SteffanoCecilia era uma garota doce, ao menos até onde eu havia conhecido, então, eu admito que estava sendo um cretino naquele exato momento, mas também sabia que era a melhor forma de lidar com toda aquela situação. Então, levei-a propositalmente ao restaurante em que seu querido noivo costumava atender à grande parte de suas clientes. — Obrigada… — eu a ouvi dizer pela terceira vez quando abri a porta do carro para que ela pudesse entrar, e foi então que eu me vi suspirando ao fechar a porta e entrar do outro lado. — Cecília, não precisa me agradecer a todo momento, abrir a porta é apenas natural — acabei por dizer, e ela me deu um sorriso triste de canto, parecendo desconsertada. — É que não estou acostumada com tanta gentileza. Não estava? Como ela podia não estar? Isso sequer fazia sentido. Que tipo de relacionamento ela tinha com aquele traste do Hector? — Seu namorado não a trata assim? — questionei, e seu rosto corou quando a peguei de surpresa com minha pergunta
CecíliaSteffano realmente era diferente de todos os homens que eu já havia conhecido. Talvez fosse a facilidade que ele tinha em me fazer sorrir ou a forma como sempre era gentil e educado. Ele era tão atencioso, que me fez relaxar, mesmo que o ambiente não fosse o melhor para mim; e quando me levantei para ir até o banheiro, ele pareceu se divertir ao pensar no que escolheria para o nosso almoço. Minha mente não evitou de compará-lo a Hector naquele momento, porque o meu namorado podia até me levar a restaurantes como esse, mas… ele nunca parecia se importar, ou se preocupar com o modo que eu me sentia em lugares assim, como se não se importasse por me ver deslocada em ambientes que lhe faziam bem. Talvez se ele tentasse, nem que fosse um pouco, eu me sentiria mais à vontade com ele nesse tipo de estabelecimento, e quem sabe… eu sentisse mais a sua falta. “Esqueça, Cecília! Ele é ocupado e nem deve saber como você se sente, você nunca disse a ele.” Veio em minha mente, porque,
Cecília— Onde você conseguiu essas fotos? — Ele me encarou, e tudo o que eu consegui fazer foi rir. Rir porque eu me perguntava como aquela conseguia ser a sua prioridade, a primeira coisa na qual ele havia conseguido pensar. — Então tudo que tem aí é verdade? — Senti um nó se formar na minha garganta, as minhas unhas estavam se afundando em minha pele. — Você nem vai tentar desmentir nada? — Hector? — a mulher que o acompanhava chamou da entrada, impaciência sendo nítida em seu semblante. — Cecília, podemos conversar depois? — ele teve a cara de pau de pedir, e isso fez uma veia saltar na minha testa. — Você é um gigolô. É isso, não é? — rosnei. — Como você pode fazer isso comigo? — De onde você tirou isso? Sou filho do prefeito, sabe que posso te processar por calúnia, certo? — falou, como se fosse a vítima naquele momento, o que me deixou ainda mais irritada. — Você a está ameaçando? — ouvi a voz do Steffano, mas não me virei para encará-lo. — Foi ele que te entreg
SteffanoEu não pretendia levá-la para o meu apartamento, até porque, eu só levava para lá mulheres com quem pretendia dormir e depois ignorar completamente, mas esse não era o caso da Cecilia, só que não havia o que fazer. Ela estava molhada, como um filhotinho que caiu da mudança em um dia de chuva. Estava obviamente abalada, e eu, de forma alguma poderia levá-la para a casa dos meus pais. Não. Fora de cogitação. Não antes da nossa conversa sobre o contrato. Não antes da minha oferta. E aquela era a melhor hora para propor a ela. Então, quando a convenci a tomar um banho quente no quarto que Donna usava quando éramos mais novos, aproveitei para preparar algo para ela comer. Afinal, ela mal havia tido tempo de almoçar direito, antes de ver aquele traste com a MILF da vez. Não tinha muitas opções, já que eu praticamente não usava aquele apartamento, mas, graças às fugas da Donna, sempre que brigava com o papai, tinha parma, queijos, vinho, suco de uva e alguns chocolates e torra
