Estou na floresta. Há lobos atrás de mim, pelo que consegui contar, eram quatro lobos cinza.Eu corria em direção à cidade, mas eu simplesmente não conseguia sair da mata. Era como se estivesse presa, presa na floresta.Acordei suada. Meus cabelos estavam molhados. Limpei o suor na minha testa e me levantei da cama.Sonhos ou pesadelos… Eles estão sendo muito recorrentes nesses últimos tempos.Vesti meu Robe e dei alguns passos em direção ao quarto de Melissa. Ela estava dormindo como um anjo, seus olhinhos fechados e sua mão levada ao queixo. Ela era linda. Como eu nunca vi.A ajeitei e voltei para o quarto. Mason estava de pé, ele acordava cedo. Lobisomens não costumavam ter um sono muito longo, e eu estava percebendo isso agora. Quando eu era humana, meu sono era mais constante.Mason estendeu os braços como se estivesse se alongando. Ele se aproxima, sua barba está por fazer, seus olhos, ainda meio fechados. Limpo a garganta e sussurro e ele me beija."Por que está acordada?" ele
Mason BlakeTento manter o semblante calmo, mas meus olhos me denunciam, a fim de manter Elena calma."Alguém levou a nossa filha." Elena engoliu o seco."Levei as mãos até a cabeça. Se alguém fez isso, alguém pagaria."Talvez ela esteja com Mad.," murmurei, mas, no fundo, sabia que não.Elena já estava correndo pela casa, os passos rápidos, as mãos tremendo. Eu nunca a vi assim."Madeleine!" Elena gritou, e a minha irmã apareceu em segundos.O olhar assustado dela confirmou o que eu já temia."Melissa não está com você?" Elena perguntou, a voz quase inaudível.Madeleine franziu a testa. "O quê? Não! Eu estava na cozinha, esperando vocês voltarem do treino!"O que aconteceu?"Um silêncio brutal caiu sobre nós três.Merda. Que merda.Isso era real.Melissa tinha sido levada.Minhas mãos tremiam, mas não era medo. Era raiva.O lobo dentro de mim já estava à beira do controle.Respirei fundo, tentando acalmar o instinto de destruir qualquer um que tivesse ousado invadir minha casa."Isso
Elena EvansO meu sangue fervia.Cada músculo do meu corpo estava tenso, pronto para o ataque. A raiva me consumia como um incêndio sem controle, e a única coisa que eu queria naquele momento era arrancar a verdade de Courtney com minhas próprias mãos. Ninguém iria mexer com minha filha. A sensação de desespero era enorme, enquanto Melissa estava longe de mim, meu coração batia descontroladamente.Eu marchava pela reserva como um furacão, sentindo Mason logo atrás de mim, tentando me conter, mas sem sucesso."Elena, pare e pense," a voz dele veio firme, mas baixa o suficiente para que apenas eu ouvisse. "Se você entrar lá cega pela raiva, pode acabar não conseguindo o que queremos.""Eu não me importo com o que você quer,Mason" rosnei. "Eu quero minha filha de volta. E se essa desgraçada tiver qualquer envolvimento nisso, eu vou matá-la."Ele suspirou, esfregando a mandíbula, mas não insistiu mais.Gabriel, ao nosso lado, apenas observava em silêncio. Ele já me conhecia o suficiente
O desespero era como um veneno, queimando dentro de mimCada segundo longe de Melissa era uma tortura.Mason estava andando de um lado para o outro, os músculos tensos, os olhos brilhando em fúria. Gabriel tentava organizar os guerreiros, mas o medo já estava impregnado na reserva.Eu não conseguia respirar.Minha filha estava nas mãos daquela desgraçada.Eu não sabia se Melissa estava chorando, se estava com frio, se estava com fome.Evangeline poderia estar fazendo qualquer coisa com ela."Não podemos simplesmente esperar!" Eu gritei."Eu sei," Mason rosnou, os olhos azuis escuros de pura raiva. "Mas não temos um rastro, nada.""Ela vai entrar em contato," Gabriel murmurou. "Ela quer algo. Esse não é o fim do jogo."Eu fechei os olhos com força.Eu sabia que ele estava certo. Evangeline queria que sofrêssemos.Ela queria me destruir primeiro.Então...Se ela não vinha até mim...Eu iria até ela.Peguei o celular e disquei o número que eu sabia que ela teria.O número de Evangeline.
