EmilyA manhã seguinte chegou rápido demais. A luz suave do sol parisiense filtrava-se pela janela do quarto do hotel, iluminando os cantos da minha mente que eu queria manter na escuridão. O jantar desastroso ainda pairava sobre mim, mas a confissão de Oliver na noite anterior era o que realmente me deixava confusa."Estou apaixonado por você, Emily." Essas palavras estavam gravadas na minha memória, mas não conseguiam superar a barreira das ações dele, sempre contraditórias. Eu queria acreditar nele. Queria desesperadamente. Mas era difícil ignorar o medo de que fosse apenas mais uma promessa vazia.Levantei-me, vesti-me com um vestido simples mas elegante, adequado para a apresentação do projeto, e desci para o café da manhã. O evento principal da conferência seria dentro de algumas horas, e eu precisava estar pronta para enfrentar tanto o público quanto Oliver.O saguão estava movimentado, cheio de vozes abafadas e o som de xícaras sendo colocadas em pratos. Escolhi uma mesa perto
EmilyA manhã começou como qualquer outra. Depois de semanas intensas de viagens, conferências e interações difíceis — e muitas vezes desconcertantes — com Oliver, eu ansiava por um pouco de normalidade. No entanto, ao entrar no escritório, percebi imediatamente que este não seria um dia comum.Havia algo sobre a forma como Alice, a assistente de Oliver, me cumprimentou que parecia diferente. Seu sorriso amigável de sempre estava lá, mas havia um brilho em seus olhos, como se soubesse de algo que eu não sabia. Ela não disse nada além de um rápido “Bom dia”, mas eu me perguntei, brevemente, se algo estava acontecendo.Caminhei até minha mesa, tentando ignorar a sensação de que estava sendo observada. E então eu vi: um pequeno pacote envolto em papel dourado, com um laço preto perfeitamente amarrado no topo.Não era incomum encontrar presentes e flores do admirador secreto desde que comecei a trabalhar na Blake Industries, mas isso... parecia diferente. Peguei o pacote com cuidado, exam
OliverO relógio em minha sala marcava oito horas da noite. O escritório estava silencioso, exceto pelo som distante de teclados e a ocasional conversa abafada que vinha de algum andar abaixo. A pilha de papéis sobre minha mesa exigia atenção, mas minha mente estava em outro lugar.Emily. Ela ainda ocupava cada espaço em meus pensamentos. Desde que voltamos de Paris, as coisas entre nós estavam tensas, um reflexo direto das minhas próprias falhas. Eu sabia que ela esperava algo mais de mim, algo que eu ainda não tinha coragem de dar completamente. Mas havia outra preocupação se formando. Sofia.Os últimos dias haviam sido repletos de mensagens dela. Sofia nunca foi sutil, mas sua insistência estava me irritando mais do que o habitual. No entanto, o que realmente me incomodava era a sensação de que ela estava tramando algo. E eu sabia que, quando Sofia tramava algo, as consequências podiam ser devastadoras.Peguei meu telefone e, como esperado, mais mensagens de Sofia haviam chegado:"
EmilyA semana estava passando em um borrão de tarefas acumuladas e interações cada vez mais tensas com Oliver. Depois do que parecia uma eternidade, cheguei em casa em uma sexta-feira à noite, pronta para apenas desabar no sofá e tentar esquecer a confusão que se tornara minha vida.Foi então que recebi a mensagem de Dan."Ei, está livre agora? Precisamos de ar fresco. Vamos caminhar, e eu prometo que não vou te perguntar sobre trabalho. Topa?"Ri ao ler a mensagem. Dan tinha o dom de aparecer exatamente quando eu precisava, mesmo sem perceber. Digitei uma resposta rápida."Preciso disso. Me dê 20 minutos."Troquei de roupa para algo mais confortável, peguei um casaco leve e saí para encontrá-lo em frente ao meu prédio.Dan estava encostado em um poste, balançando as chaves do carro em uma das mãos enquanto olhava o celular com a outra. Quando me viu, deu um sorriso caloroso.— Olha só quem finalmente decidiu sair da caverna — brincou, guardando o telefone no bolso.— Acho que você e
