Paula franziu a testa, visivelmente irritada, e disse: — Asher, que assunto é esse que não pode esperar? Fala logo sobre você e a Beatriz! Ela gostaria que Asher ficasse com Clarice. Pena que o destino não quis que fossem sogra e nora. Apesar disso, também não aprovava que ele se casasse com Beatriz. O problema é que a família Bennett e a família Preston eram vizinhas há anos, com negócios entrelaçados. Se o noivado fosse desfeito, o Grupo Bennett certamente sofreria um grande impacto. A ideia de ver os negócios da família prejudicados a preocupava, mas, ao mesmo tempo, ela queria que o filho fosse feliz. Sentia-se dividida, presa entre o dever e o desejo egoísta de ver Asher satisfeito. Paula sabia que essa decisão não cabia a ela. No final das contas, era a vida do filho, e era ele quem teria de lidar com as consequências. — Vou até a porta assinar o recebimento de um pacote. Já volto! — Disse Asher, saindo apressadamente. — Asher, espera por mim! — Beatriz levantou-se im
O mordomo recuou imediatamente, desviando-se da mão de Beatriz, enquanto pensava consigo mesmo: “Asher já deixou claro que quer romper o noivado, e essa garota ainda tem a audácia de se achar a dona da casa!” Beatriz, vendo que não conseguiu pegar o pacote, ficou furiosa. Seus olhos ardiam de raiva enquanto levantava a mão para bater no mordomo. — Você não passa de um cachorro alimentado pelo Asher! Nem me respeita! Quem você pensa que é? Antes que sua mão pudesse atingir o mordomo, Asher surgiu e segurou firmemente o pulso dela. Sua voz saiu fria e autoritária: — Beatriz, cale a boca! Asher nunca achou que os empregados fossem inferiores. Para ele, todos na casa mereciam respeito, e Beatriz não tinha o direito de tratá-los daquela forma. A pressão no pulso de Beatriz era tão forte que ela sentiu como se fosse quebrar. Lágrimas escorreram pelo rosto enquanto ela soluçava: — Asher, você está me machucando! É a Clarice, né? Ela deve ter te envenenado contra mim! Asher solt
Pedro não queria se envolver mais do que o necessário. Olhou para Asher com uma expressão neutra e disse: — Filho, essa é a decisão mais importante da sua vida. É você quem deve decidir. Asher respondeu com frieza e desinteresse: — Está bem. No fundo, ele pensava que, se não podia se casar com Clarice, tanto fazia com quem fosse. Beatriz, ao ouvir a resposta dele, sentiu o coração acelerar. Finalmente, ela e Asher iriam se casar! Em breve, seria a Sra. Bennett! — Continuem comendo, eu vou ao escritório responder um e-mail — Disse Asher, mantendo a habitual gentileza. Mas, na verdade, ele estava ansioso para abrir o pacote que havia recebido. — Eu vou com você! — Disse Beatriz, os olhos brilhando de entusiasmo. Ela queria ficar ao lado dele o tempo todo, não importava o momento. — Bia! Não seja inconveniente! — Antônio repreendeu em tom baixo, mas firme. — Asher vai trabalhar, você não deve atrapalhá-lo! Ele conhecia bem o que se passava na cabeça de Asher. Sabia que o
O pacote continha uma caixa. Asher a retirou com cuidado e, ao abri-la, uma pequena cartela caiu no chão. Ele pegou a cartela e, ao ver o nome "Preston" escrito nela, sentiu o coração acelerar de alegria. Ansioso, abriu a caixa e encontrou uma gravata impecavelmente dobrada em seu interior. Ele a pegou com delicadeza, como se estivesse segurando algo precioso. O coração de Asher se encheu de felicidade. Era da cor favorita de Clarice. Ele tinha certeza de que o presente vinha dela. Sem pensar duas vezes, Asher colocou a gravata, ajustando-a com cuidado. Pegou o celular e tirou uma selfie, pensando em enviá-la para Clarice. No entanto, acabou desistindo. Ela tinha Sterling agora. Ele não queria atrapalhar sua vida. Decidiu, então, guardar aquele presente em silêncio e deixar a felicidade discreta dessa lembrança iluminar seu dia. …Sterling fazia tempo que não comia a comida preparada por Clarice. Naquele jantar, comeu como se estivesse faminto. Não apenas limpou o prato, co
