descobrindo esse maldito relatório, por isso o trouxe para o hotel, era mais seguro.Esse casamento tinha que continuar, isso era fato, mas eu precisava saber mais, saber mais sobre as motivações de meu pai e no que eu havia me metido.
Elena Evans Era hoje.Hoje seria o dia em que me uniria ao homem que eu menos queria neste mundo.Mason não economizou no espaço, nem no bufê. E aposto que esse vestido que eu estava me encarando agora no espelho do retrovisor custou muito dinheiro. "Vou vomitar." murmurei olhando para Madeleine.""Calma querida, você está nervosa." ela segurou em meu ombro."Eu não estava nervosa. Nem tampouco ansiosa. Eu estava arrasada.A minha feição por fora era de uma noiva linda. Cabelos bem penteados e presos num coque que se alinhava perfeitamente a coroa de flores, uma maquiagem singela e um vestido que abraçava o meu corpo feito exatamente sob medida.Mas por dentro: havia apenas uma menina de vinte e dois anos que se casaria sem amor, apenas para fugir."Você está bem Elena?" Madeleine segurou a minha mão." Está suando frio.""Estou. Podemos ir."menti, não somente para ela, mas para mim mesma."O contrato estava assinado. Ou eu casava, ou ia diretamente para a prisão por algo que nem seq
A cerimônia se encerrou, mas eu ainda teria de suportar a festa. Parecia muito para tolerar num só dia.Mason estava saindo comigo de mãos dadas comigo e todos nos parabenizaram, foda-se, eu não conhecia ninguém além de Madeleine e Gabriel naquele casamento. O sorriso falso no meu rosto já estava me cansando, mas eu tinha de mantê-lo. Infelizmente.Ele mal me olhava nos olhos. Como se estivesse me evitando de qualquer maneira. Ele era complexo, misterioso, um idiota completo. Me vi sozinha, quando ele se virou e foi cumprimentar alguns homens que pareciam muito importantes.Quando o garçom passou por mim, peguei uma taça de alguma bebida que eu suponha ser champanhe, de uma coisa eu tinha certeza: sóbria eu não conseguiria suportar aquela festa.Eu mal tinha levado a taça aos lábios quando senti um perfume forte de rosas e algo mais enjoativo se aproximar. O som sutil de saltos ecoou pelo chão de mármore, e uma voz doce demais para ser genuína se fez ouvir atrás de mim.“Que cena lin
Mason BlakeNão consigo dormir. O sono me fugiu de uma maneira indescritível. Talvez porque estivesse pensando nela…Eu precisava saber mais, pelo que soube seu pai era o Alfa Sebastian Evans, do qual eu não sabia muito. Mas não tínhamos nenhum tipo de aliança, e sua fama não era boa entre os lobos.Alguns de nós, faziam alianças, de territórios, proteção, cuidávamos dos nossos. Os lobos eram, assim, criaturas fortes, que defendiam o seu lar com unhas e dentes, no sentido literal da palavra. Mas havia alguns, que sempre queriam mais, daí, surgiam as guerras entre si. Eu já estava acostumado com isso. Nós da matilha, vivíamos espalhados por aí como humanos. Se disfarçando entre as sombras da floresta. Mas também tínhamos nossa alcateia, o nosso lugar para viver, que era um refúgio.Nas histórias da cidade, havia lendas, de que lobisomens e vampiros, já disputaram um lugar na cidade de Transilvânia. Nós ganhamos naquela época. Mas se isso que meu tio contou fosse verdade, toda nossa r
Elena EvansFinalmente estávamos em terra firme. Eu tinha medo de voar, era um detalhe que eu normalmente não mencionava. Mas quando Mason segurou a minha mão, era como se todo o medo tivesse sumido. O que foi algo que me deixou totalmente surpresa."O motorista vai nos levar até o hotel." ele sussurrou encarando o celular."Naquele momento, ele não parecia mais aquele Mason que segurou minhas mãos para que eu não sentisse medo, mas sim o Mason frio, essa versão ganhava. “O motorista vai nos levar até o hotel,” Mason murmurou, sem me olhar, os olhos fixos na tela do celular. A voz dele era controlada, distante, como o toque nunca tivesse acontecido.Ali estava ele novamente. O Mason frio. Calculista. Aquele que vencia sempre.Engoli a decepção que queimava minha garganta e me obriguei a seguir em frente, ajustando a alça da minha bolsa no ombro. Fomos recebidos por um motorista que parecia imensamente desconfortável na presença de Mason, e não pude deixar de notar como os ombros do
Elena Evans Meu coração palpitava tanto, que quase errava as batidas. As mãos de Mason permaneciam na minha nuca, e eu não sabia como agir.O que falar? O que fazer?Pela primeira vez na vida, fiquei imóvel.Meu corpo tensiona, eu podia sentir o calor de suas mãos, e seu corpo quase junto ao meu, afinal, somente uma barreira de travesseiros idiotas nos separavam."Sabe que se você não quiser, eu não irei te obrigar a nada Elena. É só dizer." ele sussurra em meu ouvido."O silêncio era a minha única arma para aquele momento. O pior de tudo, era que meu instinto, um instinto que eu nem sabia existir até agora, gritava por ele, ele implorava por Mason."Diga Evans." a voz rouca e sexy saiu baixa." Você quer que eu pare?"Eu estava de frente com o homem mais bonito que já vi em toda a minha vida. Mesmo sendo um completo cafajeste. Sua blusa entre aberta revelava seu abdômen sarado, o que me fazia quase ficar com água na boca,e seus olhos azuis me encaravam como se eu fosse sua presa.Eu
Elena Evans O som dos pneus esmagando o cascalho foi a única coisa que quebrou o silêncio enquanto o táxi parava em frente a uma casa antiga e esquecida no fim de uma rua estreita. Paguei ao motorista e desci com as malas nas mãos, o vento frio da Transilvânia me envolvia como uma lembrança de que aquele lugar não era Nova York. Infelizmente. Brașov era no fim do mundo. Olhei para a casa. Suja, coberta de teias de aranha, parecia que ninguém tinha posto os pés ali em décadas. Essa era a minha nova vida. Um novo começo, mas de um jeito que eu nunca imaginaria. Com os bolsos vazios e uma vida destruída, meus pais haviam falecido em um acidente e tudo o que me restava era apenas esse lugar e algumas economias.Suspirei e empurrei a porta, sentindo uma estranha resistência. O ar dentro da casa era denso, como se as paredes guardassem segredos que preferiam permanecer enterrados. Joguei minhas malas no chão, tentando ignorar o vazio dentro de mim.Logo que coloquei o pé na varanda, um
A manhã começou mais cedo do que eu gostaria. O som distante de pássaros e o vento frio soprando pelas janelas abertas da casa velha me trouxeram de volta à realidade.Depois daquele sonho idiota, eu não consegui dormir bem. Eu estava nervosa. Um peso estranho de expectativas sobre mim.Arrumei-me rapidamente, minha mente ainda presa nas lembranças confusas do encontro com Foster no dia anterior. Ele me conhecia. Mas como? E por que não falava mais sobre isso? A cidade, meus pais... tudo parecia envolto em uma loucura. Apressada, comecei a revirar minhas roupas na mala, em busca de algo minimamente apresentável. Optei por uma blusa simples e uma calça social. Nada glamouroso como as roupas que eu tinha anteriormente, mas pelo menos parecia profissional. Me olhei no espelho e, embora a ansiedade estivesse clara em meu rosto, eu me senti pronta. Não havia outra escolha. Precisava desse emprego.Ao sair de casa, percebi o quanto estava atrasada e um surto de pânico tomou conta de mim.