OliverO salão estava preparado com perfeição. Câmeras estavam posicionadas, microfones ajustados e jornalistas ocupavam cada assento disponível. A luz forte das câmeras já iluminava o centro da sala, onde eu me posicionaria para enfrentar uma enxurrada de perguntas e olhares julgadores. Era o tipo de ambiente que eu dominava normalmente, mas hoje, havia um peso maior sobre meus ombros.Alice estava ao meu lado, revisando os últimos detalhes.— A maioria das perguntas será sobre o atentado e os próximos passos da empresa. — Disse ela, entregando-me um resumo. — Mas, Oliver... todos estão esperando por algo mais pessoal. Sobre você e Emily.Assenti, ajustando a gravata no reflexo do vidro. O brilho no meu olhar era intenso, mas a verdade era que uma mistura de ansiedade e determinação corria pelas minhas veias.— É exatamente o que eles terão. — Respondi.Ela deu um sorriso pequeno, quase orgulhosa.— Boa sorte.Caminhei até o pódio, meu corpo alinhado e minha expressão inabalável. O b
OliverA manhã começou com uma reunião marcada às pressas pelo conselho da Blake Industries. Algo que deveria ser um encontro de rotina rapidamente ganhou tons de urgência com os eventos recentes. Sabia que enfrentaria críticas, mas não imaginava o quanto a tensão estaria presente.Quando entrei na sala de reuniões, os membros do conselho estavam todos lá, rostos carregados de expectativa. Alice já havia preparado os materiais necessários, e seu olhar de apoio enquanto fechava a porta me deu um pouco mais de confiança.— Bom dia, senhores e senhoras. — Disse, sentando-me na cadeira principal.— Sr. Blake, vamos direto ao ponto. — Começou o presidente do conselho, Richard Peterson. Um homem veterano, cujos olhos sempre pareciam analisar cada movimento meu. — Precisamos discutir sua... atenção à empresa nos últimos meses.Assenti, sem surpresa.— Estou ouvindo.Ele olhou ao redor da mesa antes de continuar.— Compreendemos que os eventos recentes foram extraordinários, mas não podemos i
EmilyO sol filtrava-se suavemente pelas cortinas da sala quando ouvi o som inconfundível da campainha. Levantei-me devagar, segurando minha barriga que agora começava a mostrar mais claramente os sinais do bebê que carregava. Oliver tinha saído cedo para o trabalho, deixando-me com ordens claras para descansar e deixar que as enfermeiras cuidassem de qualquer coisa que precisasse.Abrindo a porta, fui recebida pelo sorriso caloroso de minha mãe. Seu olhar passou rapidamente por mim, e em um instante, ela me puxou para um abraço apertado.— Minha querida, como você está? — Ela perguntou, sua voz suave, mas com uma preocupação inconfundível.— Melhor agora que você está aqui. — Respondi, abraçando-a com força.Ela entrou na casa, olhando ao redor com curiosidade. Apesar de já ter visitado antes, parecia sempre se impressionar com o luxo discreto da residência de Oliver.— Você está cuidando de si mesma? — Ela perguntou, tirando o casaco e pendurando-o no cabide próximo à entrada.— Est
OliverO dia começou cedo. Alice me entregou a agenda do dia, que parecia interminável, mas minha mente já estava em outro lugar. Desde a coletiva de imprensa, as coisas haviam se acalmado publicamente, mas eu sabia que isso era apenas uma fachada. Nos bastidores, os desafios estavam se acumulando. Ainda assim, nada havia me preparado para a mensagem que recebi naquela manhã."Precisamos conversar. Urgente." – Sofia.Eu sabia que isso não terminaria bem. Sofia nunca fazia algo sem um motivo, e o fato de ela insistir em falar comigo pessoalmente só aumentava minha suspeita. Marquei um horário em meu escritório no final da tarde, garantindo que a conversa aconteceria quando o restante do dia estivesse resolvido.Quando o relógio marcou cinco, ela chegou. Como sempre, estava impecavelmente vestida, exalando confiança e determinação. Mas hoje, havia algo diferente em sua postura — uma tensão que não era comum nela.— Oliver. — Disse, entrando sem esperar convite. — Obrigada por me receber