Mason BlakeParte de mim queria resolver as coisas como o antigo Mason Blake resolveria. Matando. Mas eu não podia simplesmente fazer isso. Agora eu tinha uma filha, e era a vida dela, que estava em jogo. Eu precisava cuidar de Melissa, assim como meu pai cuidou de mim, do jeito dele ou não.Meu pai sabia que eu precisaria de Elena. Ele sabia mesmo antes de sua morte. E agora, olhando para ela tão forte, tão determinada, mas, ao mesmo tempo, tão assustada com tudo de novo que estava acontecendo, eu sabia que ele estava certo.Elena estava sentada na beira da cama, os olhos perdidos em um ponto fixo na parede.A lua iluminava sua pele pálida, realçando as olheiras de noites mal dormidas.Ela parecia frágil. Mas eu sabia melhor.Ela não era frágil.Ela era a mulher mais forte que já conheci. Mais forte que qualquer Alfa.Mas, naquele momento, ela estava quebrada.Me aproximei devagar, tentando controlar a tempestade dentro de mim.Ela já estava cheia de dor. Ela não precisava carregar
Elena Evans O silêncio da noite não me trazia paz. Pelo contrário, ele pesava sobre mim como correntes invisíveis, me prendendo em um tormento do qual não conseguia escapar.Melissa. Como minha filha estava agora…Meu peito doía cada vez que eu fechava os olhos e tentava lembrar do som de sua respiração, do calor de seu corpinho aconchegado contra o meu. Mas tudo que restava era o vazio. Um espaço oco e sufocante dentro de mim, como se alguém tivesse arrancado um pedaço da minha alma e me deixado para sangrar.As olheiras escuras sob meus olhos denunciavam noites sem dormir. Eu tentava comer, tentava me manter de pé, mas cada movimento parecia um esforço sobre-humano. Meu corpo estava aqui, mas minha mente… minha alma… estavam com ela. Perdida em algum lugar que eu não podia alcançar.Evangeline tinha arrancado minha filha de mim. E não só isso. A minha vida. Meus pais. Tudo.A cada batida do meu coração, a raiva crescia. Eu podia sentir o lobo dentro de mim inquieto, querendo uivar,
Elena Evans.Meus olhos se abriam a noite inteira. Eu me enrolava com os lençóis de seda, e pestanejava, procurando uma saída. Mas meus pensamentos não me deixavam em paz.De forma alguma.Eu precisava continuar a escrever o meu livro. Era uma forma de distrair a minha mente, e não pensar que minha bebê estava nas mãos de uma louca psicótica.Peguei o caderno, que consegui trazer comigo na fuga, e continuei a escrever. Talvez isso me ajudasse a esquecer, ou talvez piorasse…Eu estava escrevendo sobre um romance. Nada muito diferente do que aconteceu na minha vida. Lobisomens, são um ótimo livro de fantasia. Mas será que a minha vida era um romance? Eu já não tinha tanta certeza.Eu amanheci no sofá. Abri meus olhos, e a realidade dolorida ainda permanecia ali. Tudo aquilo era real. Minha filha foi sequestrada, a minha vida estava fora dos trilhos.Algo precioso tinha sido tomado de mim. E eu não conseguia me mover.Mas eu precisava. Bolar um plano para salvar a minha filha e acabar
Elena EvansEntrei no carro. Eu suava como louca. Como se minha vida dependesse daquilo, e realmente dependia."Eu estou com você." a voz de Mason estralou na escuta quase invisível em meu ouvido." Estamos indo pela floresta, sem alarde.""Ok."eu sussurrei levando a minha mão ao volante."Eu realmente achei que minha irmã era uma boa pessoa. Que ela podia ter uma nova chance. Mas enfim eu entendi.Talvez as pessoas nunca mudem.O dia estava totalmente nublado, como eu havia dito, era outono. Eu estava nervosa, mas precisava esconder isto. Não podia transparecer para Evangeline que tudo isso era um plano.E se esse plano desse errado, minha filha estaria em risco.Ignorei a nuvem imaginária de pensamentos, e dirigi. Precisava chegar até o maldito cemitério na hora, fingindo que me entregaria para aquele nojento do Magnus Vargan. Ele era esperto, não ficaria lá. Somente Evangeline fazia o trabalho sujo, e era isso que ela sempre seria, usada.O caminho entre a reserva e o lugar combin