O sol nascia no horizonte quando Sarah e Connor finalmente cruzaram os limites do território de Silvercrest. Nus, exaustos e sujos pela fuga noturna, eles ainda assim sentiram uma onda de alívio ao ver as árvores familiares que marcavam sua casa. Sarah carregava uma pequena pasta de couro em sua boca, contendo os preciosos documentos que haviam roubado.Assim que pisaram em solo de Silvercrest, Connor soltou um uivo alto e grave, alertando sua presença. Em questão de minutos, foram cercados por um grupo de patrulheiros liderados por Marcus, o beta de Connor."Alpha!", Marcus exclamou, seus olhos arregalados ao ver o estado em que se encontravam. Connor grunhiu novamente, gesticulando impacientemente para que alguém cobrisse Sarah."Cubram minha Luna. Agora!", ele ordenou, sua voz carregada de autoridade alpha.Um dos patrulheiros rapidamente tirou sua jaqueta e a ofereceu a Sarah, que a vestiu agradecida. Connor não conseguia esconder sua irritação ao ver os olhares dos outros homens
Sarah acordou na manhã seguinte, seu corpo dolorido lembrando-a dos eventos tumultuosos dos últimos dias. Ela estava no quarto de hóspedes da mansão de Connor, um espaço luxuoso que, apesar do conforto, a fazia se sentir como uma intrusa.Vestindo-se com roupas emprestadas, ela respirou fundo antes de sair do quarto. O corredor estava silencioso, mas Sarah podia sentir olhares furtivos vindos de cantos escondidos, ouvir sussurros abafados que cessavam assim que ela se aproximava.Ao chegar à cozinha, Sarah encontrou um grupo de mulheres preparando o café da manhã. O silêncio que caiu sobre o ambiente foi imediato e opressivo."Bom dia", Sarah disse, tentando manter a voz firme.Uma das mulheres mais velhas, Elara, ergueu uma sobrancelha. "Bom dia, Srta. Moonflower. Ou devo dizer... Luna?"O título soou como uma zombaria nos lábios de Elara."Sarah está ótimo", ela respondeu, forçando um sorriso.Outra mulher, mais jovem, chamada Mia, se aproximou com uma xícara de café. "Aqui está, Sa
Lydia observava da janela de seu quarto enquanto Connor e Sarah caminhavam juntos pelo jardim da mansão. Seus olhos verdes, geralmente frios e calculistas, agora ardiam com uma mistura de raiva e dor.Durante anos, ela havia se posicionado cuidadosamente como a escolha óbvia para Luna. Filha de uma das famílias mais influentes de Silvercrest e sobrinha do Alpha de Bluelight, Lydia era a personificação da graça e sofisticação. Ela conhecia cada nuance da política da alcateia, cada tradição, cada expectativa. E agora, tudo isso havia sido arrancado dela por uma garota que mal saíra da adolescência."Como ele pôde?", Lydia murmurou para si mesma, suas unhas perfeitamente manicuradas cravando-se em suas palmas.A porta do quarto se abriu, e sua melhor amiga, Veronica, entrou."Ly, você não pode ficar aqui se escondendo para sempre", Veronica disse, sua voz carregada de preocupação.Lydia se virou, seus olhos brilhando perigosamente. "Escondendo? Eu não estou me escondendo. Estou planejand
Sarah caminhava pelos corredores da mansão, seus passos ecoando no silêncio tenso que parecia persegui-la como uma sombra indesejada. O ar estava carregado de expectativas e olhares furtivos que a seguiam por onde passava. Ela podia sentir o peso da responsabilidade em seus ombros, uma carga que parecia crescer a cada dia desde que se tornara a companheira escolhida de Connor.A caminho da biblioteca, onde esperava encontrar respostas nas páginas empoeiradas de antigos tomos sobre as tradições da alcateia, Sarah se permitiu um momento de vulnerabilidade. Fechou os olhos brevemente, respirando fundo para acalmar seus nervos. Foi nesse instante de guarda baixa que uma voz suave, quase melodiosa, a fez parar em seus passos."Sarah, querida. Que prazer inesperado encontrá-la aqui."Virando-se, Sarah se deparou com Lydia, uma visão de elegância e poder. Impecavelmente vestida em um conjunto que certamente custava mais do que Sarah jamais ganhara em sua vida, Lydia emanava uma aura de sofis
