Na casa dos pais de Marina, enquanto Victor se senta à mesa, conversando com o sogro sobre assuntos cotidianos, na cozinha, Daniela e Marina têm uma conversa mais íntima.— E como estão as coisas entre você e o Victor, minha filha? — Daniela pergunta, enquanto mexe na panela que está no fogão.— Estamos bem, mãe. Mas confesso que estamos tão atolados de trabalho que mal sobra tempo para nós dois — admite, cruzando os braços e se apoiando na bancada da pia.Lançando um olhar de preocupação para a filha, Daniela comenta:— Isso é bom para manter a mente ocupada, mas será que é saudável para um casal que acabou de se casar?Suspirando pesado, Marina olha para o chão por um momento antes de responder:— Não sei, mãe. Mas achei que, assim, o Victor não ficaria remoendo tanto o que aconteceu com a família dele.A mãe para o que está fazendo e se aproxima, colocando a mão no ombro da filha.— Você também precisa pensar em si, Marina. Não pode carregar tudo sozinha. Casamento é parceria, e ta
Marina leva as mãos à boca, seus olhos brilham de emoção.— Meu Deus, sério? — ela exclama, mal contendo a animação.— É sério! — Valentina confirma, com um sorriso tímido, enquanto Rodrigo a envolve em um abraço protetor.Victor fica em silêncio por um momento, absorvendo a informação, antes de abrir um sorriso largo e puxar o irmão para um abraço.— Parabéns, cara! — ele diz, batendo nas costas de Rodrigo. — Isso é incrível! Não acredito que vou ser tio.Rodrigo ri, mas há um brilho de emoção em seus olhos.— Obrigado, mano. E já vou avisando: você e a Marina têm que ajudar com o bebê, hein.— Pode contar comigo! — Marina responde, abraçando Valentina. — Isso é tão maravilhoso. Mal posso esperar para começar a mimar essa criança.O momento é cheio de risadas e abraços, a notícia traz um brilho especial à noite.Enquanto Valentina leva Marina para o quarto na intenção de mostrar a ultrassonografia que havia feito, os irmãos se acomodam próximos à sacada, aproveitando a brisa noturna
O primeiro destino escolhido pelo casal foi a Grécia, que os recebe com um calor suave e uma brisa perfumada pelo Mediterrâneo. Marina observa a paisagem pela janela do carro que os leva ao hotel, encantada com os tons azulados do mar que contrastam com as construções brancas das ilhas. Ao seu lado, Victor mantém um sorriso satisfeito, observando cada reação da esposa. Mesmo de última hora, ele havia planejado a viagem nos mínimos detalhes, esperando surpreendê-la e criar memórias que guardariam para sempre.— O que acha? — ele pergunta, entrelaçando os dedos nos dela.— É ainda mais lindo do que eu imaginava — ela responde, com os olhos brilhando. — Parece um lugar saído de um sonho.O carro estaciona em frente ao hotel, uma construção charmosa no topo de uma colina, com vista para o mar Egeu. A arquitetura típica grega, com suas paredes brancas e janelas azuis, faz Marina suspirar de admiração. Victor a ajuda a descer do carro, segurando sua mão com delicadeza.— Espera até ver o no
Acordando cedo para aproveitar ao máximo o dia em Santorini, o casal começa o dia com um café da manhã leve na varanda do hotel, que oferecia uma vista de tirar o fôlego da caldeira vulcânica.— A Grécia parece ter algo muito mágico, não acha? — Marina comenta, com um sorriso encantado enquanto saboreia um pedaço de pita com mel, um dos pratos simples e tradicionais da culinária mediterrânea.— Absolutamente. Mas a magia do lugar não chega aos seus pés — responde Victor, inclinando-se para beijá-la levemente na bochecha.Após o café, eles decidem explorar mais um pouco das ruas estreitas de Oia, famosas por suas casas brancas com cúpulas azuis. O casal caminha de mãos dadas, passando por lojas de artesanato, cafés charmosos e mirantes que ofereciam vistas deslumbrantes. Turistas tiravam fotos e conversavam animadamente em várias línguas, enquanto o som suave das ondas preenchia o ar.— Sabe o que acho incrível aqui? — Marina pergunta, interrompendo o silêncio contemplativo.— O quê?—
