Gleide estava contando o dinheiro que furtou do pai e imaginando que tudo aquilo demoraria uma vida para gastá-lo, mas a realidade foi completamente diferente, ela percebeu que dinheiro na mão era vendaval.
— Desculpe, senhorita Viermond, mas terá que sair do nosso hotel se não pagar o aluguel atrasado.
O dono do hotel era um solteirão de meia-idade de olhos sagazes, mas ela sabia que todos os homens tinham um preço e certo dia o seguiu e viu que ele tinha ido a um prostíbulo.
Então o nosso senhor todo certinho tem suas escapadelas também, hein...
— Preciso que libere o quarto, senhorita Viermond.
— O que gosta de fazer nas horas vagas, Camillo?
— Gosto de foder putas com o dinheiro que recebo das pessoas aqui, como você não me paga, não fodo.
Gleide ficou sem ação, ela imaginou que ele jamais iria ad
TÂNIA ESTAVA EM FRENTE às lápides de seu avô e seus pais e disse:— Será que algum dia vamos reencontrá-los, vovó?— Espero que demore muito, querida.Tânia, um pouco a contragosto sorriu, ela percebeu que ao lado da sua avó se sentia mais confiante.— Não sei o que faria sem você.Genara abraçou a neta.— Deus iria dar um jeito de cuidar de você na minha ausência, meu anjo, nunca se preocupe além do que é necessário, para cada dia cabe o seu próprio mal.— Espero que demore muito para isso acontecer.Genara riu porque a neta a repetiu.— Eu também, querida, vamos ser muito felizes juntas.Um homem de terno e gravata chegou perto delas.— Senhora Veronese?— Sou eu.— Vim trazer esta carta.Genara a abriu e o
Gleide sentia que a haviam rasgado ao meio, perder a virgindade com um homem que tinha um pênis de mais de trinta centímetros era um preço alto demais.— Vejam só... parece que eu tirei a sorte grande aqui, temos uma garotinha intocada até então.Gleide não sabia se chorava ou se mantinha firme naquela situação.— Fico feliz em ser o primeiro, querida, dizem que as mulheres jamais esquecem o primeiro homem.Realmente jamais me esquecerei de você desgraçado, pois será a primeira pessoa que irei matar na vida...Ela não sabia se conseguiria encontrar a mulher no parque, nem sabia se conseguiria voltar a andar depois daquele dia, mas era se esforçar ao máximo ou o desgraçado faria aquilo novamente com ela.Aos poucos o corpo foi voltando ao normal e a dor foi amenizando.Se a velha disse que esse mundo qu
Elas subiram a rampa do navio, Genara olhou para trás e sorriu por tudo o que tinha vivido ali naquele país, tinha chegado criança, se casou, teve uma filha e ficou rica, mas sabia que era hora de voltar para casa... coincidentemente naquele dia também estava nevando, era como se a vida estivesse lhe dizendo que um ciclo tinha se iniciado da mesma forma que ele tinha se encerrado.Aquele país tinha lhe recebido com neve e estava se despedindo com neve, ela só não imaginaria que aquela seria a última vez que a veria em vida.Elas se acomodaram em uma cabine de luxo.— Acho que nunca te contei sobre o passado longínquo de nossa família, os Copelli.Tânia se lembrava de cada história que a sua avó tinha lhe contado, mas aquela jamais foi sitada.— Um dos sete municípios que anteriormente formavam o município de Alessandria era R
Gleide conheceu pela primeira vez um estúdio de costura, e descobriu que o nome daquele incrível mundo mágico era ateliê, o clima era o que ela havia sonhado a vida toda, só não tinha a mínima ideia de que tudo aquilo tinha um nome.— Não sei nem por onde começar.Marie deu um tapinha na cabeça de Gleide e disse:— Tudo começa ou aqui – disse indicando a cabeça – ou aqui – indicando o coração – se souber usar os dois com harmonia facilitará bastante o trabalho das pessoas.Gleide tocou com delicadeza nos tecidos e andava como quem sonha, ela sempre havia feito as suas roupas, mas de forma muito arcaica, o que sempre gerava comentários das pessoas devido alguns erros aparentes.— O segredo está sempre na forma como você fecha as roupas, o acabamento tem que ser perfeito, &agrav
A velha senhora se chamava Marie Deville, nasceu em um vilarejo onde parecia que ainda estavam vivendo há quinhentos anos no passado, talvez se alguém tivesse falado sobre a Revolução Francesa e Napoleão Bonaparte, ninguém acreditaria.Quando Marie tinha quinze anos de idade, um casal fez uma visita a uma tumba templária e quando viram a garota correndo a chamaram imediatamente.— Garota!!!A pequena Marie voltou a sua atenção a eles com o sorriso mais lindo e inocente do mundo.— Posso ajudá-los?— Como uma garota tão linda pode viver em um lugar tão...— Distante – complementou o homem.— Nasci aqui neste vilarejo, todos gostam muito daqui.— Claro... – disse a mulher ainda admirada pela beleza da garota – desculpe.— Me chamo Charles e esta é minha esposa Clari
Gleide passava horas a fio aprendendo cada detalhe, desenvolvendo os desenhos, aceitando cada correção humildemente, e parecia que a cada dia que passava ela tivesse melhorado o que estilistas famosos demoravam anos para desenvolverem.— É como se você tivesse nascido para isso, querida, é inacreditável seu talento.— Mas eu nasci...— Tenho certeza que sim.A temporada tinha sido ótima e ela venderam muito bem, tanto a moda masculina quanto a feminina, com vestidos coloridos inovadores.— DE ONDE VOCÊ TIRA as ideias? – Disse uma mulher durante um desfile.— Não sei, simplesmente minhas mãos são conduzidas sozinhas, quando vejo já está pronto.— Deus te deu um talento e tanto.Mas não era Deus que ficava desenhando até às três horas da manhã e depo
Tânia viu as pessoas gritarem e correrem feito baratas tontas, uma delas esbarrou nela a lançando para fora do barco, por um jogo de sorte, um garoto havia conseguido segurá-la a tempo de sua avó ajudá-lo a puxá-la para dentro novamente.— Muito obrigada – disse ofegante.— De nada, mas temos que sair daqui o mais rápido possível – disse o garoto em tom de urgência.— Qual é o seu nome? – Perguntou Genara.— Gael.— Maravilha, Gael, por gentileza, leve a Tânia para um bote salva-vidas, preciso pegar um negócio e já encontro com vocês lá.— Vovó... você...— AGORA!!!TÂNIA ACOMPANHOU Gael até o bote e desceram até o mar.— O que irá acontecer com a minha avó?O garoto tinha uma confiante que
— EU NÃO QUERO SABER...— Pensa bem, querida...— Pensar o que, Marie? Eu transei com um cara para que eu não fosse jogada na rua como uma qualquer e vou criar um filho dele?Marie sabia bem o que era perder um filho, você não poderia voltar atrás nunca mais, era a pior perda que alguém poderia ter na vida, ela era uma garota nova, superaria aquilo.— Como eu faço para arrancar isso daqui?O doutor ficou um pouco sem graça e olhou para Marie que tinha a face totalmente tranquila.— Marie? Sei que você conhece pessoas, muitas pessoas.— Bem... – disse o doutor – acho que eu...— Ninguém vai a lugar nenhum!— Vocês dois conhecem alguém que vai me ajudar a me livrar disto, e vamos fazê-lo AGORA!!!— Doutor... – voz de Marie era apaziguadora.O d