EmilyA luz da manhã entrava suavemente pelas janelas da sala, criando sombras dançantes no chão de madeira. Minha mãe estava na cozinha, mexendo em uma panela com algo que parecia ser o café da manhã mais caseiro e reconfortante que eu já vira em meses. Eu estava no sofá, envolta em uma manta, observando-a em silêncio enquanto minha mente vagava por um turbilhão de pensamentos.— Você está muito calada hoje, querida. — Disse minha mãe, virando-se para me olhar com aquele sorriso maternal que sempre me fazia sentir que tudo ficaria bem.Dei de ombros, tentando esconder a enxurrada de emoções que parecia tomar conta de mim.— Só pensando. — Respondi, evitando o olhar dela.Ela enxugou as mãos no avental e veio até mim, sentando-se ao meu lado. Minha mãe sempre teve uma habilidade assustadora de perceber quando algo não estava bem.— Pensando no quê? — Perguntou ela suavemente, como se soubesse que precisaria de paciência para me fazer falar.Respirei fundo, sentindo o peso das últimas s
EmilyO consultório médico estava silencioso, exceto pelo som suave do teclado da recepcionista ao marcar consultas. Eu estava sentada na sala de espera, com Oliver ao meu lado. Ele estava vestido impecavelmente, como sempre, mas seu rosto exibia sinais de cansaço que ele raramente demonstrava. A presença dele ao meu lado, segurando minha mão, era tranquilizadora, mas o celular em seu bolso não parava de vibrar.Tentei ignorar os pequenos alertas insistentes enquanto ele fazia o mesmo, mantendo seu foco em mim.— Tem certeza de que não precisa atender? — Perguntei, tentando aliviar sua culpa.Ele olhou para mim, os olhos sérios.— Não agora. Você é a prioridade. — Disse, apertando minha mão com mais força.Sorri para ele, apreciando o esforço que ele fazia para estar ali comigo, mesmo com o peso de sua empresa pressionando-o por todos os lados. Antes que pudéssemos continuar a conversa, a enfermeira chamou meu nome.— Emily Carter. Por aqui, por favor.Nos levantamos, e ele me ajudou
OliverA sala do meu escritório parecia ainda mais vazia naquela noite. As luzes da cidade brilhavam através das janelas, mas em vez de me oferecerem inspiração, serviam como um lembrete incômodo de tudo o que estava em jogo. Documentos espalhados sobre a mesa e notificações incessantes no telefone reforçavam a sensação de que havia mais do que eu poderia lidar.O peso do conselho, das expectativas e da minha própria promessa de proteger Emily e nosso filho estava me arrastando para um lugar que eu raramente visitava: a dúvida.Alice entrou sem bater, como sempre fazia quando sabia que eu estava precisando de algo, mesmo que não tivesse pedido.— Você precisa de um café. — Disse ela, colocando uma xícara quente sobre minha mesa antes de se sentar na cadeira em frente.— Ou talvez de um milagre. — Respondi, esfregando as têmporas.Ela inclinou a cabeça, estudando-me como fazia sempre que percebia que algo estava errado.— O que está acontecendo, Oliver? Você nunca foi de se render ao c
EmilyOs últimos dias haviam sido um misto de calma e ansiedade. A presença de minha mãe na casa trouxe uma leveza que eu não sentia há tempos. No entanto, o pensamento de Fernando ainda pairava em minha mente, e as mudanças na rotina, junto com a gravidez, me deixavam em constante reflexão sobre o futuro.Naquela manhã, enquanto Oliver saía para o trabalho, ele me beijou com ternura.— Descanse. Nada de esforço, ouviu? — Disse, com o tom protetor que havia se tornado sua marca registrada.— Sim, senhor Blake. — Respondi, brincando, mas meu sorriso desapareceu ao notar sua expressão séria.— Emily, estou falando sério. — Ele insistiu. — Promete?— Prometo. — Respondi, tentando não revirar os olhos.Depois que ele saiu, eu me acomodei no sofá com uma xícara de chá e meu laptop. Estava verificando e-mails quando uma mensagem inesperada surgiu na tela."Oi, Emily. Espero que esteja bem! Estamos expandindo nossa equipe na agência e pensei em você imediatamente. Sei que está fora de Nova Y