CecíliaQuando conheci Steffano, eu já sabia que ele era um homem incrivelmente habilidoso, mas ver isso em frente aos meus olhos, foi surpreendente.Assim que concordei com aquele acordo de casamento, ele se apressou em tornar as coisas mais confortáveis para mim, começando pelo contrato, que redigiu em tempo recorde.Eu não suspeitava de Steffano — por algum motivo, que ainda não entendia completamente — mas admito que ter aquele pedaço de papel com nossas assinaturas, garantindo que minha família seria protegida e cuidada por ele, realmente era uma coisa boa.Steffano era gentil e educado, além de me ouvir, como Héctor nunca havia feito, mas o problema era que isso não mudava a dor que eu sentia pelo término abrupto e claro… pela traição.— Cecília? — Ouvi Steffano me chamar, quando o carro finalmente parou em frente à minha casa, e pigarreei.— Perdão… e… obrigada — sussurrei, mas ele segurou minha mão, fazendo-me olhá-lo nos olhos.— Não precisa se desculpar, eu venho amanhã para
SteffanoEra óbvio que Cecília estava abalada e, claro, eu tive que me esforçar muito no dia anterior para manter a fachada de bom moço. Por sorte eu tinha um contrato já preparado para oferecer a ela e só tive que fingir estar preparando um, enquanto ela me contava sobre sua vida. Eu não esperava que ela se abrisse completamente para mim, mas Cecília ao menos me contou sobre seu pai, sobre o problema com apostas e sobre a doença do seu irmão. O pequeno Brandon era realmente alguém que precisava de cuidados, afinal, diabetes não era algo tão simples assim, quando se tratava de uma criança pequena. Portanto, no dia seguinte, quando fui buscá-la, eu esperava que ela estivesse feliz com a ideia de levá-lo ao médico, mas o que eu realmente notei foi a sua frustração, e pelas palavras do seu irmão, eu pude imaginar o porquê de ela estar daquela forma. Seu pai. Ele decerto havia chegado em casa com problemas outra vez. Pobre Cecília, ela não merecia uma família como aquela, mas tudo is
CecíliaEu continuei ignorando o meu pai, que, por algum motivo, achava que continuar gritando o meu nome, junto de insultos, me faria dar a ele qualquer quantia que fosse. Ele não me deu sossego algum desde que eu voltei para casa, e quando o vestido e as joias chegaram, o homem achou que seria uma boa ideia tentar me humilhar na frente do entregador, enquanto dizia como eu era uma ingrata, que estava se enchendo de luxos as suas custas. Eu podia apenas respirar fundo e continuar ignorando tudo o que ele dizia, porque os absurdos pareciam escalar cada vez mais, algo que nunca tinha acontecido, graças ao quão trouxa eu fui até então. Sempre dando um jeito, sempre cuidando de tudo para o homem que só sabia desgraçar a minha vida. Mas aquilo não podia ser o meu foco, precisava me arrumar para ir até o jantar com a família de Steffano, o que me fez abrir a caixa que ele havia me enviado, revelando um belo e clássico vestido preto, junto a um conjunto de joias que, assim como os meu
SteffanoPuta merda. Essa mulher estava me testando, não estava? Era a única explicação. Cecília, definitivamente, estava me testando naquele exato momento ou isso apenas não faria sentido. Ou talvez, eu devesse me amaldiçoar por ter mandado um vestido como aquele para ela, um que possuía uma fenda que parecia se abrir ainda mais a qualquer movimentado feito. Pelos infernos… Eu já sabia que ela era atraente, mas eu mesmo parecia querer acabar com a minha própria vida e sanidade naquele instante. — Steffano? — ela chamou por conta do meu silêncio prolongado. — Eu disse alguma coisa errada? — Não, por que acha isso? — Forcei-me a sorrir, os meus olhos se encontrando com os dela. — Bem, você… apenas ficou calado. — Ela desviou o próprio olhar, como se tivesse cometido alguma espécie de crime. Merda. Eu tinha que me lembrar, em alguns momentos, que Cecília não havia crescido em um lar estável e, por conta disso, constantemente pensava que tudo era de sua responsabilidade, c