A hipocrisia daqueles lobisomens me deixava entediada. Eu sabia que precisava suportar isso até que acabasse, mas às vezes, queria tirar férias da vida de loba. Ser apenas uma mulher normal, longe das intrigas, das traições e do peso da liderança. Mas não. Eu não tinha escolha.A porta da sede do conselho se abriu, e eu entrei com passos firmes, mas o peso sobre meus ombros não era fácil de ignorar. Eu entendia, agora, porque Mason tantas vezes era tão duro. Ele cresceu nesse meio, teve que ser forte quando não tinha ninguém, sozinho. Mas, ao contrário dele, eu não tinha aquela resistência natural. A raiva que queimava dentro de mim era constante, uma chama que se recusava a se apagar."Deixe que eu falo com eles." Mason sussurrou.""Agradeço a sua preocupação amor. Sei que você é o Alfa, e eu devo respeito, mas caso eles falem algo, eu posso me defender também."O Conselho dos Lobisomens estava em uma sala imensa, as paredes adornadas com símbolos antigos e pesados. As cadeiras de ma
Mason Blake"Isso está errado." sussurrei enquanto me escondia atrás do muro."Elena me encarava como se não estivesse entendendo o que estava acontecendo. Na verdade, nem eu estava."Eles sabiam exatamente onde estávamos. Como isso é possível?""Alguém do conselho."murmurei rangendo os dentes."Ela havia passado por tanta coisa. Nem havia se recuperado da morte de seu pai, e já estava enfrentando essa situação;Olhei bem, no fundo, de seus olhos verdes, eu não sabia ao certo como essa mulher havia entrado na minha vida, as circunstâncias não foram as melhores, quando conheci Elena, eu só a queria usar, mas tudo mudou, quando percebi que ela era.Ela era a mulher certa. Ou melhor, a loba certa"Ou..." Meu maxilar travou ao perceber a verdade. "Magnus."Era a única explicação. Esse ataque não tinha sido brutal como os outros—não houve uma investida direta, e sim algo tático, como se estivessem testando o terreno. Testando Elena."Ele está nos cercando, Mason." A voz dela estava sombria
Elena Evans A vida seguia em frente, mas a dor permanecia comigo. Todas as manhãs, tardes e noites, eu pensava no meu pai. A ausência dele era um peso constante no meu peito, um vazio impossível de preencher. Como alguém tão jovem pode perder tanto em tão pouco tempo?A pergunta ecoava na minha mente, cruel e sem resposta.A dor não vinha de uma vez, não era um golpe único e direto. Ela se infiltrava lentamente, como uma corrente fria percorrendo minhas veias, me lembrando de tudo o que foi tirado de mim. Havia tanto que eu queria mudar, tantas coisas que eu daria qualquer coisa para impedir. Mas não pude. Não fiz nada.Fechei os olhos por um instante, inspirando fundo.A árvore à minha frente era meu alvo. Minha única tarefa era simples—acertá-la com meus poderes. Mas simples não significava fácil.Minha frustração crescia a cada tentativa falha. Eu podia sentir a energia dentro de mim, vibrante, mas descontrolada. Eu precisava dominá-la. Se quisesse mudar alguma coisa, se quisesse
Jogo a loba traiçoeira no fundo do veículo sem nenhum cuidado, fazendo-a soltar um grunhido baixo quando bate contra o assento."Espero que isso não tenha doído muito." ironizo, fechando a porta antes que ela tente qualquer coisa.Evangeline me encara com um ódio ardente, os pulsos ainda presos pelas algemas de prata que queimavam sua pele. Um sorriso debochado se forma em seus lábios."Você se acha tão poderosa, não é?" sua voz vem como um veneno suave. "Mas está apenas jogando o jogo que Magnus quer que jogue.""Se é um jogo, Evangeline, então você já perdeu." reviro os olhos e dou a volta no carro, entrando no banco do motorista.Madeleine se senta ao meu lado e solta um suspiro pesado. "Tem certeza disso, Elena? Prender essa cobra pode nos trazer mais problemas do que soluções.""Ela sabe coisas sobre Magnus." ligo o carro e encaro Evangeline pelo retrovisor. "E, por mais que eu queira arrancar sua garganta agora, talvez ela ainda tenha alguma utilidade."Evangeline apenas sorri,
