Lívia Albuquerque
"Dois meses depois"
Já se passaram dois meses e eles foram bem difíceis o pior foi me acostumar com meu novo trabalho, pensei que seria moleza, mas não tenho tempo pra mais nada. Chego em casa todos os dias morta de cansaço e está complicado me acostumar com a rotina de pegar trem pra ir e voltar todo santo dia.
O tempo está tão curto que mal consigo procurar por outro emprego na minha área, mas pelo menos estou dando conta de sustentar nossa casa. Apesar desse emprego estar me matando está valendo a pena.
A melhor parte de trabalhar em um orfanato são as crianças sem dúvida me apeguei muito a todas elas, principalmente a Lara, ela se tornou um anjinho pra mim na minha vida é uma criança adorável.
- Lívia! Chama Helena me tirando desses pensamentos.
- Oi, me desculpa estava pensando em algumas coisas.
- A madre que falar com você.
- Ok, já estou indo.
Termino de arrumar a cama das crianças e sigo pra sala de Teresa.
Bato a porta...
- Pode entrar... ouço a dizer...
Me adentro na sala e pergunto.
- Algum problema madre?
- Sim, infelizmente teremos que fechar o orfanato...ela diz deixando fugir um suspiro bem longo.
- O que? Mas porquê? Pergunto sem entender...
- Não temos mais condição de levar este orfanato pra frente perdemos muitos dos nossos benfeitores e não há mais nada que podemos fazer.
Deixo uma lágrima escapar e isso quer dizer que estou sem emprego mais uma vez!
E as crianças pra onde elas vão? Pergunto preocupada.
Pra um reformatório...
Não tem outro orfanato em que elas possam ir? Um reformatório não é um lugar pra elas.
Não, todos estão super lotados e não podem aceitar mais crianças pelo menos até conseguir vaga em outro e eles terão que ficar em um reformatório... ela explica com um olhar triste e posso ver que não está sendo fácil pra ela também.
Abaixo o olhar é triste saber que todas essas crianças vão perder seu lar e ir pra um lugar onde não tem amor, carinho e cuidado. Aqui é a casa delas.
Quando vai fechar? Pergunto...
Semana que bem e pode ir pra casa hoje, amanhã começaremos a juntar as coisas pra irmos.
- Ok... digo!
- Me levanto e saio da sala.
-Lívia! Chama Lara reconheço sua voz de longe, mas pude notar que sua voz era de choro.
- O que foi pequena? Pergunto preocupada.
- É verdade que vamos "embola" daqui?
- Infelizmente meu amor... respondo me sentando ao seu lado no chão do corredor.
- Eu não "quelo" ir Lívia... ela diz com os olhinhos cheios de lágrimas e isso me parte o coração.
- Abraço Lara... sinto muito... é a única coisa que consigo dizer por que estou tão triste quanto ela.
- Não deixa fechar a nossa casa Lívia... ela me preparou deixando as lágrimas caírem...
- Está bem eu prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance... digo tentando lhe dar um pingo de esperança.
Ela sorri e me abraça!
Depois que saio do orfanato uma ideia louca passa pela minha cabeça.
Só conheço uma pessoa que pode nos ajudar nisso, porém com certeza vai ter um preço.
Mas não custa tentar, não só por mim, mas por Lara e pelas outras crianças.
Respirei fundo e entrei...
- Olá, o que deseja? Pergunta a secretária.
- Quero falar com o Sr. Jason... digo mordendo os lábios nervosa.
- Vou ver se ele pode recebê-la só um minuto... qual o seu nome? Ela pergunta.
- Lívia Albuquerque...
Ela ligou pra alguém e quando desligou disse... pode subir ele vai te receber é no último andar!
Assenti e segui em frente!
Na porta da sua suposta sala fixo relutante, mas engulo meu orgulho e entro.
A primeira coisa que faço ao entrar é reparar no escritório dele que a propósito é muito luxuoso.
Jason que até então estava de costas em sua cadeira se vira e me encara com aqueles lindos e hipnotizantes olhos escuros como a noite.