Enquanto caminha em direção à padaria dos pais, localizada ao lado de sua casa, Marina ajusta sua camisa branca social. Por mais que sua aparência transmita confiança, ela não pode negar que, por dentro, está nervosa. E não é para menos, afinal, este dia marca o início de sua carreira. Apesar de ser filha de pais humildes, ela estudou com afinco para não seguir o mesmo caminho. Formou-se em Direito e agora está prestes a trabalhar em um dos escritórios mais renomados do país. Embora ainda não seja advogada, o cargo de assistente jurídica é um excelente começo para sua trajetória.— Bom dia, pai — cumprimenta Marina, ao avistar José, que está do outro lado do balcão, reabastecendo o estoque de pães.— Bom dia, Mari. Você está linda, minha querida — responde ele, admirando o modo como ela está vestida. — Sente-se, sua mãe já vai servir o seu café.— Tudo bem. Marina se senta em uma das mesas próximas à porta. Dali, ela pode observar a rua e os clientes que entram na padaria. O local e
Voltando para o interior da padaria, Marina confronta o pai.— Como pôde deixar aquele idiota sair daqui com um olhar vitorioso? — questiona, claramente frustrada.— Para evitar confusão — responde José, enquanto atende outro cliente. — Todos têm seus dias ruins, minha filha. Talvez esse tenha sido o dele.— Aquele homem não estava num dia ruim, ele “é” ruim, isso sim — retruca, com firmeza.Daniela, que está atendendo outro cliente, observa a indignação da filha e decide intervir.— Não estrague o seu dia devido a um homem que você nunca viu antes, filha. Termine seu café, ou perderá o ônibus.— Tudo bem, mãe — responde Marina, bufando de frustração.Após terminar o café, Marina se despede dos pais e sai da padaria, caminhando em direção ao ponto de ônibus. Enquanto anda, não consegue deixar de pensar no idiota que apareceu mais cedo. Marina nunca gostou de pessoas que se acham superiores às outras, e aquele homem claramente era um exemplo perfeito disso.— Mari! — uma voz masculina
“Era só o que me faltava”, pensa Marina, encolhendo-se na cadeira, torcendo para que aquele homem não a notasse ali.— Tudo bem, vou assinar, mas preciso revisar primeiro — responde Rodrigo, pegando o papel das mãos do homem.— Que droga, Rodrigo! Ainda não arranjou uma assistente para fazer isso por você? — questiona o homem, impaciente.— Tem razão — Rodrigo responde, sorridente. — Já arranjei. Na verdade, estou conversando com ela agora mesmo — diz, indicando Marina na cadeira.“Ai meu Deus, eu estou ferrada” pensa Marina, sentindo os olhos negros do homem queimarem sua pele.— Esta é Marina Ferreira, minha nova assistente. Ela acabou de chegar.Ao ver a jovem de cabelos loiros e olhos azuis encolhida na cadeira, Victor sorri com ironia.— Ora, se esse mundo não é pequeno — zomba, ao notar o visível desconforto de Marina com sua presença.— Marina, este é Victor Ferraz, meu irmão e sócio — Rodrigo anuncia.“Sócio?”, Marina pensa, indignada com a revelação. Não pode acreditar que tr
Vendo que Victor está diante dela com o olhar furioso, ela tenta explicar.— Eu disse: é o senhor que manda — declara, torcendo para que ele acredite nisso.— É bom mesmo entender isso — responde, saindo dali e indo para o seu escritório.Victor Ferraz se acomoda em sua imponente cadeira de couro, atrás da mesa meticulosamente organizada de seu escritório. No entanto, seu olhar está distante, fixo na enorme janela de vidro que revela a vista panorâmica da cidade. O ambiente ao seu redor é luxuoso e silencioso, mas sua mente permanece inquieta. Ele se recosta levemente, cruzando os braços sobre o peito, enquanto sua mandíbula tensa e seu semblante fechado revelam traços sutis de sua irritação com os acontecimentos recentes.Marina. Ele não consegue tirar a moça de cabelos loiros de sua cabeça. Em toda sua rotina bem controlada, ninguém jamais havia ousado falar com ele daquela maneira, ainda mais no primeiro dia de trabalho. Victor é um homem acostumado ao controle absoluto, à obediên