Judith
Ao entrar na sala de visitas, encontro as garotas Birmingham devidamente arrumadas e prontas para um jantar sofisticado de uma reunião importante. De alguma forma receber alguns brasileiros em minha casa me deixa um pouco ansiosa. Vai se maravilhoso conversar em minha língua e quem sabe falar um pouco sobre os nossos costumes. Não demora muito e a campainha começa a tocar. Um dos empregados abre a porta e um casal sorridente entra no meu campo de visão.
Contudo, o meu sorriso se desfaz pouco a pouco e é como se eu estivesse sendo arrastada para o meu passado, para dezoito anos atrás.
O orfanato.
A discussão do jovem casal.
E uma vida completamente vazia.
— Sua Graça, a sua mansão é belíssima! — escuto a voz distante da mulher encantada com a decoração da casa. Entretanto, não consigo desviar os meus olhos de cima dele.
Alto, magro, cabelos curtos e agora um pouco calvo. Uma barba cheia não esconde mui
Judith— Oh Deus, o Duque deve amá-la muito. E, meu Deus como você é linda e tão… perfeita! — Ela estende uma mão para tocar no meu rosto, porém, me afasto bruscamente e não seguro um rosnado irritado.— Não ouse me tocar… nunca! — Seu semblante fica sério e confuso.— Oh, me desculpe, Sua Graça... eu... não tinha a intenção…— Você não sabe mesmo quem eu sou, não é? — rosno fria e rígida. E o meu questionamento a faz franzir a testa. Contudo, ela volta a sorrir.— É claro que eu sei.Ela sabe? Meu coração dispara violentamente.— Você é Judith de Birmingham, a Duquesa, certo? — Chego ainda mais perto dela e olho dentro dos seus olhos.— A dezoito anos atrás você e o seu marido insignificante abandonaram uma criança no orfanato e ficaram com a herança dela. — A mulher fica pálida de repente. Ela balbucia, olha para os lados. Provavelmente para ter certeza de que estamos sozinhas.— Eu... não sei do que você está falando,
Judith— Bom dia, Judith! — Darly diz assim que as portas do elevador se abrem e antes que eu consiga respondê-la, sou imediatamente arrastada para o lado oposto do meu escritório.— Bom dia! — falo um tanto atordoada com a sua pressa e percebo que estamos indo direto para o salão de eventos da editora. — O que está acontecendo aqui? — ralho, mas ela não me responde. Contudo, paramos bem na entrada e sem entender nada fito as portas de vidro fechadas.— É uma surpresa. Sua Graça.— Surpresa? Mas não é meu aniversário nem nada!— Só, me deixe fazer isso… — Darly leva uma venda aos meus olhos, deixando-me curiosa. — Agora venha comigo. — Ela pede, segurando na minha mão. Ansiosa, sigo os seus passos sem titubear. E quando ela larga a minha mão, solto uma respiração alta, esperando algo acontecer. — Já pode tirar a sua venda, chefa. — Darly pede e não hesito em me livrar do tecido macio.— Mas o que? — indago olhando para praticamente todo o gr
Judith— O maior sonho do duque é oferecer o melhor para as crianças de Birmingham. E acreditem, eu o apoio completamente. — Willian solta o ar pela boca. Parece aliviado com a minha declaração. — Mas, eu sei que ele consegue projetos melhores.— Como assim? — Magnólia retruca.— Eu tenho uma pergunta. A herança que os meus pais deixaram era grande o suficiente para levantar qualquer projeto. Por que vocês mesmos não o financiaram? — Ambos trocam olhares e esse gesto me faz pensar. Portanto, uno as sobrancelhas. — É claro — ralho com um humor sarcástico. — Meu Deus, vocês… vocês torraram tudo!— Escute aqui, menina. Você vai para casa no final do dia e vai dizer para o seu marido que deve nos apoiar. Você me deve isso, Judith!— Eu não devo nada a vocês! — Alte
ThomasAs batidas ritmadas do coração do meu filho preenchem toda a sala do consultório e inesperadamente sou tomado por um sentimento tão forte e quase insuportável. Sinto-me tão poderoso diante desse som. Capaz de fazer qualquer coisa apenas para mantê-lo seguro e protegido. A leve pressão dos dedos da minha esposa nos meus me fazem abaixar os olhos e sorrio emocionado.— As batidas do coraçãozinho do seu filho são bem fortes, Sua Graça. — Jane, a obstetra diz com entusiasmo, intensificando as minhas emoções. Contudo, sorrio para o seu comentário. — E, já posso ver o sexo do bebê. Os pais têm interesse de saber? — Em resposta, Judy e eu trocamos olhares.Sim, eu gostaria muito de saber. Penso, mas não sibilo.— Sim, por favor, Doutora! — Judith pede e com um manusear no aparelho, Jane foca em um ponto da imagem turva.— Ok, vamos lá… — Ela faz um pequeno suspense. — Meus parabéns, suas Graças, vocês estão esperando uma linda menininha.Meu coração dispara violentamente e como se não
