EmilyA semana estava passando em um borrão de tarefas acumuladas e interações cada vez mais tensas com Oliver. Depois do que parecia uma eternidade, cheguei em casa em uma sexta-feira à noite, pronta para apenas desabar no sofá e tentar esquecer a confusão que se tornara minha vida.Foi então que recebi a mensagem de Dan."Ei, está livre agora? Precisamos de ar fresco. Vamos caminhar, e eu prometo que não vou te perguntar sobre trabalho. Topa?"Ri ao ler a mensagem. Dan tinha o dom de aparecer exatamente quando eu precisava, mesmo sem perceber. Digitei uma resposta rápida."Preciso disso. Me dê 20 minutos."Troquei de roupa para algo mais confortável, peguei um casaco leve e saí para encontrá-lo em frente ao meu prédio.Dan estava encostado em um poste, balançando as chaves do carro em uma das mãos enquanto olhava o celular com a outra. Quando me viu, deu um sorriso caloroso.— Olha só quem finalmente decidiu sair da caverna — brincou, guardando o telefone no bolso.— Acho que você e
SofiaA raiva borbulhava sob minha pele como lava prestes a entrar em erupção. Oliver achava que podia simplesmente me afastar, me tratar como se fosse uma intrusa em sua vida. Tudo isso por causa dela. Emily Carter. Ele estava cego, encantado por uma ilusão, e, pior, não via o desastre que estava construindo ao redor de si.Mas eu via. E era meu dever corrigir isso. Não apenas porque eu ainda amava Oliver — essa fase havia passado há muito tempo —, mas também porque ele era meu. O que era meu permanecia comigo, e ninguém, especialmente uma garota sem pedigree como Emily, iria mudar isso.Passei a tarde organizando mentalmente meu plano. A primeira etapa envolvia Fernando. Depois de dias pesquisando, eu sabia exatamente quem ele era: o ex-namorado de Emily, um homem com charme suficiente para ser perigoso, mas não o bastante para ser respeitável. Ele era perfeito.Enviei uma mensagem para Fernando na manhã seguinte, oferecendo uma “proposta de interesse mútuo”. Não demorou muito para
OliverA tensão no escritório era palpável. Era como se cada movimento meu estivesse sendo observado, cada palavra analisada por olhos invisíveis. Desde que voltei de Paris com Emily, os rumores começaram a circular. Não era algo explícito, mas eu podia sentir. As conversas cessavam abruptamente quando eu entrava em uma sala, os olhares furtivos seguiam meus passos.Não era difícil imaginar quem estava por trás disso. Sofia. Ela sempre foi boa em criar caos com pouco esforço. O problema era que, desta vez, ela tinha encontrado um alvo perfeito: Emily.Emily parecia alheia à situação, ou talvez estivesse fingindo que nada estava acontecendo. Ela era profissional, como sempre, e sua determinação em manter as coisas estritamente relacionadas ao trabalho só tornava mais difícil para mim. Eu sabia que era minha culpa. Coloquei um muro entre nós, e agora ela parecia determinada a mantê-lo de pé.Mas hoje seria diferente. Eu precisava fazer algo para mostrar a ela que eu estava ao seu lado,
EmilyAs flores estavam lá, de novo, esperando por mim na minha mesa. O perfume suave das rosas brancas misturadas com lírios me envolveu enquanto me abaixava para pegar o cartão que sempre acompanhava os buquês. A caligrafia não era a mesma, e algo no tom também me incomodou."Às vezes, o que você está procurando está bem na sua frente."Eu li e reli as palavras, tentando encontrar algo nas entrelinhas. Até aquele momento, havia sempre uma delicadeza nas mensagens do meu admirador secreto, um tom caloroso que parecia refletir compreensão e apoio. Mas desta vez, havia algo mais... algo que parecia enigmático, quase provocador.Olhei ao redor, como se pudesse encontrar o remetente em algum canto do escritório, mas tudo parecia normal. Colegas indo e vindo, teclados sendo digitados, o som de ligações ao fundo. Nada que sugerisse que alguém ali tinha acabado de deixar flores na minha mesa.Dan apareceu pouco depois, se jogando na cadeira ao lado da minha mesa com seu sorriso habitual.—