Mason BlakeAcordei com os olhos cansados. Os últimos dias na matilha tinham sido agitados. Na verdade, todos estavam.Mas eu tinha as duas. Melissa e Elena eram os motivos para eu levantar todos os dias buscando algo melhor. O que me frustrava era saber que, não importava quantos recursos ou poder eu tivesse, meus inimigos continuariam existindo, me lembrando que a vida era um verdadeiro porre.Elena se aconchegou em mim, seus olhos verdes encontrando os meus."Você precisa levantar?" Seu rosto estava suave. "Fica aqui comigo.""Não posso, querida. Preciso resolver algumas coisas."Eu podia ser egoísta, possessivo e realmente obsessivo quando queria algo, mas nada disso podia me distrair do que eu estava preparando.Elena passou por muitas coisas desde que entrou na minha vida. E era minha obrigação dar a ela um casamento decente.Saí do quarto rapidamente e fui até a casa onde minha irmã estava ficando. Ela iria me ajudar nessa tarefa.Meus olhos analisaram a porta semiaberta, e meu
Mason Blake.O céu escureceu e se tingia de um azul profundo, o dia estava nublado e eu observava as colinas. Meu estomago parecia girar o suficiente para que eu largasse este anel e desfizesse essa ideia de pedido. A noite estava envolvida em uma fumaça, mais conhecida como neblina. Minha fama na cidade nunca foi boa, eu era conhecido como o Alfa mais mulherengo e frio de Brasov. Nunca passou pela cabeça encontrar uma companheira, e talvez eles estivessem certos sobre mim. Até ela pisar aqui.Eu sou o cara egoísta, totalmente impaciente e incontrolável, e parece que ela consegue domar esse meu lado, por mais que seja completamente difícil admitir este fato.Um Alfa raramente se encontra nervoso. Mas quando a situação é pedir uma loba em casamento, é um pouco diferente.Segurei a caixinha nas mãos enquanto ela se aproximava de casa. Felizmente, hoje não tinha nenhum problema para resolver no hotel, e apesar de toda essa situação externa, eu queria que Elena tivesse um pouco de feli
Elena Evans O amanhecer chegou devagar, tingindo o céu com tons pálidos de azul e dourado. O ar ainda carregava os resquícios da noite anterior, e eu podia sentir a presença quente de Mason ao meu lado, seu corpo forte envolvendo o meu. O perfume amadeirado que vinha de sua pele me envolvia, trazendo um conforto estranho diante de tudo o que estávamos enfrentando.A noite passada havia sido incrível, e eu só conseguia sorrir olhando para o anel da minha mão direita.Mas Mason estava inquieto.Eu percebia pela rigidez em seu corpo, pelo modo como seus dedos deslizavam preguiçosamente pela minha pele, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas para dizer algo. Ele não parecia o mesmo homem de ontem.Ele não quis contar ontem — eu sabia disso. Não quis estragar o momento do pedido. Mas agora, com a noite passada ficando para trás, algo precisava ser dito.“Querido?” murmurei, virando o rosto para encará-lo. “O que foi?”Ele suspirou pesadamente, afastando-se ligeiramente pa
Elena EvansEncaro o belo anel nas minhas mãos, parecia um sonho. Mas assim como todo sonho bom, ele acabava e vinha a parte da realidade.Mason entra na sala de jantar e o silêncio reina. Nós nos reunimos aqui, Atlas, Madeleine, Gabriel e eu. Eramos os únicos em que poderíamos confiar. O conselho não tinha a nossa confiança, na verdade, nunca teve. O Alfa se levantou, e todos nós o encaramos."Chamei vocês aqui porque vamos precisar de descrição." ele disse." Estamos enfrentando uma ameaça real, e se não fizermos nada, eu não sei o que será de nossas alcateias."Engoli o seco. Às vezes eu me perguntava porque justo eu fui escolhida para ter essa responsabilidade. Eu era loba há pouco tempo. Cresci como uma humana e agora estava imersa num mundo de lobisomens. Mason passou os olhos por cada um de nós, seu olhar penetrante pesando sobre meus ombros. Ele sabia o que aquilo significava, o que todos nós arriscávamos."Magnus está nos observando," ele continuou, a voz firme. "Evangeline