LiamNós seguimos juntos em direção à garagem, e ao abrir a porta do carro para Cecília, não pude deixar de notar que suas bochechas se tingiram de cor, um sinal curioso após a noite intensa que compartilhamos. Contive um sorriso, optando por não comentar sobre isso. Ao sairmos da garagem, já dentro do carro, quebrei o silêncio, perguntando a Cecília como ela estava, estendendo minha mão para segurar a dela. No entanto, Cecília puxou bruscamente a mão, deixando-me perplexo. Encarei-a, sem entender, e questionei:— Alguma coisa errada?— Está tudo bem. — Respondeu Cecília, mas sua expressão contradizia suas palavras.— Não parece. Você parece evitar meu toque. Há algo errado. — Insisti, tentando desvendar o motivo de sua mudança de atitude.Cecília me encarou, visivelmente em conflito. Abriu a boca algumas vezes, como se estivesse prestes a falar algo, mas acabou desistindo. Repetiu que estava tudo bem, mas a tensão persistia. Decidi mudar o foco da conversa.— A noite passada foi incr
CecíliaEstava apreensiva diante da proposta de Liam de envolver Adriel na situação com Manu. Contudo, ao chegarmos à mansão de Adriel, que se assemelhava mais a uma base militar dada a intensidade da segurança ao redor da residência, comecei a reconsiderar. Talvez Liam estivesse correto. Não poderíamos simplesmente permanecer à mercê de bandidos como Marcão, que explorava a vulnerabilidade de Manu da mesma forma como fizera comigo, buscando se impor.Ao adentrar a sala de estar da casa de Adriel, senti uma mistura de respeito e nervosismo. A decoração extremamente luxuosa contrastava com a tranquilidade de Adriel, calmamente sentado em uma poltrona elegante, usando apenas uma bermuda e camisa, completamente à vontade em seus domínios.— Liam, Cecília, o que os traz até aqui? — perguntou Adriel, um sorriso tranquilo em seu rosto.Liam explicou a delicada condição de Manu e o envolvimento de Marcão. Ao observar a expressão decidida de Adriel, comecei a sentir uma ponta de esperança. Ta
LiamA manhã chegado ao fim quando Cecília e eu chegamos à empresa. A primeira coisa que notei foi que Marta estava agitada em sua mesa. Seus olhos refletiam preocupação, e ela parecia ansiosa, como se estivesse esperando por algo. Cumprimentei-a com um aceno de cabeça, mas antes mesmo de podermos trocar algumas palavras, ela se apressou em dizer:— Eu estava esperando vocês. Preciso falar com você, Liam, é urgente.Franzi a testa, surpreso com a urgência em sua voz. — O que aconteceu, Marta? — questionei, preocupado com a expressão aflita em seu rosto.— Minha irmã teve um problema de saúde repentino. Ela acabou de ser hospitalizada, e eu preciso ir até lá. Não sei por quanto tempo vou ficar ausente.Sem hesitar, disse a ela: — Vá imediatamente, Marta. Não se preocupe com o trabalho. Família vem em primeiro lugar. Avise-me se precisar de algo.Cecília, ao meu lado, concordou com um aceno, mostrando compreensão diante da situação. Marta agradeceu e partiu apressadamente, deixando-no
CecíliaApós o almoço no refeitório, Liam e eu retornamos ao escritório, dando início ao restante do dia de trabalho. Apesar da peculiaridade do dia, sinto-me como se estivesse flutuando nas nuvens, uma sensação um tanto boba, eu admito. No entanto, aquele dia havia sido completamente diferente de todos os outros. Nem mesmo quando Liam e eu compartilhamos nosso momento mais íntimo, experimentei uma conexão tão profunda com ele. Ainda assim, mesmo envolvida nesse estado de euforia, concentro-me ao máximo no meu trabalho. A ausência da eficiente Marta me deixa receosa quanto à possibilidade de cometer erros graves.Liam, apesar de mais sereno, ainda é exigente em relação ao desempenho no trabalho. Ele pode até estar mais tranquilo hoje, mas isso não significa que reagirá bem a erros grotescos em minhas funções como secretária.Ao final do expediente, enquanto me preparo para voltar ao apartamento, prestes a ligar para o motorista para confirmar seus serviços naquela tarde, sou surpreend