Bônus de abertura do livro 3JudithUm ano e meio depois…A vida gira igual um redemoinho no meio das águas agitadas e nós nunca sabemos aonde essas águas irá nos levar. Elas podem te levar para dentro de uma tormenta ou te largar em qualquer lugar do paraíso. E acredite, eu estive nesses dois lugares. Em um momento eu estava nos braços carinhosos dos meus pais e no… dentro de um orfanato com pessoas estranhas e sofridas, porém, cheias de esperanças de um futuro melhor. Então veio uma reviravolta inesperada. Algo que eu jamais poderia imaginar e o medo de perder tudo que a vidou me deu se tornou meu maior inimigo.— Lydia, venha ou vamos nos atrasar! — O grito de Josephine me faz olhar para o topo da escadaria. — Por que ela precisa demorar tanto assim?! — Ela grunhe, sentando-se no sofá e faz o pequeno Joseph quicar no processo.— Não entendo o porquê de tanta afobação. É só mais um dia de caça no castelo que antecede a coroação do rei. — Thomas resmunga, enquanto embala a nossa Mar
Bônus de abertura do livro 3— Está com saudades do papai, filho?— Papai. — Ele repete.— Eu também. Ele já deve estar voltando para casa, meu amor. — Volto a beijar a sua cabecinha. Contudo, olho para a janela do quarto infantil e percebo que a noite já caiu.— Au-au! — Mary diz me estendendo o seu cãozinho de borracha. Sorrio.— Vem cá, filha! — A chamo e ela me abre um lindo sorriso com poucos dentes, dando alguns passos na minha direção. — Que tal irmos para o quarto da mamãe esperar o papai voltar? — sugiro, mas recebo apenas sorrisos infantis.— Está na hora de pô-los na cama, sua graça. — Lisa avisa, se aproximando para pegar o Joseph dos meus braços.— Pode prepará-los para dormir e deixá-los no meu quarto?— Oh! Tem certeza, Sua Graça? — Janete interpele preocupada.— Eu tenho. Gostaria de esperar o Duque junto com eles.— É claro, Sua graça! — Lisa fala, se afastando e logo a Anne é tirada de mim.Dentro do meu quarto faço algumas ligações para o Thomas, mas todas as ligaçõ
JudithUm ano e meio depois… Eu sempre ouvi dizer que na vida a gente colhe o que planta, mas a verdade é que eu colhi frutos que jamais sonhei e que sequer planejei colher. A minha vida era solitária demais e os meus receios eram maiores do que os sonhos que cogitei sonha sonhar. No entanto, hoje eu tenho onze lindos e maravilhosos motivos para sorri e posso até dizer que tenho mais sonhos para sonhar. E a quem eu devo tudo isso?Essa resposta está escrita lá atrás, em uma tarde de chá, em um certo jardim, onde conheci o homem mais presunçoso do mundo. Thomas Eliott de Birmingham Terceiro invadiu a minha vida com a sua arrogância e olhar determinado, despertando em mim uma determinação que eu não conhecia. Contudo, me escondi dentro do meu casulo, de onde fui forçada a sair. E eu saí. Saí e conheci uma vida linda e diferente de tudo que havia planejado para mim.Os meus pensamentos são brutalmente interrompidos quando mais uma contração parece querer me partir ao meio e um grunhido
NÃO PERCAM O MEU NOVO LANÇAMENTO AQUI NA PLATAFORMA!************** MiaToda garota tem seu sonho de princesa, certo? Quem nunca sonhou em ser rica, ter muitas coisas lindas no seu quarto, ou até mesmo com um namorado que fosse um príncipe? Confesso que nunca tive tempo de sonhar de verdade, pois desde cedo tive que acompanhar a minha mãe ao seu trabalho na casa dos Belini. Como era muito pequena e não podia ajudá-la em nada, ficava escondida em um canto da cozinha brincando com os poucos brinquedos que tinha. Assim a senhora Belini não me via por ali e a minha mãe não corria o risco de ser demitida.Diana Diniz, a minha mãe é filha única e após a morte dos seus pais, quando ela tinha apenas quinze anos ficou sozinha nesse mundo de Deus. Foi aí que ela conheceu o meu pai, um idiota que a iludiu e a usou, e desde então somos apenas nós duas. O tempo passou e eu cresci. Seria o momento certo juntarmos forças e assim adquirirmos mais dinheiro para trazer um pouco de conforto para as nos