OliverEnquanto Emily descansava no hospital, envolta em um silêncio tranquilo, minha mente era um turbilhão. Eu estava sentado ao lado dela, minha mão segurando a dela, mas meus pensamentos estavam a quilômetros de distância. O nome de Fernando ecoava em minha cabeça como um alarme incessante.A porta do quarto abriu silenciosamente, e Alice entrou, carregando um tablet em uma das mãos.— Sr. Blake. — Disse, sua voz baixa para não acordar Emily. — Consegui as informações que você pediu.Levantei-me cuidadosamente, soltando a mão de Emily e seguindo Alice para o corredor. Minha expressão deveria refletir a urgência e o cansaço que eu sentia.— O que temos? — Perguntei, cruzando os braços enquanto Alice me entregava o tablet.Ela hesitou, como se pesasse as palavras antes de falar.— Fernando foi liberado sob fiança. Não há evidências suficientes para mantê-lo preso mais tempo, e, aparentemente, ele já está se movimentando.Meus dentes se apertaram, e eu entreguei o tablet de volta com
EmilyO hospital era silencioso naquela manhã, exceto pelo som ocasional de passos no corredor ou do bip suave dos monitores ao meu lado. Oliver tinha saído para uma reunião rápida com o médico, deixando-me sozinha com meus pensamentos. Algo que, ultimamente, parecia mais difícil do que qualquer dor física.Olhei pela janela do quarto, observando o céu nublado e as árvores se movendo suavemente com o vento. O mundo lá fora parecia tão simples, tão distante do caos que havia tomado conta da minha vida. Fechei os olhos, tentando organizar meus pensamentos, mas era inútil. Tudo parecia um redemoinho: o atentado, o hospital, o bebê.O bebê. Só de pensar nisso, meu coração apertava e se enchia de um amor que eu ainda estava aprendendo a compreender. Eu sabia que o médico tinha dito que tudo estava estável por enquanto, mas a incerteza era aterrorizante. E se eu falhasse em protegê-lo? E se algo acontecesse por causa de tudo isso que aconteceu?Enquanto lutava contra essas emoções, ouvi a p
OliverA noite estava tranquila, e o silêncio do hospital era cortado apenas pelo som baixo dos monitores no quarto de Emily. Ela dormia, exausta pelos últimos dias, e eu observava seu rosto, procurando qualquer sinal de desconforto. Ainda que ela estivesse repousando, eu sabia que sua mente carregava mais peso do que ela admitia. E agora, mais do que nunca, eu queria aliviar esse fardo.Havia passado as últimas horas planejando algo especial. Não era grandioso nem elaborado, mas tinha que ser perfeito. Emily precisava de um lembrete de que, apesar de tudo, estávamos juntos e que nosso futuro, por mais incerto que parecesse, seria construído lado a lado.Olhei para o relógio. Era quase meia-noite. Levantei-me da poltrona e comecei a organizar o quarto da maneira que planejei. Tirei da sacola as pequenas luzes de LED que comprei e as prendi ao redor da cabeceira da cama, criando um brilho quente e acolhedor. Peguei o buquê de flores frescas — suas favoritas, lírios brancos — e coloquei
Oliver Quando o médico finalmente deu alta para Emily, senti uma onda de alívio e ansiedade ao mesmo tempo. Alívio porque ela poderia sair daquele ambiente frio e clínico, mas ansiedade porque sabia que a recuperação dela exigiria cuidado constante. E eu não estava disposto a arriscar.— Finalmente, em casa. — Emily disse com um sorriso cansado quando cruzamos a porta da entrada.Ela ainda estava visivelmente fraca, mas havia um brilho de alívio em seus olhos. Eu a segui de perto, segurando sua mão enquanto a ajudava a se acomodar no sofá da sala. A luz natural inundava o espaço, tornando-o acolhedor, mas minha mente já estava em movimento, planejando os próximos passos.— Não se acostume com isso. — Disse, tentando manter um tom leve, mas minha voz ainda carregava um toque de preocupação.— Não me acostumar com o quê? — Emily perguntou, erguendo uma sobrancelha.Sentei-me ao lado dela, olhando diretamente em seus olhos.— Com qualquer tipo de esforço. — Respondi, pegando sua mão. —
Emily O dia começou como qualquer outro desde que voltei para casa. Oliver saíra cedo para a coletiva de imprensa que mencionara na noite anterior, prometendo que voltaria o mais rápido possível. Eu ainda estava tentando me acostumar com a presença constante das enfermeiras e da equipe contratada para me ajudar, mas naquele momento, a casa estava tranquila.Estava na sala, folheando um livro, quando meu telefone vibrou na mesa ao meu lado. Peguei-o automaticamente, esperando uma mensagem de Oliver. No entanto, o que vi fez meu coração parar.Era uma mensagem de um número desconhecido."Eu sinto muito, jamais faria qualquer coisa para te machucar. – F"Meu sangue gelou. Havia apenas uma pessoa que poderia assinar daquela forma: Fernando.Larguei o telefone, sentindo meu coração disparar. Respirei fundo, tentando manter a calma. Não podia deixar que o pânico tomasse conta. Decidi que precisava contar a Oliver imediatamente. Não havia como esconder algo assim dele, especialmente agora.