Liam Qando a campainha tocou e Cecília sugeriu a possibilidade de um convidado surpresa, eu apenas ri. Eu acreditava mais na possibilidade de que pudesse ser Frederico, talvez numa tentativa desesperada de levar a minha mãe de volta para casa. Se eu estivesse no lugar dele, certamente faria algo assim. Mas ao abrir a porta, meu rosto expressou uma surpresa genuína ao deparar-me com Caíque do outro lado. Aquele não era um bom momento para meu primo vir perturbar a minha paz. — O que você quer aqui, Caíque? — perguntei, tentando conter a irritação que começava a borbulhar dentro de mim.— Apenas sendo educado em aceitar um convite feito a mim — Caíque afirmou com tranquilidade. Eu mal podia acreditar nesse absurdo. Dei-lhe um olhar de desconfiança e pretendia dizer claramente que ele não era bem-vindo em meu apartamento, quando a minha mãe, sempre expansiva e, por vezes, completamente alheia à realidade, apareceu no hall de entrada.— Caíque! Que bom que você chegou! — exclamou Valen
CecíliaO ambiente parece congelar diante da revelação de Valentina sobre a paternidade do bebê que Leila espera. Liam, surpreso e perplexo, olha para mim buscando algum tipo de apoio. Eu, por minha vez, sinto um nó se formar no estômago, incapaz de processar completamente o que acaba de ser revelado.— Chega, Caíque. Não vou mais permitir que você prejudique meu filho e a relação que ele está construindo com Cecília. — Valentina, isso é um absurdo! — protesta Caíque, tentando manter sua postura desafiadora.No entanto, Valentina não se abala e responde com firmeza:— A verdade veio à tona, e não vou permitir mais mentiras. Observo atentamente, ainda incrédula, enquanto Valentina revela os detalhes sobre os planos de Caíque para complicar a vida de Liam e convencer Frederico a destituí-lo do cargo de CEO da Laser Inc. — Após a cena protagonizada por Caíque em Angra, durante o fim de semana, eu decidi que precisava entender o que estava acontecendo diante dos meus olhos — Valentina
LiamA raiva borbulhava em meu peito ao perceber o quanto tentaram me manipular. Mas foi a visão de Cecília caída no chão, o rosto marcado pela minha própria impulsividade, que mais me atingiu. Uma onda de culpa e arrependimento inundou meu ser, fazendo-me questionar cada ação precipitada que tomei naquele momento de fúria cega.Ao me aproximar de Cecília, cujos olhos refletiam uma mistura de dor física e emocional, a gravidade do que eu fiz se abateu sobre mim com toda força. Eu a machuquei, mesmo sem ter a intenção, tudo por causa da minha própria falta de controle.As desculpas que eu oferecia pareciam insignificantes diante do estrago que causei. Enquanto ela recebia cuidados e eu observava, impotente. O arrependimento era sufocante, mas também era um lembrete de que eu precisava aprender a controlar minha raiva, antes que ela causasse mais estragos em minha vida e na vida de pessoas com as quais eu me importo verdadeiramente.Eu tentei me desculpar mais uma vez pelo que havia aco
CecíliaAo sair do banheiro, já usando um dos meus pijamas mais recatados, meu olhar se deteve na cama vasta diante de mim, enquanto uma indecisão sutil pairava no ar. Meu rosto estava dolorido, e a perspectiva de retornar ao chão não me parecia nada convidativa. Refleti sobre a noite anterior e lembrei como aquilo tinha terminado. Mesmo decidida a dormir no chão e fugir de Liam , acabei cedendo novamente aos desejos dele. Não que aqueles também não fossem os meus desejos, admiti, sentindo o rosto arder com a recordação.Com uma decisão rápida, resolvi que ocuparia a cama, mas não sem estabelecer certas condições. Embora não me opusesse a dividir o espaço com Liam, não pretendia tornar as coisas tão fáceis para ele. Então, providenciei lençóis extras, um edredom e travesseiros, arrumando-os meticulosamente no mesmo lugar em que estavam na noite anterior. Contudo, desta vez, eu faria questão de ocupar confortavelmente a cama de Liam.Aquela pode ser uma escolha pequena, porém tem um gr