"Para de pensar nisso Lívia, fico por favor!"
- Fiquei surpreso quando Marina disse que você estava aqui e queria conversar comigo... ele diz com aquele sorriso sedutor que com certeza arranca suspiro de qualquer uma e droga até de mim.
- Pois é... digo rápido tentando esconder meu nervosismo...
- Então o que lhe traz aqui? Ele pergunta me encarando atentamente...
- Bom, se ainda quiser sair comigo está de pé...
Ele me olha intrigado!
- Por que acha que quero sair com você dois meses depois de lhe convidar e receber um educado "não"? Ele pergunta com seu olhar penetrante sobre mim, fazendo-me sentir desconfortável com tanta intensidade.
- Por que eu sei que o famoso conquistado Clarck Jason não recusaria um desafio... digo deixando evidente minha determinação... E é exatamente isso que sou pra você... acrescento!
- Ele sorri de lado e morde os lábios sutilmente e ainda assim não retirar seus olhos de mim, que continuam tão intrigantes como antes, analisando cada movimento meu.
"O que ele pode estar pensando?"
- Porque mudou de ideia assim do nada? Ele se levanta e vem age mim... tenho certeza que há algo por trás dessa decisão repentina e surpresa.
- Fico ainda mais nervosa com ele tão perto de mim, se tem uma coisa que Jason é, sem dúvida é intimidador.
- Na verdade... tem uma pequena condição pra eu sair com você... respondo ficando vermelha.
- E qual seria? Jason parece interessado.
- Preciso da sua ajuda com uma coisa...
- Seja mais específica por favor... pede Jason.
- Eu consegui emprego em um orfanato logo depois que Theo me mandou embora estou trabalhando lá nesses últimos dois meses, mas recebi a notícia de que ele vai ter que fechar por falta de dinheiro e pensei que talvez você pudesse ajudar.
- Está fazendo isso somente para não perder seu emprego? Ele pergunta com um olhar estranho sobre mim...
- Estou fazendo isso pelas crianças que vivem lá e que vão perder o único lar que tem por falta de dinheiro... respondo abaixando o olhar e triste por talvez não conseguir ajudá-las.
- E você acha que saindo comigo eu irei ajudar? Sua voz soa sarcástica e só então percebo a burrada que fiz em vir até aqui.
- Se não quiser ajudar eu entendo só vim por causa de uma promessa que fiz uma garotinha que implorava pra continuar na sua casa... falo entre os dentes..., mas não sei ajudaria... digo e por fim me viro pra sair dali.
- Espera! Ele diz rápido!
Me volto pra ele que abre um sorriso como se estivesse acabado de ter uma ideia.
- Eu te ajudo, mas com outra condição...
- Te proponho um acordo... ele diz e arqueio as sobrancelhas... quero que finja ser minha namorada enquanto minha família estiver na cidade.
Olha incrédula pra ele e começo a gargalhar literalmente, gargalhar.
Sério, só pode estar brincando com minha cara... falo em meio às risadas...
Pensei que ele fosse rir comigo, mas não apenas continuava parado com sua postura séria... o que quer dizer que não estava brincando quanto a essa sua surpreendente condição.
Não é brincadeira... Jason responde em um tom mais sério.
Você só pode estar maluco então eu nem te conheço direito... E pra que eu fingir ser sua namorada se poder ter a mulher que quiser aos seus pés? Merda, isso não saiu bem!
Você tem razão posso ter a mulher que eu quiser aos meus pés, mas eu quero você! Ele diz e fico em estado de choque até que ele continua a falar... Eu não quero namorar sério Lívia e preciso apresentar uma garota pra minha família como minha namorada, mas preciso de alguém que eu sei que não vai se apaixonar por mim e que também não seja interesseira tenho certeza que essa pessoa é você, não é mesmo?
Ele pergunta me olhando fixamente como se esperasse alguma reação minha o problema é que eu não tenho reação pra isso.
Eu não posso aceitar mentir pra uma família inteira pra um capricho de Jason é loucura.
Mas sem isso não vou ter ajuda dele com o orfanato...