OliverO salão estava preparado com perfeição. Câmeras estavam posicionadas, microfones ajustados e jornalistas ocupavam cada assento disponível. A luz forte das câmeras já iluminava o centro da sala, onde eu me posicionaria para enfrentar uma enxurrada de perguntas e olhares julgadores. Era o tipo de ambiente que eu dominava normalmente, mas hoje, havia um peso maior sobre meus ombros.Alice estava ao meu lado, revisando os últimos detalhes.— A maioria das perguntas será sobre o atentado e os próximos passos da empresa. — Disse ela, entregando-me um resumo. — Mas, Oliver... todos estão esperando por algo mais pessoal. Sobre você e Emily.Assenti, ajustando a gravata no reflexo do vidro. O brilho no meu olhar era intenso, mas a verdade era que uma mistura de ansiedade e determinação corria pelas minhas veias.— É exatamente o que eles terão. — Respondi.Ela deu um sorriso pequeno, quase orgulhosa.— Boa sorte.Caminhei até o pódio, meu corpo alinhado e minha expressão inabalável. O b
OliverA manhã começou com uma reunião marcada às pressas pelo conselho da Blake Industries. Algo que deveria ser um encontro de rotina rapidamente ganhou tons de urgência com os eventos recentes. Sabia que enfrentaria críticas, mas não imaginava o quanto a tensão estaria presente.Quando entrei na sala de reuniões, os membros do conselho estavam todos lá, rostos carregados de expectativa. Alice já havia preparado os materiais necessários, e seu olhar de apoio enquanto fechava a porta me deu um pouco mais de confiança.— Bom dia, senhores e senhoras. — Disse, sentando-me na cadeira principal.— Sr. Blake, vamos direto ao ponto. — Começou o presidente do conselho, Richard Peterson. Um homem veterano, cujos olhos sempre pareciam analisar cada movimento meu. — Precisamos discutir sua... atenção à empresa nos últimos meses.Assenti, sem surpresa.— Estou ouvindo.Ele olhou ao redor da mesa antes de continuar.— Compreendemos que os eventos recentes foram extraordinários, mas não podemos i
EmilyO sol filtrava-se suavemente pelas cortinas da sala quando ouvi o som inconfundível da campainha. Levantei-me devagar, segurando minha barriga que agora começava a mostrar mais claramente os sinais do bebê que carregava. Oliver tinha saído cedo para o trabalho, deixando-me com ordens claras para descansar e deixar que as enfermeiras cuidassem de qualquer coisa que precisasse.Abrindo a porta, fui recebida pelo sorriso caloroso de minha mãe. Seu olhar passou rapidamente por mim, e em um instante, ela me puxou para um abraço apertado.— Minha querida, como você está? — Ela perguntou, sua voz suave, mas com uma preocupação inconfundível.— Melhor agora que você está aqui. — Respondi, abraçando-a com força.Ela entrou na casa, olhando ao redor com curiosidade. Apesar de já ter visitado antes, parecia sempre se impressionar com o luxo discreto da residência de Oliver.— Você está cuidando de si mesma? — Ela perguntou, tirando o casaco e pendurando-o no cabide próximo à entrada.— Est