SteffanoDepois de ser empurrado contra a parede e basicamente forçado pelo meu velho a arrumar uma bendita noiva, a questão que ficava era: como diabos eu ia conseguir isso e ainda “um amor” dentro de seis meses? Era quase como se ele simplesmente tivesse resolvido me vetar do meu lugar de direito, por puro mal humor. Eu sabia que tinha vacilado em alguns momentos, e que transar com a filha de um dos amigos dele não era exatamente a melhor coisa a se fazer, mas, em minha defesa, eu nunca tinha esperado que ela acabasse confundido o nosso caso de uma noite com um romance de algum tipo de livro idiota. A culpa não era minha, afinal, eu nunca enganei nenhuma das mulheres com quem dormi. Então, depois de vagar de um lado para o outro, com a minha cabeça cheia e o meu pai me olhando torto sempre que me via voltando tarde durantes as noites, finalmente resolvi recorrer à minha carta na manga. Entrei no escritório de Thomas Kuhn com uma expressão séria em meu rosto, enquanto fechava
SteffanoThomas suspira e, virando o MacBook para mim, ponderou. — Nesse caso, tem a Morgana. — Não. — Aproximei-me da sua mesa e observei a foto da mulher loira, de olhos verdes, cabelo curto e com um sorriso lindo, ela era bonita, mas não era o suficiente. — Ela tem vinte cinco anos. — Thomas começou a ler a ficha dela. — Está no último período de odontologia, seus pais são americanos. — Pesquise mulheres mais jovens. Ele suspirou. — Tem essa. — Olhei para a tela e dessa vez era uma mulher ruiva, olhos cor caramelo, cabelos longos. — Vinte e três anos, está no segundo ano de veterinária. — Também não. Meu cunhado coçou a cabeça, mas alguns segundos depois de estalar a língua no céu da boca, exclamou. — Pronto! Cecilia Blackwood, vinte e um anos, primeiro semestre de medicina, bolsista. Vinte e um anos, sim, era bom. — Deixe-me ver — pedi e Thomas me entregou seu MacBook, apenas para que eu pudesse ver aquela foto anexada. Os olhos azuis, tão profundos quanto o mar, ca
CecíliaAquilo tudo, definitivamente, me pegou de surpresa, mesmo já estando acostumada a clientes indo e vindo, essa foi a primeira vez que um cliente havia me deixado tão… absorta em sua conversa, mas assim que ele se foi, tive que voltar à realidade. — Cecilia — ouvi a voz da Pietra me chamando, tirando-me do meu devaneio —, era um dos McNight? — Sim, Steffano McNight — respondi, pigarreando enquanto arrumava as peças de volta ao lugar de origem. — Deus, como ele pode ser melhor do que nas revistas? — Pietra perguntou, suspirando pelos cantos, e eu me lembrei bem do que as revistas e tabloides diziam sobre Steffano McNight, um completo canalha. Pietra trabalhava há mais tempo na joalheria, seu horário era mais flexível devido à faculdade e por ser sobrinha da dona, talvez apenas por isso, ela sempre foi mais intima com os clientes, e se fosse ela a atendê-lo… talvez tivesse uma chance de parar na próxima polêmica envolvendo o sr. McNight. — É, ele é bonito, também é carism
Cecília— Logo ele chega. — Tentei confortá-lo junto de um suspiro, um que era completamente cansado. — Ontem, ele chegou com o olho roxo — espirei fundo, porque Brandon era apenas uma criança, uma que não merecia passar por isso, ter qualquer preocupação que fosse —, mas ele me pediu segredo. — Segredo? — Arqueei uma das minhas sobrancelhas. — Sim, ele disse que vai me dar uma bicicleta se você não ficar sabendo — disse empolgado, pulando o último degrau da escada. — Promete guardar segredo? Comecei a massagear as minhas têmporas naquele momento, porque a falta de responsabilidade do meu pai parecia não ter limites. — Claro. — Sorri para disfarçar a minha insatisfação. Afinal, eu não queria ser a pessoa que acabaria com a pequena felicidade que Brandon havia conseguido. — Jura de dedinho? — Ergueu uma das suas mãos e me mostrou seu dedinho, para fazermos o juramento. — Eu juro. — Selamos nosso acordo e ele correu para a sala, praticamente saltitando. Não havia mais dúvidas
