Vivienne desperta assustada, sentindo o aperto forte do braço de Vittorio ao redor do seu corpo. Chocada, ela leva a mão a boca para esconder o soluço de surpresa. Ela conhecia Vittorio. O conhecia desde os seus seis anos quando o salvou.Seu coração bate acelerado no peito, tentando processar todas as imagens do seu sonho. Aquela era uma lembrança que Viv já não recordava há mais de vinte anos.E agora, vinte anos depois, ela estava ali, deitada na mesma cama com o garoto que havia salvado. Inquieta, ela observava Vittorio dormir enquanto este a abraçava pela cintura, puxando-a para si. Viv voltava a deitar, tentando retornar a dormir sem muito sucesso durante aquela noite, principalmente quando o mesmo sonho surgia em modo repeat em sua mente o tempo inteiro.Quando acorda, Vittorio já não está na cama.Como de costume, um buquê de rosas-vermelhas está disposto ao seu lado, dessa vez com um bilhete.Principessa,Precisei sair para resolver alguns negócios com Marco. Retorno assim
Assim que chegaram a New York, Anna foi direto para casa ao pegar um táxi e Vivienne fez o mesmo.O apartamento no Upper East Side era seu e esperava que Matthew tivesse tido a decência de entregar as chaves aos seus pais quando ela partiu.Quando chegou no prédio, o porteiro estava lhe aguardando com a porta aberta e um sorriso.— Bom dia, senhorita St James. — Bom dia, Davis. — Ela o cumprimentou, passando pelo mesmo enquanto arrastava a mala até o elevador.O homem vinha caminhando apressado em sua direção, ela pode notar a expressão apreensiva do mesmo, mas a porta do elevador fechou antes que ele pudesse falar algo.O avô havia lhe dado aquele apartamento quando ela completou dezoito anos, mas outrora ele pertenceu há ícones americanos como Arthur Miller e Marilyn Monroe.Viv adorava aquele apartamento.Quando abriu a porta, tudo estava exatamente como ela havia deixado alguns dias antes. Ela e Matthew estavam morando ali até encontrarem a residência perfeita na cidade para ele
Vittorio Gotti.Vivienne permanecia em seus pensamentos durante todos os dias, o tempo todo.O tempo que passaram juntos deixou Vittorio mal-acostumado. Ele acordava e ia dormir com o aroma dos seus cabelos dourados e de sua pele macia. A necessidade de tocá-la lhe deixava louco e porra, aquela boca e aquele sorriso tinham o poder de tirá-lo do eixo tão facilmente.Mas ela foi embora e deixou apenas uma carta.Ele leu a carta assim que a encontrou, e provavelmente releu algumas tantas vezes. Sabia, é claro, que em algum momento ela iria deixá-lo da mesma forma que entrou em sua vida, repentinamente. Ele apenas esperou ter mais um tempo com ela.Naquele mesmo dia, Vittorio e Marco retornaram para Castiglione della Pescaia, sua cidade natal e onde ficava a vinícola principal de sua família. E também, a casa de sua mãe.— Você realmente não desistir de encontrá-la, não é? — Marco pergunta, olhando-o por cima dos óculos de sol.O carro está levando os dois até a residência Gotti enquanto
As semanas foram passando de forma lenta. Vivienne encontrava-se algumas vezes com Anna, mas o nome de Vittorio não era tocado por elas. Em alguns momentos, ela se pegava vendo as fotos dele nas redes sociais. Muitas delas com o filho e com Marco.Evitou curti-las, não queria acabar sendo encontrada por ele e envolver-se mais do que já havia feito. Tinha outras prioridades no momento e Vittorio não podia ser uma delas.Ela também estava evitando Matthew, por mais que esse insistisse em procurá-la quase todos os dias, enviando flores para ela.O anel de noivado continuava na mesa, no mesmo lugar que havia deixado na última vez que o viu.Era domingo à tarde e os pais de Viv lhe convidaram para passar a tarde com eles no apartamento do Central Park.Ela optou por uma jeans escura, camisa branca de seda por baixo do blazer off white com listras vermelhas e sandálias de salto marrom.Ao sair do prédio, um fotógrafo tirava uma foto sua e Viv apenas sorria, acenando rapidamente para ele an