OliverO céu noturno estava claro, mas meu humor estava longe de ser sereno. Desde Paris, tudo parecia estar em uma corda bamba. As coisas entre Emily e eu não melhoraram — pelo contrário, parecia que, a cada tentativa de aproximação, algo nos puxava de volta para os extremos. E, como se isso não fosse o suficiente, Sofia continuava rondando, plantando suas sementes de dúvida e confusão onde quer que fosse.Mas o que realmente me incomodava, o que não me deixava em paz, era a sensação de que Emily estava escapando de mim. E as fotos que chegaram mais cedo, de Emily rindo com Dan em um restaurante, foi o estopim. Não era só ciúme, era a percepção de que ela estava encontrando conforto em outro lugar, enquanto eu lutava para proteger o que mal começamos a construir.Peguei o telefone antes que pudesse me convencer a desistir da ideia e digitei a mensagem."Emily, jante comigo amanhã. É importante."O restaurante que escolhi era pequeno e discreto, longe de qualquer possibilidade de olha
EmilyA noite havia sido um completo desastre. Cada vez que pensava no jantar com Oliver e a interrupção de Fernando, sentia meu estômago revirar. Era como se o passado e o presente tivessem colidido de uma forma que eu nunca esperava.Enquanto caminhava pelo meu apartamento, descalça, tentando clarear a mente, as palavras de Fernando ecoavam em minha cabeça. "Precisamos conversar. Tem tantas coisas que eu gostaria de dizer..." Que direito ele achava que tinha de simplesmente aparecer e bagunçar ainda mais minha vida?E Oliver... bom, ele não ajudou. Sua presença era ao mesmo tempo reconfortante e sufocante. Havia algo na maneira como ele reagiu a Fernando, como se estivesse tentando proteger algo que não entendia completamente.O toque do meu telefone me trouxe de volta à realidade. Peguei o aparelho, esperando que fosse Oliver. Mas não era."Emily, precisamos falar. Por favor, me dê uma chance de explicar."Fernando.Revirei os olhos, jogando o telefone no sofá. Ele não ia desistir
OliverA manhã começou com a habitual enxurrada de notificações. Mensagens de Alice, relatórios financeiros de Alexander e lembretes sobre reuniões que eu preferia evitar. Apesar de tudo, minha mente estava fixa em algo completamente diferente. Ou melhor, em alguém: Emily.Desde o jantar desastroso com a interferência de Fernando, as coisas não estavam mais as mesmas. Eu enviara uma mensagem para ela na noite anterior, mas não obtive resposta. O silêncio dela foi mais ensurdecedor do que qualquer discussão que já tivemos.Enquanto revisava um relatório, Alice entrou no escritório sem bater, carregando um tablet e com uma expressão que não deixava margem para dúvidas: algo importante havia acontecido.— Oliver, precisamos conversar. — Disse ela, direta.Levantei os olhos, indicando que continuasse.— É sobre Fernando. — Ela colocou o tablet em minha frente.Na tela, uma série de imagens mostrava Fernando entrando e saindo do prédio de Emily com frequência perturbadora. Cada visita pare
OliverMinha mente estava uma tempestade, mesmo enquanto tentava me concentrar nos números à minha frente. O gráfico no tablet piscava, mas eu mal conseguia enxergar os dados. As visitas de Fernando ao prédio de Emily ainda martelavam na minha cabeça. Cada detalhe da conversa com ela mais cedo fazia um eco, uma mistura de preocupação e frustração.Emily era independente, algo que admirei desde o início. Mas essa independência, nesse caso, era perigosa. Fernando não era apenas um ex-namorado inconveniente. Ele era um problema crescente, e eu não podia ignorar isso.O toque do telefone me trouxe de volta à realidade. Era Alice. Peguei o aparelho e atendi imediatamente.— Diga, Alice.— Consegui mais algumas informações sobre Fernando. — Ela disse, direta, mas com um tom de cautela que me fez endireitar na cadeira. — Parece que ele esteve em contato com Sofia nos últimos meses.Senti meu estômago se revirar.— O quê? — Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia.— Há registros de chama