E ainda por cima o rostinho triste de Lara vem na minha cabeça.
Droga e droga?
Lívia? Ele chama me tirando dos meus pensamentos...
Ok, eu aceito! Digo tão rápido que eu mal consigo entender.
Jason sorri vitorioso.
Mas quero saber o porquê disso... digo cruzando os braços...
Minha família vai passar um tempo aqui e meu pai está no meu pé depois que briguei em uma boate. Ele quer que eu arrume alguém que eu realmente goste e que largue essa vida de solteiro pegador.
Mas isso inclui mentir pra eles... quer mesmo fazer isso? Pergunto sem atender como alguém mente pra as pessoas que amam.
Isso não lhe diz a respeito Lívia só preciso da sua ajuda em fingir ser minha namorada acha que consegue? Ele pergunta ríspido.
Reviro os olhos...
Vai ser meio difícil alguém acreditar que estamos apaixonados, mas vou tentar ser uma boa atriz... respondo no seu mesmo tom!
Ótimo... sobre o nosso encontro, pde ser amanhã as nove? Ele pergunta...
Sim.
Passo na sua casa me manda seu endereço nesse número... ele me entrega um cartão...
Ok. E o nome do orfanato é Doce Lar fica no centro da cidade... falo.
Acho que sei onde é... não se preocupe hoje mesmo vou resolver isso...
Então acho que já vou até mais... digo e saio da sala...
Meu Deus o que eu fiz? Como vou fingir ser apaixonada por alguém que eu mal conheço e que não vale nada ainda por cima.
"Parabéns Lívia, você acabou de ferrar sua vida!"
Clarck JasonQuando Lívia entrou aqui fiquei muito surpreso ainda mais quando disse que aceitava sair comigo dois meses depois que a convidei.Mas quando ela falou em um acordo logo tive uma grande ideia eu precisava de uma namorada pra apresentar ao meu pai pra que ele finalmente parasse de encher meu saco com o papo que eu já era um homem e que tinha que crescer, largar festas, encontrar uma mulher e formar uma família. E ela precisava de ajuda somente juntei o útil ao agradável.De início pensei que ela não aceitaria, pois uma coisa que eu percebi nela desde que nós nos conhecemos é que além de linda ela é orgulhosa, mas deve se importar de verdade com esse orfanato caso contrário não se submeteria a algo assim.Mas já que as coisas favorecem a mim, não viu desperdiçar a chance de levar ela pra cama.
Lívia AlbuquerqueCheguei em casa e já era oito e meia, tinha meia hora pra me arrumar até Jason vir me buscar... tomei um banho bem rápido e fui escolher uma roupa, por sorte tinha um vestido que ganhei de uma amiga da tia Lucy. Ele era muito lindo, mas nunca tive a chance de usá-lo, é de cetim, florido e vai um pouco acima do joelho, seria ideal. Passei uma chapinha bem rápida e um batom vermelho. Calcei uma sandália de salto e estava prontíssima.- Onde vai você Lívia? Pergunta tia Lucy na porta do quarto me encarando curiosa.- Vou sair... respondi dando de ombros.- Isso eu sei, quero saber é pra onde é com quem! Ela diz preocupada.- Vou jantar com um cara, pode ficar tranquila... respondo sorrindo, tia Lucy sempre gosta de saber onde eu vou e com
Clarck JasonEu já devia imaginar que a dona certinha não ia querer ir de fato, pra cama comigo, pelo menos não tão cedo, por enquanto vou ter que me contentar com apenas beijos e demonstrações de carinho em público, mas ter Livia em meus braços se tornou um jogo e eu sei que vou ganhar.Por incrível que pareça, nosso jantar foi até agradável, quanto mais ela contava sobre si mais intrigado eu ficava. Quando me contou sobre seus pais eu pude ver o quão machucado seu coração estava, apesar de se passar por durona na maior parte do tempo ele sentia falta deles e com certeza deve ser desesperado perder os pais ainda criança e crescer sem ambos.Enfim, depois que a deixo em sua casa parto para o meu apartamento e antes mesmo de eu entrar meu telefone toca, era Marcelo...- Oi, atendo!- Parti
