SANDYEu simplesmente não estava acreditando que o homem interessado em comprar a casa do tio do Giovanne era aquele maldito homem.Ele sorriu, um sorriso que carregava o peso das suas intenções cruéis e eu fiquei apavorada, estávamos em uma enrascada agora.Tive medo de reviver o passado, e veio à tona uma mistura de medo e incertezas. — Será que ele sabia que estávamos aqui? — Indaguei, nervosa.— Não sei, pelo pouco que conversamos, acho que não me reconheceu. Saia pela porta dos fundos e avise o segurança, que eu vou despachá-lo. Espero que ele não tente nada. — Vejo o quanto ele também ficou nervoso, seu semblante agora está carregado.Giovanne me segura e une nossos lábios em um beijo profundo e rápido. — Agora vai!Corro para fora, como se minha vida dependesse disso. — Giovanne precisa que você fique atento, pois esses homens são perigosos. É para você entrar e fazer a segurança dele.***GIOVANNE Volto na sala e Albert estava cochichando com seu motorista, quando sentem mi
SANDYEstava parada, perdida em minhas lembranças enquanto esperava Giovanne voltar com a carteira. De repente, um carro em alta velocidade veio em minha direção, não sei se por desatenção ou realmente estava em estado de choque, somente escutei o barulho dos pneus em atrito com as pedras do chão. Meus olhos se arregalaram de pânico quando percebei o perigo iminente. Mas antes que pudesse reagir, alguém, com reflexos rápidos, empurrou-me jogando meu corpo para fora do caminho do veículo. Senti o coração dar batia descompassado, a adrenalina correndo por minhas veias, quando descobri meu salvador.— GIOVANNE! — Meu grito desesperado ecoou pela rua.Ele estava caído no chão, imóvel, e o carro que o atingiu já havia desaparecido no horizonte.Em um frenesi de aflição, corri até ele, minhas pernas tremendo com o medo que tomava conta de mim. Outras pessoas também se aproximaram, seus rostos em choque testemunhando a tragédia que se desdobrava diante de nós.O mundo parecia congelar naque
GIOVANNE Ao acordar, fui ofuscado por uma luz intensa, encontrando-me deitado sobre uma superfície metálica gelada, tentando discernir minha localização. Ao me tocar, constatei que ainda estava vivo, embora uma dor aguda na perna me fizesse gemer. Percebi então um tecido leve cobrindo meu corpo.Assustado e desorientado, movimentei a cabeça, tentando compreender onde estava, já com a respiração forçada... Um homem vestido de branco apareceu, segurando meu braço com firmeza, tranquilizando-me enquanto me examinava.Aos poucos minhas lembranças do acidente voltaram. Questionando pelo paradeiro de Sandy, o médico pediu calma, explicando que estava no hospital e que precisava colaborar para o tratamento.Após o exame, confirmou-se que minha perna estava quebrada, sendo necessário ingressá-la. Mesmo um pouco confuso e desorientado, consegui me acalmar.Eu estava sentindo uma angústia crescente por não encontrar Sandy; já se passavam uns quinze minutos desde que eu estava naquele quarto
Mais uma vez o Robert estava em nosso encalço, como o destino pode ter cruzado nossos caminhos novamente? Eu me sentia fraca e impotente mediante a todos os acontecimentos, desde o tiro que o segurança levou, e agora, o acidente do Giovanne só aconteceu por minha causa. Nos momentos de angústia, ali naquele hospital, esperando notícias dele, me senti culpada, pois se não conhecesse o Giovanne, nada disso teria acontecido, ou se eu tivesse enfiado uma faca bem no coração desse maldito, quando ainda estava no navio, tudo poderia ser diferente. Por outro lado, eu não sou uma assassina, não quero pensar no mal, mas queria esse homem bem longe de nós. Giovanne só quebrou a perna e por mais que não fosse tão grave, a notícia havia me deixado abalada, meu coração não estava preparado para tantas tormentas.Seria pedir demais para eu ter uma vida mais tranquila, longe desses tipos de ameaças. Como não bastasse, além de atropelar o Giovanne, queria envenená-lo, tenho quase certeza disso.Ag
