Capítulo 05

Bella McNight

Meus irmãos gêmeos, Donna e Tefo vinham logo atrás dela. Eles definitivamente não eram idênticos. Mas agiam como uma unidade.  Nós tínhamos quase três anos de diferença, e talvez isso tenha influenciado também com que eu os visse como realmente são unidos, mas totalmente diferentes, no físico e personalidade. Stefano sempre teve os traços da minha mãe. nariz fino, mas do tamanho perfeito. Olhos verdes, orelhas pequenas, os lábios carnudos, cabelo loiro escuro. Mas ele sempre foi genioso como nosso pai. Donna por outro lado, tem olhos verdes, assim como os meus, cabelo longo e loiro claro. O nariz fino igual ao da nossa mãe, e como eu, ela tem algumas sardas de leve no rosto. 

Essas diferenças tornava os gêmeos tão únicos e também, era o que me fazia amá-los, — porque eu amava todos na minha família e por isso também, pensei que poderia negociar meu casamento com o meu pai, mas obviamente me enganei, eu teria que ir além. Teria que conseguir que Vicente me ouvisse e aí, — talvez, — eu pudesse ter o meu final feliz. 

Eu passei tanto tempo pensando nisso, que nem vi o tempo passar, e quando me dei conta, o nosso carro estava parado em frente a uma enorme mansão.  

— Todos prontos? — Pai pergunta me tirando dos meus pensamentos e me trazendo de volta a vida real, aos meus irmãos e a minha mãe que desciam sem preocupações. Ele sorriu, e então, estendendo a mão para mim, me pergunta, — e você, minha pequena?  

— Eu vou ficar bem, papá. — Falei e no fundo eu nem sabia se estava falando aquilo para tranquilizar ele ou a mim mesma, porque a verdade, era que eu estava cheia de medos em relação a esse casamento arranjado.  

As borboletas começam a crescer dentro da minha barriga. E uma parte minha, não consegue evitar a ansiedade de tudo isso estar se tornando real. Mas era hora de ser forte, de fazer algo importante pela família e não pensar em um futuro que não irá se concretizar — eu Charles e tudo o que desejamos para nós dois —, e eu não vou falhar.  

Eu vi meu pai entregar a chave do nosso carro para um manobrista e enquanto tomava o braço da minha mãe, eu via Jenny, Pietro e Dante, vindo atrás dos meus tios, Paola e Hendrick, que tinham nos acompanhados em outro carro.  

Quanto todos nós colocamos os pés na entrada daquela mansão, eu soube que não havia volta, — porque todos os convidados ficaram em silêncio e olharam para nós. Para… o verdadeiro centro das atenções.  

Com naturalidade, meu pai sorriu e enquanto ele ia em direção a um homem de cabelo grisalho, terno azul e olhos escuros, — eu via uma linda mulher vir em direção a minha mãe e a mim. 

— Oh Deus! Essa é a Bella, não é? Que menina mais linda! — Aquela mulher disse olhando para mim, como se eu fosse algo precioso, e quando sorri, sem graça, mamãe se adiantou em perguntar: 

— Sim, e onde está o noivo? 

— Ele já está descendo... Entre fiquem à vontade em minha casa, em breve seremos apenas uma família. 

A mulher loira sorriu alegremente. 

O grande salão da mansão dos Kuhn parece majestoso, e entrar aqui pela primeira vez me causa calafrios, nossas mães praticamente enlouqueceram, e decidiram entre si que cada uma faria um evento, Francesca faria o noivado e minha mãe, Liz, faria o casamento. 

Ao percorrer meus olhos pelo ambiente, minha atenção é arrebatada pelo homem sobre o mezanino. Sua pose máscula e forte, sua aura sombria, seus olhos de um tom azuis penetrantes se prenderam nos meus, sugando todo o ar de meus pulmões. Seus passos firmes sobre a escada entalhada de cristais – como se ele estivesse sugando minha alma para si, ele era o diabo em forma física de anjo – e por alguns segundos eu apenas quis que ele envolvesse minha cintura com suas mãos que imagino serem grandes por estarem escondidas nos bolsos de sua calça escura, que abraça perfeitamente suas pernas tonificadas. O terno de três peças elegante, o sorriso sedutor e os cabelos perfeitamente alinhados, penteados para trás.  Porra, o homem mais lindo que já vi em minha vida.  

 —  Ah, aí está ele. —  Francesca anuncia apontando para o homem que caminha em nossa direção, sem desviar os olhos dos meus.  

Não pode ser ele. Deus, eu estou perdida.  

No que eu estava pensando? 

— Suponho que a senhorita seja a minha prometida, Srta. McNight, — ele disse estendendo para mim, uma de suas mãos, — é um prazer conhecê-la, Bella.  

Eu senti meu corpo inteiro estremecer quando minha mão tocou a sua, e pude jurar que meu coração idiota, errou uma batida, antes que eu pudesse responder.  

— É um prazer conhecê-lo, senhor Kuhn — eu tentei impregnar a minha voz com calmaria, mas a verdade, era que eu estava perdida, desconsertada, e os olhos profundamente azuis de Thomas, pareciam enxergar dentro da minha alma. É claro que para piorar a situação, todos ali nos encaravam, como se fossemos algum tipo de espetáculo. 

— Se me dão licença… — Thomas disse, me pegando de surpresa, e obviamente, também aos seus pais, — minha noiva parece precisar de um pouco de ar fresco, então se me permitem, eu a acompanharei, — ele simplesmente sugeriu, ainda segurando minha mão. 

— Claro, — Vicente disse como se não fosse nada, — leve a Srta. McNight para tomar um ar, será bom para vocês dois. 

Uma parte minha, queria recusar pela simples ousadia de Thomas ao me usar para sair daquela situação, mas a outra, estava agradecida demais para isso, então, eu me contive em dizer. 

— Obrigada, — enquanto nos afastávamos da multidão e entravamos em uma das grandes varandas da mansão Kuhn. — Uau… — me ouvi dizer, encarando aquele gigantesco jardim, que era obviamente bem maior que o nosso.  

Thomas que antes tinha uma postura elegante e sorridente, educado como um verdadeiro diplomata, agora parecia mais despojado, enquanto se debruçava sobre a varanda, com um cigarro pendendo entre os dedos, prestes a acender. Alguns fios rebeldes caiam sobre seu rosto quando ele me encarou, e o olhar daquele homem… me fazia perder o ar. 

— Então, Srta. McNight… — ele me chamou outra vez e eu estremeci, — o que pensa sobre esse casamento? — Thomas me questionou, seu tom agora, parecia menos cavaleiro, menos… cortes. Era sagaz e direto, quase… sarcástico.  

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