Era a primeira vez que Vivienne pisava na St James & Barker desde a morte do avô.Sentiu-se nostálgica no momento em que atravessou as grandes portas de vidro com a logo do escritório. Angélica, a secretária da recepção, sorriu animada para ela.— Bom dia, senhorita St James. — Ela a cumprimentou. — O senhor Barker está lhe aguardando na sala de reuniões.— Obrigada, Angélica. — Vivi respondeu, caminhando pelo corredor na direção indicada.Assim que abriu a porta, Viv foi surpreendida não apenas pela imagem de Paul Barker ali, mas também de Matthew, fazendo-a respirar fundo, irritada.— O que você ainda está fazendo aqui? — Ela perguntou, entrando na sala e jogando a bolsa em cima da mesa.— Bom dia, Vivienne. — Paul a cumprimentou. — Sente-se, por favor. — Pediu, indicando a poltrona para ela.— Paul, achei que esse assunto já tivesse resolvido. — Ela respondeu sem dirigir o olhar para Matthew. — Eu fui clara na última vez em que nos falamos, como proprietária de 51% desse escritório
A loira sentia-se extremamente ansiosa só de imaginar quem poderia ser o novo cliente. Viv estava disposta a usar todas as suas armas para tirar aquele cliente das garras de Matthew. Se ele achava que ela iria simplesmente acatar suas ordens, estava muito enganado. E bastou a manhã seguinte no escritório para deixar claro os seus planos. O caminhar pela entrada do escritório era intimidador para qualquer outra mulher que estivesse ali. Ela balançava seus cabelos loiros bem-arrumados enquanto retirava os óculos escuros. Usava um vestido preto justo ao corpo e com um decote em coração, nada muito vulgar, mas que deixava suas curvas bem marcadas. Em seus pés, um par de scarpins vermelhos da mesma cor do seu batom. Assim que chegou a recepção, ela retirava o sobretudo brando que usava, entregando-o para Angélica, que não conseguia tirar os olhos dela. — Bom dia, Angélica. — Cumprimentou-a, sorrindo charmosamente para a secretária. — Paul e Matthew já chegaram? Angélica engoliu em
Vittorio analisa toda a situação, mantendo sua atenção em Paul. — Qual lugar o senhor indicaria para iniciar a compra de terras para a futura produção no país? — Ele perguntava ao olhar para Paul. — Montana tem ótimas terras para produção de alimentos, senhor Gotti. — Matthew responde ao se intrometer. Vivienne ri baixinho, chamando a atenção de Matthew e Paul. — Você indicaria outro lugar, Vivienne? — Paul perguntou curioso. — Montana tem belas paisagens, mas é fria demais para a plantação de uvas, senhor Allsburg. — Ela respondeu, olhando para Matthew e em seguida para Vittorio. — Mesmo que quisesse, teria que montar uma vinícola do zero e isso geraria mais custos e trabalho que pode ser compensado efetuando a compra de uma pronta. — E onde você indicaria a compra? — Vittorio perguntou interessado. — Califórnia ou Virgínia. A região de Napa é conhecida por suas plantações e seria interessante manter uma plantação lá, próximo à praia. — Ela respondeu assertiva. — Mas se gosta
— Vitto… — Ela sussurra, colocando as mãos no peito dele e afastando-o.Ele ergue os olhos para ela, a mão em seus cabelos enquanto encosta a testa na dela.— Você é o meu cliente, não pode me beijar assim. — Ela diz, arrancando um riso dele.— É a única forma que sei beijá-la. — Ele responde intenso, roçando os lábios nos dela.— O que eu estou tentando dizer, é que não podemos ter esse tipo de relação. — Ela diz, afastando-o um pouco mais. — Se eu serei sua advogada, nossa relação será apenas profissional.Ele se afasta, saindo do meio das pernas dela e ajudando-a a descer da mesa.Vivienne arruma sua roupa, recompondo-se e se sentando em uma das poltronas.Vittorio sentou-se de frente para ela, analisando a situação.— Por que você foi embora? — Questionou mais uma vez.Viv suspirou, cruzando as pernas.— Fotos nossas estavam sendo expostas em vários sites. — Ela respondeu. — Eu sou uma pessoa pública. E já estava envolvida em um escândalo antes de conhecer você.Ele a olha surpres