Livia Albuquerque Quando Jason sugeriu treinar o beijo para não me pegar desprevenida perto de outras pessoas eu tentei recusar, mas ele estava tão certo do que queria, não tinha como saber minha reação... então seria mais fácil que o nosso primeiro beijo fosse assim, sem ninguém por perto.Minha respiração estava bem acelerada, rezava a Deus para que ele não notasse meu nervosismo, suas mãos seguraram meu rosto, não pude evitar em olhar pra ele e foi nessa hora que não quis mais relutar, eu queria de fato beija-lo apesar de que nunca admitira isso em voz alta.Não posso negar que ele não vale nada, mas sentir uma pequena atração por ele, acredito que isso não queria dizer nada, não é?Afinal realmente ele é lindo, mas eu não quero admitir isso, até porque
Lívia AlbuquerqueAcordo e vejo que Jason não estava lá no quarto vou ao banheiro e coloco meu vestido em seguida desço e vejo sua avó Ananda junto de Thays na sala.- Bom dia querida! Diz minha sogra ao me ver e vem na minha direção pra mim abraçar.Cumprimento às duas e por fim, pergunto.- Onde Jason está? Preciso que ele me leve pra casa.- Ele saiu com meu marido e meu pai, disse que voltava logo... Thays explica voltando a se sentar...- Tudo bem... digo e abraço meu corpo.- Quer tomar café? Pergunta Ananda gentilmente.- Obrigada, mas acordei sem fome... recuso.- Por que tem que ir embora tão cedo Lívia? Dessa vez foi Thays quem perguntou.- Vai ter uma aniversário surpresa no orfanato onde traba
Clarck Jason"Ual, quando ela não é perfeita?"Esse é meu pensamento quando bato meus olhos em Lívia.- Oi meu amor... digo me aproximando e deixando um suave beijo em sua testa.- Oi amor, deixe-me eu te apresentar minha tia... ele se aproxima da senhora que nos olhava atentamente... tia Lucy esse é Jason e Jason essa é minha tia.Me aproximo e digo:- É um prazer conhecê-la senhora Albuquerque.Lucy é uma senhora de aparência agradável tem cabelo loiros e seus olhos são azuis como de Lívia...- O prazer é todo meu e pode me chamar apenas de Lívia querido... Lívia sorri e me abraça carinhosamente.- Vamos?
Lívia AlbuquerqueEu não sabia porque tinha aceitado sair com ele, mas lembrar do que perdi e do que já passei me fez querer esquecer tudo e me afogar em um copo de bebida. No entanto passei dos limites, não estava nos meus planos ficar tão bêbada e muito menos beijar Jason.Onde vou enfiar minha cara depois disso?Quando o efeito do álcool passar vai ser dureza e como se já não bastasse vamos aparecer em todos os jornais, revistas e sites de fofocas amanhã.Enquanto voltamos para o apartamento de Jason ele permaneceu todo o percurso em silêncio eu notei que seu lábio sangrava levemente, apesar de ter dado uma boa surra no outro cara e acabou levando alguns socos também.Queria perguntar como ele estava, mas decidi ficar na minha o resto do caminho.Quando chegamos tia Lucy e os pa
Clarck JasonAssim que cheguei em casa fiquei com medo de contar para meu pai que me meti em outra briga e perder a presidência da empresa, mas ele pareceu entender que foi por uma boa razão.A caminho para casa de Lívia fomos todo o caminho em um completo silêncio? nem mesmo a sua tia conversou... assim que chegamos sua tia se despede de mim e nos deixa a sós e pela primeira vez eu não sei o que dizer, nem mesmo nenhuma brincadeira para irritá-la então nos despedimos rapidamente e sigo para casa.Depois de um banho bem relaxante me deito e penso em como me sinto atraído por Lívia.Enquanto aqueles caras a desejavam meu único pensamento era arrancar os olhos de todos eles e o mais estranho é que não sei o motivo disso eu não costumo sentir ciúmes, nunca fui assim, sempre tive tudo somente para mim