O escritório de Nathaniel Blackthorn, Alpha da alcateia Bluelight, estava imerso em sombras, iluminado apenas pela luz fraca de um abajur antigo. O homem de meia-idade, com cabelos grisalhos e olhos de um azul penetrante, desligou o telefone com um suspiro pesado."Evelyn, querida," chamou ele, sua voz grave ecoando pela mansão.Momentos depois, uma mulher elegante entrou no escritório, seus passos silenciosos no tapete persa. "O que houve, Nathaniel? Você parece perturbado."Nathaniel se levantou, caminhando até a janela para observar o território de Bluelight. "É Connor. O jovem Alpha de Silvercrest está enfrentando uma situação... complicada."Evelyn se aproximou, colocando uma mão reconfortante no ombro do marido. "A Omega? Ouvi rumores de que ela é sua companheira destinada.""Sim," Nathaniel rosnou, sua frustração evidente. "Uma Omega como companheira destinada de um Alpha. É inédito, Evelyn! Você consegue imaginar o caos que isso causará?""E Lydia?" Evelyn perguntou, sua voz s
Connor fechou os olhos, deixando-se levar pelas memórias daquela noite de lua cheia, há três anos...O aroma de Sarah havia invadido seus sentidos naquela noite, despertando seu lobo de uma forma que ele nunca havia experimentado antes. Vê-la ali, nos limites da propriedade Blackthorn, vestida apenas com uma camisola de seda branca, havia sido sua perdição."Companheira," seu lobo havia uivado internamente, com uma certeza que o abalou até o âmago.Mas Connor havia resistido. Com toda a força de vontade que possuía, ele se forçou a mandá-la de volta para casa, escondendo seu desejo atrás de uma máscara de autoridade.Nos meses e anos que se seguiram, Connor lutou diariamente contra o vínculo que sentia com Sarah. Cada vez que a via na cidade, cada vez que sentia seu cheiro no ar, era como uma tortura. Seu lobo uivava, exigindo que ele a reivindicasse, mas Connor se mantinha firme.Ele tinha responsabilidades como Alpha. A aliança com Bluelight, o possível casamento com Lydia... tudo i
Connor estava em seu escritório, os olhos fixos na paisagem além da janela, quando ouviu batidas firmes na porta."Entre," ele ordenou, virando-se para ver Marcus, seu beta, e Ethan, o irmão de Sarah, entrarem.A tensão era palpável no ar. Ethan, com os punhos cerrados e o maxilar tenso, foi o primeiro a falar."Connor, precisamos conversar sobre Sarah."Connor assentiu, indicando as cadeiras à sua frente. "Sentem-se."Marcus tomou a palavra assim que se acomodaram. "Alpha, entendemos que Sarah é sua companheira destinada, mas há... preocupações na alcateia.""Que tipo de preocupações?" Connor perguntou, sua voz calma, mas com um toque de aço.Ethan se inclinou para frente, seus olhos brilhando com uma mistura de preocupação e determinação protetora. "Ela tem apenas 21 anos, Connor! Você não entende... Sarah e eu, nós crescemos sem pai. Nossa mãe fez o melhor que pôde, mas... eu sempre fui o protetor dela. Sempre fui eu quem cuidou dela quando ela estava doente, quem a defendeu dos va
O sol da tarde banhava os jardins do castelo Blackthorn em um suave tom dourado quando Evelyn Moonflower chegou aos portões. Os guardas, reconhecendo-a imediatamente, a deixaram passar com uma reverência respeitosa. Evelyn caminhou pelos corredores de pedra com uma familiaridade que parecia estranha para alguém que supostamente nunca havia estado ali antes.Sarah estava em seus aposentos, debruçada sobre um livro antigo de história da alcateia, quando ouviu a batida suave na porta."Entre," ela chamou, erguendo os olhos.Ao ver sua mãe entrar, Sarah saltou da cadeira, um sorriso iluminando seu rosto. "Mãe! Que surpresa maravilhosa!"Evelyn abraçou a filha com força, seus olhos percorrendo o quarto luxuoso. "Oh, querida. Vejo que você está se adaptando bem à sua nova... posição."Havia uma nota estranha na voz de Evelyn, algo que Sarah não conseguia decifrar completamente."É tudo tão incrível, mãe," Sarah começou, animada. "Connor tem sido maravilhoso, e há tanto para aprender! A hist