SteffanoApós o primeiro contato com Cecilia, ela dominou meus pensamentos por dias. Eu gostaria de dizer que consegui viver normalmente e que ela estar em meus pensamentos, não mudou muita coisa, mas mesmo enquanto tentava focar no trabalho, era aquele sorriso que me vinha à mente. Eu deveria ter dito a ela sobre a traição. Deveria ter contado a ela toda a verdade sobre aquele traste que ela chamava de namorado. Mas como eu poderia estragar aquele sorriso tão doce? [Pappa]: Não pense que a minha paciência vai durar para sempre, Steffano. Você não tem muito tempo. Outra mensagem do meu pai chegou, e eu senti minha cabeça latejar. Eu queria ter tempo. Queria poder fazer as coisas com mais paciência e, principalmente, mais tato, mas a verdade era que eu precisava da droga de uma noite, se quisesse amenizar a situação com o Sr. Henry, e se não arrumasse uma mulher que ele aprovasse de uma vez, eu acabaria me metendo em problemas e tendo que me casar com alguma herdeira que fosse ú
SteffanoCecilia era uma garota doce, ao menos até onde eu havia conhecido, então, eu admito que estava sendo um cretino naquele exato momento, mas também sabia que era a melhor forma de lidar com toda aquela situação. Então, levei-a propositalmente ao restaurante em que seu querido noivo costumava atender à grande parte de suas clientes. — Obrigada… — eu a ouvi dizer pela terceira vez quando abri a porta do carro para que ela pudesse entrar, e foi então que eu me vi suspirando ao fechar a porta e entrar do outro lado. — Cecília, não precisa me agradecer a todo momento, abrir a porta é apenas natural — acabei por dizer, e ela me deu um sorriso triste de canto, parecendo desconsertada. — É que não estou acostumada com tanta gentileza. Não estava? Como ela podia não estar? Isso sequer fazia sentido. Que tipo de relacionamento ela tinha com aquele traste do Hector? — Seu namorado não a trata assim? — questionei, e seu rosto corou quando a peguei de surpresa com minha pergunta
CecíliaSteffano realmente era diferente de todos os homens que eu já havia conhecido. Talvez fosse a facilidade que ele tinha em me fazer sorrir ou a forma como sempre era gentil e educado. Ele era tão atencioso, que me fez relaxar, mesmo que o ambiente não fosse o melhor para mim; e quando me levantei para ir até o banheiro, ele pareceu se divertir ao pensar no que escolheria para o nosso almoço. Minha mente não evitou de compará-lo a Hector naquele momento, porque o meu namorado podia até me levar a restaurantes como esse, mas… ele nunca parecia se importar, ou se preocupar com o modo que eu me sentia em lugares assim, como se não se importasse por me ver deslocada em ambientes que lhe faziam bem. Talvez se ele tentasse, nem que fosse um pouco, eu me sentiria mais à vontade com ele nesse tipo de estabelecimento, e quem sabe… eu sentisse mais a sua falta. “Esqueça, Cecília! Ele é ocupado e nem deve saber como você se sente, você nunca disse a ele.” Veio em minha mente, porque,
Cecília— Onde você conseguiu essas fotos? — Ele me encarou, e tudo o que eu consegui fazer foi rir. Rir porque eu me perguntava como aquela conseguia ser a sua prioridade, a primeira coisa na qual ele havia conseguido pensar. — Então tudo que tem aí é verdade? — Senti um nó se formar na minha garganta, as minhas unhas estavam se afundando em minha pele. — Você nem vai tentar desmentir nada? — Hector? — a mulher que o acompanhava chamou da entrada, impaciência sendo nítida em seu semblante. — Cecília, podemos conversar depois? — ele teve a cara de pau de pedir, e isso fez uma veia saltar na minha testa. — Você é um gigolô. É isso, não é? — rosnei. — Como você pode fazer isso comigo? — De onde você tirou isso? Sou filho do prefeito, sabe que posso te processar por calúnia, certo? — falou, como se fosse a vítima naquele momento, o que me deixou ainda mais irritada. — Você a está ameaçando? — ouvi a voz do Steffano, mas não me virei para encará-lo. — Foi ele que te entreg