SofiaA raiva borbulhava sob minha pele como lava prestes a entrar em erupção. Oliver achava que podia simplesmente me afastar, me tratar como se fosse uma intrusa em sua vida. Tudo isso por causa dela. Emily Carter. Ele estava cego, encantado por uma ilusão, e, pior, não via o desastre que estava construindo ao redor de si.Mas eu via. E era meu dever corrigir isso. Não apenas porque eu ainda amava Oliver — essa fase havia passado há muito tempo —, mas também porque ele era meu. O que era meu permanecia comigo, e ninguém, especialmente uma garota sem pedigree como Emily, iria mudar isso.Passei a tarde organizando mentalmente meu plano. A primeira etapa envolvia Fernando. Depois de dias pesquisando, eu sabia exatamente quem ele era: o ex-namorado de Emily, um homem com charme suficiente para ser perigoso, mas não o bastante para ser respeitável. Ele era perfeito.Enviei uma mensagem para Fernando na manhã seguinte, oferecendo uma “proposta de interesse mútuo”. Não demorou muito para
OliverA tensão no escritório era palpável. Era como se cada movimento meu estivesse sendo observado, cada palavra analisada por olhos invisíveis. Desde que voltei de Paris com Emily, os rumores começaram a circular. Não era algo explícito, mas eu podia sentir. As conversas cessavam abruptamente quando eu entrava em uma sala, os olhares furtivos seguiam meus passos.Não era difícil imaginar quem estava por trás disso. Sofia. Ela sempre foi boa em criar caos com pouco esforço. O problema era que, desta vez, ela tinha encontrado um alvo perfeito: Emily.Emily parecia alheia à situação, ou talvez estivesse fingindo que nada estava acontecendo. Ela era profissional, como sempre, e sua determinação em manter as coisas estritamente relacionadas ao trabalho só tornava mais difícil para mim. Eu sabia que era minha culpa. Coloquei um muro entre nós, e agora ela parecia determinada a mantê-lo de pé.Mas hoje seria diferente. Eu precisava fazer algo para mostrar a ela que eu estava ao seu lado,
EmilyAs flores estavam lá, de novo, esperando por mim na minha mesa. O perfume suave das rosas brancas misturadas com lírios me envolveu enquanto me abaixava para pegar o cartão que sempre acompanhava os buquês. A caligrafia não era a mesma, e algo no tom também me incomodou."Às vezes, o que você está procurando está bem na sua frente."Eu li e reli as palavras, tentando encontrar algo nas entrelinhas. Até aquele momento, havia sempre uma delicadeza nas mensagens do meu admirador secreto, um tom caloroso que parecia refletir compreensão e apoio. Mas desta vez, havia algo mais... algo que parecia enigmático, quase provocador.Olhei ao redor, como se pudesse encontrar o remetente em algum canto do escritório, mas tudo parecia normal. Colegas indo e vindo, teclados sendo digitados, o som de ligações ao fundo. Nada que sugerisse que alguém ali tinha acabado de deixar flores na minha mesa.Dan apareceu pouco depois, se jogando na cadeira ao lado da minha mesa com seu sorriso habitual.—
OliverO céu noturno estava claro, mas meu humor estava longe de ser sereno. Desde Paris, tudo parecia estar em uma corda bamba. As coisas entre Emily e eu não melhoraram — pelo contrário, parecia que, a cada tentativa de aproximação, algo nos puxava de volta para os extremos. E, como se isso não fosse o suficiente, Sofia continuava rondando, plantando suas sementes de dúvida e confusão onde quer que fosse.Mas o que realmente me incomodava, o que não me deixava em paz, era a sensação de que Emily estava escapando de mim. E as fotos que chegaram mais cedo, de Emily rindo com Dan em um restaurante, foi o estopim. Não era só ciúme, era a percepção de que ela estava encontrando conforto em outro lugar, enquanto eu lutava para proteger o que mal começamos a construir.Peguei o telefone antes que pudesse me convencer a desistir da ideia e digitei a mensagem."Emily, jante comigo amanhã. É importante."O restaurante que escolhi era pequeno e discreto, longe de qualquer possibilidade de olha