Clarice sentiu o coração acelerar, uma leve inquietação tomando conta de sua mente. Se Sterling a levasse para o quarto agora, era certo que ele não perderia tempo e faria amor com ela. Ele estava se segurando há muito tempo, e ela sabia que ele seria intenso. Mas os planos que ela havia pensado estrategicamente ainda não tinham sido postos em prática. — O que foi? Você não quer? — Sterling perguntou ao perceber a hesitação dela, o desagrado claramente estampado em seu rosto. Clarice rapidamente rodeou o pescoço dele com os braços, aproximou o rosto e deu um beijo suave em seu pomo de Adão. — Claro que quero... Já faz tanto tempo... Mas... — Ela fez uma pausa, tentando soar casual, enquanto inventava a desculpa mais convincente que conseguia. — Estou com um desconforto no estômago... Acho que minha menstruação está para chegar. Sua menstruação nunca foi regular, e ela já tinha planejado usar essa desculpa caso fosse necessário. O mais importante era evitar que ele a tocasse d
Catarina respirou aliviada ao ver Sterling entrando com Clarice nos braços. Pelo visto, a relação dos dois estava mesmo bem. Isso significava que ela não precisava mais se preocupar com a possibilidade de Clarice ir embora. Com o rosto enterrado no peito de Sterling, Clarice tinha a mente a mil, perdida em devaneios. Quando percebeu, ele já a tinha levado para o banheiro. A sensação do frio invadindo seu corpo a trouxe de volta à realidade. Parada diante do espelho, percebeu que suas roupas já estavam pela metade. Isso fez seu coração apertar de leve. Num impulso, ela falou apressada: — Eu… Eu preciso ir ao banheiro primeiro. Sterling estreitou os olhos, e o tom de sua voz, ao responder, carregava um quê de ameaça: — Hmm? Um arrepio percorreu a espinha de Clarice. Ela ergueu a cabeça, encarando os olhos dele, repletos de um desejo intenso, e sentiu o coração tremer. — Eu… Volto rápido. Ele levantou a mão, a palma quente pousando em seu rosto, e perguntou, com uma voz qu
Clarice sentia o corpo exausto, mas a mente estava completamente desperta. Quando ouviu o que ele disse, abriu e fechou os lábios rosados, sussurrando com um tom manhoso: — Eu tô tão cansada… Minhas mãos estão doendo. Sterling, ao vê-la naquele estado frágil e quase derretido, sentiu o coração amolecer por dentro. — Quem mandou você se esforçar tanto? — Respondeu ele, com um sorriso malicioso. Três anos de casamento. Ainda assim, dessa vez havia sido diferente. Talvez porque, pela primeira vez, ela tivesse tomado a iniciativa. — Se eu não me esforçasse, você ia ficar satisfeito? — Mesmo cansada, Clarice não baixou a guarda. No fundo, ainda estava apreensiva, com medo de ele resolver avançar mais uma vez. O pomo de adão de Sterling subiu e desceu enquanto ele soltava uma risada baixa. Estava mesmo satisfeito. Mas sabia que aquele esforço todo dela tinha um motivo escondido. Clarice, observando o rosto dele com aquele sorriso enigmático, perguntou com cautela: — Sterling,
Clarice pensou por um momento antes de perguntar: — Você quer se divorciar e pedir a divisão do lucro da empresa que ele investiu com a amante, certo? — Isso mesmo! Quero que ele divida tudo que investiu naquela empresa. Esse dinheiro também é meu, faz parte do patrimônio adquirido durante o casamento! — A voz dela soava firme, como se reafirmasse para si mesma que sua exigência era totalmente justa. — Está um pouco tarde para resolvermos isso agora. Que tal você ir até o meu escritório amanhã? Conversamos melhor pessoalmente. — Disse Clarice, sabendo que seria impossível tratar de um caso tão complexo apenas pelo telefone. — Tudo bem, amanhã eu passo aí. Qual horário seria bom pra você? — Ainda não sei ao certo. Me liga de manhã e acertamos o horário. — Respondeu ela, lembrando-se de que tinha uma audiência marcada para o dia seguinte. — Certo, combinamos amanhã. Boa noite, Dra. Clarice. Assim que a ligação foi encerrada, Clarice colocou o celular de lado e foi direto pa