Queria muito ir com o Dimitri ver onde haviam levado o funcionário do Robert, mas infelizmente Sandy havia me impedido. Eu sei que ela estava certa em querer cuidar de mim, mas eu estava me sentindo bem. Ao mesmo tempo que eu queria muito saber onde estava Robert, afinal se acontecesse segura coisa com Sandy, por culpa dele, eu jamais me perdoaria.Aproveitei o momento em que elas foram trocar as passagem e fui com Dimitri. Depois eu me entenderia com ela.Seguimos os seguranças de Dimitri por uma estrada de chão um pouco isolada, atravessamos uma ponte e chegamos em uma mina abandonada. Observei todo o caminho.Eu queria ao menos dar uns tapas na cara daquele homem.— Chegamos, o homem está lá dentro. Vai ser um pouco difícil ir com a cadeira, mas vamos dar um jeito. — Dimitri alerta, olhando para a entrada de uma cavernaRealmente eu estava ansioso até chegar frente a frete com o homem. Minhas mãos começaram a suar frio.Os seguranças me ajeitaram na cadeira e se encarregaram de me
Não gostei muito da forma com que Sandy me tratou na frente do Dimitri.Por mais que ela estivesse certa em falar que eu deveria ter ficado em repouso.Vi que havia ficado incomodada ao falar sobre Robert, então decidi omitir que Dimitri ameaçou a neta do homem, então menti com a primeira coisa que veio na minha mente. Disse que jogamos gasolina nele e no desespero ele contou onde está Robert.A verdade é que esses homens são tão fiéis aos seus patrões, que poderíamos matá-lo e ele jamais entregariam qualquer informação do Robert. Analisando com mais clareza, realmente Dimitri foi bem astuto. Terei que falar com ele mais tarde sobre o que escondi de Sandy, afinal eu não queria preocupa-lá com bobagens.Ela já ficou fragilizada de mais, e eu queria evitar que ela pensasse demais sobre o assunto.— Você me ajuda a tomar banho? Estou precisando descansar.Ela nem me respondeu, pegou na cadeira e sem dizer uma palavra subiu comigo para o quarto. — Vai retirando a roupa, que vou preparar
Despedi-me de Giovanne com o coração apertado, dividida entre o desejo de ficar ao seu lado e a preocupação com o que meu padrasto poderia fazer em seguida. Temia por sua segurança, especialmente agora que estávamos na sua mira.Por outro lado, sentia a urgência de partir para Londres, em busca de trabalho para pagar as dívidas com o agiota. Sabia que seria um período difícil, com Giovanne fora do trabalho por pelo menos um mês, o que significava um mês sem salário para nós. Talvez fosse necessário procurar um emprego noturno para complementar a renda.Respirei fundo, afastando os pensamentos sombrios, e dirigi-me ao avião com um aperto no peito ao me despedir novamente. Repeti para mim mesma que superaria tudo aquilo e que um dia contaria aos meus filhos e netos sobre minha coragem.Subi as escadas do avião, maravilhada com sua imponência. Por um momento, desejei deixar para trás toda a angústia que me consumia sempre que as lembranças ruins surgiam.Ao encontrar meu assento, percebi
Entrou um calafrio na minha espinha assim que ouvimos a notícia de que Robert possivelmente estava no aeroporto. Não tínhamos certeza absoluta, mas algo dentro de mim gritava que fosse ele.— Precisamos chamar a polícia! — minha voz vacilava com o desespero. — E a Sandy? Ela pode estar em perigo? — Perguntei, a ansiedade se misturando com o medo.Dimitri tentou acalmar os ânimos: — Calma, ela está no avião. Podemos perguntar se alguém de cadeira de rodas embarcou. Fique tranquilo, eu acredito que lá ela estará segura.Mas o controle escapava das minhas mãos, os pensamentos voavam para Sandy. E se ele tentasse algo contra ela? Eu não poderia ajudar nessa cadeira. Maldição! Bati frustrado na cadeira de rodas, sentindo-me um inútil completo.— Vão verificar se Robert entrou no avião, enquanto eu aciono a polícia. Por sorte, temos provas que incriminam esse verme. — A irritação de Dimitri transbordava em suas palavras.Seguimos cada um para um lado. Fiquei aliviado quando soube que ele n